Uma correria se instaurou na casa,todos desesperados.O único que transparecia alguma calma,pelo menos por fora,era Jasper.Foi ele quem conseguiu ligar para a polícia.

– O que aquela louca quer com a minha bebezinha?-chorava Rose.

– Precisamos nos acalmar.E esperar a polícia chegar.-disse Carlisle.

– Deus,estou tentando entender o que deu na cabeça de minha irmã para fazer isso.-sussurrou Kate.A única das Volturis que ainda estava em seu juízo perfeito.

Tanya se encontrava encolhida no chão da sala de jantar,com algumas lágrimas que vez ou outra escapavam de seus olhos,inexpressivos e gélidos.

– Não sei.Mas acho melhor ligar para seus pais,e deixá-los saberem o que está acontecendo.-respondeu Carlisle preocupado.

Kate assentiu.E Carlisle se dirigiu para o quintal,tirando do bolso o celular.

Quarenta minutos depois,Aro e Carmem Volturi chegaram juntamente com a polícia.Que começou a interrogar a todos,um de cada vez.

– Os senhores tem alguma ideia do motivo que pode ter levado Irina a sequestrar a criança?-perguntou o policial,olhando para Aro e Carmem.

– Eu não sei o que pode ter acontecido com minha filha para cometer tal ato.-disse Carmem pensativa.

– Ela sempre foi uma pessoa equilibrada,ou pelo menos aparentava ser.Talvez ela tenha tido algum tipo de surto psicótico.Mas não consigo imaginar um motivo pra isso.-completou Aro.

– Tem certeza que não sabe?-perguntou Rosalie,com raiva.

Estranhei.

– Rose,o que quer dizer?-perguntei.

– Vai me dizer que nunca percebeu comentários estranhos vindo das Volturis?!-ela disse.

Olhei para o rosto dos meninos,e todos estavam cabisbaixos ao ouvirem Rose.Assim como Carlisle e Esme,cujo o motivo da briga com Tanya eu não sei até agora.Os únicos que não se afetaram foram os matriarcas Volturis e Tanya,que havia se juntado a nós no sofá,assim que seus pais chegaram.

Quando eu estava prestes a confrontar todos os envolvidos para descobrir toda a verdade,um policial que estava no jardim da frente da casa,entrou na sala e me cortou.

– Parece que temos uma pista sobre o paradeiro do bebê.-ele disse,deixando todos nós aflitos e esperançosos.

– E então...!?-disse Emmett sem paciência.

– Recebemos uma ligação anônima,onde uma mulher com as mesmas características de Irina foi vista no Washington Park Arboretum.As testemunhas estranharam o fato dela atravessar o parque a noite, e com um bebê chorando nos braços.Então decidiram informar a polícia.

– Oh graças a Deus!.-exclamou Esme ao mesmo tempo em que Rose respirava aliviada.

– E o que estamos esperando para ir atrás dela?.-perguntou Jasper aos policiais.

– Senhor,as características batem mas pode ser que não seja a seqüestradora.Não vamos criar tantas expectativas.

– É claro que é a psicopata loira.E como o você ousa dizer a uma mãe para não ter expectativas de encontra sua filha!?.-reclamou Rosalie,revoltada.

– Senhora isso faz parte do protocolo...-ele tentou dizer,mas foi cortado por uma mãe raivosa.

– QUE SE EXPLODA O PROTOCOLO!.-ela gritou e saiu dando ordens a Emmett,para que pegasse a chave do carro.

– Se vocês não quiserem ir atrás daquela vaca,eu vou resgatar minha filha sozinha.-ameaçou.

Todos correram para os carros,e fomos em direção ao Washington Park Arboretum,que não ficava muito longe da casa.A polícia resolveu fazer alguma coisa,e foi nos seguindo.

Ao chegarmos na frente do parque,tivemos que colocar os faróis altos,pois já são quase onze horas da noite e mesmo com a iluminação de postes,o lugar é escuro e medonho.Mesmo que de dia seja um lugar belíssimo,que Edward me trouxe aqui uma vez,não vejo beleza alguma agora.

– Vamos nos organizar em grupos.-disse um policial,abrindo o porta malas de uma das viaturas e retirando seis lanternas de lá de dentro.

Como estávamos em dezoito pessoas no total,nós e os Volturis,que resolveram ajudar,juntamente com policiais.Nos dividimos em dois grupos,cada grupo com três lanternas,e entramos no parque.

No meu grupo estavam;eu,Edward,Rosalie,Emmett,Kate,e infelizmente Tanya,mais três policiais.Seguimos por um lado,enquanto o outro grupo ia para o lado oposto.

Quanto mais adentrávamos,as luzes da rua ficavam mais longe e deixavam de iluminar o interior do parque,deixando-o sinistro.

Assim que chegamos no lago,que ficava quase no centro do Washington Park Arboretum,encontramos com o outro grupo.

– Alguma pista?.-perguntou Carlisle.

– Nem um fio de cabelo até agora.-respondeu Edward.

– Só falta o outro lado.-disse o oficial,apontando para o outro lado do lago.

Começamos a atravessar a ponte,que tinha alguns metros.Quanto estávamos perto da outra margem,escutamos um barulho que se parecia com um gato miando.Mas quanto mais nos aproximávamos,o barulho ficava mais alto,até que foi possível distinguir um chorinho de bebê.

Antes que qualquer um de nós expressasse qualquer reação,Rosalie saiu em disparada em direção ao som.Logo depois saímos ao seu encalço.

Chegamos a uma figueira centenária,encolhida,sentada no chão estava Irina.Seus braços seguravam de forma protetora um pacotinho pequeno,que chorava muito.

– ME DÊ MINHA FILHA,SUA LOUCA.-gritou Rose.

Irina continuou como se não tivesse escutado o grito,ela estava estática,e olhando pro nada como se estivesse em um mundo completamente diferente.

Quando o policial se aproximou da louca,para retirar Natasha da armadilha de seus braços,ela deu um pulo,como se tivesse levado um choque,e levantou-se rapidamente gritando.

– NAAOOOO.

– Solte a criança.-disse o policial.

– NAOOO.VOCES NÃO VÃO TIRAR MEU BEBÊ.Eu não vou deixar,não dessa vez....-Irina se desesperou,mas terminou murmurando baixinho.

Carlisle,que havia ido para trás de Irina sem que eu percebesse,a agarrou ao mesmo tempo em que dois policiais conseguiram retirar o bebê dela.Ela gritava e se debatia,enquanto meu sogro a segurava.

Natasha foi direto para Rosalie,e a família inteira foi se juntando a sua volta para examinar e comprovar que a menina estava ilesa.

As mãos de Carlisle foram substituídas por algemas nos braços de Irina.Que agora não lutava mais ou se manifestava.

Carmem foi abraçá-la.Apesar do que Irina fez,eu não julgava sua mãe.Podia imaginar a sua dor ao ver a filha algemada.

– Por que você fez isso?.-perguntava Carmem,repetidamente.

Não houve resposta de Irina,ao invés disso,um soluço escapou de sua garganta,ao mesmo tempo que lágrimas de seus olhos.

Edward estava tomando banho,enquanto eu perambulava pela casa de pijama,com Liuba me seguindo,sem conseguir dormir.Aconteceu muita coisa numa noite só,estava com a cabeça cheia.

Pensava em Rose e Emmett com a filha de volta ao lar,e também em Irina que foi mandada para a delegacia e logo depois ao hospital,por suspeita de desequilíbrio emocional.Se ela realmente estiver com problemas psiquiátricos,ela deverá ser mandada a um manicômio.

Não sei qual dos dois é pior,cadeia ou manicômio,mas qualquer um é ruim o bastante para Irina pagar todo o sofrimento e desespero que ela nos fez passar,principalmente à Rosalie.

– Você está bem?.-perguntou Edward,me assustando.

– Na medida do possível,sim.-suspirei.

– O dia foi muito pesado.Mas agora está tarde,devemos descansar um pouco.

– Não sei se consigo descansar.

Edward sorriu.

– Vamos para o quarto.Eu sei um jeito de te relaxar.-falou já beijando meu pescoço.

Acordei e passei a mão na cama,para encontrá-la vazia.Abri os olhos para a claridade que entrava pelas frestas das cortinas.Focalizei o relógio,que marcava onze e meia da manhã.Me levantei rápido e fui ao banheiro,e logo depois descendo para tomar café.

– Bom dia meu bem.-disse para Liuba,que estava na sala,e veio abanando o rabo até mim.

Fiz um rápido carinho nela,e fui em direção a cozinha.

– Bom dia gatinha.-disse Edward me beijando.

– Bom dia.Bom dia Sue.

– Bom dia,Bella.-ela sorriu.

– Dormiu bem?.-Edward perguntou.

– Bem até demais.Dormi mais que a cama.Você devia ter me acordado.

– Você estava cansada,e dormiu também depois que eu te relaxei.-ele disse piscando um olho.

Corei em todos os tons de vermelho.Deus,Sue esta aqui e ele fazendo esse tipo de piada.Meu marido não tem jeito,mas eu o amo muito.

– Então,você já sabe o que vai acontecer com Irina?.-eu quis saber.

– Jasper me ligou de manha.Ele disse que Irina está em um estado catatonico,que ela parou de falar.Por enquanto está no hospital,mas assim que o médico assinar sua autorização,ela deve ser levada a um manicômio.Pelo menos enquanto não for comprovada sua plena saúde mental.

Depois disso perdi a vontade de comer,meu estômago deu um nó.Mas Edward me obrigou a comer uma maçã.

Já passava da hora do almoço,estávamos na sala assistindo televisão,quando a campainha começou a tocar.Sue foi abrir,e tomamos um susto.Ao ter a indesejada presença de Tanya,invadindo nossa casa.

– Podem parar com a farsa de casal apaixonado.Eu descobri tudo sobre a noiva comprada.-disse sorrindo diabolicamente.