O incrível mundo de Katheryn escrita por Plum


Capítulo 2
Brinquedos e Lembranças


Notas iniciais do capítulo

Olá novamente pessoal (:
Estou trazendo o segundo capítulo da fanfic, e peço desculpas pelo atraso. Minhas aulas começara, então: Provas e Trabalhos.
Os capítulos serão postados quintas – sextas feiras. Depende da minha disponibilidade. Quando eu não postar, postarei na semana seguinte explicando o atraso.
O capítulo contém traços de “O Fabuloso destino de Amelie Poulain”.
Boa leitura a todos ;)



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Brinquedos e Lembranças.

Katheryn abriu o livro lentamente. Tratava-se de algo antigo e delicado, então, todo cuidado possível era necessário. Ao abrir, o cheiro de pó espalhou-se por todo o local, fazendo Alaska soltar um espirro, assim como a dona.

O livro era de grossura considerável. As páginas envelhecidas pareciam estar manchadas de café, e as letras eram pequeninas, porém, legíveis.

Ao virar a página de índice, Katheryn deparou-se com algumas palavras do autor:

Querido Leitor,

Após cinco anos de trabalho, venho-lhes trazer esta obra feita com muito carinho, dedicação e esmero. Neste livro, falarei como era a vida de algumas crianças judias durante a Segunda Guerra Mundial. Como uma criança condenada pelo nazismo tentava se adequar a todas as mudanças que ocorriam em sua família? […]

Desejo uma boa leitura a todos.

Com carinho, Adam Adkins”

As palavras contidas naquele livro eram emocionantes e chocantes. Continham o relato de várias crianças judias, com todo tipo de história: separadas de suas famílias, que conseguiram fugir de trem, se passando por outras pessoas, etc. Porém, uma história em especial chamou a atenção de Kath. A história do jovem Augustus.

Katheryn sentiu um aperto no peito quando leu a seguinte frase:

... tudo o que eu realmente quero, é poder ver meus pais novamente! E dar um grande abraço nos dois! […]

Augustus”

Algumas lágrimas escorreram pelo rosto da jovem. Como poderia existir alguém tão mal, a ponto de matar os pais de uma criancinha de oito anos, que não tinha nada e ninguém? O que a mais emocionou foi a descrição do garotinho de um brinquedo seu:

Ah, eu gosto muito do Teddy! Ele foi a única coisa que eu trouxe, quando a titia me colocou naquele trem grande e espaçoso. Ele tem o cheirinho da mamãe, e o papai que me ajudou a fazê-lo, então, eu posso lembrar dos dois sempre! [...]”

Kath acordou com fortes batidas na porta. E foi só aí que ela percebeu que tinha dormido enquanto lia.

– KATH! ACORDA MULHER! - Alexy batia na porta do quarto desesperadamente.

Ela se revirou nas cobertas, espalhando ainda mais o edredom que tratava de cobrir e aquecer seu corpo. Alaska já havia saído da cama, para latir feito uma doida na porta. Aos poucos, a jovem levantou-se e dirigiu-se lentamente à porta, com os cabelos bagunçados e o pijama amassado.

– Ai... O que foi Alexy? - perguntou sonolenta quando abriu a porta e coçou o olho com o punho. - Ainda são cinco da manhã...

– Cinco da manhã uma vírgula! - exclamou. - São oito e meia! Daqui meia hora a biblioteca abre!

– Hoje é domingo Alexy... A gente não abre a biblioteca... - voltou pra cama e se jogou.

– Hoje não é domingo, é terça-feira! - afirmou, perdendo a paciência. Depois de alguns segundos, suspirou pesado e pegou a amiga no colo, levando-a pro banheiro. - Entra nesse chuveiro e toma um banho, depois a gente conversa. Você só acorda com um bom banho!

Alexy botou a garota no chão, jogou uma toalha branca no banheiro, e fechou a porta. Abriu as portas do armário branco da garota, e começou a procurar algo para ela vestir. Se deparou com um lindo vestidinho de cor turquesa, com um laço roxo enfeitando-o. Colocou o mesmo sobre a cama de Kath, junto de uma sapatilha de cor verde-água bem clarinho. Sorriu satisfeito com a combinação, e saiu do quarto, para aguardar a dona da casa.

...

Após um bom banho, Katheryn saiu do banheiro coberta com a toalha branca que Alexy jogara para ela. Não pode deixar de abrir um sorriso ao notar o vestido turquesa em sua cama. Vestiu as roupas escolhidas pelo amigo, descendo as escadas logo em seguida – acompanhada fielmente por Alaska.

Alexy já estava abrindo a biblioteca, quando viu a amiga descendo das escadas.

– Não sei o porquê de você ter parado de usar vestido, depois de terminar com o meu irmão - suspirou indignado, olhando para ela. - Olha essas pernas! São lindas! Cadê a celulite?

– Alexy... - girou os olhos rindo, sentando na sua cadeira. - Não é que eu não tenha celulite, eu só malho para elas sumirem - mostrou a língua para ele, que sentou-se em sua poltrona laranja ao lado de Alaska.

Logo, os clientes lotaram a biblioteca, que de tão silenciosa, o único som que se ouvia era o de passos pelo local. Kath e Alexy os atendiam, e a atenção da garota era revezada entre os clientes, e o livro em suas mãos.

– Vou comprar o almoço Kath, já volto - informou o de cabelos azuis, colocando seu casaco bege e dando um beijo na bochecha da amiga, que retribui o gesto (não tirando atenção de seu livro, lógico). Saiu do estabelecimento, para enfrentar o frio de Londres.

Após mais meia hora de leitura, a jovem acabou deitando em cima do livro com as páginas abertas. Sua boina caiu sobre seu rosto, bagunçando levemente os cabelos castanhos.

Pode jurar que sentiu um cheiro familiar de comida, antes de adormecer.

Flashback On

– Vovô! Vovô! - a garotinha de cabelos castanhos saltava alegremente, ao lado do senhor de idade. Ele se encontrava preparando pequeninos cubinhos feitos de uma mistura de batatas e farinha, e os jogando em uma panela de água fervente. Os olhos liláses da menininha brilhavam, e suas marias-chiquinhas pareciam saltar junto com ela. - Quando vai ficar pronto? Diz, vai!

– Acalme-se, Katheryn! Logo, logo, o nhoque vai estar prontinho! - acariciou os cabelinhos dela com sua mão já com rugas por conta da idade. - Sente-se lá, que o vovô vai colocar seu prato na mesa.

Ela assentiu, e sentou-se na cadeira de madeira, segurando a colher de plástico.

– Aqui está - o senhor de cabelos grisalhos, colocou o prato da massa com molho de tomate na mesa, e a pequenina começou a saborear a deliciosa refeição.

– Vovô, eu te amo! - sorriu, colocando outro nhoque na boca.

– Ah Kath... Você tem um grande futuro pela frente... - retribui o sorriso, enquanto acariciava os cabelos da netinha.

Flashback Off

– Kath! Kath! - Alexy cutucava o rosto dela, com um pacote em mãos.

– Ã-Ãhn...? - esfregou os olhos, notando-os úmidos por causa da soneca. Colocou sua boina de volta na cabeça, e olhou para o amigo. - O que foi?

Ele a fitou meio preocupado, e colocou o prato de comida sobre a mesa: Nhoque com molho de tomate.

– Seu favorito - sorriu pequeno.

– Alexy, eu te amo, sabia? - Katheryn sorriu de volta.

– Sabia. E é recíproco. - riu um pouco convencido, apertando uma das bochechas da moça. - Agora come logo, que temos que abrir a biblioteca.

A acastanhada saboreou o alimento. Não era tão bom quanto o que seu avô fazia, mas mesmo assim era bem gostoso. Alexy colocou ração em um pote para Alaska, com alguns pedaços de carne. Após terminar sua refeição, Kath ficara com o rosto um pouco sujo de molho.

– Kath... - os olhos rosados do moço se reviraram. - Realmente, você não come, você espalha! - o azulado suspirou, apontando para o rosto dela. - Você tá toda suja.

– Que exagero - limpou o rosto com um paninho branco. - Vem, vamos voltar para o trabalho.

E girou a plaquinha de “fechado” para “aberto”.

Alexy tirou o casaco do cabide, e vestiu-o. Se surpreendeu com as palavras que a amiga falara em seguida.

– Alexy, eu não vou abrir a biblioteca amanhã, tudo bem? - exclamou. - Eu estou sem dormir bem faz dias... Vou arrumar aqui, ler um pouco. E você está merecendo um dia de folga.

– Tem certeza, Kath? - perguntou, preocupado. - É por causa do meu irmão?

– Não, não é por causa do Armin - sorriu, procurando tranquilizá-lo. - Eu só preciso de um tempo para mim mesma, tudo bem?

– … - Não respondeu de princípio. - Okay. Se acontecer qualquer coisa, eu estou aqui. - acabou sorrindo, beijando-lhe a testa, e saindo do local.

E no dia seguinte, depois de uma noite bem dormida, Kath começou a limpar sua casa. Ela havia terminado o livro composto pelas lindas – e ao mesmo tempo, dolorosas – palavras das crianças judias. Esperava que elas estivessem bem após terem sofrido tanto. Mas fazia tudo com um grande sorriso, no livro tinha uma ótima notícia: as crianças haviam escondido seus brinquedos favoritos, fazendo com que eles ficassem seguros.

A acastanhada estava louca pra fazer as malas, cair no mundo, e procurar todos os brinquedos, para devolvê-los um por um..

Ok, mas... Como ela faria isso? Sentou no chão, e apoiou as costas em sua cama, um pouco deprimida.

– Ai vovô... O que eu faço? - olhou para cima, como se conversasse com o avô – esperando que ele estivesse no céu.

Ouviu um latido já conhecido, vindo do banheiro.

– O que foi Alaska? - virou o rosto para o lado, e levantou-se, saindo do cômodo.

A cadela latiu mais uma vez, apontando com o focinho para um azulejo um tanto desprendido da parede do banheiro.

– Calma, garota! - Kath se abaixou, tirando o azulejo de lá. Viu um pequeno orifício na parede, e ao enfiar a mão lá dentro, tirou uma chave dourada e suja de poeira.

Tirou um pouco do pó contido na chave, e se deparou com um pedacinho de papel, preso á chave por uma cordinha: “Abra o armário do porão”.

Kath apertou seu avental com uma das mãos. E por um momento Alaska se espantou com a dona saindo correndo para pegar o livro “Nossas Memórias”. Quando o abriu, foi logo para a última página, onde se encontrava escrito: “Abra o armário do porão” em manuscrito.

Sorriu ao girar a chave dourada nos dedos.

...

Katheryn desceu até o porão da biblioteca, acompanhada de Alaska. Deu um grito ao notar uma barata saindo do mesmo, mas respirou fundo e continuou descendo as escadas. Suspirou aliviada ao sentir o interruptor de luz, acendendo uma lâmpada antiga e meio fraca, que se encontrava no teto. Ao avistar o armário de madeira maciça, foi até ele rapidamente – enquanto Alaska corria da barata, ou com medo, ou com vontade de brincar.

Encaixou a chave na maçaneta e girou-a. Ao abrir, seu coração quase saltou para fora de emoção.

Ursinhos de pelúcia, bonecas, trens de brinquedo... Todos os responsáveis por alegrarem as noites sem dormir nos becos dos pequeninos narradores de “Nossas Memórias”.

– Alaska! Eu já sei para onde vamos viajar nestas férias!


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Notas finais do capítulo

Notinhas da Beta~~

Olá novamente. o/ Estava ansiosa pelo momento em que a Kath acharia os brinquedos, aw. >< Fofo, sem mais! E Alexy sempre Alexy, escolhendo a roupa dos outros, haha... Espero que gostem do capítulo. Não fiz quase nada, novamente.
Beijos da Raio-chan~

Katheryn Bells

Dona de seus vinte e três anos recém completos, Katheryn é uma moça sonhadora e carinhosa. Fazendo com que as pessoas gostem de conversar com ela, e frequentar sua biblioteca. Perdeu os pais muito cedo em um acidente de carro, ficando assim com seu avô, Henry Bells, o qual encantava a garotinha com suas histórias de aventura.
Nutriu uma paixão secreta por Armin – irmão gêmeo de seu melhor amigo, Alexy – aos quinze anos. Após um ano, ela finalmente decidiu declarar-se, recebendo uma resposta positiva do rapaz. Seu término recente com ele, ainda a deixa abalada.
Após achar um livro misterioso, e um armário repleto de brinquedos, a garota empenha-se a devolvê-los a seus respectivos donos.
Seus melhores amigos são Alexy e Kim, ambos Kath conhece desde o colégio.



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