A Lenda dos Santos de Atena escrita por Krika Haruno


Capítulo 59
Primeiras Quedas


Notas iniciais do capítulo

Capitulo na área e com as primeiras quedas. Mas os Golds ainda têm um longo caminho até Hell.
Boa Leitura



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**** Templo de Niflheim****

Isabel escondida num canto apenas observava o amado e Afrodite. Sua intuição dizia que aquela mulher era perigosa.

– Kamus cuide da Isa. Eu cuido da princesa. – disse Dite. – temos assuntos a resolver.

– Eu não me importo. – Erda tomou posição.

O aquariano afastou-se ficando perto da brasileira.

– Prometo que resolverei isso rápido e sem dor. – Dite tomou uma rosa vermelha nos lábios. – Rosas diabólicas reais!

O ataque do pisciano partiu em direção a Erda, que não se mexeu. Kamus fitava-a preocupado, ela parecia não está intimidada com o poder do pisciano.

– Tordenvaer... – murmurou.

Quando o pisciano percebeu, uma tempestade de raios estava sobre a cabeça dele. Ele ainda tentou se defender, mas foi acertado.

– Afrodite!!! – gritou o francês.

– Preocupado com ele?

Kamus, que sempre tinha o inimigo nas vistas, assustou-se com a aproximação de Erda.

– Atena tem uns cavaleiros bem bonitos. – a guerreira segurou o queixo dele. – gosto de homens de cabelos vermelhos. – sorriu.

Pouco atrás, Isabel rogava pragas na guerreira. O cavaleiro não respondeu ao comentário, já estava com o punho fechado a ponto de desferir um ataque, contudo Erda o atingiu primeiro.

– Kamus!! – Isabel saiu do lugar onde estava.

– Fique aí! – gritou, levantando.

– Que romântico, está preocupado com a sua garota. – disse cinicamente.

Ele levantou, contudo a expressão ficou branca. Deve ter sido na queda, pensou ao enxergar tudo embaçado com o olho direito e não enxergar quase nada com o esquerdo.

Havia perdido as lentes.

– Algum problema Kamus?

Mudou a expressão, não poderia mostrar a ela que estava vulnerável. Enquanto isso Dite levantava.

– “A bruxa está mais forte.” – pensou.

– Vamos Kamus, diga alguma coisa.

O cavaleiro apenas viu o vulto negro em meio ao gelo, teria que se basear nisso e pelo som para ataca-la. Elevou seu cosmo, atacaria com tudo.

– Isso é um convite. – ela também ergueu seu cosmo.

– Pó de diamante! – soltou, tentando mirar o alvo.

Erda apenas com uma mão segurou o ataque.

– Pensei que fosse mais forte. Eu não tenho a intenção de ficar lutando com vocês por muito tempo então... Bli Stråler.

O ataque de Erda partiu em direção aos dois, provocando um rastro de destruição. Isabel teve que procurar outro abrigo para não ser atingida. Kamus e Dite foram ao chão, mas o pisciano foi o primeiro a levantar.

– Você está mais forte. – limpou um filete de sangue.

– Eu sempre fui mais forte. – sorriu. – mas você também não é um qualquer.

A guerreira partiu para cima de do sueco iniciando uma luta corporal.

Kamus levantou, esfregou os olhos inúmeras vezes, mas não adiantou. Não enxergava quase nada.

*** Templo de Midgard****

Shaka, Dohko e Saga estavam parados no penúltimo castelo. Não bastasse os cosmos de Shura e Aioria desaparecerem ainda tinha o de Giovanni.

O indiano voltou a atenção para o relógio de fogo, duas horas tinham se passado e o marcador estava na casa de Gêmeos.

– Ainda temos tempo Shaka. – disse Dohko tentando tranquiliza-lo.

– Não quero apoiar nisso. Ainda faltam três guerreiros e tenho certeza que são os mais poderosos.

– Vocês vão conseguir. – disse Juliana, olhando para o indiano. – tenha fé.

– Tenha fé. – Dohko deu um sorriso cumplice.

– Está bem.

– Vamos. – disse Saga, sem participar ativamente da conversa. Desde a conversa com a mineira, não trocou palavra alguma com nenhum dos cavaleiros. Tinha que se concentrar em abrir caminho para Shaka.

Concordaram, adentrando o palácio. Seu interior parecia muito com os castelos góticos da Terra. Passaram por um longo corredor, chegando a um amplo salão. Ao contrario dos outros não tinha ornamentos, escadas, etc.

– Eu ficarei aqui. – Dohko tomou a frente.

Shaka e Saga trocaram olhares.

– É muito corajoso cavaleiro.

Olharam para onde ouviram a voz, uma porta surgiu revelando o guerreiro Ragnarok da Inanição. Dohko estreitou o olhar, era com ele mesmo que queria lutar. Andrasta pagaria pelo que tinha feito a Jules.

– Fique no corredor. – disse o libriano a brasileira. – é o local mais seguro.

– Está bem. – Jules ainda olhou para as companheiras antes de se refugiar.

– Vou abrir caminho para vocês. – Dohko elevou seu cosmo.

– Acalme seu cosmo cavaleiro. – disse Andrasta. – não tenho intenção de impedir a passagem deles. – olhou para Saga. – deveria ter acabado com você quando tive chance.

– Se isso fosse possível. – Saga deu um sorriso cínico, deixando Shaka, Dohko e Cristiane receosos. – não passa de um capacho e fraco. Aryeh é muito mais forte que você.

– Ora seu...

– Já chega Saga. – a voz de Dohko saiu grave. – eu serei o adversário dele não você. Siga em frente, não temos tempo a perder com palavras tolas.

O geminiano não disse mais nada seguindo em frente. Shaka, Juliana e Cristiane foram atrás.

Enquanto os quatro faziam a passagem Andrasta e Dohko não desviaram o olhar.

– A humana sobreviveu. – o guerreiro sorriu.

– Vai se arrepender por ter tocado nela.

– Será?

Do lado de fora...

– Seja mais consciente do seu dever Saga. – disse Shaka.

– Eu sei o que eu devo fazer. – disse frio, andando na frente.

– Saga espera. – a mineira foi atrás. – Saga. – segurou o braço.

– Não toque em mim!

– Saga... – assustou com o tom de voz.

– Eu não sou o Ares. – deu as costas seguindo.

– Deixe-o. – Shaka aproximou da mineira.

Ela soltou um suspiro desanimado, já estava cansada daquilo. Juliana não prestava atenção na conversa e sim na palidez do namorado. A cada minuto as cores sumiam da face do amado.

– Shaka você está bem?

– Sim. – mentiu, na verdade o peito doía. – vamos.

Ela não acreditou na resposta.

**** Nidavellir ****

Shura sentiu o corpo todo doer quando tentou se mover. Com dificuldades mexeu o braço esquerdo, pois o direito parecia paralisado. Voltou a atenção para o lado, Julia estava caída.

– Julia. – arrastou-se até ela. – Julia.

A garota não respondeu, mas felizmente sem ferimentos graves. O espanhol a amparou no braço esquerdo colocando-a num canto. Procurou por Aioria e Gabrielle, mas eles estavam inconscientes num outro canto.

– Você é resistente.

Esdras virou o rosto ao escutar a voz fria. Kalisha estava no alto da escada. O cavaleiro fitou seu ombro direito. Ele sangrava. As coisas estavam complicadas, Aioria desmaiado e ele impossibilitado de lutar.

– Vou te dar uma chance. – disse o guerreiro descruzando os braços. – pode usar todo o seu poder contra mim e eu não vou defender.

Shura não disse nada, sabia que era um truque.

– Vamos cavaleiro de Capricórnio é sua única chance de me derrotar.

Ele não teve opção, Shura elevou seu cosmo, tentaria dar o maximo de si para ao menos provocar algum dano em Kalisha. O cavaleiro avançou contra ele e como havia dito o guerreiro de Hell não se mexeu. Esdras parou atrás dele e usando seu poder lançou o “Pedras Saltitantes.”

Kalisha bateu violentamente contra o chão, contudo Shura não abaixou a guarda.

– Eu esperava mais. – Kalisha levantou, limpando a boca ferida. – perdeu a oportunidade.

Quando Shura deu por si, Kalisha estava na frente dele, o guerreiro o pegou pelo braço, começando a bater no cavaleiro. Num dado momento ele foi ao chão.

– Os cavaleiros de Atena são uma piada.

Esdras apenas escutou, seu corpo estava todo dolorido. Sentia-se humilhado por não conseguir lutar de igual para igual. Para piorar não conseguia pensar e sabia que em poucos minutos perderia os sentidos...

Aioria abriu os olhos lentamente, era um milagre ainda está vivo. Ele tombou o rosto para o lado vendo Gabe. Com dificuldades ergueu o corpo aproximando-se da paulista.

– Gabe. Gabe. – ficou preocupado ao ver a face dela bem pálida. – Gabe.

– Não se preocupe. Daqui a pouco fará companhia a ela no inferno.

– Seu desgraçado. – o leonino cerrou o punho.

– Shura já foi derrotado, agora só resta você.

O leonino fitou o local onde Shura estava, o espanhol estava caído, com uma pequena poça de sangue.

– Eu não imaginava que a luta seria tão maçante. – disse o jovem. – estou pensando em visitar o local onde Atena está, talvez seja mais interessante.

– Só sairá daqui se me derrotar.

Aioria partiu para cima dele, dando socos e chutes, mas nenhum conseguia acertar Kalisha. Foi então que ele percebeu que o guerreiro estava parando o tempo dele.

– Tarde demais. Atom Förstörelse.

O cavaleiro foi atingindo em cheio, mas usando seu cosmo segurou o ataque.

– Ora... – Kalisha sorriu.

O grego estava tendo dificuldades de segurar, mas não desistiu. Não perderia.

– Vai precisar de muito mais para me derrotar. – ergueu o cosmo. – Relâmpago de plasma!

O ataque do sueco foi rebatido, mas Aioria começou a sentir os efeitos do esforço prolongado. Respirava ofegante. Foi de joelhos ao chão.

– Já cansou? Ou talvez precise de um incentivo para lutar? Stillestand...

O corpo do grego paralisou. Calmamente Kalisha começou a caminhar em direção a Gabrielle.

– Fique longe dela! – gritou.

– Quero ver quanto tempo ela ainda tem de vida.

– Não toque nela!

Kalisha agachou ao lado da brasileira, sem qualquer cerimonia a pegou pelo braço erguendo-a.

– Solte-a seu desgraçado!!!

– Eu deveria lhe fazer um favor. – o fitou. – se eu mata-la agora, ela não vai sofrer quando seu coração parar completamente. Sei que não vai demorar muito, mas será um ato caridoso.

Aioria buscava o ar de forma desesperada, nunca a sequela de Hades tinha incomodado tanto. Estava impossibilitado de se mexer e com Gabrielle nas mãos do inimigo. Se fosse em outros tempos, já tinha derrotado- o.

– “Mas que droga!!”

– Ela terá uma morte rápida.

– Tire.. as mãos... dela... – dizia com dificuldade.

– Quer tentar? – o guerreiro gargalhou e sem pensar duas vezes segurou o pescoço dela. Aioria apenas viu a expressão dolorida da brasileira.

– Solte-a...

– Solta ela!

Kalisha apenas sentiu ser atingido por algumas pedras, voltou a atenção para o local, seu olhar tornou-se frio.

– Garota estupida.

Era Julia, bastante machucada, mas de pé.

– Vou matar vocês duas.

Kalisha caminhou até a brasileira, mas sem soltar Gabrielle, arrastando-a pelo chão.

– Seu desgraçado... – Aioria vibrava de ódio.

Shura ouvia vozes, mas não conseguia distinguir de onde e de quem eram. Com muita dificuldade abriu os olhos, bem na hora de ouvir a voz de Aioria chamar por Julia. O espanhol ergueu o rosto que empalideceu ao ver Kalisha arrastando Gabrielle e indo na direção da namorada. Ele fitou a ruiva.

– “Não ouse tocar nela...”

– Vai ser divertido matar as duas. – disse Kalisha parando na frente de Julia, que encolheu, diante da energia negativa que sentia vindo dele.

– Lute comigo. – disse Aioria, tentando se mexer. – elas não têm como se defenderem.

Shura fitava o rosto assustado de Julia, se não fizesse nada, o guerreiro de Hell iria mata-la e isso não poderia permitir. Nem que custasse sua vida, Julia tinha que viver. Tentou erguer o braço esquerdo, mas não conseguiu.

– “Que droga... El Cid conseguiu derrotar os deuses sem um dos braços e eu... mas que porra!”

– Como prefere morrer garota? – Kalisha fitou Julia com desdém. – com um buraco no meio do peito ou estrangulada? Pois essa daqui... – fitou Gabrielle. – já foi.

– Co-mo? – Julia engasgou na pergunta.

– O que disse? – gritou o grego.

– O coração dela parou de bater. Já está morta. – sem cerimonia jogou Gabrielle no chão.

Shura que ouvia arregalou os olhos.

– Ela não está morta! – gritou Aioria.

– Veja com os próprios olhos. – estralou os dedos liberando-o.

O leonino foi até a brasileira ajoelhando ao lado dela, realmente não sentia os batimentos cardíacos.

– Gabe... Gabrielle abre os olhos.

– Gabe. – Julia foi ate eles e Kalisha não se importou. – Gabe... – os olhos encheram de água.

Aioria estava em choque. Ela estava morta?

– Você foi tão incompetente que nem conseguiu me derrotar para ao menos tentar salva-la. É vergonhoso um cavaleiro deixar uma simples mulher morrer. – Kalisha sorriu.

Enquanto isso Shura conseguia sentar. Não sabia como, mas acabaria com Kalisha.

– Gabe... – Julia tocou no rosto dela, estava bem frio.

A paulista teve a atenção chamada por inúmeros pontos de luz que começaram a surgir ao redor deles. Pareciam pequenas estrelas. Olhou para o leonino, ele estava com a cabeça baixa, mas seu cosmo queimava ao redor.

– Aioria...

O número de estrelas quadriplicou, envolvendo todo o recinto.

– Esses pontos luminosos são para o enterro?

– Julia, - a voz do grego saiu fria. – tira a Gabe daqui e se escondam.

– Mas...

– Vai.

Ela obedeceu.

– É para o enterro, até está tirando o corpo. – o guerreiro gargalhou. – já cansei de vocês. Vou acabar com tudo.

Kalisha elevou seu cosmo a proporções maiores do que as anteriores. O salão deu uma leve tremida. Depois de certificar que as meninas estavam a certa distancia, Aioria levantou passando a olhar fixamente para o inimigo.

– Vou desintegra-lo. – disse.

– Tente.

Aioria acendeu seu cosmo.

– O golpe final para acabar com tudo. – Kalisha aumentou ainda mais o seu. Não se importando com os vários pontos de luz ao redor dele. Elevou o braço. – vou varrer vocês desse local.

Uma pequena bola de energia negra surgiu sob ele e a cada segundo foi aumentando. Aioria não disse nada e os pontos começaram a girar mais rápido.

– Atom förstörelse!

Kalisha disparou seu ataque, uma grande bola de energia partiu em direção ao grego. Por causa do poder, o salão inteiro tremeu. Julia teve que proteger a si e Gabe das pedras que desprendiam do teto. Shura também fez o mesmo. Os pontos de luz misturaram em meio a energia negra de Kalisha, mas grande parte penetrou no corpo dele que pareceu não se importar.

– Pode tentar o que quiser, nunca vai me derrotar.

O ataque de Kalisha chocou-se contra o leonino que o segurou com as mãos. Aioria tinha um grande poder, mas não aguentaria disparar seu ataque, e conter do inimigo. E era o que estava acontecendo, ele respirava lentamente e acabou indo de joelhos ao chão, pois aquele ataque requeria muita energia.

Shura levantou. Era notório que se Aioria não conseguisse derrotar Kalisha com aquele golpe todos morreriam.

– “Ele não vai aguentar... mas que droga... se ao menos eu tivesse o meu braço...”

Ele procurou com os olhos, Julia. A paulista estava encolhida num canto e seria a próxima vitima. Mas isso ele não poderia permitir. Cerrou o punho direito. Se conseguisse ao menos uma vez lançar a Excalibur, Aioria teria tempo para concluir seu golpe.

– “Atena... me ajude apenas dessa vez...- pensou. – Você é um cavaleiro de Atena, você é capaz. – as palavras de Julia vieram-lhe na mente.”

Ele fitou o seu braço, o dourado da armadura estava coberto pelo vermelho do sangue. Começou a erguer o braço, no começo uma leve dor, mas depois de certa altura a dor era forte. Um forte estrondo chamou-lhe atenção, o golpe de Kalisha empurrava Aioria.

Ele engoliu a dor, dor maior seria ver Julia morta. A essa altura o espanhol ainda não se dava conta que seu cosmo queimava ao redor.

– Aioria! – gritou.

A voz dele chamou a atenção dos dois.

– Já cansei de vocês. Desapareçam.

Kalisha aumentou seu cosmo.

– É você que vai desaparecer Kalisha. – Shura ergueu completamente seu braço. – Excalibur!

A rajada de energia partiu em direção ao guerreiro. Por onde passava provocava uma grande rachadura no chão. A Excalibur passou pelo ataque de Kalisha dividindo-o em dois.

– Nunca vão me derrotar!

O sueco revidou o ataque, Shura lançou outra Excalibur. Enquanto isso, Aioria respirava com dificuldade. Sentia que a qualquer hora teria um colapso na respiração, mas não poderia morrer antes de acabar com o guerreiro. Elevou seu cosmo. As partículas voltaram a se agitar e devido a distração de Kalisha com Shura o guerreiro não percebeu. Aioria esperou o momento certo para agir.

– Seu maldito! – gritou Kalisha, ao sentir dor nos braços por conta dos cortes provocados pelo espanhol. – vou esquartejar aquela mulher na sua frente. - Quando Kalisha mexeu, que percebeu que os pontos luminosos entravam em seu corpo. – o que está fazendo seu verme?

– Eu não disse que ia te matar? – Aioria levantou. –isso é pela Gabe.

Kalisha sentiu que algo mexia dentro do seu corpo e que começou a esquentar.

– O que você fez seu porra?!

O cavaleiro sorriu.

– Explosão de fótons... – murmurou.

O corpo de Kalisha começou a esquentar ainda mais.

– Meu corpo!!! Está queimando!!!

Feixes de luz começaram a atravessar a pele do guerreiro.

– SEU VERME, EU VOU MATA-LO!

As luzes intensificaram...

– E isso pela Julia. Excalibur!

Os dois ataques combinaram-se.

– NÃO!!!! NÃO PODEM ME DERROTAR!

Houve uma grande explosão, Julia teve que fechar os olhos para não ser afetada. O castelo deu uma sacudida, mas felizmente não houve desmoronamento. O brilho dourado foi perdendo intensidade... Aioria respirava de forma ofegante e a passos lentos caminhou até as brasileiras. Ele fitou a paulista no chão. No final não seria tão ruim, pois não teria barreira para separa-los no outro mundo. Primeiro foi de joelhos ao chão para em seguida cair ao lado dela.

– Aioria! – gritou Julia. – Aioria.

– Julia...

A brasileira escutou a voz de Shura, rapidamente correu até ele.

– Shura... – os olhos marejaram, ele estava muito ferido.

Ele sorriu, indo de joelhos.

– Shura. – a brasileira o amparou. – você conseguiu. Lançou a Excalibur.

– Sim... – ele abaixou o rosto, colocando seus lábios no dela. – graças a você...

A brasileira sorriu, mas aos poucos a felicidade foi transformando em desespero, pois Shura foi ao chão.

– Shura! Shura!!

O cavaleiro não respondeu.

**** Templo de Hellheim****

Sheila observava atentamente o local da próxima batalha. Aiolos e Seren se encaravam a espera de quem daria o primeiro passo. O sagitariano sabia que a luta não seria fácil, pois o cosmo do guerreiro de Hell estava muito maior do que da ultima batalha.

– Quer começar a atacar? – indagou Seren, tomando a defensiva.

– Muito gentil da sua parte.

Aiolos partiu para cima, disparando socos e chutes. Seren defendia sem qualquer problema. Num dado momento, os punhos se chocaram provocando uma onda de impacto.

– Seu cosmo está mais fortalecido garoto. – disse o guerreiro.

– Digo o mesmo. Nossa luta será interessante.

O grego deu um salto para trás.

– Vamos ver o tão quanto seu poder está fortalecido.- Seren elevou seu cosmo. Uma grande bola de energia apareceu sobre a cabeça do dinamarquês. – Destruktion.

O ataque partiu em direção a Aiolos. Sheila temeu por ele, pois o grego estava com as mãos nuas. Elevando seu cosmo, o cavaleiro tentou deter o ataque. Nos primeiros segundos estava conseguindo, contudo a pressão foi maior. Aiolos foi de contra a uma pilastra.

– Aiolos!

– Não venha... – disse o grego já de pé, mas com muitos ferimentos.

– Realmente está mais forte. – Seren cruzou os braços sobre o peito. – resistiu a esse ataque.

– Não me subestime.

– Não estou. Apenas disse, pois com esse ataque você vai morrer. - o cosmo de Seren aumentou bruscamente. – Ildkugler.

Dezenas de bolas de energias foram disparadas indo em direção a Aiolos. O cavaleiro ainda tentou desviar, mas foi atingindo, indo ao chão.

– Aiolos! – Sheila correu até ele. – Aiolos!

– Não se preocupe. – Seren abriu um grande sorriso. – você será a próxima.

**** Alfheim****

Shaka seguia num profundo silencio, os cosmos de Aioria, Shura tinham explodido e depois desaparecidos completamente. Parou por segundos, o peito doía muito.

– Shaka me diga o que está acontecendo. – Juliana estava muito preocupada.

– Não é nada de mais Ju. – acariciou o rosto da oriental. – são só preocupações.

– Está pálido.

– Impressão sua. – sorriu. – ainda que viajar comigo para a Índia?

A brasileira ficou surpresa com a pergunta tão repentina.

– Claro que sim. E nós vamos encontrar a Kajra.

– Vamos sim. – sorriu. Queria muito encontrar sua mãe e apresenta-la a Juliana. – vamos sim.

Cristiane que seguia na frente sorriu, Juliana e Shaka eram fofos juntos. Voltou a atenção para Saga que andava mais a frente. Desde o ultimo templo, ele trazia a expressão séria. Apertou o pé para alcança-lo.

– Saga.

Ele não respondeu.

– Quando isso acabar, podemos ir a Delphos?

– Não.

– Por quê?

– Porque não tem “nós”. Acabou. É melhor pararmos por aqui. Não devia ter deixado as coisas chegarem a esse ponto.

– Está me dispensando?

– Sim. Tudo o que aconteceu, tudo que eu te fiz passar só mostrou, que não devemos ter mais nada um com outro.

– Mas que droga Saga! – gritou. – o que tenho que fazer, o que eu tenho que dizer para acreditar em mim? Eu te amo independente do que aconteceu.

O cavaleiro recuou.

– Eu te amo... – começou a chorar. – por que a gente simplesmente não fica junto... que droga!

Saiu correndo em direção ao castelo. Juliana e Shaka assistiam a cena.

– Saga. – Shaka aproximou do amigo. – Aiolos te perdoou, Atena te perdoou, Kanon te perdoou, a Cris te perdoou, por que não se perdoa? Mesmo com tudo que fez a ela, ela continua do seu lado. Isso não é uma prova?

– Mas...

– Por que não quer ser feliz? Já não está na hora de acabar com essa vida de sofrimento?

– Ela realmente não se importa Saga. – disse Juliana.

– Já parou para pensar que suas palavras são mais duras que as ações do Ares?

– Como? – Saga fitou o virginiano. – Ares quer mata-la. – Agarrava-se a esta afirmação, pois o ciúme o consumia.

– Se ele realmente quisesse já teria feito. Ares se apaixonou por ela e se ele não fosse tão ambicioso, talvez eles estivessem juntos em detrimento a você. Ares não ficaria preso ao passado. Ele assumiria algo com ela. Naquela hora, antes dele “morrer” ele disse isso. Por enquanto para ela não há distinção de um ou de outro, mas se você continuar assim, os sentimentos dela vão acabar sendo direcionados para um lado e esse lado não será você.

– Ela vai querer ficar com o Ares???

– Se for possível sim. – disse calmamente. - Lembre-se dessa frase: “ Você não pode curar quem não quer ser curado.” – disse sério. – vamos entrar, só falta esse palácio para alcançarmos a Hell. – queria por um fim na conversa.

Shaka passou a frente acompanhado pela oriental. O ultimo castelo , diferente dos demais, era todo iluminado. Os três passaram por um longo corredor feito de paredes claras, alcançando o salão principal. Shaka ficou preocupado, pois não sentia o cosmo do inimigo e Saga por não ver a mineira.

Subitamente uma porta surgiu no final da sala.

– Shaka siga em frente. – disse o geminiano. – com certeza é a saída.

– Tome cuidado.

– Cuida dela. – referia-se a mineira, pois achava que ela tinha passado pela porta.

– Está bem.

Os dois seguiram em frente. Assim que passaram pela porta, esta desapareceu.

Saga tomou posição.

– Nós encontramos novamente cavaleiro de Atena.

O som de passos preencheu o local, do fundo da sala surgiu Einlin.

– O prazer é meu. – Saga sorriu.

– Vejo que Ares perdeu espaço. Ele perderia mesmo, por conta do seu ponto dourado.

– Ponto dourado? – estranhou.

– Isso.

Einlin estralou os dedos. Diante dele, surgiu a brasileira desmaiada.

– Seu desgraçado...

– Então é ela mesmo. – sorriu. – interessante.

**** Templo de Muspheiheim****

Obs: (quando eu disser cavaleiro de Aries e Marina se tratam dos inimigos, quando for Mu, ariano, Kanon e grego se tratam dos originais)

Com o impacto dos golpes Mu e Kanon foram ao chão. O grego continha mais ferimentos.

– Kanon! – Suellen correu até ele acompanhada por Ester. – Kanon!

Mu levantou, limpando o rosto. Não imaginava que seu golpe fosse tão potente. Desviou o olhar para as duas copias. O Marina dirigia-se para onde Kanon e as meninas estavam.

– Muralha de Cristal! – gritou criando em torno dos três.

– Suas habilidades são incríveis Mu. – disse o cavaleiro de Aries. – mas conseguirá manter a barreira e lutar contra nós dois?

O marina e o cavaleiro partiram para cima de Mu. Ele defendia-se como podia, mas estava levando socos e chutes. No ultimo ataque, combinado pelos inimigos, o ariano foi lançado longe.

– “Mu!” – gritou Ester.

O cavaleiro cuspiu sangue ao se levantar. Se continuasse a lutar contra dois perderia a vida. Enquanto isso, Kanon despertava...

– Kanon... – a pernambucana o ajudou a sentar.

– O que faz aqui...?

– “Kanon, por favor, ajuda o Mu.” – pediu a carioca.

O grego voltou a atenção para o ariano, ele estava muito ferido.

– Droga... – deu dois passos para trás. – fiquem atrás de mim, vou destruir a barreira.

As duas obedeceram. Kanon elevou seu cosmo. Torcia para que Mu não tivesse poder suficiente para que ele conseguisse destruir a barreira, caso contrário os três ficariam presos.

– Vamos cosmo... Explosão Galáctica!

O ataque do geminiano bateu violentamente contra a muralha de cristal e mesmo com tamanho poder ela não se desfez.

– Droga!

– Por que não destruiu?

– Meu poder é inferior ao de Mu. Meu cosmo está reduzido a metade. – fitou os dois guerreiros. – “como Alfarr conseguiu se dividir em dois?”

Enquanto isso, o ariano estava nas mãos dos dois inimigos. A essa altura ele já estava no chão e sangrando.

– Eu não pensei que você fosse tão fraco. – o cavaleiro de Aries o segurou pelos cabelos. – vamos Marina acabe com ele.

– Será um prazer.

O Marina começou uma sessão de socos. Na barreira Ester olhava aflita, se continuasse daquele jeito Mu morreria.

– “Mu.”

– Kanon... – Suellen estava temerosa.

O grego não desviava a atenção da luta. Se estivesse com seu poder ao máximo já teria destruído a barreira e os dois inimigos.

– Mas que droga!

Os socos contra Mu continuavam incessantes. O ariano já estava fraco e com os olhos semi abertos. Num dado momento foi de joelhos cuspindo uma bola de sangue.

– Que tal acabarmos com tudo Aries? – o Marina sorriu de forma cínica.

– Como quiser. – abriu a palma das mãos formando uma bola de energia.

O Marina fez o mesmo, provocando apreensão dentro da barreira.

– Que droga... – Kanon afastou-se da barreira tentando novamente destruí-la, mas em vão.

Ester já tinha os olhos marejados.

– Adeus cavaleiro de Atena.

Aries e o Marina dispararam praticamente a queima roupa, Mu foi ao chão.

– “Mu!!!” – Ester desesperou.

– Seus patifes... – Kanon cerrou o punho. – vão pagar caro.

– Será mesmo Kanon? – indagou o Marina com um sorriso nos lábios. – você não tem poder para nos derrotar.

– O único que tinha chances acabou de sucumbir. – disse Aries dando uma gargalhada.

– Não se preocupe Kanon. Vai se juntar ao Mu. – o marina começou a elevar seu cosmo.

– Vocês e essas mulheres. – Aries fez o mesmo. – Extinção Estelar!

– Explosão Galáctica!

Os dois golpes combinaram-se partindo para cima dos três. Primeiro, ele se chocou contra a barreira feita por Mu. Nos primeiros segundos a muralha suportou o impacto, contudo as primeiras rachaduras apareceram.

– Fiquem atrás de mim! – gritou o grego.

Ester e Suellen obedeceram, mas com medo. Como podiam ver o cosmo, testemunhavam a força que se chocava contra a parede. Kanon estava com o punho cerrado, não seria capaz de conter tamanho poder e se as duas fossem acertadas poderiam morrer.

– Droga.

A parede rachou ainda mais. Kanon elevou seu cosmo.

– Triangulo dourado!

Disparou o golpe a tempo da barreira ser destruída. Os golpes dos inimigos adentram no golpe de Kanon sendo sugados, contudo com um poder inferior, a ação de Kanon não surtiu muito efeito. Os três foram atingidos, sendo Kanon mais gravemente. Ester caiu desmaiada. Suellen teve o corpo protegido pelo grego.

Ela acordou sentindo muitas dores. De certo tinha quebrado alguma coisa.

– Como dói... – olhou para o lado. – Kanon! Kanon!

O marina estava muito machucado.

– Temos uma sobrevivente Aries.

Quando Suellen voltou o olhar, deparou-se com o Marina. Ficou assustada, pois ele era a copia fiel de Kanon, contudo sentia uma energia negativa vindo dele. Rapidamente ela aproximou-se do grego no intuito de protegê-lo.

– Ele vai morrer, por que preocupa-se?

– Não chegue perto de nós.

Kanon ouvia vagamente a conversa. Sentia o cosmo do inimigo muito perto dele, mas seu maior temor era com Suellen. Eles a matariam sem piedade.

– “Não vão...” – tentou se mexer, mas seu corpo não obedecia. – “tudo por culpa daquele cretino do Hades.”

– É inútil resistir mulher. – disse Aries.

Suellen engoliu a seco, era muito estranho ouvir palavras tão duras vindo do “Mu.” Institivamente segurou a mão de Kanon, se tinha que morrer que ao menos fosse ao lado dele. Kanon sentiu o movimento. Percebeu também o quanto a mão dela estava fria. Era medo.

– Su... – a voz saiu fraca.

Ela o fitou. A essas horas o Marina preparava o ultimo golpe.

– Kanon...

Os dois trocaram olhares, a garota sorriu para mostrar que estava tudo bem. Kanon sentiu um aperto no peito, não poderia perdê-la, fizera tantas coisas horríveis e perderia a única coisa boa que acontecera em sua vida? Não, isso estava fora de cogitação. Não perderia Suellen para ninguém. Nem que custasse sua vida, ela viveria.

– “Não posso morrer enquanto não abrir caminho para Atena e não posso deixa-la morrer. Suellen vai voltar intacta para a cidade dela.”

O cosmo de Kanon começou a circundar seu corpo. Suellen via o brilho dourado. Do outro lado Mu despertava.

– Vou garantir que seja a ultima vez que levanta. – disse o Marina erguendo seu cosmo, Aries fez o mesmo.

– Pensa que está lidando com quem? – Kanon ficou de quatro. – eu sou o homem que enganou um deus, não está lidando com um qualquer. – com dificuldades ficou de pé. – vou te mostrar o poder de uma verdadeira Explosão Galáctica.

Estava muito ferido e sangrando. Sabia que seu estado era critico e que tinha que derrubar os dois, pois com certeza Alfarr estava disfarçado em um deles.

– Kanon... – murmurou a brasileira.

– Acho que nossa ida para Recife vai ficar para depois.

– O que? – fez uma careta. – não diga bobagens, olha o seu estado. Está sangrando muito.

– Vou sentir falta da sua comida... – deu um passo a frente. – afaste-se.

– Mas...

– Vai logo Su. – deu um empurrão nela. Voltou a atenção para os dois. Precisava descobrir qual deles era o guerreiro de Hell. – vai ser o fim de vocês.

– Veremos. – disse o Marina.

Kanon o fitou, mas o olhar foi para o Aries. Sua intuição dizia que tinha que mirar todo seu poder nele.

– Vão ser varridos desse mundo. – abriu os braços, seu cosmo aumentou consideravelmente, mas longe de ser seu poder total.

– Desapareça Kanon. Explosão Galáctica.

– Revolução Estelar.

– Brilhe cosmo. Explosão Galáctica!

Os golpes chocaram –se no meio do salão provocando uma onda de impacto que jogou Suellen longe. Os dois ataques eram mais fortes e começavam a empurrar o ataque de Kanon, contudo o grego continuou a despejar poder. Nem que fosse a ultima coisa, mandaria Alfarr para o inferno.

– É inútil Kanon. Jamais vai nos vencer.

– Quer apostar?

Elevou ainda mais o seu cosmo e isso garantiu uma ligeira vantagem, mas ainda não suficiente. Kanon não aguentaria por muito tempo, mas lembrou-se que a vida de Suellen dependia dele. Sem se importar com as consequências aumentou ainda mais seu cosmo e com isso a energia dos inimigos começou a recuar.

– Não pode ser... – murmurou o Marina.

– Desapareçam!

Kanon fez seu cosmo explodir e ele chegou ao seu nível normal. A onda de destruição avançou sobre os inimigos. Aries ainda tentou criar a muralha de cristal, mas não teve tempo. A energia de Kanon passou por cima deles provocando um grande estrago. O salão brilhou intensamente, Suellen teve que cobrir os olhos. Quando a luz dissipou, não viu mais os inimigos, tão pouco Kanon.

– Kanon!!! – começou a procura-lo. – Kanon!!

Ficou desesperada ao vê-lo. Seu corpo estava coberto de sangue.

– Kanon!!! – agachou ao lado dele. – Kanon!!!

De longe, Mu acompanhava a cena. Cerrou o punho.

**** Hefesto****

Paula soltou um sonoro suspiro ao ver os guerreiros desaparecerem. Atena sorria, Giovanni tinha superado a limitação e feito uma excelente luta. Rezava para que ele estivesse bem, pois não sentia mais seu cosmo.

– Parece que o Gio recuperou seus poderes. – disse Deba.

– Sim. Ele foi muito sagaz em lançar o Sekishiki contra eles. Precisamos ir. – Shion voltou a atenção para o baiano. – Rodrigo fique com Atena.

– Nem precisava pedir. – sorriu.

Aldebaran e Shion aproximaram de Atena. Dentro do possível ajoelharam diante dela.

– Estou muito feliz que tenha recuperado seu poder Ricardo.

– Eu também. – sorriu. – sei que agora posso defendê-la de forma adequada.

– Atena, vamos seguir em frente. – disse Shion.

– Procurem por Giovanni, estou preocupada com ele. Também senti o sumiço dos cosmos de Shura, Aioria e Kanon...

– Vamos averiguar.

– Cuidem-se.

O quarteto dirigiu-se para a Arena dos Aspirantes, os primeiros que encontraram foram Marin e Fernando, ambos bastante machucados.

– Nando! – exclamou Mabel assim que o viu. – seu braço.

– Está tudo bem.

– Mestre. – disse a amazona, ficando preocupada com o estado dele. Shion estava muito machucado.

– Você está bem? – indagou.

– Sim. – Marin fitou Aldebaran. – sua armadura... – sorriu.

– Ainda sinto meu cosmo oscilar, mas já posso usar a armadura sem sentir o peso.

– E os outros Marin?

– Estão espalhados.

– Vamos acha-los.

*** Jotunheim ***

Hell sentada em seu trono, trazia a expressão grave. Como um simples cavaleiro poderia ter eliminado seu exercito? Contudo a expressão logo se desfez dando lugar a um grande sorriso. Aryeh que estava no salão a observava.

– Senhora?

– Os cavaleiros de Atena são realmente surpreendentes. – levantou, passando a descer as escadas. – jamais imaginaria que tivesse entre eles alguém capaz de abrir uma passagem para o mundo dos mortos.

– Felizmente ele está prestes a morrer. Seus ferimentos somados ao meu golpe vão mata-lo.

– Retire o golpe.

– Como?? Retirar? Mas por quê?

– Ele é valioso. – o fitou, quando desceu o ultimo degrau. – vou precisar dele.

Aryeh ficou em silencio. Qual seria o plano de Hell?

– Devido as lutas o coração dele está num estado avançado, só vou poder parar o processo.

– Não tem problema. Faça.

O guerreiro obedeceu. Elevou seu cosmo e estralou os dedos.

– Vá para Vanaheim. O ultimo cavaleiro de Atena está indo para lá.

– Sim senhora.

Aryeh fez uma mesura e partiu. Hell de posse de seu tridente sumiu.

*** Arena***

O grupo tomou o rumo apontado por Marin. Paula foi a primeira a ver Heluane.

– Helu!

Correram até ela. A fluminense estava com o rosto apoiado no peito do canceriano. Shion, Marin e Deba ao vê-lo estremeceram.

– Heluane... – Shion agachou ao lado dos dois.

– Ele está morto... – dizia em meio ao pranto. – ele morreu...

O mestre tomou o pulso dele, não sentia. O cosmo estava quase extinguindo.

– Vamos leva-lo até Atena.

A ação foi interrompida por um arregalar dos olhos. Marin e Aldebaran ficaram paralisados. As meninas mais Fernando sentiram um arrepio. O que era aquela energia esmagadora que sentiam? Atena, também sentiu o cosmo.

Rapidamente os cavaleiros ficaram em alerta. Marin tomou a frente das meninas.

– Devo parabeniza-los. – disse uma voz fria.

– Hell... – murmurou Deba.

A deusa apareceu a poucos metros deles.

– Não vamos deixar que se aproxime de Atena. – disse Shion.

– Não é minha intenção. – os olhos piscaram e tanto os cavaleiros, quanto Marin e os brasileiros foram jogados longe. – não é ela que eu quero.

Caminhou até o canceriano, ajoelhando ao lado dele. Notou que o golpe de Aryeh tinha parado, mas devido ao estado avançado, talvez ela tivesse que intervir. Tocou o peito dele.

– Tire suas mãos dele! – gritou Heluane.

Ela ignorou. Shion olhava bastante preocupado. Qual interesse da deusa nele?

– O quer com ele Hell?

– É um cavaleiro valioso. – cosmo dela começou a envolve-lo. – vou ficar com ele.

– Não vai mesmo! – Deba elevou seu cosmo. – Grande Chifre!

O ataque partiu em direção a Hell, contudo parou no meio do caminho se desfazendo.

– É um inseto lutando contra um deus. – levantou, o corpo do canceriano ficou suspenso.

– Solte-o! – Helu ficou desesperada. – solta... – começou a chorar.

Hell e Giovanni foram envolvidos pelo cosmo e sumiram.

– Giovanni!!! – gritou chorando.

– Mas que droga! – Deba deu um soco no chão.

– Vamos achar Miro. – disse Shion. – precisamos ir atrás dela.

*** Jotunheim ***

Giovanni estava deitado numa espécie de altar, completamente inconsciente. Hell estava parada ao lado dele. Ela pronunciava alguns cânticos enquanto o corpo dele era envolvido por seu cosmo.

*** Arena***

Marcela ficou olhando para o local, onde antes, Crilim estava. Subitamente parou de sentir a energia dele e a de Miro que a envolvia. Ela tocou o pescoço dele, ficando aliviada por ele está respirando.

– Marcela!

A voz de Fernando chamou sua atenção.

– Graças a Deus. – sorriu ao ver os amigos.

– Como você está? – Shion aproximou ajoelhando ao lado dos dois.

– Vivos.

– E o Miro? – indagou Deba.

– Dormindo.

– Como?- Marin indagou.

– O inimigo disse que é estafe... – a paulista fitou Heluane, ele estava pálida e apática. – o que foi Helu?

– Aquela vadia... – os olhos encheram de agua. – ela o levou.

– Ela quem?

– Hell levou o Giovanni. – disse Shion pegando Miro nos braços, sabia que a qualquer hora o escorpião iria cair por causa da maldição de Hades. – vamos deixa-lo perto de Atena.

E assim o grande mestre fez. Atena ao ficar sabendo do rapto de Giovanni preocupou-se. Hell tinha planos obscuros.

Depois de certificar que o escorpião estava bem, Shion, Deba e Marin seguiram rumo as doze casas.

**** Templo de Muspheiheim****

Ester sentiu seu corpo todo doer ao levantar. Estava coberta de arranhões e suja. O braço direito sangrava um pouco devido a um corte. Não se preocupou com os incômodos que sentiam, pois seu temor maior era com Mu. Sorriu aliviada ao vê-lo.

– “Mu.” – correu até ele. – “Graças a Deus que está bem.”

– E você como está? – tocou o rosto dela, para limpa-lo.

– “Bem.”

– Vem.

Os dois foram até onde Kanon estava. Suellen chorava ao seu lado.

– Mu, o Kanon... ele...

O ariano abaixou, tocando o pescoço do marina. Felizmente sentia o batimento do coração.

– Ele está vivo.

– Por Atena! – a garota sorriu.

Mu também respirou aliviado, não bastasse o cosmo de Giovanni sumir completamente, ainda perderia o geminiano? Contudo, o alivio durou pouco. Ele começou a sentir um poderoso e conhecido cosmo.

– Formidável...

O ariano olhou para trás. Do fundo da sala, surgiu a figura de Alfarr. O guerreiro de Hell estava de joelhos com alguns ferimentos.

– Kanon descobriu quem eu era... excepcional.

O lemuriano estreitou o olhar, não era possível que ele ainda estava vivo depois do ataque de Kanon. Usando seu poder telecinetico levou, Kanon, Suellen e Ester para um local mais afastado.

– Eu vou terminar o serviço dele. – disse.

– Veremos.

Os dois começaram uma luta corporal, trocando socos e chutes.

– Llafnau Marwol.

Alfarr atirou, rapidamente Mu criou a muralha detendo o golpe, o guerreiro de Hell aproveitou e avançou, contudo Mu já estava com o cosmo elevado, que devido a instabilidade aumentou de forma descontrolada. A força foi tanta que atingiu Alfarr e os três refugiados.

O guerreiro de Hell levantou com dificuldade, estava ferido.

– “Ele tem poder, preciso elimina-lo.”

Assim como o cosmo de Mu elevou bruscamente diminuiu na mesma hora. Alfarr deu um passo a frente. Precisava mata-lo o mais rápido possível.

– Diga adeus cavaleiro de Atena.

O galês ascendeu seu cosmo, usaria todo o seu poder para destruí-lo. Mu tomou posição de defesa, entretanto sua cabeça começou a doer.

– “Mau sinal.” – pensou.

– Desapareça! Llafnau o Odioddefaint!

A energia negra de Alfarr partiu para cima do ariano. A principio, ele criou a muralha de cristal, que reteve o ataque, contudo a energia de Alfarr começou a rachar a proteção. O lemuriano elevou seu cosmo para rebater a energia.

– Revolução estelar!

Os dois ataques chocaram-se no meio, Alfarr levava vantagem, porem o poder do ariano desestabilizou, aumentando drasticamente. A energia dourada empurrou a de Alfarr, o guerreiro foi atingido. Mas, da mesma forma que anteriormente o cosmo de Mu aumentou, diminuiu, fazendo-o ser acertado em cheio pela do galês.

– “Mu!” – Ester iria até ele se Suellen não a tivesse segurado.

– É perigoso.

Ester ignorou.

O guerreiro de Hell cuspiu uma bola de sangue, quando ficou de joelhos. Já era o terceiro ataque que levava e se continuasse assim, poderia ser ferido gravemente.

– “Por que o cosmo dele é tão instável?”

Mu estava caído com o corpo cheio de ferimentos.

– “Mu. Mu.”

– Ester... – sentou. – é melhor se afastar. – sentiu uma pontada na cabeça. Eram as dores.

– “Esta bem.” – disse, mas sabia que o namorado não estava bem.

Do outro lado...

– “ Se continuar assim ele vai me matar.” – pensou Alfarr. – Devo admitir que você foi um bom adversário, cavaleiro de Aries, mas não posso prolongar muito aqui. Seus amigos avançaram demais. Esse será o último golpe. E Muspheiheim o tumulo de todos vocês.

Alfarr deu um salto parando no ar. Duas bolas negras surgiram em cada uma de suas mãos e a cada segundo aumentavam de tamanho. Mu observava, se ele disparasse todos ali morreriam. A dor de cabeça intensificou, mas não poderia distrair-se com ela.

– Llafnau o Ddioddefaint!

As bolas de energia juntaram-se triplicando de tamanho. O templo todo sacudiu diante da força. Sem duvida o guerreiro de Hell tinha um grande poder. Mu elevou seu cosmo.

– Revolução estelar!

Os pontos de luz partiram em direção a Alfarr, porém a energia de Mu era efêmera perto da dele. Seria questão de segundos o cosmo negro do guerreiro varrer todo o local.

O ariano voltou a atenção para Ester. Se ela fosse atingida morreria na hora. O lemuriano tentou revidar o ataque despejando mais poder, mas pouco adiantou. A energia de Alfarr avançava cada vez.

– Adeus cavaleiro.

Mu e os demais seriam acertados se algo não tivesse acontecido. O cavaleiro sentiu uma forte dor na cabeça indo de joelhos.

– “Mu!!!” – gritou a carioca.

A energia de Alfarr avançou, entretanto...

Ester sentiu um tremor de terra, as pedras ao redor dela começaram a flutuar. Ela conhecia aquele evento.

– “Por Atena! Não agora.”

As pedras soltas começaram a flutuar e a girar em alta velocidade. Do alto Alfarr acompanhava.

– O que está acontecendo...

O cavaleiro ajoelhado, levou as mãos a cabeça. Ela doía intensamente e ele sabia o que aquela dor significava.

– “Por Atena... eu não vou conseguir proteger a Ester...” – os olhos estavam fechados devido a dor.

O golpe de Alfarr parou de avançar, começando a desintegrar e misturar as pedras.

– Meu ataque..?

Ele não perdeu tempo, aproveitando a fragilidade do cavaleiro, Alfarr lançou mais duas bolas de energia.

– “Mu!!!” – ele seria morto.

O cavaleiro respirou fundo tentando se concentrar. As pedras começaram a girar mais rápido e tudo ao redor desintegrar. Ester recuou, indo para perto de Suellen que assistia a tudo de boca aberta.

– O que está havendo Ester?

– “É o poder do Mu que está descontrolado. Vamos levar Kanon daqui.”

As duas reuniram forças para arrastar o marina dali. Enquanto isso as pedras que estavam desprendidas giravam cada vez mais rápido. A energia de Alfarr também começou a desintegrar...

O cavaleiro abriu os olhos, vendo a onda de destruição. Se não fizesse nada Ester morreria.

– “Por Atena... eu preciso me concentrar...” - Sua preocupação era a segurança da brasileira. - “Eu preciso protege-la...”

Subitamente teve uma ideia, será que conseguiria direcionar seu poder para Alfarr? Tentaria, pois era a sua única solução. Mesmo com as dores, levantou. O cenário ao redor de si, era assustador, tudo estava desintegrando. Ele olhou para cima, tentando fazer com que a mente concentrasse num único ponto: Alfarr. Era difícil, mas tentaria.

Sua determinação pareceu funcionar, pois seu poder moveu-se numa direção. Mesmo com as fincadas na cabeça, o ariano elevou seu cosmo. Tentaria combinar sua maior técnica com o poder telecinetico.

Alfarr assistia a tudo impressionado, o poder telecinetico do ariano era perigoso.

– Preciso mata-lo antes que me afete. Llafnau Marwol!

O guerreiro disparou, Ester gritou ao ver a bola de energia indo na direção dele.

– Extinção Estelar!

Mu disparou. As duas energias chocaram-se provocando uma grande onda de impacto. Parte das paredes do salão cederam e quase Suellen, Kanon e Ester foram atingidos. Os cosmos dourado e negro empurravam um ao outro, seguindo ligeiramente empatados.

Mu sentiu uma pontada, indo de joelhos ao chão. Com isso seu poder telecinetico desequilibrou novamente. Ele respirou fundo levantando novamente.

– É inútil cavaleiro de Aries. – disse Alfarr. – aceite sua derrota.

– Você que deveria aceitar a sua.

Mu moveu as mãos apontando para Alfarr. Seu poder telecinetico foi em direção ao alvo. Primeiro envolveu a energia negra por completo. Ela começou a dissipar. O ariano sabia que a qualquer momento poderia ocorrer um novo desequilíbrio e sem pensar direcionou-a para o guerreiro.

– O que... – murmurou o guerreiro. Partes de sua armadura começaram a desintegrar. – vai pagar por isso.

Mu não respondeu, continuando a direcionar seu poder para Alfarr. A energia não parava de crescer, atingindo o teto do palácio. Ester acompanhava apreensiva, pois conhecia o poder de Mu e ele poderia matar a todos.

Entretanto o ariano parecia consciente do seus atos. A dor estava insuportável, mas tinha aguentar pois aquele era o único meio de derrotar o guerreiro.

Alfarr sentia uma força esmagadora agir sobre ele. Partes de seu corpo já estavam expostos.

– Não vai me derrotar!

O guerreiro se esforçou, mas não adiantou. A energia dourada de Mu, começou a envolve-lo por completo. Seu corpo começou a desintegrar.

– Não!!!!

Mu deu tudo de si nessa ultima investida. Uma espiral vindo do ariano passava por Alfarr indo até o teto que a essa hora não existia mais. O castelo todo tremeu, para em seguida começar a desintegrar. O ariano com medo que algo acontecesse a Ester, criou uma muralha de cristal ao redor dela. Ela e Suellen assistiam a tudo perplexas.

– Adeus Alfarr.

– Não!!!!!!!!!

– Extinção Estelar...

Os olhos do ariano brilharam em dourado. A espiral também brilhou em dourado, girando a velocidade da luz. A energia negra, Alfarr e metade do castelo foram desintegrados, uma torre de luz subiu até os céus...

Aos poucos a luz dourada foi sumindo. O rosto de Mu estava encharcado de suor. Sua respiração estava pesada.... Primeiro foi de joelhos. Nessa hora a muralha espatifou-se em mil pedaços.

– “Mu! Mu!!!!”

Ester correu até ele.

– “Mu.”

– Ester... – os olhos ainda tinha um brilho dourado. – eu...

Os olhos foram fechando, Mu foi ao chão...


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