“I don’t understand it, tell me how could you be so low?

You’ve been swinging after the bell and after all of the whistle blows

Tryin’ to go below the belt, through my chest

Perfect hit to the dome

This ain’t the girl I used to know, no, not anymore”

Edward's Pov

Segunda-feira. Acho que nunca achei esse dia tão bonito.

Acordei cedo, e me peguei assoviando enquanto procurava uma roupa para ir a pool party na casa dos Swan, enquanto tentava desfazer a desordem que era o meu cabelo, e enquanto entrava na cozinha para tomar café-da-manhã. Eu estava realmente animado.

– Bom dia, mãe. Bom dia, All. – As cumprimentei com um beijo no alto da cabeça de cada uma, antes de me sentar e me servir de umas panquecas com calda de chocolate feitas por minha mãe e de um copo de suco. – Bom dia, Ness... Nessie?

– Culpa da Alice. – Ela deu de ombros, e eu assenti, não perdendo o bom humor.

– Onde está o Edward que eu conheço e amo? – Alice franziu o cenho, com um sorriso.

– Bem aqui. – Sorri torto para ela, e comecei a comer.

– E qual seria o motivo de toda essa alegria? – Esme perguntou, sorrindo para minha animação.

– É a primeira segunda-feira de três meses sem aulas.

– O que pretende fazer hoje? – Ness perguntou.

– Surfar. – Menti. O que era inútil, já que as três estariam na casa dos Swan, e me veriam chegar, sozinho.

A não ser...

– Cadê o Emmett?

– Acha mesmo que ele acordaria antes das onze, durante as férias? – Alice arqueou as sobrancelhas. – Está treinando arremessos com o papai na quadra. Como sempre.

– Muito engraçado, baixinha. – Murmurei sem sorrir. – Vou ver se ele quer ir comigo.

Engoli meu suco em um único gole, me despedi de minha mãe e minhas irmãs, e me dirigi aos fundos da casa, onde Carlisle e Emmett brincavam de luta.

– A mãe ficaria super feliz se os visse assim. – Chamei a atenção dos dois para mim.

– Bom dia filho. – Carlisle cumprimentou, e eu acenei com a cabeça. – Não conte para sua mãe.

– Prometo. – Dei minha palavra.

– Aí, cabeça de fósforo, quer encarar? – Emmett flexionou seus músculos enormes.

– Estava pensando em encarar umas ondas, vamos?

– Agora. – Ele se animou. – Foi mal, pai. Na próxima eu deixo você ganhar. Avisa pra mãe que eu saí com o Edward. Vamos, cabeçudo.

Carlisle acenou para nós e nós corremos para a garagem. Prendemos nossas pranchas no teto do jipe de Emmett, e logo nós estávamos na estrada em direção a Coconut Grove Beach.

– Pensei que você fosse a festa na casa dos Swan. – Ele comentou, os olhos na estrada.

– E vou. – Garanti. – Nós vamos, aliás.

– Não peguei essa. – Ele franziu o cenho. – Nós não íamos surfar?

– Foi um pretexto, Emmett. – Revirei os olhos. – Alice não pode saber que eu sei da festa, porque eu não fui convidado. Mas, se você, mais tarde, na hora da festa, lembrar que era hoje, não vai ter problema se eu aparecer, porque eu vou estar te acompanhando. Não vai ser surpresa você ter esquecido, já que você não é conhecido por ter boa memória.

– Até que você é inteligente, cabeçudo.

– Eu sei. – Dei de ombros, convencido.

– Não deixe que isso suba a cabeça... Tarde demais. – Zombou.

– Vá para o inferno, Emmett. – Mandei, e ele riu.

Para falar a verdade, nós pegamos mesmo algumas ondas, mas era só para passar o tempo enquanto não estava na hora da festa. Eu estava realmente ansioso.

Almoçamos em um dos restaurantes da orla e, finalmente, estava na hora de ir para a casa dos Swan.

O problema era que nós devíamos esperar pelo menos uma hora e meia para chegar, já que Emmett supostamente havia esquecido da festa. O que era a maior mentira do século, uma vez que Emmett nunca esquecia uma festa.

– Boa tarde, senhora Swan. – Emmett cumprimentou, assim que Renée abriu a porta para nós.

– Boa tarde, Emmett. Edward. – Ela sorriu para nós, e nós sorrimos de volta. – Pensei que não vinham. Entrem.

O som alto de You Make Me Feel, do Cobra Starship, nos atingiu assim que entramos na casa, e Renée nos guiou até os fundos, como se nós não conhecêssemos aquela casa de ponta cabeça.

Me senti ser fuzilado com os olhos, e franzi o cenho confuso para Emily, Kate e Claire, as “atiradoras”. As três pareciam querer me ver morto, e eu me perguntei o que havia feito para elas.

Emmett me deixou sozinho para fazer o que fazia melhor – correr atrás de Rosalie –, e eu fiquei perdido por um tempo, antes de meu braço ser puxado, e eu ser arrastado para dentro da casa.

– Pronto. Você está aqui. – Tanya sibilou. – Satisfeito? Quer que Emily, Kate e Claire arranquem meu pâncreas?

– Fique tranquila. – Tentei tranquiliza-la. – A culpa por eu estar aqui é de Emmett, se alguém disser algo.

– O que? – Ela franziu o cenho.

– No caso, Emmett e eu fomos surfar e passaríamos o dia na praia, mas aí ele lembrou da festa, e como eu estava sem carro, aqui estou.

Tanya vacilou.

– Bem, é uma história convincente. – Ela assentiu. – Não vou te mandar embora porque não é educado. Então, fique a vontade, e não faça besteira.

Dizendo isso, ela voltou para o lado de fora, e, quando estava prestes a segui-la, eu vi Bella descendo as escadas, falando ao celular.

Seus cabelos loiros estavam presos em uma trança estranha e de aparência complicada. Vestia uma camisa jeans aberta e um biquíni estampado com a bandeira dos Estados Unidos. Usava sandálias rasteiras de grife nos pés, e um Ray Ban Way Farer de armação preta nos olhos.

Percebi que ela falava em italiano, e aquilo era sexy como o inferno.

Para falar a verdade, Isabella Swan estava exalando sensualidade por seus poros. E, pelo amor de Deus, ela tinha quinze anos!

Ela é a sua melhor amiga, o que você está pensando? Uma partezinha sensata da minha mente me repreendeu.

Apenas o que qualquer ser do sexo masculino nessa festa percebe há anos luz de distância, a parte menos civilizada, a que ganhava, rebateu, e eu estava ficando louco.

Eu estava ouvindo vozes em minha cabeça, santo Deus!

Não resisti ao impulso de segui-la, e a encontrei sorrindo de verdade, enquanto procurava algo na geladeira, ouvindo o que quer que a pessoa que estava do outro lado da linha falava.

TKO – Justin Timberlake

– Preciso ir agora, querido. – Lamentou em italiano, e pegou uma garrafa de água. – Rose está dando uma festa de boas vindas para mim e os outros na piscina, e eu ainda não dei as caras por lá. Me deseje sorte. – Ela ouviu por uns segundos. – Beijo. Até mais.

– Oi, Bella. – Cumprimentei, quando ela desligou o telefone, e Bella arfou audivelmente de olhos arregalados, quase derrubando seu I-Phone 5s e a garrafa d’agua em suas mãos.

Nos encaramos por um tempo. Bella ainda respirava com dificuldade, os olhos verdes arregalados, tamanho havia sido seu susto.

Eu queria poder abraçá-la, e dizer que senti sua falta, mas precisava primeiro que ela se acalmasse, antes que tivesse um ataque cardíaco na minha frente. A garota parecia ter visto um fantasma.

Estava começando a pensar que seus olhos nunca voltariam ao tamanho normal, quando ela me respondeu.

– Edward! – Deu um sorriso, e eu retribuí, alegre.

– Como foi a viagem? – perguntei.

– Foi ótima. – Abriu ainda mais o sorriso que eu adorava. – Realmente maravilhosa.

– Fico feliz que tenha gostado. – Mas feliz ainda que você tenha voltado. Embora eu nunca tenha sido convidado para te visitar com as minhas irmãs. – Senti sua falta.

Então, seus olhos endureceram, e eu vi uma sombra de maldade passar por eles.

– Sério? – Perguntou, e sua frieza me fez vacilar.

Onde é que a Bella de dez segundos atrás havia ido? O que aconteceu com a minha melhor amiga?

– É. – Murmurei, os olhos arregalados para sua súbita mudança de humor.

– Eu adoraria poder sentar e conversar mais, mas não tenho tempo para isso. Tente mais tarde.

Dizendo isso, ela desfilou – não havia outro jeito de descrever o jeito que ela andava – para os fundos, me deixando com cara de idiota encarando o lugar que ela estava instantes antes. O que havia sido aquilo?

Demorei alguns segundos para me recuperar do choque, e quando o fiz, rumei para o lado de fora da casa, disposto a pedir uma explicação.

Eu só não estava preparado para ver Bella sorrindo amigável para Jacob. Aquilo foi como um soco na boca do estômago.

Ela me encarou por cima do ombro de Jacob, percebendo que eu a encarava, e abriu um sorriso... Maldoso. Não conseguia achar uma descrição melhor para aquele sorriso, ou para aquela encarada.

– Surpreso? – A garota loira com sotaque italiano perguntou, quase me matando de susto.

– Um pouco. – Menti.

– Bella não é mais a garota que você conheceu, Edward.

– Desculpe, eu te conheço?

– Sou Heidi Volturi. – Ela se apresentou. – Um dos motivos para Bella estar aqui de novo.

– Como sabe quem eu sou?

– Conheço toda a sua família, Edward Cullen. – Ela deu um sorriso. – Aliás, como eu não saberia quem é o... Melhor amigo da minha prima?

– Eu ainda sou o melhor amigo dela? – perguntei, sem acreditar muito.

– Isso só o tempo vai dizer. – Ela balançou a cabeça. – Sei que gosta dela, mas Bella é teimosa, e você sabe disso. Respeite o tempo dela.

Eu a encarei confuso.

– Foi bom conhecer você, Edward. – Ela disse e se afastou, antes que eu pudesse perguntar do que ela estava falando.

Será que todos sempre diriam as coisas pela metade? Qual era a porcaria do problema de contar a história toda?

Um garçom passou por mim, com uma bandeja cheia de bebidas, e eu peguei uma taça, engolindo tudo de uma vez, antes de devolver a taça, e me sentar em uma das espreguiçadeiras perto da piscina.

Alice estava dentro d’agua se divertindo com Megan Parker, Grace, Julia e Lyra Summers, e eu me perguntei onde Nessie estava.

– Hey, Edward! – Alice chamou, e eu a encarei. – Não vai entrar?

Eu só balancei a cabeça. Não estava mais em clima de festa.

Vez ou outra, eu me pegava olhando para onde Bella – ainda – conversava com Jacob. Ela sorria simpática para ele, pelo menos quando seu olhar não cruzava com o meu. Quando isso acontecia, eu via aquela expressão “como se pudesse matar” em seu sentido literal.

Bella se movia de um jeito letal. E Jacob – quem diria, meu melhor amigo – a seguia feito um cachorrinho. Talvez movido pelo ritmo hipnótico de seus quadris. Ou pelo jeito que ela sorria para ele. Aquela realmente não era a garota que eu costumava conhecer. Não. Não mais.

– Fique longe dela. – Me sobressaltei ao ver Emily ao meu lado, me encarando mortalmente.

– Acho que Bella não precisa mais da sua proteção, Emily.

– Isso não quer dizer que eu não vá continuar protegendo-a com unhas e dentes. – Ela rebateu. – Bella e Kate são minhas irmãs gêmeas, não vou deixar que nada as machuque.

– Acho que você está me confundindo.

Ela soltou uma risada sem humor.

– Não estou não. – Discordou. – Volte para a sua cadela e deixe a minha irmã em paz.

– Eu não tenho nada com Lauren. – Disse, me lembrando que Tanya havia me dito que Emily pensava que eu e Lauren tínhamos algo. – E nem quero.

Emily vacilou, mas logo recompôs sua expressão assassina.

– Não acredito em você.

– Bem, você pode perguntar para qualquer pessoa da sua família se quiser uma confirmação.

– Não me subestime, Cullen. – Ela ameaçou.

– Nunca.

Ela me fuzilou com os olhos mais uma vez, e saiu desfilando – um pouco menos sensualmente que sua irmã, mas ainda assim sexy.

Era só o que me faltava. Arranjar briga com garotas de quinze anos. Onde é que eu fui parar. Edward Cullen, inimigo número um das irmãs da minha melhor amiga.

A noite chegou, e nada de a festa acabar. Pelo contrário, estava ficando cada vez mais animada.

Rosalie sabia como dar uma festa, e sua casa ajudava bastante. Quase todo o corpo estudantil de Braddock High estava reunido no quintal da casa dos Swan, e nem parecia que tinha tanta gente.

Quando escureceu, as luzes foram acesas, e Rose subiu no “palco” onde o dj estava.

– Boa noite, pessoal! – Ela cumprimentou animada. – Bem, primeiro eu quero dizer “Bem-vindas de volta” para as minhas irmãzinhas, Bella, Claire, Emily e Kate, e “Bem-vindos” para os meus primos Jane, Heidi, Gianna, Alec, Demetri e Felix, que chegaram da Itália sábado. Depois... Turma Senior de 2013, nós conseguimos! Parabéns para nós. Agora, cada um vai para um lugar diferente, começar sua vida, e isso é maravilhoso! E, por último, mas não menos importante... Quem está pronto para o karaokê?! – Perguntou, ainda mais animada, e todos fizeram barulho, se animando também.

Eu já previa a desgraça que seria aquele karaokê.

– Quem quiser participar, é só vir aqui escolher a música. Alguém se habilita?

A maioria dos convidados se amontoou perto do palco para escolher as músicas que cantariam.

– E aí? – Jacob perguntou, parado ao meu lado. – Não vai escolher uma música?

– Lembrou dos amigos, foi? – Perguntei.

Não que eu estivesse com raiva por ele ter passado o dia inteiro com a minha melhor amiga, ou algo do tipo. Só que, bem, eu fui ameaçado por uma menina de 15 anos.

– Foi mal, cara. – Ele se desculpou. – Só que conversar com Bella é legal, e ela é uma garota.

– Não diga. – Ironizei.

– Vá para o inferno. – Mandou. – O que eu quero dizer é que eu não posso passar meu tempo inteiro com você. Você é meu melhor amigo, mas é só isso.

– Já entendi! – Interrompi. – Aliás, o que você estava insinuando com “você é meu melhor amigo, mas é só isso”?

– Vai dizer que você não sabe? – perguntou. – Cara, eu sei que sou atraente. Não precisa esconder seu amor por mim. – Zombou.

– Vá se ferrar, Jacob. – Xinguei, enquanto o idiota ria da minha cara.

– You just gotta ignite the light, and let it shine, just on the night like the 4th of July!

– Santo Deus, o que é isso? – Ele perguntou, tapando os ouvidos, enquanto eu fazia o mesmo.

– Consequências de um karaokê.

Jessica Stanley tentava – repito: tentava – cantar Firework, mas estava muito ruim. Jessica cantava muito mal.

– Quem foi que deixou Jessica subir no palco? – Tanya apareceu do meu outro lado, de olhos arregalados.

– Não sei, mas eu quero que essa tortura acabe. – Reclamei.

E do jeito que começou, terminou. Mal. E Jessica ainda desceu do palco, sorrindo como se tivesse cantado exatamente como Katy Perry.

– Vocês viram Nessie? – perguntei.

– Está na sala de música. – Tanya respondeu. – Ela e Rachel.

– Vou atrás delas. – Avisei, e entrei na casa, indo direto para a sala de música.

Nessie estava com um violão no colo, e Rachel a escutava tocar.

– Está tendo karaokê lá fora. – Avisei.

– Edward? O que faz aqui? – Nessie perguntou.

– Emmett lembrou que a festa era hoje, e me arrastou para cá. – Dei de ombros.

– Nós ouvimos Jessica cantando. – Rachel arregalou os olhos. – Foi pavoroso.

– Por que vocês não vão lá fora mostrar como é que se faz?

– É melhor não. – As duas balançaram a cabeça.

– E por que não?

– Edward, olhe para nós. – Nessie disse. – Você acha que eles iriam apreciar que uma de nós subisse naquele palco?

– Nessie e eu somos losers, Edward. – Rachel disse. – O que é bem estranho, já que nossos irmãos não são.

– Vocês duas são ótimas. Eu acho que vocês deviam ir lá.

– Talvez numa próxima. – Nessie deu um sorriso fraco. – Mas, e você? Você também é um cantor muito bom.

– Não melhor que vocês. – Discordei.

– Mas, eu sei que você não está aqui para nos perguntar se nós não iríamos cantar. – Rachel observou, e eu a encarei surpreso. Nós dois não éramos muito próximos, apesar de seu irmão ser meu melhor amigo.

– Bella não foi muito receptiva com você, não é? – Ness conjecturou, com um sorriso triste, e eu assenti.

Minha irmã largou o violão, e bateu no espaço vazio ao seu lado, me chamando para sentar ali. Eu o fiz, e deitei minha cabeça em seu colo. Ness começou a mexer em meu cabelo.

Era estranho ter minha irmã mais nova me consolando. Era eu quem devia estar cuidando dela, e não o contrário. Nessie precisava muito mais de cuidado e proteção que eu.

Rachel nos encarava com um leve sorriso no rosto.

– Ela estava normal no começo. – Murmurei. – Mas, depois se transformou. E eu nem tive tempo de assimilar a mudança.

– Por que você não tenta falar com ela de novo? – Rachel perguntou. – Perguntar por que ela ficou desse jeito?

– É uma boa ideia. – Nessie concordou.

– Eu fui ameaçado. – Admiti.

– Por Bella? – As duas perguntaram, surpresas.

– Não. – Balancei a cabeça no colo de Ness. – Por Emily.

– Oh, Edward, por favor. – As duas zombaram. – Mesmo que Emmy seja protetora, ela não é capaz de machucar uma mosca. – Rachel acrescentou.

– Vá falar com Bella. – Ness incentivou, e eu levantei minha cabeça, a encarando hesitante. – Vá.

Eu sorri torto para minha irmãzinha, e beijei sua bochecha antes de levantar. Fiz o mesmo com Rachel, e corri para fora da sala.

Para minha sorte, Bella estava passando para subir as escadas logo que eu saí. Ela me encarou assustada quando eu segurei seu braço, impedindo-a de continuar a andar.

– Vai me largar? – perguntou, os olhos frios e a voz sem entonação.

– Não enquanto não me disser por que a minha melhor amiga, a garota que me conhece melhor que qualquer outra no mundo, está agindo como se eu fosse um assassino ou algo do tipo. – Respondi, me surpreendendo com minha própria frieza.

Bella vacilou por um momento, e eu tive esperanças de que ela voltasse a ser aquela garota em quem eu ameaçava bater, mas nunca fazia.

– Nossa, que discurso maravilhoso, Cullen. – Mas, era pedir demais, e lá estava a garota que eu não conhecia. – É incrível como algumas pessoas realmente se iludem tão facilmente, certo? E, tenha dó, Edward. As pessoas mudam. Você não achou que eu viveria vendo você como um herói para sempre, achou? Por Deus, eu tenho meu pai, meu irmão e meus primos para ter como heróis. Minha vida não depende da sua. Conviva com isso.

Soltei seu braço como se ela houvesse me eletrocutado, e fiquei a encarando, perplexo. Quem era aquela fodida intrusa que estava no corpo de minha melhor amiga?

– Satisfeito? – perguntou sarcasticamente. – Eu não sou, e nem nunca mais serei aquela garotinha de três anos atrás, Edward Cullen. Isabella Swan cresceu, e não vai mais viver à sombra da sua glória.

Dizendo isso, ela virou as costas e subiu as escadas, me deixando do mesmo jeito que havia deixado mais cedo, na cozinha. Aquela, sem dúvida nenhuma, não era a garota que eu mais conhecia no mundo.

“It cuts right on my eye, get hurt, won’t lie

Still can’t see, think I saw you with another guy

Can’t fight, knocked out, then I got over you

Can’t fight, no more, you knocked me out,

What am I supposed to do?”