A Lenda dos Santos de Atena escrita por Krika Haruno


Capítulo 58
Superação


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, mas capitulo novinho para vocês e com surpresas!



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O céu sobre o santuário estava negro, ao contrário do restante da cidade que estava iluminada pelos raios de sol. Subindo as escadarias rumo a Libra, apenas quatro cavaleiros. Dohko e Jules seguiam mais atrás, pouco a frente Shaka e Juliana, em seguida Aiolos, Sheila e Cristiane e a frente Saga. Jules observava o ambiente, como as pessoas que visitavam o Pathernon estavam vendo-o naquele momento?

– Algum problema Jules? – indagou Dohko.

– Só aqui é noite. Fico imaginando o que as outras pessoas estão vendo.

– As ruinas do Pathernon. – disse Shaka continuando a andar. – felizmente a barreira do santuário está intacta.

– Não se preocupe. – o libriano segurou forte a mão de Jules. – isso logo vai acabar.

Aiolos que ouvia a conversa voltou a atenção para o relógio de fogo. O fogo de Aries já tinha apagado e não demoraria para o de Touro se extinguir. Oito cavaleiros tinham ficado para trás e ainda faltavam passar por quatro castelos antes de chegar a Hell. Daria tempo? Perguntava-se.

– Está tudo bem? – Sheila segurou a mão dele.

– Está. Não é nada.

– Não se esqueça do que me prometeu. – a paulista sorriu de forma marota.

– Você não vai me deixar esquecer. – sorriu.

A mineira abafou o sorriso, os dois pareciam duas crianças. Não era atoa que achava-os o par perfeito. Voltou a atenção para Saga. Desde Aries, o geminiano seguia na frente não trocando nenhuma palavra com ela. Apertou o passo.

– Será que os outros estão bem? – indagou andando lado a lado dele.

– Espero que sim. – respondeu de forma seca e sem olha-la.

– Sente alguma dor por causa do ferimento? – insistiu.

– Não.

– O Ares...

– Não vai manifestar.

– Ele me surpreendeu... – murmurou.

– Como assim? – a fitou na hora.

– Não imaginei que ele me diria aquilo.

– Diria o que? O que ele te disse? – ficou preocupado.

– Não se lembra? – indagou surpresa.

– Minhas lembranças aos poucos estão voltando. Mas o que ele disse? Quando foi isso?

– Depois da flechada.... ele disse que se importava comigo e pediu desculpas por tudo que fez.

– Ele disse isso?? – ficou alarmado. Então Ares, realmente se importava com ela. – e o que você respondeu?

– Que não tinha problema desde que ele vivesse.

– Você queria que ele vivesse???

– Sim. – não entendeu o porquê da pergunta. Se Ares morresse, Saga também morreria.

O geminiano ficou em silêncio. Seria possível que ela estava gostando de Ares? Se fosse isso, ela... ela...preferia Ares a ele?

Enquanto Saga dava margem a sua imaginação perturbada, Shaka subia as escadarias bem lentamente. O peito doía, a ponto de sentir uma pedra ao invés do coração. Parou de andar.

– Shaka? – Juliana o fitou.

– Nada. Só parei para ordenar os pensamentos.

– Está pálido.

– Não é nada de mais. – brincou com os cabelos negros. – está cansada?

– Não.

– Se quiser parar é só me dizer. – queria que ela dissesse mais vezes.

– Está bem.

O final do jogo de escadas estava próximo e daquela distancia eles já podiam ver as torres do castelo que estava no lugar onde eram as casas de Libra e Escorpião. Os músculos de Aiolos tencionaram ao sentir de forma branda a cosmo energia que provinha daquele local.

Não demoraram para chegarem a entrada principal do castelo. Andaram pelo extenso corredor alcançando o salão principal que seguia os moldes do castelo de Hell em Hellheim.

– É a replica do castelo de Hell. – disse Saga.

– Tem uma boa memoria. – disse uma voz.

O grupo voltou a atenção para a lateral da sala, Seren estava parado.

– Hell perdeu tempo com você. – olhou para Saga de forma despresivel. – no final mostrou-se um fraco.

Saga cerrou o punho.

– De qualquer forma, - Seren começou a andar. – bem vindos ao mundo de Hellheim.

– Sheila procure um lugar para se esconder. – disse Aiolos de forma baixa.

– Vai lutar com ele?

– Sim. Esconda-se, por favor.

– Mas está sem armadura.

– Confie em mim. – sorriu.

– Está bem.

– Saga, Shaka e Dohko sigam em frente, eu lutarei com ele.

– É uma boa ideia. – disse Seren. – assim poderemos continuar a nossa luta.

– Ótimo!

– Tem certeza Aiolos? – indagou o libriano.

– Sim. Não temos tempo a perder. Vão.

– Podem passar, - Seren cruzou os braços. – não tenho a intenção de retê-los.

As meninas despediram-se de Sheila, assim como os dourados de Aiolos. Seren só desfez sua postura quando o grupo passou pela saída.

– Vai lutar com as mãos nuas?

– Já te mostrei uma vez que não preciso de armadura.

– Daquela vez apenas brincávamos, agora mostrarei todo o meu poder e creio que nem a garota vai sobreviver. – apontou com olhar para o local onde Sheila estava.

– Não confie tanto. – Aiolos sorriu.

**** Nidavellir ****

O golpe de Kalisha acertou Shura e Aioria em cheio, jogando-os no chão.

– Que droga... – Aioria levantou.

– Precisamos traçar uma estratégia Aioria. – Shura fixou o olhar em Kalisha. – não podemos simplesmente atacar.

– Até que vocês são resistentes. – disse o guerreiro cruzando os braços sobre o peito. – mas acho que não vão durar muito.

– Cala a boca!

– Quer tentar? – sorriu de forma cínica.

Aioria partiu para cima de Kalisha dando socos e chutes que sequer o atingiam.

– Stillestand... – murmurou o guerreiro. As ações de Aioria tornaram-se lentas. Kalisha abriu a palma da mão formando uma bola de energia. Quando o tempo voltou a correr de forma normal para o grego acabou sendo atingido pelo ataque.

– Aioria! – Shura correu ate ele. – Aioria...

– Não foi nada.

Julia assistia apreensiva. Mesmo com o poder de dois cavaleiros, o guerreiro de Hell não tinha nenhum ferimento. Se continuassem daquele jeito a batalha seria muito dura. Já Gabe procurou algo para apoiar o corpo, estava se sentindo muito mal.

– Julia... – murmurou.

– Gabe?? – aproximou. – o que foi Gabe??

– Uma... dor muito... forte no peito...

A paulista arregalou os olhos, Gabe estava enfartando?

– Aioria! – gritou. A voz dela chamou a atenção dos três. – a Gabe!

– Gabe...

– Nem pense. – elevou o cosmo. – nenhum dos dois.

Kalisha disparou contra os dois e depois caminhou até as meninas. Julia gelou ao vê-lo tão perto.

– Não se aproxime...

– Eu não vou mata-las, não agora. – sorriu.

Gabe mal ouvia, a dor não deixava.

– Afaste-se... – murmurou Julia.

Kalisha não respondeu parando ao lado de Gabrielle. Do outro lado, Aioria levantava.

– Não toque nelas!

– Já disse que não vou mata-las.

– Kalisha... – Shura cerrou o punho.

Gabrielle ergueu o rosto, deparando com o olhar frio de Kalisha. Ou seria morta por ele ou pela dor. O guerreiro aproximou um pouco mais, segurando o rosto dela pelo queixo. Fixou lhe o olhar.

– Mas que interessante...

– Tire as mãos dela! – gritou Aioria, já partindo para cima dele.

– Não me atrapalhe.

Aioria sentiu o corpo paralisar.

– Eu não vou precisar mata-la. Ela já vai morrer mesmo.

– O que você disse? – indagou Julia. Shura também não entendeu.

– Ela deve ter mais algumas horas de vida. – soltou o rosto, voltando a caminhar. – seu coração está endurecendo.

– Do que está falando seu maldito? – indagou Aioria.

– De algo simples. – estralou os dedos libertando o leonino, que correu até a brasileira. Shura também foi atrás. – o coração dela está petrificando.

– Do que está falando? – Aioria amparou a brasileira. – Gabe.

– Passou... – e realmente tinha passado mesmo. – estou melhor.

– Fale o que sabe Kalisha. – disse Shura parando ao lado de Julia.

– Eu pensei que o Aryeh estava só brincando, mas parece que ele acertou os três.

– Do que está falando cretino! – berrou o leonino.

– Aryeh tem um ataque chamado Málmur Hjarta. Ele dispara contra o peito do inimigo e a medida que o tempo passa o coração vai solidificando até se tornar metal. – Kalisha fez cara de pensativo. – se me lembro bem, ele direcionou para Atena, mas a garota e mais dois cavaleiros entraram na frente... acho que o loiro e o do cabelo branco. Os três vão morrer do mesmo jeito. Muito me admira ainda não estarem mortos.

Shura empalideceu, Shaka tinha sido atingido?

– E como desfaz isso?? – Aioria estava em choque.

– Só se o Aryeh retirar ou morrer. De qualquer forma é bem difícil de acontecer. Sinto muito por sua garota.

Shura pegou na mão de Julia.

– Toma conta dela, se acontecer algo, vá até Atena. – disse bem baixo para somente ela escutar.

– Entendi.

Aioria fitou Gabe. Ela ia morrer e não havia nada que ele pudesse fazer?

– Gabe...

– Está tudo bem Aioria. – disse com um sorriso para não preocupa-lo. – Tenho que certeza que vou sair dessa.

O cavaleiro queria acreditar nisso.

– Não sei por que a tristeza, vocês vão morrer mesmo. – o guerreiro deu um salto, parando no alto da escada.

– Fique aqui. – o grego a ajudou a sentar num cantinho.

– Sim...

Aioria parou ao lado de Julia.

– Cuida dela.

– Pode deixar.

Os dois voltaram para o centro do salão.

– Precisamos acabar com ele o quanto antes, para irmos até o Aryeh. – disse Shura. – Giovanni e Shaka também correm perigo.

– Vamos por um ponto final nisso.

Os dois cavaleiros começaram a elevar seus cosmos. Kalisha permaneceu na mesma posição.

– Excalibur!

– Relâmpago de Plasma!

Os dois ataques combinaram partindo em direção ao inimigo. A onda de destruição varria o solo do castelo, mas aquilo parecia não preocupar o guerreiro. Houve o choque e uma grande quantidade de poeira subiu, mas para a surpresa dos dourados, Kalisha sai do meio da fumaça. Primeiro, apareceu diante de Shura dando-lhe um soco. Depois diante de Aioria. Deu lhe uma rasteira, jogando o no chão. Aioria nem teve tempo de revidar, sentiu o pescoço sendo apertado.

– Aioria... – murmurou Gabe.

– Quer ser o primeiro a morrer? – Kalisha aplicava força.

– Eu vou acabar com você!

O jovem guerreiro sorriu, mas o rosto foi ficando sério a medida que olhava fixamente para Aioria.

– Acho que não terei trabalho para elimina-los. – ergueu o indicador direito, apontando para o coração de Aioria. - Svart Skugga... – murmurou.

O grego sentiu o coração esquentar e depois esfriar. Sentiu sonolência...

Kalisha saltou, quando percebeu o ataque que Shura lhe direcionava. O espanhol saiu de onde estava indo ate o leonino que continuava no chão.

– Aioria...

– Se eu fosse você não ficava perto dele. – disse o sueco.

– O que fez a ele?

Gabe assistia tudo apreensiva, o que Kalisha tinha feito a Aioria?

– Aioria! – chamou Shura.

Aos poucos o leonino foi abrindo os olhos, as íris outrora esverdeadas estavam escurecidas.

– Aioria...

Tudo que Shura sentiu foi o punho do grego contra seu rosto.

– Aioria??

– Assassino!

Ele, Gabe e Julia arregalaram os olhos.

– Gostaria que Atena visse isso. Cavaleiro contra cavaleiro.

– O que foi Aioria? – Shura levantou.

– Eu vou matar você.

O grego partiu para cima do capricorniano, Shura tentava se defender. Julia e Gabe olhavam apreensivas.

– Aioria... – murmurou Gabe.

O leonino fechou o punho prestes a dar um soco em Shura, o espanhol conseguiu segurar.

– Aioria o que foi?

– Vou me vingar por ter matado meu irmão.

– O que?

Kalisha sorriu.

– Isso mesmo Aioria, aproveite a chance e vingue-se.

Shura não teve tempo de se proteger, Aioria lançou contra ele o Capsula do Poder. O cavaleiro foi lançado longe, batendo de forma violenta contra a parede.

– Shura!!! – Julia saiu de onde estava indo até ele. O ombro com sequelas de Hades sangrava.

– O que você fez? – Gabe olhou para Kalisha.

– Simplesmente liberei o ressentimento e ódio que o Aioria tinha.

– Está controlando-o?

– Um pouco. – sorriu.

Aioria caminhava até Shura, que era auxiliado por Julia.

– Esdras... – o ombro dele sangrava muito.

– Sai daqui Julia...

– Julia, saia da frente.

Disse o grego, assustando a todos.

– Aioria... – Gabe levantou. – pare...

Julia levantou passando a frente do espanhol.

– Aioria, por favor. O Shura arrependeu-se pelo que fez.

– Isso não apaga o que ele fez. Matou meu irmão apenas para conseguir a armadura.

– Aiolos está vivo. – Julia apelava pelo bom senso.

A passos lentos Gabe caminhava até o leonino.

– Ora... – Kalisha acompanhava o dialogo. – a elite de Atena não é tão virtuosa como eu pensei.

– Cala a boca! – gritou Shura, já de pé. – Julia sai daqui.

– Não me obrigue a levantar meu punho contra você Julia. – Aioria acumulava cosmo.

– Não vou deixar que faça algo a ele. – a paulista não se mexeu.

– Saia da frente Julia! – gritou Aioria. – como pode defender um cara como ele? Não apenas escondeu o corpo de Shion como matou por ambição. – os olhos ficaram ainda mais escuros. Kalisha sorriu, o ressentimento e ódio estavam dominando o coração do cavaleiro.

– Vamos Leão, acabe com os dois. – incitou.

O grego elevou seu cosmo, Shura pagaria por tudo. Quando estava prestes a disparar teve o braço retido.

– Não Aioria...

– Gabe?

– Matar o Shura não vai resolver nada. Só vai sujar suas mãos. Além do mais Aiolos estava vivo.

– Ele tem pagar pelo que fez.

– Você sabe que não.

Kalisha a fitava com ódio, aquela garota poderia atrapalhar tudo. Quando pensou em fazer alguma coisa...

– Por favor Aioria... – a voz falhou e se não fosse o leonino segura-la tinha ido ao chão.

– Gabe! Gabe o que foi?

Ela tinha perdido os sentidos.

– Gabe. – Julia aproximou. – Gabe.

– Gabrielle! – a voz do cavaleiro saiu grossa.

– Precisamos leva-la até Atena. – disse Shura.

– Vocês não vão a parte alguma.

Voltaram a atenção para Kalisha, o cosmo dele não parava de crescer, chegando a grande proporções.

– Atom Förstörelse!

A energia negra explodiu. Aioria só teve tempo de envolver Gabrielle e Shura a Julia. A onda de destruição varreu todo o salão... De Aries para cima sentiram os cosmos de Aioria e Shura desaparecerem...

Aiolos sentiu um aperto no peito.

– “Aioria...”

**** Templo de Muspheiheim****

Mu estava perto de onde Suelen e Ester estavam escondidas. No momento oportuno entraria em combate. No meio do salão, Alfarr e Kanon se encaravam.

– Vejo que está mais forte. – disse o marina.

– Apenas estou deixando meu poder transparecer um pouco mais. Daquela vez não usei nada.

– Isso vai tornar as coisas mais interessantes.

Mal terminou de falar, Kanon partiu para cima de Alfarr. O guerreiro de Hell não teve dificuldade para se defender.

– Não espere que com simples ataques possa me atingir. – disse o galês.

– Eu sei que não. – Kanon ergueu seu cosmo. – mas posso fazer você lutar ao nosso favor.

– O que?

Sem que Alfarr esperasse, Kanon lançou um feixe de luz que atravessou a testa do guerreiro. Ele foi de joelhos ao chão.

– O que...

– Vai fazer tudo que eu mandar. Seguirá conosco e vai nos ajudar a derrotar os demais guerreiros.

Alfarr trazia a expressão apreensiva, sentia o cérebro formigar.

Mu e as meninas que assistiam sorriram. A batalha tinha acabado, contudo...

– Não imaginei que tivesse esse poder. – Alfarr sorriu. – mas sinto informar que não tem qualquer efeito sobre mim. – levantou.

– Como...

– O ataque de Aryeh é muito mais forte que o seu.

Kanon não teve tempo de dizer nada, quando percebeu Alfarr estava na frente dele e a queima roupa disparou. O marina foi jogado longe.

– Kanon! – gritou Suellen.

Alfarr surgiu diante dele.

– Adeus Kanon. Ilafnau Marwol.

O cavaleiro foi envolvido por um tornado negro.

– Ah!!! – o corpo foi cortado em várias partes.

– Revolução Estelar!

O ataque do ariano partiu em direção a Alfarr. O guerreiro recuou e com isso o ataque a Kanon cessou. Suellen correu até o marina.

– Kanon... – ajoelhou ao lado dele.

– Não deveria ter interferido cavaleiro. – disse Alfarr, afastando.

– Eu serei seu adversário.

– Como quiser.

– Ainda não....

Os dois voltaram a atenção para a voz. Era Kanon.

– Está vivo.

– Não morreria tão fácil. – estava vivo, mas bastante machucado, já que seu poder estava limitado.

– Kanon... – Suellen estava preocupada.

– Estou bem. – sorriu. – agora se esconda. – levantou.

– Mas...

– Estou bem. Vá.

Acabou concordando. O marina caminhou até Mu.

– Obrigado.

– De nada. – sorriu.

– Vamos atacar juntos.

Os dois elevaram seus cosmos, Alfarr pareceu não ligar.

– Explosão Galáctica!

– Revolução Estelar!

Os dois golpes combinaram-se.

– Treiglad... – murmurou o guerreiro de Hell.

Alfarr foi atingido em cheio. Houve uma grande explosão que suspendeu temporariamente a visão.

– Conseguimos. – disse os dois ao mesmo tempo.

– “Eles conseguiram.” – Ester sorriu.

Aos poucos a luz foi dissipando e tanto Kanon quanto Mu não acreditaram... Alfarr tinha sumido, mas na frente deles havia duas pessoas.

– Ka-non? – gaguejou Suellen.

Olhando para os cavaleiros de Atena, havia um cavaleiro de Aries e um dragão marina.

– Surpreso Kanon?

O marina o fitou, até parecia diante de um espelho. O outro ser usava a escama marina e até seu tom de voz era o mesmo. O mesmo se passava com Mu.

Suellen e Ester olhavam os quatro. A semelhança era tanta que nem sabiam diferenciar um dos outros.

Obs: (quando eu disse cavaleiro de Aries e Marina se tratam dos inimigos, quando for Mu, ariano, Kanon e grego se tratam dos originais)

– Que porra é essa? – indagou Kanon.

– Vamos elimina-los. – disse o cavaleiro de Aries elevando seu cosmo. – Revolução Estelar!

– Explosão Galáctica!

Mu e Kanon ficaram pálidos, até os golpes foram copiados?

– Muralha de Cristal! – gritou Mu.

Os golpes bateram de forma violenta contra a muralha. Mu estava até conseguindo segurar, contudo seu poder telecinetico desequilibrou e por conta disso perdeu a concentração. Os dois foram atingidos.

**** Arena dos Aspirantes****

O coração de Fernando falhou ao ver a amazona no chão e repleta de ferimentos. Botha caminhava em direção a ela prestes a acerta-la.

– Agulha Escarlate!

O guerreiro parou o movimento ao ser acertado pelo ataque de Miro, sentiu uma forte dor no braço.

– Vai se arrepender por isso.

– Marin! – Fernando correu ate ela, agachando ao seu lado. – Marin!! – a pegou no colo. – Marin!!

– Nando... – o rosto estava sujo de sangue e terra.

– Você esta bem? – Giovanni aproximou.

– Estou... – levantou com a ajuda do mineiro. – mas o que fazem aqui? – olhou para as meninas.

– Shion e Deba estão com problemas. – disse Helu. – achei melhor não ficar perto deles para não preocupa-los ainda mais.

– O que vamos fazer? – indagou Miro. – Shion e Deba não aguentaram por muito tempo.

Ficaram em silencio, a situação estava péssima para todos. Estavam tão preocupados que não viram que Grove e Crilim se juntaram a Botha.

– Podemos participar da reunião?

– Merda... – murmurou o canceriano. – com essas coisas imortais não tem como vencermos.

– Não ha um jeito? – indagou Marcela.

– Não...

– Teremos que confiar em Shion e no Ricardo. Não podemos deixar esses caras chegarem perto de Atena. – disse Miro.

– Vamos nos separar. – MM tomou a frente. – procure um lugar para se esconder. – olhou para Heluane. – vocês também.

– Você vai lutar? – Fernando segurou o braço da amazona. – esta machucada.

– Não tenho opção.

– Mas...

– Eu sou uma amazona Fernando.

Ele não insistiu.

– Esta bem.

– Separem-se, - disse Miro. – se um estiver com problemas será mais fácil para o outro avisar.

E assim fizeram. Miro, Giovanni e Marin tomaram rumos diferentes e Marcela, Heluane e Fernando os seguiram, procurando um local para esconder.

**** Templo de Hefesto ****

No templo de Hefesto, Shion, Atena e Deba nem respiravam ao ver Ogue apontar para Mabel. A piauiense encolheu e Rodrigo passou a frente dela.

– Vai querer protege-la? – apontou o martelo para ele.

– Afaste-se deles! – gritou Shion. – eu serei seu adversário.

– Você é meu adversário. – disse Nordor. – esqueceu?

Deba tentava levantar, mas seu corpo simplesmente não obedecia.

– “Que droga...”

– Vamos brincar.

Tudo que Rodrigo, Paula e Mabel virão foi um ponto negro surgir no punho de Ogue. O guerreiro disparou sem piedade. Eles seriam atingidos se Shion não tivesse surgido na frente, entretanto o ataque foi tão forte, que o ariano não conseguiu segurar e os quatro foram atingidos.

– “Não...” – murmurou a deusa.

– Seu desgraçado... – o brasileiro cerrou os punhos.

– Está preocupado com eles? – Nordor caminhou ate os quatro. – que tal matar um por um?

Nordor agachou diante Shion, pegando-o pelo colarinho da túnica.

– Acho que vou arrancar a cabeça dele.

– Deixe-me fazer isso Nordor. – pediu Ogue.

Paula, aos poucos foi despertando. Ficou em pânico quando viu Shion nas mãos de Nordor.

– Solte-o...

– Parece que a mulher se preocupa com você. – sem cerimonia, jogou-o perto de Paula.

– Shion...

Deba assistia a tudo com ódio. Por mais forte que o grande mestre fosse, ele não aguentaria outro ataque. Pensou em chamar um dos cavaleiros, mas estava sem cosmo.

– Posso então matar a outra mulher?

Mabel sentiu uma sombra sobre si, quando ergueu os olhos o sangue gelou.

– Vou cortar seu corpo bem devagarzinho...

– Não se atreva... – a voz de Deba saiu baixa.

– Ora... – Ogue virou o rosto para ele. – se interessa por ela? Isso é bom, pois vou mata-la na sua frente.

Ogue pegou Mabel pelo pescoço erguendo-a.

– Solte-a! – Rodrigo avançou neles.

– Não me atrapalhe moleque.

O guerreiro deu um murro no brasileiro jogando-o longe.

– Solte-a... – os olhos de Deba marejaram. – solte-a...

– Vou soltar... – deu um sorriso ardiloso. – o corpo dela sem vida. – aplicou força no punho.

Dentro da barreira Saori estava desesperada, se não fizesse nada todos iriam morrer. Tomou a rápida decisão de parar com encantamento, mas seu corpo não se mexeu. A expressão ficou mais circunspeta. É Atena, não pode sacrificar a humanidade por cinco pessoas. Saori ouviu a voz dentro de si, as vezes seu lado deusa assumia o controle total do seu corpo. Mas? Se parar o selo vai matar a todos.

Os olhos da grega encheram de agua. As coisas não poderiam terminar daquele jeito.

Aldebaran não conseguia levantar e estava desesperado. Mabel e todos ali morreriam por sua culpa. Se Atena morresse, a humanidade seria destruída e tudo seria por sua culpa. Que espécie de cavaleiro ele era? Quando mais precisava de sua forca não a tinha.

– Pare Ogue!

O grito de Shion chamou sua atenção, o grande mestre tentava levantar, mas estava igualmente sem forças. Lembrou-se dos companheiros, que a essa altura também travavam batalhas. Todo o sacrifício deles seriam em vão se ele não fosse capaz de derrotar Ogue e Nordor.

– “Por favor, Touro....” - o rosto estava no chão, pois não suportaria a morte de Mabel. – “me empreste apenas mais uma vez sua força.”

Mabel já não conseguia escutar muito bem, tentava puxar o ar, mas não conseguia. Aquele seria seu fim? Morreria ali, sem ao menos rever seus pais?

Shion apoiava-se em Paula para levantar, não poderia deixar Mabel morrer. Quando levantou, teve a atenção chamada. Começou a sentir uma cosmo energia conhecida. Ficou surpreso ao ver o cosmo de Ricardo queimar ao redor dele.

– “Aldebaran...”

Deba sentiu o chamado de Shion por cosmo. Alias, começou a sentir o cosmo do ariano, o de Atena e o dele. Quando deu por si, seu cosmo queimava ao redor.

– Meu poder... – murmurou olhando para as mãos.

Saori sorria. Será que o cosmo dele tinha voltado? Ogue parou de apertar o pescoço de Mabel.

– Ainda tem forcas?

– Eu vou manda-lo para o inferno.

– Quero ver. – jogou a brasileira.

– Bel. – Shion a segurou.

– Bel. – Rodrigo aproximou.

Ela tossia muito, mas aparentemente estava bem.

– Eu vou te acertar tão forte que não vai se levantar mais. – Ogue elevou seu cosmo. – e quando você morrer eu vou matar um por um.

Deba sabia que só teria uma chance e não poderia desperdiçá-la. Cruzou os braços.

O guerreiro afastou-se um pouco do grupo, assim como Nordor. O general deixara-o fazer o serviço sujo. Ele que mataria Atena.

O cosmo de Ogue espalhou-se pelo local atingindo grandes proporções. Apesar da suposta recuperação do cosmo de Deba, Shion estava apreensivo. Talvez o taurino não suportasse tamanho poder.

– Morra verme! – ergueu os dois braços para o alto. - Ath Cliath!

Sobre o guerreiro formou-se uma gigantesca bola de energia que partiu em direção ao taurino. Paula, Rodrigo e Mabel testemunhavam tudo chocados, não imaginavam a que níveis poderia chegar uma luta com cosmo. Saori fitava com receio.

Mesmo diante do poder, Deba manteve a postura. Se sua constelação guardiã havia lhe emprestado mais uma vez sua forca a usaria no momento certo.

– Deba... – murmurou Shion.

– Vai ficar parado? – Ogue gargalhou.

Os olhos azuis não desviavam da enorme energia que aproximava-se de si. No momento certo...

– Grande Chifre!

O cosmo de Ricardo explodiu de uma vez. As duas energias chocaram-se provocando uma onda de impacto violenta. Elas seguiam ligeiramente empatadas, ate que a de Deba começou a recuar.

– “Meu cosmo...” - Deba sentia sua energia esvair.

– Isso tudo que consegue? – Nordor sorriu. – esse espetáculo todo só para morrer de forma vergonhosa?

– Ele não passa de um verme. – disse Ogue.

A energia de Ricardo recuou consideravelmente, deixando Shion e Atena extremamente preocupados. Se ele fosse atingido pelo ataque do guerreiro morreria.

– “Não posso ser derrotado assim... – foi de joelhos. - não antes de salvar Atena e os demais.”

– Deba! – gritou Mabel.

O cavaleiro foi acertado em cheio.

– Ricardo! – gritou Atena.

– Aldebaran!! – gritou Shion.

– Um a menos. – Ogue voltou a atenção para o grupo. – quem será o próximo?

Rodrigo estava pasmo. O cavaleiro de Touro estava morto? O abatimento tomou conta de todos, ate que Paula começou a ver pequenos pontos dourados em meio a luz negra.

– Shion... – segurou no braço dele.

O ariano voltou a atenção para o local que ela apontava. Em meio a luz negra, havia um brilho dourado. O brilho foi aumentando chamando a atenção de todos. Quando a luz negra dissipou o grupo, mais Atena sorriram.

– Não é possível... – murmurou Ogue.

Deba estava de pé, usando sua armadura.

– Você deveria está morto!

– Não antes de te matar. – respirava ofegante e mesmo estando com a armadura sentia o cosmo oscilar. Talvez não conseguisse soltar um golpe muito poderoso.

– Seu verme. – Ogue tomou a postura de ataque. – eu vou mata-lo.

Novamente ele ergueu os braços e para o espanto de todos a bola de energia ainda foi maior que a primeira.

– Ath Cliath!

Disparou. Deba retomou a postura e segundos depois soltou o Grande Chifre. Primeiro, a energia dourada empurrou consideravelmente a energia negra, contudo ela acabou recuando. O taurino seria acertado novamente.

A energia do brasileiro expandiu-se de uma vez, fazendo com que o ataque de Ogue recuasse.

– Não vai me derrotar! – ele despejou mais poder.

Novamente Ogue reverteu o quadro e o poder de destruição de Deba diminuiu drasticamente. Apesar de seu cosmo ter voltado ele estava muito instável.

– “Vamos cosmo brilhe mais uma vez.”

O cosmo de Deba aumentou de forma exponencial. O chão começou a tremer e fendas surgir em todas as direções. Rapidamente Shion criou uma barreira para proteger o grupo.

– Será inútil.

Ogue despejou mais poder, mas a energia de Deba não recuou, ao contrario aumentava cada vez mais.

– ”Que poder...” - Nordor criou uma barreira para si.

– É o seu fim Ogue. GRANDE CHIFRE!

A energia dourada explodiu, irradiando poder para todos os lados. A terra tremeu mais forte e uma luz intensa cegou-os.

– Não pode me vencer!

A luz dourada encobriu Ogue por completo e uma torre de luz subiu ate os céus. Quando a luz dissipou puderam ver a consequência. A área onde Ogue estava tinha se formado uma grande cratera.

Deba respirava ofegante. Estava esgotado, mas com o sentimento de dever cumprido. Agora só faltava um.

Atena sorria. Seu cavaleiro havia vencido a limitação de Hades. Shion estava impressionado. Nunca tinha testemunhado o poder de Aldebaran, ele realmente era um cavaleiro formidável. Bel correu ate o namorado.

– Deba! – se jogou.

– Acabou Bel. – a abraçou.

– E você conseguiu sua armadura de novo.

– Sim.

Os dois caminharam ate Shion e os outros.

– Você é incrível. – disse Rodrigo.

– Parabéns Touro. – disse Shion.

– Seus vermes!

Arregalaram os olhos ao escutarem a voz.

– Co-mo?? – murmurou o taurino.

Ogue havia subido a cratera e estava de pé. Pelo corpo todo escorria um liquido asqueroso e podiam se ver que seu braço esquerdo estava deslocado, fora um dos olhos que haviam ficado cegos.

– Como sobreviveu? – Shion não acreditava.

– Eu sou imortal seus inúteis. Eu vou acabar com você seu verme. – olhou com ódio para Aldebaran.

– Já chega Ogue. – disse Nordor parando ao lado dele. – está muito ferido. Eu termino a luta.

– Não! Eu que vou mata-lo!

– É uma ordem. – Nordor o fitou ferino. – a invasão a Midgard ainda não começou e ainda preciso de você em boas condições.

Ogue olhou de forma assassina para Nordor, mas não questionou a ordem.

– Como quiser.

Afastou-se.

– Fique com o mestre Mabel.

– Sim.

Deba caminhou ate certa distancia. A situação não tinha melhorado muito. Nordor era muito mais forte que Ogue e naquele momento não sentia mais seu cosmo por causa da instabilidade. Seria uma luta dura.

**** Arena dos Aspirantes****

Heluane refugiou-se num amontoado de rochas a certa distancia de Giovanni.

– A mulher vai assistir a sua morte? – indagou Grove com um sorriso cínico.

– Ao contrario, vai ver a sua.

– Esqueceu que sou imortal?

– É apenas um detalhe. Podemos continuar?

– Se quer apressar a sua derrota tudo bem.

De onde estava a fluminense apenas via pontos dourados se chocarem contra o inimigo. Hora ou outra sentia no corpo uma forte corrente de ar. Estava assustada, pois qualquer movimento em falso de ambas a partes poderia culminar em sua morte.

A resistência física de Giovanni era conhecida, mas apesar de seu poder, não poderia lutar indefinidamente. Somando a isso a forte dor que sentia no peito. Devido a ela acabou levando um soco, sendo jogado perto da brasileira.

– Gio! – agachou ao lado dele.

– Fica escondida porra! – gritou.

– Mas..

– Isso não foi nada. – limpou a boca de sangue. – estou bem.

Ele levantou, contudo sentiu uma fincada no peito.

– O que foi Gio??

– Nada... – respirava lentamente. – não foi nada.

– Como nada? Está pálido.

– Estou bem. – a empurrou de leve.

– O que foi? – Grove os fitou sorrindo. – está com dorzinha no peito?

– Afaste-se Heluane. – a voz saiu grave, mas para no segundo seguinte voltar ao chão.

– Giovanni! – estava muito preocupada.

Grove fixou o olhar nele. Podia sentir que a área ao redor do coração estava negra.

– Eu não sei o que você tem, mas dá para ver que vai morrer rapidinho.

– Do que está falando? – Helu o fitou.

– Ele está com algum problema no coração.

A fluminense voltou a atenção para o italiano. Já tinha notado que ele não estava bem e não era por causa da batalha.

– O que importa. – Mask respirou fundo levantando. – isso não vai me impedir de elimina-lo.

– Você fala demais garoto.

O canceriano deu um passo elevando seu cosmo. Helu afastou.

– Desapareça!

Ele disparou seu ataque, contudo Grove facilmente o parou.

– São vocês que vão desaparecer.

Ele revidou o ataque. Devido a dor, o canceriano só conseguiu envolver a brasileira para que ela não fosse atingida.

xxxxx

Crilim e Miro se encaravam. O escorpião só voltou a atenção total para a luta depois que viu que Marcela tinha se escondido.

– Eu vou ser cordial em deixar os soldados de fora. – disse o guerreiro. – será uma luta apenas entre nós dois.

– Isso facilita as coisas.

– Concordo.

Marcela observava atentamente, como Miro faria para elimina-lo?

O combate reiniciou no corpo a corpo. Os dois eram muito bons e ágeis o que deixou a luta empatada. Num dado momento trocaram socos.

– Você é bom garoto. – Crilim saltou para trás.

– Digo o mesmo.

Miro olhava fixamente para o inimigo, contudo começava a sentir as pálpebras pesadas. Balançou a cabeça.

– “Não é hora para o sono aparecer.” – pensou, fazendo as contas, não havia passado muitos dias sem dormir.

Ele não teve tempo de pensar, quando percebeu Crilim estava frente a ele.

– Preste atenção! – Crilim percebeu que havia algo de errado com o cavaleiro. Os reflexos tornaram-se mais lentos.

O guerreiro disparou a queima roupa, fazendo o escorpião ir ao chão.

– “Que droga...” – limpou a boca. – “nem vi.”

Levantou, apontando sua unha. Dispararia as quinze agulhas de uma vez, só assim poderia derrota-lo.

– Vai insistir nesse ataque? – Crilim tomou posição.

– Esse vai de derrubar de uma vez.

Miro disparou. Como era um ataque rápido, Crilim foi atingido em dez pontos, contudo quando o escorpião lançaria os outros cinco, sentiu o corpo mais lento e por frações de segundos fechou os olhos. Quando os reabriu, a bola de energia disparada por Crilim estava sobre ele.

– Miro!! – gritou Marcela.

Houve uma grande explosão. A forte luz ofuscou a visão de Marcela. Quando a luz dissipou, a paulista viu o escorpião no chão e coberto de ferimentos.

– Miro!! – correu até ele. – Miro!

Não respondeu.

– Uma humana...

O sangue da paulista gelou. Ela olhou para trás, Crilim estava bem perto.

– Posso poupar sua vida se vier comigo.

– Prefiro morrer. – voltou a atenção para o escorpião. Ele estava desmaiado. – “Miro.”

– Não adianta achar que ele vai levantar, pois não vai. Vai ficar algumas horas desse jeito.

– Como assim?

– Estafe. – disse simplesmente. – o corpo dos humanos é muito frágil. Somando a isso a luta.

Marcela o fitou, na verdade Miro estava dormindo?

– Muito bem humana. – Crilim deu um sorriso cínico. – pode começar a rezar.

xxxxxx

Fernando refugiou-se perto de algumas rochas. Achava aquela situação ridícula, por ter que se esconder. O certo era defender Marin e não, ela defende-lo. Mas na qualidade de homem normal, não poderia fazer nada. Só daria trabalho.

Botha encarava seu alvo, mais alguns minutos e a mulher estaria morta. Marin respirava ofegante. O corpo estava com muitos ferimentos e se a luta prolongasse muito, não teria mais forças.

– Por que não desiste? – indagou Botha. – nunca poderá me vencer.

– A batalha ainda não acabou.

– Belas palavras.

O guerreiro partiu para cima dela, Marin tentava aguentar, mas estava bem fraca. Acabou levando um golpe de Botha. Fernando não se intimidou correndo até ela.

– Marin! Marin!

– Estou bem...

– Não atrapalhe moleque.

Tudo que Fernando viu, foi ser jogado por uma força violenta.

– Fernando!!!

– O humano é importante para você... – sorriu. – vou mata-lo de forma bem cruel.

Botha caminhou lentamente até Fernando. Marin levantou, mas o corpo não obedecia qualquer chamado.

– Pare... – murmurou.

– Um dos meus passatempos favoritos é ver o sangue dos humanos... Tem uma cor muito bela. – Botha pegou sua arma.

– Não faça nada! – a amazona ficou desesperada. O guerreiro ia mata-lo.

– Nada, como isso?

Botha cravou a ponta da lança no braço do mineiro que soltou um grito de dor.

– Grite. Quanto mais alto melhor.

Marin empalideceu. Se não fizesse nada, Fernando... Ela não percebeu, mas seu cosmo oscilava entre o azulado e o dourado.

– Pare!

O grito de Marin pareceu incentivar o guerreiro, ele provocou outro ferimento no brasileiro no braço contrario. O mineiro sentia uma dor alucinante, parecia que a lamina além de perfurar queimava a pele. A amazona deu um passo, daquele jeito...

– Jamais vou perdoa-lo... – cerrou o punho, o cosmo dourado acumulava ao redor. – afaste-se dele!!!

– Você vai me impedir? – zombou.

– Mandei afastar! - O cosmo da japonesa explodiu. – Lampejo da Aguia!

O ataque partiu em direção a Botha, que a principio não se mexeu. Contudo com a aproximação da energia notou que não era como das outras vezes. O guerreiro foi atingido por uma força tremenda sendo lançado longe.

Ofegante Marin correu até o mineiro.

– Fernando. – agachou, o rosto ficou pálido, pois o mineiro sangrava muito. – Nando...

– Ma-rin...

– Vou te tirar daqui.

Ela ergueu o rosto de repente, quando percebeu uma onda de destruição aproximava deles. Ela só teve tempo de proteger o mineiro.

xxxxxx

Heluane acordou com um peso sobre si. Com dificuldades conseguiu sair debaixo do canceriano. Quando o viu...

– Gio!!

O cavaleiro estava num estado critico com o corpo coberto de sangue e partes da armadura danificadas.

– Gio... Gio...

– Não precisa ficar assim, ele vai morrer.

Helu olhou para a direção da voz, Grove aproximava deles.

– Não se aproxime! – passou a frente do cavaleiro para protegê-lo.

– Vou ficar com você como premio. - O guerreiro pegou a brasileira pelo braço.

– Me solta!!! Giovanni!!

– Para quê chama-lo? O coração dele está danificado, ele vai morrer daqui a pouco.

Os olhos dela encheram d’agua.

– Não...

Giovanni não escutava som algum, sentia cada centímetro do seu corpo doer, ainda mais na altura do peito. Não sabia como ainda estava vivo. Tombou o rosto para o lado abrindo lentamente os olhos, procurando por Heluane, mas não havia sinal dela. Olhou para o outro lado e a situação era a mesma. Com muito custo ergueu o corpo ficando sentado.

– Heluane... – fixou o olhar. – Heluane?!

Grove e a garota escutaram a voz.

– Ora.. ainda está vivo.

– Solte-a seu desgraçado! – levantou, mas cambaleou.

– Mal consegue ficar de pé. Eu vou ficar com ela, como premio. – ele puxou a brasileira para mais perto dele. – ela vai servir para os meus propósitos. – tocou no rosto dela.

– Tire suas mãos imundas dela! – deu um passo, mas foi de joelhos.

– Escute rapaz, você não poderá fazer nada contra mim. Alias nem seus amigos. Nós somos imortais. Será muito melhor, você morrer sem mais lutas.

O canceriano o fitava com ódio. Se tivesse seu poder já tinha mandado-o para o inferno, mas o efeito Hades ainda perdurava.

– “Droga!”

– Parece que agora entendeu. Não se preocupe vou trata-la bem. – passou a mão pelas costas da brasileira.

– Não toque em mim seu cretino! – vociferou.

– É geniosa... eu gosto de humanas difíceis.

Giovanni tentava levantar, mas estava sem forças. Sentia-se um inútil, não conseguia nem derrotar um inimigo, quanto mais salvar Heluane.

– Giovanni... – Helu o fitou.

– Esqueça humana, ele não poderá fazer mais nada, apenas aguardar a morte.

Ele escutava aquilo e o ódio crescia, agora que mais precisava de seu poder, não o tinha. Não conseguiu ajudar a mãe e agora não conseguia ajudar a brasileira. Como desejava que seu cosmo voltasse a ser como era antes, nem que fosse para salva-la.

– “Não apenas salva-la, - pensou, pois sabia que havia um exercito pronto a invadir o santuário. – salvar a todos... mas eles são imortais... droga!” – teve um estralo. – “ se não morrem com uma morte física, então...”

Reunindo um pouco de força levantou. Havia um jeito.

– Ainda quer lutar? – Grove ficou surpreso.

– Já falei que vou manda-lo para o inferno.

– Como? Se mal consegue manter o corpo de pé.

Giovanni sabia disso, como também, que não poderia usar seu maior golpe.

– “Atena... se puder me ouvir, me ajude apenas dessa vez.”

Há metros dali a deusa ouviu a “voz” do canceriano.

– “Giovanni.”

– Se quer tanto morrer, vamos acabar logo com isso. – Grove soltou Heluane erguendo seu cosmo.

– Não! – a brasileira sabia que Giovanni não aguentaria um novo golpe.

– “Vamos cosmo, brilhe mais uma vez.” – lentamente ergueu o braço direito apontando o indicador para o céu.

– Qualquer truque que for fazer será inútil. – o cosmo de Grove alcançou grandes proporções.

– Eu falei que vou te mandar para o inferno e vou cumprir. – o cosmo dourado brilhava ao redor. – “vamos Câncer, abra as portas do inferno.” Sekishiki... – o cosmo explodiu de repente, no céu apareceu um buraco negro. Giovanni sorriu satisfeito.

Grove que sorria sentiu o corpo ser arrastado para tal lugar.

– O que está fazendo?

– Eu não posso te matar, mas posso retirar sua alma. – o cosmo aumentou. – Meikai Ha.

A força de atração aumentou, a ponto de até a brasileira sentir seu corpo sendo arrastado, contudo o ataque cessou.

Grove gargalhou.

– Isso é tudo?

– “Câncer... – fitou a brasileira. – por favor.”

O cosmo voltou a brilhar, mas dessa vez mais intenso, a entrada para o Yomotsu reabriu.

– Como... – a força de atração arrastava mais rápido o corpo de Grove. – não pode me derrotar.

– Eu vou te derrotar. – disse apesar da forte dor no peito. Certamente seria seu ultimo ataque. – SEKISHIKI MEIKAI HA!

A entrada duplicou de tamanho, arrastando tudo e a todos. O céu ficou avermelhado. Grove ainda tentou se defender, mas a força era tremenda. Sentia algo sendo arrancado dele.

– Não pode me derrotar!!!!!

A alma saiu do corpo entrando na passagem. Giovanni sentiu as forças esvaindo, mas ainda não poderia cair. Se todo o exercito fosse imortal a única chance de derrota-los seria daquela forma.

– Acenda cosmo!!

Heluane viu o corpo do canceriano brilhar intensamente. Da passagem saiu um espiral azulado que a principio girava em torno de si, mas que a cada segundo aumentava o raio, Giovanni girou o braço apontando o dedo para o local onde estava acontecendo as demais batalhas...

Aldebaran respirava ofegante, tinha que encontrar uma maneira de derrotar Nordor.

–Não se preocupe cavaleiro, todos terão uma morte rápida.

Nordor deu um passo, mas parou ao escutar o grito de Ogue. O guerreiro foi envolvido por uma luz azulada.

– Ogue???

– O meu corpo... – ao contrario de Grove todo o corpo de Ogue foi absorvido pela luz azulada.

– Ogue??!!!

Nordor percebeu que a luz azulada o envolvia.

– Que droga é essa?

Shion que observava, percebeu o que estava acontecendo.

– “É o Sekishiki... bom trabalho Giovanni...” Muralha de Cristal! – gritou, criando a barreira em torno de todos para que eles não fossem afetados pelo golpe.

Da mesma forma que Ogue sumiu, aconteceu com Nordor. Os brasileiros respiraram aliviados...

Marcela olhava receosa para Crilim.

– Prometo que não vou machuca-la, mas antes... – olhou para o exercito. – ataquem!

Uma luz azul surgiu no fundo propagando como onda, assim que tocava os soldados, estes desapareciam em meio a ela. Crilim ainda tentou elevar seu cosmo, mas ele foi sugado pela luz. Marcela sentiu o corpo sendo arrastado, contudo foi envolvida por uma luz dourada, a armadura de Escorpião brilhava....

Marin e Fernando estavam desmaiados, sendo a amazona a primeira a despertar. Quando deu por si, Botha estava muito perto.

– Desapareça... – o guerreiro estava prestes a acerta-la.

O inimigo foi envolvido pela luz azulada.

– Que luz é essa?

Marin conhecia aquela luz, rapidamente abraçou Fernando elevando seu cosmo, que brilhou em dourado.

Botha ainda tentou fugir, mas seu corpo foi absorvido...

Giovanni via as almas entrarem na passagem, estava esgotado e a qualquer momento tombaria, mas tinha que aguentar até a ultima alma. Elevou um pouco mais seu cosmo para assegurar que todas fossem sugadas. Heluane observava tudo maravilhada, apesar de macabro o brilho das almas era lindo, era um espetáculo que jamais esqueceria.

Viu as ultimas almas entrarem e pensou que tudo tinha terminado, contudo viu o próprio corpo envolvido pela luz, assim como o de Giovanni. O cavaleiro estava semi inconsciente, ajoelhado no chão. A ponta do dedo estava negra assim como o braço. Da boca descia dois filetes de sangue. Ela tentou aproximar, mas apenas o viu desaparecendo em meio a própria luz...

... Heluane sentia o corpo mais leve, lentamente abriu os olhos, percebendo que estava em outro ambiente. A fluminense levantou olhando para o céu avermelhado. Um vento gelado a fez arrepiar. Ela estava num campo desolado e quando olhou para os lados, o sangue gelou, via dezenas de corpos deformados caminharem em fila em direção a uma elevação.

– Que lugar é esse... – viu Grove na fila. – Sekishiki.... – os olhos arregalaram. - estou no Yomotsu??!!!

A atenção dela foi chamada para algo caído mais a frente. Notou o brilho dourado.

– Giovanni!!

Quando aproximou-se do canceriano o coração parou, parecia que ele...

– Gio!! Gio!!! – tocou no pescoço, não sentia os batimentos. – Giovanni!!! – fitou a poça de sangue que tinha se formado.

Para seu desespero o viu duplicar, mas o segundo canceriano estava mais translucido.

– Não... – os olhos arregalaram, ele estava morrendo? – Giovanni não... - A alma desprendeu-se um pouco mais do corpo. A vida do italiano estava por um fio e pelo fato dela está no Yomotsu podia testemunhar o processo da morte. – você não pode morrer seu idiota!!

Sacudiu o corpo e com essa ação a alma retornou. Demorou alguns segundos para o canceriano abrir os olhos e mesmo assim ainda não a olhou diretamente.

– Giovanni!

– Por... que... está aqui... – a voz saiu pausada e fez uma careta ao sentir uma pontada no coração.

– Nos trouxe para cá...

Ele pegou a mão dela.

– Sekishiki....

Heluane sentiu o corpo ser envolvido novamente pela luz azulada. Quando reabriu os olhos viu que estava de volta ao santuário. Respirou aliviada. Sempre quisera saber como era o Yomotsu, mas não naquelas circunstancias.

– Você me assustou Gio... – murmurou.

Não houve resposta. Helu olhou para o lado, o cavaleiro estava no chão.

– Giovanni! – tomou o pulso, batia, mas muito lentamente e a qualquer momento poderia parar. – alguém!

Giovanni corria um sério risco de morte e sua vida poderia se extinguir como a chama da casa de Touro havia se extinguido...


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