O Renascer dos Saiyajins escrita por jdredalert


Capítulo 1
Capítulo 1: O guerreiro de classe baixa, Spark!


Notas iniciais do capítulo

Há muito tempo atrás, em algum lugar do vasto universo, existia uma poderosa raça de guerreiros primitivos chamados Saiyajins. Tais guerreiros trabalhavam como mercenários para um ser poderoso chamado Freeza, que desejava mais que tudo dominar o universo. Utilizando-se de seus poderes, os Saiyajins destruíam as civilizações dos planetas e os vendiam por um bom preço. No entanto, o próprio Freeza temia o poder de seus mercenários, e a lenda que rodeava o poderoso Super Saiyajin, o guerreiro mais forte do universo.Tomado por seu medo de um dia ser removido de seu trono de senhor do universo, Freeza destruiu o planeta natural dos Saiyajins, o Planeta Vegeta, praticamente exterminando a sua raça. Dos poucos Saiyajins remanescentes, alguns permaneceram ao lado de Freeza, enganados pelo astuto tirano que atribuiu a destruição do Planeta Vegeta à um impacto de meteoro. Outro, fora enviado à Terra nos instantes finais de existência de seu planeta, e lá cresceu e se tornou um poderoso guerreiro. Porém, o que ninguém sabia nem mesmo Freeza ou os Saiyajins sobreviventes é que um grupo composto por mais ou menos 50 refugiados conseguiu escapar do Planeta Vegeta na última hora, vagando pelo espaço até encontrar um planeta adequado para que pudessem se reerguer...Este é o prólogo que escrevi no original. Vale destacar que o ambiente, personagens e enredo são originais. Haverão algumas citações às personagens do anime, como Goku, Freeza ou Vegeta, mas à princípio, o destaque ficará para os personagens originais. Espero que gostem!



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Muito distante do planeta Terra, alguns sistemas solares além do nosso encontrava-se o planeta Omega-003. Sua posição o tornava perfeito para que houvesse formas de vida lá: era um planeta nem muito quente, nem muito frio, com água em abundância e uma atmosfera praticamente intacta. Aquele já era um planeta habitado por uma raça inteligente nativa, os Kelfos – seres altamente inteligentes e sábios, além de serem poderosos guerreiros que, no entanto, pregavam a paz acima de tudo – quando um certo dia, algumas naves pousaram em sua superfície,  trazendo consigo os últimos sobreviventes da raça Saiyajin de todo o universo. A natureza bruta dos Saiyajins já era conhecida pelos Kelfos, que não gostaram nem um pouco de dividir seu planeta com os novos visitantes. Porém, como estavam em menor número e visavam apenas sobreviver e fazer prosperar a própria existência, os Saiyajins decidiram se isolar por completo dos demais habitantes de Omega-003, construindo uma fortaleza e lá permanecendo por anos, onde foram se reproduzindo até atingir o número de 200 pessoas.


Naquele dia em especial, no entanto, uma grande batalha entre dois Saiyajins estava acontecendo. Escondido atrás de rochas em uma região montanhosa e desértica do planeta, estava um jovem Saiyajin que aparentava estar entre seus quinze e dezesseis anos. Ele tinha longos cabelos pretos e espetados, presos à um rabo de cavalo. Sua armadura de combate estava bastante avariada, e seu rosto apresentava algumas escoriações. O garoto se encontrava ofegante, enquanto desligava o próprio rastreador que trazia consigo em seu rosto. Não poderia dar nenhuma brecha, não, isso poderia ser fatal. Ele sabia que deveria se concentrar e pensar em algo, mas porque justo agora nada lhe vinha à mente?


Um clarão de luz dourada e o garoto precisou sair voando detrás da formação rochosa que era seu esconderijo a fim de não ser atingido. Diversos disparos de esferas de energia dourada se sucederam, criando uma vasta nuvem de fumaça. O garoto subiu mais alto que a mesma para poder respirar, mas arrependeu-se de seu movimento ao ver que sua adversária – uma mulher com longos cabelos lisos e escuros levemente azulados, olhar severo, aparentando ter entre vinte e cinco e trinta anos, também usando uma armadura de combate e um rastreador – o esperava, acertando-o em cheio no rosto com as duas mãos juntas. O corpo do garoto caiu como um projétil,  destruindo outras formações rochosas que se encontravam pelo caminho.


A mulher desceu de seu vôo, tocando o chão e caminhando lentamente até o garoto, que parecia inconsciente no chão.


– Vamos, levante-se moleque! – ela disse, com um tom de voz autoritário como o de um professor para um aluno – Não me diga que já está cansado?


As pálpebras do garoto vibraram por um momento, e ele abriu os olhos em seguida. Estava bastante tonto e sua visão, desfocada.


– Spark, à quanto tempo eu treino você? – ela continuou seu discurso, agora claramente um sermão


– Cinco... anos... – o jovem respondeu, ainda caído no chão, respirando pesadamente.


– Exatamente, cinco anos! E nesses cinco anos você teve uma evolução muito baixa! Você nunca conseguiu sequer me acertar um golpe decente! É assim que deseja se tornar um Super Saiyajin? Há, há, há! Não me faça rir!


– Mas você é muito forte, mestra Lenia. – disse Spark, enquanto colocava-se lentamente de pé - Está muito acima do meu nível e...


A tutora não quis ouvir o garoto, deslocando-se em altíssima velocidade e o acertando com o punho fechado em seu estômago, o que o fez voar mais ou menos vinte metros, atingindo as costas num amontoado de rochas áridas, caindo de barriga no chão novamente.


– Pare de reclamar. Foi você que quis isso, cinco anos atrás. Ninguém mandou um guerreiro de baixo nível como você se oferecer ao nosso governador Dio como candidato à se tornar um Super Saiyajin!


Mesmo estando jogado no chão, Spark não pôde deixar de se lembrar daquela noite, cinco anos atrás.


O Governador Dio era um Saiyajin mais velho que os demais, careca e que usava uma armadura preta e verde. Possuía uma longa barba branca, que ocasionalmente jogava para trás do ombro. Naquele dia, ele havia convocado todos os Saiyjins que habitavam a fortaleza, sem exceção à uma área onde ele realizava comícios para a multidão. Todos os homens, mulheres e crianças estavam lá, olhando para ele sem saber do que se tratava aquele chamado.


O governador levantou-se de sua cadeira, pigarreou e disse em voz alta.


– Meu povo... Como sabem, eu sou a pessoa mais velha aqui presente entre vocês e um dia terei de passar meu cargo como governador para alguém. Eu e o conselho estivemos em muitas reuniões nos últimos meses e decidimos que o cargo será entregue àquele guerreiro que conseguir alcançar o nível mais alto de poder de luta que podemos alcançar: O Super Saiyajin.


Houve um burburinho geral da população. Alguns riram daquilo, enquanto outros pareceram extremamente chateados. No meio da multidão, alguém gritou “O Super Saiyajin não passa de uma lenda!


– Ordem!!! Lamento desapontá-los, céticos, mas o Super Saiyajin não é uma lenda. Uma das coisas que eu e o conselho estivemos considerando nos últimos meses foi uma notícia que chegou a mim há muitos anos atrás e que eu havia guardado para este dia. Como sabem, o Grande Freeza, o tirano opressor que destruiu nosso planeta foi derrotado há mais de uma década. No entanto, aquele que o derrotou nada mais era do que um Super Saiyajin, conhecido pelos astros afora por Son Goku. Sei que este nome não é familiar a nenhum de vocês, eu mesmo não me lembro de ter conhecido nenhum Son Goku. Ele pode ter sido alguém que sobreviveu como nós, ou seria este o nome código de alguém que continuava a servir o Grande Freeza, mas o que importa não é a identidade deste guerreiro. E sim, o fato dele ser um lendário Super Saiyajin.


“Segundo os mais antigos, como eu, poucos são aqueles que podem alcançar o nível de Super Saiyajin. Especula-se que seja apenas um a cada mil anos... no entanto, decidimos por esta afirmação à prova e oferecer todo nosso governo àquele que conseguir se tornar um Super Saiyajin.”


Os olhos do pequeno Spark faiscaram de alegria. Se ele pudesse ser um Super Saiyajin, poderia provar à todos que não era fraco como diziam, um guerreiro de classe baixa. Ele se inscreveu rapidamente entre os candidatos, jurando ao Governador que iria treinar duramente até conseguir se tornar um Super Saiyajin. E desde então, a vida de Spark foi treinar com sua tutora, a experiente e poderosa guerreira Lenia.


O garoto lembrou-se do momento em que se conheceram: havia sido levado à presença de Lenia e deixado sozinho. A guerreira o examinou dos pés à cabeça antes de falar.


– O que um fedelho como você está fazendo aqui?


– O Grande governador Dio disse-me que eu treinaria com você...


  Você o quê?! – a mulher desdenhou – treinar comigo? Não, não, não garotinho. Deve haver algum engano. Eu treino apenas guerreiros com talento nato para batalhas e você não passa de...


– Um guerreiro de classe baixa? – ele completou a frase, com raiva.


– Exatamente. Você seria morto no meu treinamento, vou te dar um conselho... Esqueça essa idéia de treinar comigo e volte pra seu alojamento.


Fora desprezado, como de costume, por sua baixa força. E aquilo conseguia deixar o garoto de apenas dez anos extremamente irado, mas naquele momento ele se controlou.


– Foi por isso mesmo que o Senhor Dio disse que você me treinaria. Segundo ele, não tem ninguém mais apto que você para me tornar um guerreiro poderoso. Então, quando começamos a treinar?


Pelo menos audácia esse pivete tem... mas poder de luta que é bom, ele é uma negação, ela pensou enquanto o estudava de cima a baixo novamente. Ela levou o dedo indicador direito ao rastreador que estava preso em seu rosto, clicando-o suavemente. O marcador fixou no menino em menos de um segundo, exibiu seu número: 150.


– Você tem apenas 150 de poder de luta?! Hmpf... se quiser mesmo treinar comigo, fique à vontade... mas esteja certo que você com certeza irá morrer, talvez não dure nem mesmo um ano! E se isso acontecer, a responsabilidade terá sido toda sua e eu não vou ter um pingo de pesar por você, está entendendo?


– Sim senhora!


Spark foi trazido de volta de suas lembranças ao ser carregado pela mestra, que o colocou no ombro. A mulher soltou um muxoxo de desprezo ao carregá-lo, alçando vôo em altíssima velocidade rumo à fortaleza. Havia, como de costume, ferido gravemente o jovem Spark de propósito. Sempre havia deixado-o à beira da morte, para que pudesse evoluir seu poder de luta mais rapidamente. Esta era uma das habilidades naturais dos Saiyajins, aumentar seus poderes ao se recuperarem de uma situação mortal e Lenia sabia como tirar proveito disso. No entanto, ela deveria se apressar, pois não queria matar seu pupilo e jogar fora cinco anos de treinamento.


Quando chegaram à fortaleza, Lenia foi direto com Spark à enfermaria. Haviam vários computadores presentes na sala, além de aparelhos destinados à monitorar os sinais vitais das pessoas e, ao fundo, uma grande máquina em formato redondo. Sem nem ao menos falar com ninguém, Lenia tirou as roupas de seu aluno, agora inconsciente, colocando-o dentro da máquina redonda e vestindo uma máscara de oxigênio no mesmo. Em seguida, programou alguma coisa num dos computadores e a máquina encheu-se de um líquido esverdeado, onde Spark permanecia submerso.


– Utilizando-se dessa máquina de novo, Lenia? – perguntou uma voz masculina, à suas costas.


Era um homem alto e musculoso, com olhos estreitos e um cabelo moicano preto. Embora parecesse ameaçador, o tom de sua voz indicava que ele e Lenia eram amigos.


– Esse garoto só me dá trabalho e desgosto. – ela respondeu, seus olhos deslizando da  máquina até o homem – Ainda não entendo, porque eu tive que treinar um inútil desses.


– Não seja tão dura consigo mesma, Lenia. Quando você começou a treiná-lo, cinco anos atrás, ele possuía 150 de poder de luta. Da última vez que medimos seu poder ele já estava com 25.000, com certeza isso é um incrível avanço.


– Nada que se compare com o avanço de seu pupilo, Tank. Ele já está beirando os 90.000 de poder de luta.


– Sim, cuide-se Lenia, pois em breve ele irá superar seu poder de luta... – ele disse, em meio a uma gargalhada.


– Também não é para tanto... daqui que ele consiga alcançar a minha marca de...


– Estou apenas brincando, Lenia. Não precisa ficar nervosa. Todos nós sabemos o quão forte você é.


– Perdendo apenas para você... – ela disse, num sorriso irônico.


Lenia e Tank eram antigos companheiros de batalha. Durante a época de Freeza, eles haviam dominado diversos planetas juntos, sem muitos esforços. Com o extermínio quase total da raça Saiyajin, eles dois acabaram se tornando os dois mais poderosos guerreiros entre os demais sobreviventes.


– Bom Lenia, adoraria continuar aqui conversando com você, mas agora está na hora de recomeçar os treinos com o meu aluno. Durante à noite nos encontramos no refeitório, tenho alguns assuntos para conversar com você. Até mais, Lenia.


– Até, Tank. – ela respondeu, voltando suas atenções novamente para o seu discípulo, que estava se recuperando dentro da máquina.


* * *



Ao cair a noite, Spark já estava curado e em seus aposentos. Calçava uma de suas botas, sentado em sua própria cama. Ele ainda queria treinar, a vontade crescia a cada momento dentro de seu peito, vontade de lutar, de ser forte e de provar sua superioridade sobre os demais Saiyajins que tanto o desprezaram a vida toda. Calçou a segunda bota rapidamente, prendendo seu novo rastreador no rosto e em seguida se olhou no espelho: estava impecável. Utilizava uma armadura com ombreiras que se projetavam para os lados, sua cauda estava enrolada na cintura como um autêntico cinto e seu rastreador ativado. Ele retirou-se de seu aposento, composto apenas por sua cama, um banheiro e um guarda roupa e andou pelos corredores cinzentos da fortaleza até onde ficavam os aposentos de Lenia. Já havia se decidido que iria treinar ainda naquela noite, sua tutora querendo ou não. Quando chegou ao salão principal – tão cinzento e metálico quanto o resto da fortaleza – Spark deu de frente com Tank e seu pupilo, um Saiyajin que aparentava ter entre dezoito e vinte anos de idade, de corpo robusto e cabelos pretos e espetados que lhe alcançavam a cintura. Ambos estavam feridos, porém pareciam estar bem o suficiente para andar. O aluno de Tank fez questão de acertar Spark com uma ombreada nada amistosa. O jovem, atingido gratuitamente cerrou os punhos de raiva.


– Asus, seu desgraçado, qual seu problema? – rosnou Spark.


– Ora, se não é o verme fracassado de classe baixa. Quantas vezes vou ter que lhe dizer para sair do meu caminho quando eu passar por você, inseto?


– Cale essa sua boca, desde quando eu recebo ordens suas?


– Acho que desde o dia que eu me tornei mais forte do que você, seu inútil, ou seja, a vida inteira! Eu, ao contrário de você, sou um guerreiro de elite e o mais indicado a me tornar o Super Saiyajin! Você não passa de lixo. Escória...


Novamente, insultos sobre seu poder. Spark não poderia deixar aquilo passar sem ficar irado. Instintivamente ele concentrou uma pequena esfera de energia numa das mãos, mirando Asus com raiva e asco. Mas antes que pudesse sequer pensar em disparar, Tank segurou seu pulso com força.


– Controle-se garoto. Não podemos lutar aqui dentro da fortaleza. Se quiserem resolver suas diferenças, sugiro que o façam lá fora.


– Não será preciso, mestre Tank. – disse Asus, olhando com desprezo para Spark – Um outro dia, quem sabe... até porque não haveria uma luta hoje e sim um massacre!


Os dois seguiram andando, as gargalhadas de Asus se perdendo pelos corredores.


Um guerreiro de classe baixa... até quando as pessoas só vão me reconhecer dessa forma? Maldição!


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! O primeiro capítulo é um pouco lento e repleto de flashbacks, mas peço que não desanimem pois o rítmo vai acelear em breve!Abraços!!