O incrível mundo de Katheryn escrita por Plum


Capítulo 3
2.5 - Maldita Insônia


Notas iniciais do capítulo

Primeiro: RAIO, VOCÊ É O CARA.

Okay... :DD Eu sei que eu demorei, tá gente? ;u; Desculpa, viu? Foi minha semana de provas, então a Clarinha aqui esteve ocupada. Mas eu tirei só notas boas, então vou escrever mais para vocês o Nos vemos lá embaixo ;)

Ps: Esse capítulo é um shounen-ai, se não gosta, você não é obrigado a ler. Se gosta, boa leitura o/



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2.5 - Maldita Insônia

O jovem de cabelos azulados se revirava em sua cama, tentando achar uma posição confortável para dormir. Ele não podia acreditar, dali alguns dias ele ficaria um tempão sem ver sua melhor amiga... Se sentia sozinho, esquecido, mesmo antes dela ir embora.

Sentou-se e passou as mãos pelos cabelos. Desceu as escadas, e foi tomar seu décimo copo de leite quente da madrugada. Andou em círculos pela cozinha, até bocejar e decidir-se aonde poderia dormir em paz. Pegou um pequeno molho de chaves que estava na mesinha de centro na sala, e vestiu um casaco marrom sobre o pijama, para logo se dirigir à porta.

Cinco minutos depois, ao chegar em seu destino, encaixou a chave na fechadura, girando-a e abrindo a porta do apartamento. Ficou bem surpreso ao ver que não havia ninguém no local. Era muito raro aquilo... Tanto que rondou o lugar por inteiro, para se convencer de que não havia mesmo alguém lá.

Fez um bico emburrado. Alexy queria que tivesse alguém lá. O azulado queria que ele estivesse lá. Queria abraçá-lo, poxa... Mas não, justo hoje ele TINHA que fazer hora extra. Bocejou e foi para o quarto de paredes verdes, e ao entrar no mesmo, se aconchegou nas cobertas pretas da cama e adormeceu.

Kentin chegou morto da faculdade. Aquela semana de provas e seminários definitivamente acabavam com ele. Ao notar a porta aberta de seu apartamento, quase teve um surto, com a possibilidade de terem assaltado sua casa, mas suspirou aliviado ao notar os móveis e aparelhos elétricos e domésticos intactos.

Foi para a cozinha e bebeu dois copos d'água, para logo depois ir ao seu quarto e, deparar-se com figura conhecida, totalmente esparramada por sua cama, dormindo e roncando. Riu ao ver o moço lá, e trocou as roupas que usava pelo pijama, aconchegante e quente.

– Vai para lá, seu espaçoso. A cama é minha - reclamou, empurrando Alexy um pouco para o lado. Sorriu ao notar que o menor apenas virou-se para a outra direção, e continuou a dormir. O de cabelos castanhos riu, e abraçou o namorado, e logo cobriu-os novamente.

Alexy acordou com cheirinho de café e waffles. Bocejou e espreguiçou-se, como fazia todas as manhãs. Era sábado, então não tinha que se preocupar com a biblioteca. Se jogou novamente na cama, ao mesmo tempo em que alguém adentrou o quarto.

– Já acordou? - perguntou, vestindo um avental azul, e um pano de prato em suas mãos.

– Não... - Alexy respondeu, sonolento. Fazendo o maior franzir seu rosto, como se dissesse “por que eu perguntei?”, mas o azulado corrigiu, antes que o outro fosse embora. - Espera, Kentin!

– O que foi? - interrogou, sem paciência.

– … Me carrega? - pediu, com um biquinho manhoso se formando em seus lábios.

Depois de um olhar estreito, Kentin suspirou vencido. E sentou-se na cama, enquanto o azulado subia em suas costas.

O moço sorriu, abraçando o pescoço dele com os dois braços. E depositando sua cabeça nas costas dele, e antes de um quase cochilo, fora jogado no sofá.

– AI! - exclamou.

– Quem manda entrar na minha casa UMA DA MANHÃ, deixar a porta ESCANCARADAe ocupar TODO O ESPAÇO DA MINHA CAMA? - gritou, meio divertido, meio impaciente, enquanto colocava achocolatado em um copo.

– Mas... Eu só queria ficar com você - resmungou, massageando a cabeça que bateu no sofá. - Não posso passar um tempo com meu namorado?

– Pode, mas uma da manhã, Alexy? - serviu os waffles com geléia de blueberries em um prato, e colocou um garfo e uma faca ao lado do mesmo. - Vem comer.

Logo foi pra cozinha, e se deliciou com o café da manhã maravilhoso que Kentin fizera. O maior ficava feliz em vê-lo assim, e começou a comer também.

– Ah, Alexy. Estava pensando... Quando vai me apresentar aos seus pais? - perguntou, fazendo o dono dos olhos róseos engasgar com a comida.

– Espera... O quê? - indagou, tentando assimilar.

– É. Nós namoramos há quase um ano, nada mais justo que seus pais me conhecerem, certo? - colocou mais um pedaço de waffle na boca, não entendendo o porque daquele pequeno alvoroço.

– Bem... Meus pais são ocupados, sabe? – sorriu amarelo, tentando disfarçar a situação, sem contato visual.

– Alexy, olha para mim - sua voz saiu séria.

– … - Ergueu os olhos, como um cãozinho. - O que foi? - interrogou, manhoso.

O dono dos olhos verdes ficou encarando o das orbes róseas. Ficaram assim por cinco minutos, até Alexy suspirar vencido.

– Tá bom, vou ligar para ela - falou, levantando-se. O que fez Kentin revelar um sorriso vencedor.

Discou o número da casa dos pais, e a voz que atendeu já era velha conhecida pelo dono dos cabelos tingidos.

– Alô? - era Armin, irmão gêmeo de Alexy e ex-namorado de sua melhor amiga.

– Armin! - exclamou.

– Ahn, oi Alexy... - cumprimentou-o, com a voz um tanto embriagada pelo sono. - O que aconteceu?

Antes de responder, ele pode ouvir um bocejo vindo do irmão. Imaginou que ele acordara por causa do barulho do telefone.

– Mamãe está aí? - perguntou.

– Está sim, vou passar para ela – respondeu, chamando a mãe alto, longe do telefone. Pequena foi a espera.

– Olá, querido! – logo uma voz doce surgiu do outro lado da linha. - Como você está, Alexy?

– Estou bem, mamãe... – sorriu, como se ela fosse capaz de ver. - Er... Eu poderia visitar vocês amanhã? Eu quero apresentar uma pessoa...

– Oh, claro querido! Faz tanto tempo que você não vem aqui em casa! - disse ela, contente. - Eu vou comprar uma melancia!

Alexy foi surpreendido com um beijo na bochecha por Kentin, que sussurrou um “vou comprar o almoço” em seu ouvido. O que fez com que um rubor surgisse na face do menor.

– Filho?

– Ah, sim? T-Tudo bem mamãe! Adoro melancia, haha – respondeu, um pouco sem jeito.

Trocou mais algumas palavras com a mãe, e após desligar o telefone, suspirou preocupado.

Ao ir pra casa da mãe de Alexy, os dois optaram por ir de metrô ao invés de carro. Kentin segurou em uma barra que se localizava no teto do transporte, e Alexy fez o mesmo, porém em uma barra fixa ao chão.

E após uma parada brusca do metrô, o de cabelos azulados quase foi em encontro ao chão, se Kentin não tivesse envolvido seu braço esquerdo na cintura dele.

– Alexy, você está bem? – preocupou-se.

Ah, esqueci de mencionar. Alexy tinha algo um tanto em comum com sua amiga Katheryn: ao estar perto da pessoa amada, o coração falhava uma batida, para parecer uma escola de samba animada, logo depois.

– E-Estou? E-Estou sim! - respondeu, totalmente vermelho e com muito esforço, tentando pronunciar as palavras emboladas em sua boca. Não gostava exatamente disso em si.

Após chegarem ao bairro destinado, o azulado continuava vermelho e apreensivo. Seus pés se encontravam andando sem ritmo, e os dedos estralando uns aos outros.

– Alexy - Kentin chamou-o, percebendo o jovem totalmente nervoso.

– Ahn? Q-Que foi?

– Vai dar tudo certo - pronunciou gentilmente, acariciando os cabelos da nuca dele, o que deixou Alexy ainda mais corado do que antes.

Kentin se deparou com uma casa muito bonita, e de tamanho considerável. Era de cor verde e branca, e tinha dois andares. Além disso, lindas janelas brancas com flores nos batentes decoravam-na, e um enorme jardim na fachada do lar.

– Vem Kentin, pode entrar - falou, entrando como se morasse ali ainda.

– Filho! - a mãe dos gêmeos apareceu na sala de estar, assim que eles entraram, abraçando o filho. Ela tinha os cabelos negros chegando até a cintura, levemente encaracolados. E os olhos azuis como uma piscina límpida, que combinavam com a pele quase cor de papel. O corpo definido para alguém com mais de quarenta anos, estava coberto por um vestido rosa, com um avental branco por cima. - Cresceu tanto... Está tão bonito!

– Mamãe, eu venho aqui toda semana... - respondeu, com as bochechas sendo apertadas pela mãe.

– E quem é o seu amigo? - sorriu, olhando para Kentin. - Ah, como ele é lindo! Prazer, o meu nome é Rose!

– É um prazer, senhorita. Meu nome é Kentin - cumprimentou-a, beijando-lhe a mão.

– Oh, ele é tão educado! Entrem por favor! Acabei de fazer biscoitos de chocolate! – sorria, adentrando mais a casa. Armin descia as escadas, ainda de pijama.

– Ahn... Oi - acenou, sorrindo. - Eu sou Armin, irmão gêmeo do Alexy.

– Olá - Kentin sorriu, e acenou de volta.

O moreno foi para a sala, pegar algo pra comer, e assim voltar pro quarto e trabalhar, testando jogos novos da empresa, enquanto Kentin, Alexy e Rose se dirigiram à sala de jantar.

– Ah... Fico tão feliz que Alexy tenha feito novos amigos - exclamou, colocando um prato de biscoitos de chocolate na mesa. - Sabe, ele nunca teve tantas amizades além de Katheryn, mas isso se deve ao fato de eles se conhecerem desde o colégio, certo?

– Mãe, sobre isso... - interveio, porém, foi interrompido.

– Então Kentin, com o que você trabalha? - perguntou-lhe.

– Ah, por enquanto eu estou terminando a faculdade de Educação Física, e trabalho como professor ginasial e colegial, em período integral. Deixo pra estudar pela noite - explicou, calmamente. Como ele conseguia ficar tão calmo? Era a pergunta que ecoava na cabeça de Alexy, o qual batia os pés e estralava os dedos a todo momento.

– Entendo... É um trabalho muito bom! Você deve se divertir bastante com as crianças! - apoiou sua cabeça em suas mãos, que já estavam sobre a mesa.

– Sim, eles são bem obedientes. Gostam de mim, e eu gosto delas - colocou um biscoito na boca, após a última frase.

– Mamãe... Posso falar com você na cozinha? - o azulado interrompeu, levantando-se antes que fosse cortado novamente.

– Oh, claro filho! - assentiu, seguindo-o.

Após uma conversa de aproximadamente dez minutos, que logo se tornara uma intensa discussão, Rose olhou torto para Kentin.

– Eu não aprovo isso, Alexy. Você sabe, eu nunca aprovei - reclamou. - E se eu fosse você, seria esperto e acabava com este namoro, antes que comecem a falar mal pelas minhas costas – ia saindo da cozinha.

O azulado por sua vez, rangeu os dentes e cerrou os pulsos.

– Ok. Eu vou indo, tchau mamãe – saiu da cozinha também. Não seria grosso com sua mãe, afinal, ainda era sua mãe. Simplesmente colocou as mãos no bolso da calça, e saiu de casa, passando pela sala de jantar e Kentin.

Um pouco surpreso com a atitude de Alexy, o moreno convidado arregalou os olhos, para depois piscá-los duas vezes. Agradeceu pelos biscoitos, e correu pra porta, tentando alcançá-lo.

Alexy estava sentado na cama do namorado, abraçado ao travesseiro de plumas de cisne e chorando. Por que sua mãe simplesmente não aceitava sua sexualidade? Ela não o amava, não importava o que fosse, afinal?

O dono da cama adentrou no quarto.

– O que foi, Alexy? - ele sentou-se na beirada do colchão, pronunciando as palavras com certo cuidado. Estava calmo, o que surpreendeu o azulado.

– Você viu o que minha mãe fez?! Viu como ela te olhou?! - reclamou, ainda com a cabeça afundada no travesseiro. – Minha família só vai te trazer problemas.

Alexy surpreendeu-se com o terno beijo na testa que recebeu, corando e se arrepiando, tirando o travesseiro da cara.

– Alexy... Por que você se preocupa com isso? - perguntou. - Eu te amo, e não estaria com você se não nutrisse esse sentimento, certo?

– E-Eu me preocupo porque... P-Porque... - gaguejou, mas acabou sendo vencido pelo maior.

Kentin estava certo. Alexy não tinha que se preocupar com coisas banais, como a opinião das pessoas. Ele tinha pessoas que o amavam, independentemente de sua sexualidade. Eles o amavam, pelo que ele era.

– Alexy.

– O que?

– Eu te amo.

– M-Mas como você tem certeza que é amor?

– Porque toda vez que eu te vejo, eu perco o ar - riu, o que fez o azulado adquirir tonalidade rubra pelo rosto.

– Isso se chama asma, Kentin! - respondeu, ainda vermelho.

– Então, eu te “asmo”.

E beijou-o.

Não importa os seus gostos, sua raça, sua sexualidade. Seja feliz, pois há pessoas que te amam, pelo que você é.


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Notas finais do capítulo

Notinha da Beta:
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAW, essa última parte, tão gay, haha ♥ Só não amei mais ainda o cap, porque não foi meu otp lindo CasNath (cof, cof). E porque não teve beijo antes (cof, cof, cof, cof) e porque... (*crise de tosse*) Não se tem o que fazer, sou fujoshi. ;^; OUAEHOUAEH Mas achei bem meigo, QUEM CONCORDA QUE TEM QUE TER UMA PARTE 2 EM QUE O KENTIN SAMBA NA CARA DA MÃE DO LEXY, LEVANTA A MÃO!1 Parei. Enfim, espero que tenham gostado também, assim como eu. ♥♥♥ Ah, e não fui eu quem influenciou ela á escrever esse shounen ai, ok? Ok. Mas que achei uma graça... Ah, se achei. ♥
Beijos da Raio chan, até a próxima. o/

—----

Bom, pessoal. O que eu vou falar aqui é um assunto um tanto sério.

O que aconteceu com o Alexy no capítulo é uma coisa que vários jovens enfrentam em suas vidas, a rejeição dos pais apenas por ter uma sexualidade diferente do comum. Não vou falar muitas coisas aqui, mas recomendo o post do meu incrível amigo Haos Cyndaquil no blog dele (Aventuras em Kalos) sobre o amor. “O Amor tem limites?” se não me engano, é este o nome.

Reflita um pouco, se você é uma pessoa que faz algo como a mãe do Alexy, odeia homossexuais e não admite que eles existam, eu te peço uma coisa: Respeito para as pessoas que tem uma sexualidade diferente da nossa. Imagine-se no lugar de uma pessoa assim, não ser aceita pela sociedade, ser vista como um estranho, só porque você ama?

Bem, pessoal. É isso, espero que tenham curtido o capítulo. E lembrem-se: Você não é obrigado a gostar de shounen-ai/yaoi/shoujo-ai/yuri, mas respeito é bom, e todo mundo gosta, né? ;)

Um beijão, e até quinta/sexta que vem o/



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