Quinn observava Rachel de longe.

A judia estava furiosa, e a culpa era dela.

A loira suspirou. Teria que enfrentar a menor em algum momento.

– Rachel. – sussurrou se aproximando.

– Olha só! Ela fala, me vê, e acredito que escute. – Quinn deu um pulo de susto quando a porta do armário quase o atravessou – O que você quer Fabray?

– Será que podemos conversar?

– Eu venho te perguntando isso há dez dias, mas você me ignora.

– Rachel eu... Precisava de um tempo.

– Por quê?

– Por que isso é pessoal de mais.

– Quando aceitei ser sua namorada eu pensei que tinha começado a fazer parte do lado mais pessoal da sua vida. – Rachel sussurrou e se virou para ir embora.

– Eu vou contar. – Quinn suspirou – Só não aqui.

– Você vai tentar me enrolar de novo.

– Vem comigo. – Rachel encarou a namorada.

– Esta me pedindo para matar aula?

– É só a ultima. Por favor.

***

– Rachel? – Russel sorriu abrindo a porta.

– Olá Russel. – Rachel murmurou de cabeça baixa.

– Pensei que ia demorar pra te ver de novo. – disse deixando a garota entrar.

– Quinn disse que me contou. – suspirou e olhou o sogro.

Russel se assustou ao ver os olhos da judia vermelhos. Parecia que a garota havia chorado por dias. E talvez tivesse.

– Cadê ela?

– No quarto. Pode subir.

– Obrigada.

– Sem problemas. Eu estou saindo, mas Judy volta logo. Você avisa ela pra mim?

– Tudo bem.

Rachel parou na porta do quarto de Quinn e suspirou.

Nos últimos dois meses e meio tinha se acostumado a casa. Sabia dizer onde ficava cada cômodo.

Sorriu lembrando do dia que conheceu os sogros.

À tarde que tinha tudo para dar errado, tinha acabado com uma Quinn vermelha de vergonha e ela mal conseguindo parar de rir.

Bateu na porta e entrou.

– Sai pai. – ouviu a loira disser com a cabeça enterrada no travesseiro – Já disse que quero ficar sozinha.

– Ele saiu. – Rachel disse e viu o corpo de Quinn ficar tenso.

– Se for terminar comigo, só faça logo. – pediu – Eu vou entender. Afinal, por que você vai se prender a alguém que logo vai estar... – antes que Quinn terminasse de falar Rachel se aproximou da cama, a puxou para cima, e a beijou.

– Cala a boca. – mandou – Eu não vou te deixar Q. Você vai morrer? Todos vão! Você tem pouco tempo? Vamos fazer ele valer a pena.

– Mas, quando eu te contei...

– Eu sei. Eu fugi. Mas eu precisava pensar. Precisava aceitar isso.

– Rach...

– Quando você não me atendeu por dias, depois de ter desmaiado, o meu maior medo era que a situação fosse pior do que parecia. Eu vim aqui e não achei ninguém. Nem você nem seus pais atendiam ao telefone. Eu te perdi esses dias. E não vou passar por isso de novo. Não ate ser obrigada.

– Então você vai ficar comigo?

– Até que você queira o contrario.

– Eu nunca vou querer. – Quinn disse e puxou a morena para si.

Menos de um minuto depois, os beijos já não tinham nada de românticos.

– Rach. – Quinn murmurou quando Rachel começou a tirar a blusa da loira – Você... Tem certeza?

– Eu quero você Quinn. – a judia murmurou – A não ser que você não queira.

Como resposta, Quinn empurrou a judia na cama e sentou sobre sua cintura.

– Eu preciso de você. – disse antes de beijá-la.

***

Quinn acariciava os cabelos de Rachel, que dormia tranquilamente encostada em seu peito.

O sorriso no rosto da loira conseguia ser maior que o no rosto da judia.

– Hey. – Quinn chamou – Acorda Rach.

– Não quero. – Rachel resmungou e Quinn riu.

– Mas meus pais podem chegar a qualquer momento.

– Tranca a porta.

– Ainda temos a política de portas abertas. – Quinn suspirou – E pela hora minha mãe já esta em casa.

Palavras erradas.

Por sorte, Quinn segurou Rachel pouco antes da judia cair da cama.

– Calma ai. – Quinn riu fraco – Eu vou tomar um banho e descer ok? Vai acordando.

– Tudo bem. – Rachel respondeu e lhe deu um selinho.

***

– Oi mãe. – Quinn disse abraçando a Fabray mais velha por trás.

– Espero que tenha tomado um banho.

– Por quê? – Quinn gaguejou.

– Você deu sorte que não foi seu pai quem abriu a porta do quarto. – Judy sorriu e Quinn corou.

– Você... Você...

– Vem cá. – Judy riu, chamando a filha para se sentar do lado dela – Me conta como foi.

– Ah não! – Quinn mal sentou no sofá, levantou de novo – Pode para ai.

Judy riu e Quinn revirou os olhos.

– Estou falando serio agora Quinn. – a loira sentou e Judy suspirou – Foi... Vocês já tinham feito isso antes?

– Não. – quinn já estava roxa de vergonha.

– E... Com outra pessoa? Você já...

– Deus mãe! Não!

– Ora Quinn! Acredite, isso é tão constrangedor pra mim quanto pra você.

– Eu vou... Eu já volto. – a garota disse e fugiu para a cozinha.

– Olá Judy. – Rachel desceu minutos depois, sorrindo.

– Hey Rachel! Como foi tirar a virgindade da minha filha?

Rachel passou de sua cor normal para pálida, vermelha, roxa, voltou para vermelha, roxa, pálida e, por fim, ficou vermelha novamente.

Judy gargalhava.

– O que houve? – Quinn apareceu na porta – Rachel, você ta bem?

– Eu...

– Eu estava brincando. – Judy sorriu – Bem, nem tanto. Sentem.

Rachel sentou de frente para a sogra, a encarando, e Quinn sentou do seu lado.

– O que foi que você disse? – Quinn perguntou para a mãe.

– Nada de mais. – Judy deu de ombros – Mas precisamos conversar sobre isso.

– Uma hora ia acontecer. E você sabia disso.

– Vocês poderiam ter esperado, não sei, dez anos?

– Pra que? – a voz de Russel soou pela sala e Quinn e Rachel se entreolharam – E então?

– Acho que você deveria ir Rach. Seus pais devem estar preocupados.

– Eles sabiam que eu viria aqui. Não vou te deixar pra encarar eles sozinha.

– Rachel...

– Não vou fugir por que o seu pai chegou. – a morena murmurou – Mesmo que eu queira, e muito.

– Acho que já entendi. Não ousem levantar. – Russel rosnou e Quinn suspirou – Eu não posso acreditar que vocês fizeram. E na minha casa, eu suponho.

– Pai...

– Vocês deveriam ter esperado!

– Você fala como se eu tivesse muito tempo! – a loira retrucou e começou a ofegar.

– Quinn! – Rachel ajoelhou em frente à namorada e segurou suas mãos – Se acalma amor. Respira fundo. Vai ficar tudo bem.

Russel e Judy apenas observavam, sem realmente saber o que fazer. Quer dizer, Rachel estava fazendo um trabalho bem mais eficiente que o deles acalmando a loira.

Após alguns segundos, sentaram cada um de um lado da filha, e Judy a fez se encostar no sofá.

– Q, se acalma. – pediu.

– Eu to bem. – a loira disse e suspirou.

– Quinn – Russel chamou – Vocês podem ter todo o tempo do mundo.

– Pai, você...

– Nós precisamos falar sobre isso Quinn. – Judy disse – Sobre sua doença.

– Não quero falar disso.

– Q, ouve. – Rachel pediu, levantou e forçou um sorriso – Vocês precisam conversar. Eu já vou.

– Fique Rachel. – Russel mandou – Você também faz parte disso.

– Olha pai, eu...

– Você não ouviu tudo o que o medico falou Quinn. E você perdeu o mais importante.