A Lenda dos Santos de Atena escrita por Krika Haruno


Capítulo 60
Avanço


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora em postar, houve alguns contratempos. A fic já desenha para o final, embora muita coisa ainda vai acontecer. Acho que vou bater o recorde de capítulos, já estamos no 60! Já virou um Senhor dos Aneis ou Harry Potter... kkkk
Boa leitura!



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Do seu castelo em Star Hill, Hell acompanhava o desaparecimento dos cosmos de Kalisha e Alfarr. Seu ódio não foi maior para com os cavaleiros de Atena, porque eles também tinham sucumbido na batalha.

– Atena pagará muito caro por isso.

Disse fitando Giovanni no altar. A armadura do canceriano estava parcialmente negra.

**** Vanaheim****

Era a terceira vez que Shaka parava, alegando ordenar os pensamentos, mas o real motivo era a dor no peito.

– Shaka. – Juliana parou na frente. – diz logo o que está acontecendo. – a voz saiu grossa.

O indiano ficou surpreso pelo tom. Juliana sempre usava um tom meigo.

– Não está acontecendo nada. – sorriu, adorou o jeito dela. – apenas estou preocupado. Os cosmos de Giovanni, Aioria, Shura, Kanon e Mu desapareceram e ainda por cima senti um cosmo muito forte perto de Atena. São só preocupações.

– Não acredito.

– Quero que me faça um favor. – Shaka pegou a lança de Odin. – fique com ela até a luta acabar e se acontecer algo a mim entregue para o primeiro cavaleiro que aparecer.

– Não vai acontecer nada a você. Você é Shaka de Virgem. O cavaleiro mais foda... – ficou vermelha. – desculpe pelo palavriado.

Shaka no primeiro momento ficou surpreso com o elogio, depois abriu um grande sorriso.

– Eu sou foda? – lembrou-se que Miro mencionara muitas vezes essas palavras para explicar uma coisa ou situação muito boa.

– É.

– Bom saber... – deu um sorriso dubio. – bom.., mesmo com o elogio – entregou a lança. - Por precaução. Guarda para mim? – acariciou o rosto dela.

– Guardo.

Shaka continuou a fita-la, queria guardar bem aquele rosto meigo.

– Eu não sou bom em expressar meus sentimentos, mas quero que saiba que você fez a minha vida mais feliz. Obrigado por me apresentar a esse mundo novo.

A garota ficou surpresa com as palavras.

– A minha vida também mudou Shaka. – sorriu.

O cavaleiro aproximou enlaçando-a nos braços e no instante seguinte a beijou demoradamente.

– Vamos?

– Sim.

Os dois entraram no ultimo palácio de mãos dadas. O outrora templo de Atena, estava no formato do castelo de Valhalla. Shaka estava atento aos mínimos detalhes. Depois de percorrerem um longo corredor, chegaram a um amplo salão feito de cristais.

– Procure um lugar para se esconder e não saia por nada.

– Sim.

Juliana achou um espaço entre duas paredes de cristais. Shaka foi para o meio do salão.

– Apareça ultimo guerreiro de Hell.

A brasileira e o indiano começaram a escutar som de passos. Uma porta surgiu do outro lado, Aryeh transpassou-a.

– Seja bem vindo a Vanaheim, o mundo dos Vanir, Shaka de Virgem.

– Hell está em Star Hill? – indagou.

– Sim. – disse parando.

– Então tudo que tenho que fazer é te derrotar.

– Sim, mas creio que não esteja em condições de usar todo o seu poder. Não digo pelo cosmo e sim pelo seu físico. Seu coração não vai demorar a petrificar.

O cavaleiro estreitou o olhar e Juliana a prestar atenção.

– Eu lancei um ataque contra Atena, mas parece que você, o cavaleiro de Câncer, mais a mortal foram atingidos.

– Que mortal? – Shaka tentava se lembrar.

Juliana que ouvia forçou a memoria. Quem estava perto do namorado e do italiano naquela ocasião?

– “Quem... oh meu Deus!” – exclamou ao se lembrar. - Shaka! A Gabe foi acertada.

– A Gabrielle? – o rosto do virginiano ficou tenso. Ele e Giovanni ainda poderiam aguentar o ataque, mas não a brasileira. – como faço para parar o processo?

– Me derrotando. Mas isso não será possível, – tomou posição. – pois será morto pelo guerreiro Ragnarok do Atraso.

Do seu esconderijo Juliana temia o pior. Então era por isso que Shaka vinha apresentando a palidez. Pelo tempo que tinha passado, ele não teria muito tempo de vida.

**** Niflheim ****

Afrodite tentava se defender, mas Erda atacava com tudo. Kamus tentava acompanhar o embate, mas sua visão estava comprometida. Esfregou os olhos várias vezes, mas nada.

– Bli Stråler! – a norueguesa disparou contra o pisciano.

Afrodite ainda tentou se defender, mas foi atingindo, indo ao chão.

– Afrodite! – gritou Kamus.

– Não se preocupe, – Erda surgiu na frente dele. – você é o próximo - Tordenvaer...

O aquariano foi atingido em cheio, indo ao chão.

– Kamus! – Isa correu até ele. – Kamus!

A paulista ficou preocupada ao ver os ferimentos.

– É tão bonito a sua preocupação com ele. – Erda caminhava em direção a eles.

– Não se aproxime!

– Vai tentar me impedir?

– Já falei para não se aproximar.

Isabel ficou de pé, Erda apenas sorriu, olhando de cima, já que a guerreira de Hell media mais de um metro e oitenta de altura.

– Saia da frente, vadia.

Isa só sentiu a face aquecer, devido ao tapa que a norueguesa lhe deu.

– Vai sair da frente ou quer levar outro?

Quando Erda ergueria o braço, várias rosas transpassaram por ele.

– Você não desiste. – Erda fitou o pisciano.

– Não antes de leva-la para o inferno. – o cavaleiro estava de pé, apesar dos vários ferimentos. A luta que teve no palácio de Hell nem se assemelhava a essa.

– Vou te acertar de um jeito que não vai se levantar mais.

A guerreira ergueu seu cosmo, no teto dezenas de raios agruparam promovendo clarões e fortes estrondos. Gustavv olhava para o alto. Tinha que evitar ser acertado ou aquilo poderia custar sua vitória.

– Desapareça verme. Tordenvaer!

O ataque partiu em direção a Afrodite, que elevou seu cosmo. O golpe chocou-se contra ele, que até tentou rebater, mas não conseguiu.

– Os guerreiros de Atena são patéticos.

– Afrodite! – gritou Isa.

– Vejo que também se preocupa com ele... – o sorriso tornou-se maldoso. – é concubina dos dois?- apontou o dedo para a paulista. – que tal uma descarga elétrica?

Kamus abriu os olhos, mas tudo a sua frente era vulto. Ergueu o corpo, sentando.

– Isa... – procurava pela paulista. O rosto empalideceu quando percebeu que ela estava na mira da guerreira. – pare...

– Vamos ver se suporta isso.

Um raio saiu do indicador de Erda indo em direção a Isa.

– Não!! – gritou Kamus.

A brasileira apenas fechou os olhos a espera do ataque, contudo quando os reabriu viu o francês a sua frente.

– Kamus??

Ele segurava o ataque.

– Você está bem? – indagou sem fita-la.

– Sim...

– Digno de um cavalheiro, querendo salvar sua dama.

O cavaleiro tentava enxerga-la, mas a cada minuto a visão diminuía. Baseava-se no cosmo dela para “vê-la”, mas a energia de Erda estava se espalhando pelo local, o que tornaria inviável esse tipo de identificação.

– Isa... – chamou baixinho.

– Sim?

– Onde a Erda está? – não queria preocupa-la, mas era a única saída.

A principio ela não entendeu, mas...

– Não está enxergando...? – aproximou um pouco mais.

– Onde ela está? – ignorou a pergunta, já era humilhante o suficiente ter aquele problema ainda mais em batalha.

– Uns três metros a sua esquerda.

– Fique atrás de mim. – Kamus elevou seu cosmo. – Pó de diamante!

O ataque partiu em direção a guerreira, uma parte a acertou diretamente, mas outra passou rente.

– Sua pontaria não anda muito boa cavaleiro. – sorriu. – vamos resolver isso?

O cosmo de Erda espalhou-se pelo local, dezenas de raios cortavam o salão em todas as direções. Isa estava encolhida atrás do francês, instantaneamente os olhos fecharam por conta da claridade excessiva, mas Kamus permaneceu com os dele abertos, pois precisava saber de onde o ataque viria.

– Elektrisk Drift!

Os raios condensaram num disco de mais ou menos um metro de diâmetro, partindo em direção a Kamus. O cavaleiro pressentiu de onde provinha o ataque e olhou diretamente...

– Iysstyrke... – murmurou a guerreira.

A menos de dois metros de Kamus o disco dissipou provocando uma forte claridade. O salão ficou branco. O aquariano que olhava diretamente para o disco, sentiu os olhos queimarem...

A luz dissipou segundos depois e Isa abriu os olhos lentamente. Tanto ela quanto Kamus estavam bem.

– O que houve...

Kamus estava parado estático.

– Kamus. – a brasileira tocou no braço dele.

O cavaleiro estava pálido, esfregou os olhos, mas nada.

– Kamus o que houve? – ficou preocupada com a expressão dele.

– Ele está cego. – disse Erda. – não é Kamus?

A brasileira assustou-se, indo para frente do namorado.

– Kamus.

Ele abaixou o rosto por ter escutado a voz dela, mas sua visão estava negra...

– Eu não consigo ver...

*** Midgard ***

Dohko encarava seriamente Andrasta. Notou que os poderes do guerreiro tinham sido aumentados.

– Não quero que nossa luta seja monótona, por isso pensei em colocar um pouco de tensão nela. – sorriu cinicamente.

– E quer fazer o que? – o libriano devolveu o sorriso.

– Isso.

Os olhos de Dohko arregalaram quando viu Andrasta apontar o dedo para Jules. Ele ainda tentou entrar na frente da brasileira, mas não chegou a tempo. Ela foi acertada no peito por um raio negro.

– Jules!

A brasileira sentiu um leve desconforto, mas que passou segundos depois.

– Jules. Onde está doendo?

– Lugar nenhum... – o fitou. – ele não me atingiu?

– O que você fez desgraçado? – Dohko vociferou.

– Dohko... – Jules sentiu as pernas bambas, apoiando-se nele.

– Jules...

– Coloquei um pouco de cosmo negro nela. O tempo está correndo Dohko. Se não me matar rápido, ela vai morrer.

– Seu cretino... – virou a atenção para a namorada. – Jules...

– Estou bem... – o fitou. – você precisa se concentrar na luta.

– A garota tem razão. – Andrasta estava formando uma grande bola de energia. – concentre-se na batalha.

O guerreiro lançou a bola de energia, rapidamente Dohko pegou Jules no colo saltando para o outro lado salão.

– Fique aqui. – disse a ela.

– Está bem. – sentiu algumas dores na perna, mas não disse nada para não preocupa-lo.

– O tempo está passando cavaleiro de Atena.

Dohko levantou, indo para o meio do salão.

– Não espere misericórdia de mim.

– Eu não preciso dela.

Andrasta avançou sobre o libriano, desferindo socos e chutes. Hian defendia-se, mas o guerreiro foi mais rápido. Numa leve distração, Andrasta pegou o braço de Dohko, girou-o e lançou-o para o alto, antes que o cavaleiro atingisse o teto, Andrasta o chutou. Dohko bateu violentamente contra uma parede.

– Dohko... – murmurou Jules.

O cavaleiro levantou, limpando a boca de sangue.

– Precisa de incentivo Dohko? – sorriu. – como esse?

O guerreiro elevou seu cosmo, Jules soltou um grito de dor.

– Jules! – gritou.

– Vai deixa-la morrer?

– Cretino!

O cavaleiro partiu para cima dele.

– Cólera do dragão!

Andrasta recebeu o ataque diretamente, contudo não sofreu grandes danos.

– Sabe Dohko... – o guerreiro levantou. – nunca tive muita paciência para pessoas fracas, como o seu caso. Por isso espero que me proporcione alguma diversão. – elevou seu cosmo. – primeiro vou sugar aos poucos sua energia vital.

– Como?

– Ionsú na beatha.

O cavaleiro foi envolvido por uma energia negra, que subitamente sumiu.

– Perdeu sua chance Andrasta. – Dohko elevou seu cosmo, ainda mais que da primeira vez. – Cólera do Dragão!

O ataque do chinês partiu em direção a Andrasta, que apenas ergueu a mão parando-o.

Jules acompanhava tudo de forma apreensiva. Era evidente que o guerreiro de Hell estava mais forte que o namorado.

– Droga. – Dohko deu um passo, mas se sentiu fraco.

– Veremos quem vai morrer primeiro. – disse Andrasta. – a mulher contaminada pelo meu cosmo, ou você, devido a perda de energia.

– O que você fez?

– Aos poucos sua energia vital irá deixar seu corpo. Vai perder a vitalidade e virar um velho, isso se não morrer antes. – Andrasta gargalhou.

*** Nidavellir ***

A subida rumo a primeira e segunda casas foi em silêncio, principalmente quando chegaram ao portal que trazia o seguinte dizer: “Nidavellir”

– Que palavra é essa, mestre? – indagou Aldebaran.

– Se eu não estiver errada e ter relação com Hell, - iniciou Marin. – esse é o nome de um dos mundos da mitologia nórdica.

Shion fitou os demais castelos acima. Dali até Star Hill eram nove castelos. Justamente os noves mundos da mitologia.

– Marin tem razão. – disse. – mas não percamos tempo. O relógio de Gêmeos não vai demorar a apagar.

O grupo seguiu, entrando no castelo. A onda de destruição provocada pela batalha podia ser vista em todos os lados.

– Não sinto energia nenhuma. – disse Paula. – não deve ter ninguém aqui.

Entraram no salão principal ficando assustados com o estado dele. Mabel olhou ao redor vendo Julia.

– Julia!

A paulista ergueu o rosto banhado em lágrimas. Rapidamente Shion correu até ela, ajoelhando ao lado de Shura. O ferimento do ombro estava tomado por sangue.

– Com quem ele lutou?

– Kalisha... ele está morto Shion...

– Não. Ainda sinto o cosmo dele.

Marin que olhava ao redor viu Aioria e Gabrielle.

– Aioria!

Fernando ajoelhou ao lado de Gabe, seu rosto estava pálido.

– Marin...

A amazona a fitou e ao leonino. Ainda sentia o cosmo de Aioria, mas os batimentos de Gabe estavam bem fracos.

– Shura. Shura. – Shion o chamava. – Shura.

– Vamos Shura acorde. – disse Deba.

Julia abraçada a Mabel apenas chorava. Heluane olhava a cena, Giovanni estava no mesmo estado e aquela maldita ainda o tinha levado.

– Shura!

A voz mais incisiva de Shion surtiu efeito. Aos poucos o espanhol foi abrindo os olhos.

– Shura... – Julia aproximou.

– Julia... – fitou os demais. – mestre...

– Que alivio. – disse o ariano, ajudando-o sentar. – como se sente?

– Quebrado. Felizmente conseguimos derrotar Kalisha.

– Isso é bom. – sorriu aliviado. – consegue nos seguir?

– Sim... – sentiu a falta de Giovanni e Miro. – Cadê o Miro e o Gio?

– Miro está com Atena e o Giovanni foi levado por Hell.

– Como??

– No caminho te explicamos. – Deba levantou, indo até Aioria. O brasileiro ficou assustado pelo estado do amigo. – ele está bem?

– Aparentemente sim, o que me preocupa é Gabe. – disse Marin. – ela está muito pálida.

– Kalisha disse que o coração da Gabe parou. – disse Julia, aproximando. – ela foi atingida pelo ataque de Aryeh. Parece que o coração vai endurecendo até parar.

Heluane ao ouvir aquilo teve um estalo. Ora ou outra via Mask levar a mão ao peito.

– Shion, acho que o Mask também foi acertado.

– Gabrielle... – o leonino sussurrou, chamando a atenção de todos.

– Aioria... – com dificuldades Shura ajoelhou ao lado dele.

– Gabe... Gabe....

– Aioria!

O grego abriu os olhos, o corpo todo doía, mas sua atenção foi para a brasileira.

– Gabe!

– Ela está viva Aioria. – disse Marin.

Ele a fitou, para em seguida olhar os demais.

– Mestre...

– Consegue andar?

– Sim... mas a Gabe...

– Vamos leva-la. Precisamos chegar a Aryeh.

*** Hellheim ***

Aiolos sentia o corpo todo doer. Levar dois ataques diretos de Seren era para no mínimo não levantar mais. Os olhos verdes focaram o alvo a frente.

– Sai de perto dela. – disse frio.

O guerreiro de Hell estava a curta distancia de Sheila e o grego sabia que era bem capaz dela querer enfrenta-lo.

– Como quiser.

Seren usando seu cosmo jogou a brasileira longe.

– Sheila!

– Eu estou bem... – murmurou, apesar de sentir uma forte dor nos braços. – quebra a cara dele.

O grego sorriu.

– Como se isso fosse possível. – Seren tomou posição.

– Veremos...

Aiolos fez o mesmo.

– Ildkugler!

– Trovão Atomico!

As duas energias partiram em direção uma a outra. Sheila olhava admirada para o choque das duas energias. Não estava preocupada se poderia sair ferida e sim no brilho dourado em combinação com a energia negra de Seren.

Nos primeiros segundos os ataques ficaram empatados, contudo Seren foi mais forte e Aiolos foi atingido em cheio e dessa vez com maior gravidade.

– Aiolos! – Sheila correu ate ele. – Aiolos... – o cavaleiro estava bastante machucado e para piorar os ferimentos sangravam muito.

– Eu não sei se ele é louco ou muito corajoso, por lutar sem armadura. – disse Seren.

– “Os dois.” – pensou a brasileira.

– Mas tenho que reconhecer que ele foi um grande oponente. Gostaria de ter tido a chance de lutar com ele trajando a sua armadura dourada. Infelizmente...

– Ele não esta morto! – gritou a brasileira e voltando a atenção para Aiolos. – vamos Oilos acorda.

– Quer dizer que você pode colocar apelido em mim e eu não... – abriu um dos olhos, sorrindo de forma marota.

– Eu posso, você não. – sorriu de forma tranquila. Se estava dizendo aquilo era sinal que estava bem.

– Tudo bem, você manda. – ergueu o corpo. – pode me ajudar?

Ela o ajudou.

– Sei o quanto quer acabar com aquele idiota, mas esta muito ferido. – realmente estava preocupada com ele. O que adiantava ter um herói, mas morto?

– Por acaso já viu o Rambo morrer?

Sheila o fitou surpresa para depois sorrir.

– Ate que para um moleque esta se saindo muito bem.

– Vou aceitar isso como um elogio. – Aiolos levantou, mas cambaleou.

– Aiolos.

– Faz parte. – mirou Seren. – agora se esconda. Se você se comportar te levo para voar. – deu uma piscadinha.

– Tudo bem. – sorriu.

Sheila afastoue refugiando-se entre algumas pedras. Estava otimista quando ao desfecho da luta, contudo ao mirar o local onde Aiolos estava o rosto ficou pálido. Havia uma grande quantidade de sangue no chão. Fitou o namorado. Ele sangrava muito.

– “Ele esta perdendo muito sangue...”

E Aiolos tinha consciência disso. Sentia-se fraco e com dificuldades em ficar de pé

– Admiro a sua determinação. Mas é uma pena que a única coisa que ainda te mantem em pé seja seu cosmo, pois seu corpo...

– Tudo que eu preciso é do meu cosmo.

– Pois vou tirar isso de você. Primeiro não usará mais seu golpe.

Seren erguendo seu cosmo, mirou o indicador esquerdo em Aiolos.

– Hængelås.

Uma rajada de energia negra foi de encontro ao corpo do sagitariano. Aiolos sentiu uma dor forte na altura do peito por alguns segundos.

– Acho que não funcionou Seren... – sorriu, elevando seu cosmo. – Trovão Atômico.

O punho do cavaleiro brilhou em dourado, mas foi apenas por segundos.

– Como?

– Eu selei seu ataque. Não poderá usa-lo mais.

– Como se isso fosse me deter.

O sagitariano ignorou o ataque partindo para cima de Seren. Ele cerrou o punho concentrando uma grande quantidade de energia nele.

– Ainda não entendeu? – Seren repetiu o gesto. Desta vez acertou a testa do cavaleiro.

O corpo do grego paralisou por segundos. Aiolos começou a sentir como se algo saísse dele.

– “Que sensação é essa?”

Sheila também percebeu que algo errado estava acontecendo a ele. Subitamente parou de sentir a energia que emanava dele.

– Você já era um cavaleiro sem armadura, agora sem cosmo.

– O que?

– Não poderá fazer mais nada Aiolos, eu selei seu cosmo. Não passa agora de um homem comum.

– Co-mo?! – os olhos arregalaram.

Seren elevou seu cosmo. Daria o golpe de misericórdia nele.

– Destruktion.

As bolas de energia partiram em direção a ele. Aiolos tentava usar seu cosmo, mas era como se não o tivesse.

– Aiolos! – gritou Sheila ao ver a bola negra se aproximando dele.

Tudo que Aiolos pode fazer foi cruzar os braços sobre a cabeça. Houve uma grande explosão seguida por um brilho negro.

– Aiolos!

Sheila correu ate ele, mas antes de aproximar parou assustada.

– Aiolos...

Levou as mãos ao rosto, os olhos lacrimejaram...

*** Alfheim ***

Saga olhava com ódio para Einlin.

– Solta ela. – disse frio.

– Não se preocupe, não fiz nada. Pelo menos por enquanto. – sorriu. – é curioso como uma pessoa tão cheia de ambição como o Ares tinha, sucumbiu por conta de uma mulher. Ele realmente deveria gostar muito dela, para desfazer o lacre que Hell criou.

O geminiano cerrou o punho, Ares queria roubar tudo dele.

– Fique com ela. – usando seu cosmo, Einlin jogou a brasileira sobre Saga.

– Cristiane.

A mineira abriu os olhos.

– Saga...

O cavaleiro a pegou no colo, levando até uma pilastra.

– Fique aqui.

– Saga.

Ele não disse mais nada, voltando para perto de Einlin.

– Preparado? – indagou Einlin tomando posição.

– Venha.

Os dois avançaram um contra o outro, desferindo socos e chutes. Num dado momento o punho de Saga atingiu o rosto de Einlin e o do guerreiro, o estomago do geminiano. Recuaram.

– Você está mais forte. – disse Saga.

– Hell aumentou meus poderes.

– Perfeito, então posso usar meu poder ao máximo com você.

Saga elevou seu cosmo. Usaria logo de cara seu maior golpe, quanto mais rápido eliminasse Einlin mais rápido poderia parar Hell.

– Explosão Galáctica!

O ataque partiu em direção a Einlin que apenas sorria. Quando a energia dourada chegou próxima a ele...

– Musta Ulottuvuus...

Ao redor de Einlin surgiu um ponto negro que expandiu-se a ponto de encobrir todo o ataque de Saga que em seguida desapareceu.

– Como?

– Tenho o poder de desaparecer com as coisas. – o cosmo dele aumentou. – surpreso?

Saga não se intimidou.

– Minha vez. Tuhoaminen Tulipalo!

A energia de Einlin aumentou drasticamente e um poderoso ataque partiu para cima de Saga. O geminiano tomou posição. A energia negra chocou-se contra as mãos dele. Saga elevou seu cosmo, para conter o ataque, mas o golpe de Einlin foi mais forte. O cavaleiro bateu contra uma pilastra.

– Saga! – a mineira correu até ele.

– Seu poder nem se compara ao de Ares. – Einlin cruzou os braços. - Ele é muito mais forte que você. Se quiser ter uma chance de vitória terá que chama-lo. – sorriu.

O cavaleiro estreitou o olhar.

– Ares é muito melhor que você, muito me admira que a mulher ainda esteja ao seu lado. – disse para provocar.

Saga fitou a mineira, será que até ela...

– Não dê ouvidos a ele, - segurava o rosto dele entre as mãos. – ele está só te provocando.

– Não é provocação, é a verdade. – Einlin faria de tudo para que Ares despertasse novamente. – aposto que ainda lhe faltam lembranças Saga, o que será que os dois fizeram enquanto você estava inconsciente?

Aquilo bateu fundo na mente de Saga. Realmente ainda não se lembrava de muita coisa e se os dois... Os pensamentos de Saga foram interrompidos pela aproximação de uma bola de energia. Rapidamente o cavaleiro passou a frente da mineira, protegendo-a. Os dois foram atingidos.

– Cris...

– Estou bem. – disse segurando nele.

Ele a fitou, será que ela tinha começado a gostar de Ares?

*** Muspheiheim ***

Aioria subia carregando Gabe com todo cuidado. Sentia a respiração da brasileira, mas a qualquer momento poderia parar. Fitou os templos acima, ainda tinham um longo caminho até chegar onde Aryeh estava.

Os demais também permaneciam em silencio. Não sentiam o cosmo de Kanon e Mu e dos demais, que estavam mais para cima estavam oscilando.

Adentraram no segundo templo, completamente destruído quanto o anterior.

– A luta aqui foi difícil. – disse Marin, fitando o teto parcialmente destruído.

Chegaram ao salão principal, logo vendo Suellen e Ester. As duas estavam ao lado de Kanon e Mu.

– Mu. – Shion correu até ele.

– “Shion...” – Ester trazia os olhos rasos. – “o Mu.”

Deba e os demais aproximaram, ficando preocupados com o estado dos dois. Shura ajoelhou ao lado do geminiano.

– Kanon! Kanon!

Suellen estava em silêncio. Havia chamado o muitas vezes, mas sem resultado.

– Ele não responde Shura... – a voz saiu triste. – eu tentei...

Helu a cada minuto sentia o coração apertar. Como seria quando encontrasse o canceriano?

Shion tocou a face do pupilo. Felizmente ele estava bem.

– Mu. Mu. Acorde.

Aos poucos o ariano foi abrindo os olhos, mas eles continuavam um pouco dourados, Shion ficou preocupado.

– Mestre... – murmurou.

– Você está bem?

– Sim... – sentou-se.

– “Mu”. – Ester o abraçou. – “como se sente?”

– Um pouco zonzo mais bem...

– Seus olhos. – disse Marin, fitando.

O ariano piscou algumas vezes e quando os reabriu a coloração verde havia voltado.

– Foi no momento que direcionei meu poder contra Alfarr. Minha telecinese estava descontrolada, mas por alguns minutos consegui controla-la e lança-la contra o guerreiro.

– Talvez comece a controlar seu poder. – disse Deba. – assim como eu consegui minha armadura, Shura recuperou sua Excalibur e o Giovanni conseguiu utilizar seu poder.

– Pode ser. – sorriu.

Shura ainda chamava Kanon. Apenas depois de vários minutos foi que o geminiano deu sinal.

– Kanon... – a pernambucana não se conteve abraçando-o.

– Su...

– Que alivio que estão todos bem. – disse Mabel.

– Vocês conseguem caminhar?

– Sim.

Enquanto saiam Shion contava a eles o que tinha acontecido com Gabrielle e Giovanni.

Deixaram o segundo castelo. Marin voltou a atenção para o relógio de fogo.

– Mestre!

Todas as atenções foram para o local que ela apontava. O fogo da casa de Câncer se extinguia.

– Passaram-se quatro horas.... – murmurou Aioria.

– Ainda temos três. – disse Deba esperançoso. – nós vamos conseguir.

**** Star Hill ****

Sentada em seu trono, Hell acompanhava o escurecimento da armadura de Câncer. Quando o processo finalizasse, o cavaleiro seria de grande ajuda para que conseguisse restabelecer seus domínios na Terra.

Voltou a atenção para o selo, ele girava lentamente devido ao cosmo de Atena.

– Seus esforços serão em vão Atena. Nada poderá me deter.

*** Niflheim ***

Isabel arregalou os olhos ao escutar a confissão de Kamus. Ele estava cego?

– Cego?

– Sim... – o cavaleiro estava pálido. Se antes as chances de derrota-la eram mínimas agora então...

– Isso torna as coisas mais interessantes. – disse Erda. – ele vai apenas imaginar as cenas, como essa...

A guerreira ergueu seu cosmo, lançando um golpe poderoso nele.

– Kamus!

– Deveria se preocupar com você. - A norueguesa surgiu diante da brasileira. – vai ser divertido ele apenas escutar seus gritos.

O francês tentava se mexer, mas seu corpo todo doía e para piorar não fazia ideia do que estava acontecendo a Isa.

– “Mas que droga...”

Afrodite abriu os olhos, com dificuldades levantou e os olhos estreitaram quando ele viu Erda perto de Isa.

– Erda.

As duas olharam para a direção da voz.

– Já de pé?

Dite não respondeu, apenas começou a liberar seu cosmo. Rosas vermelhas começaram a surgir no salão.

– Está enfeitando para o enterro de vocês?

A guerreira saltou para trás. Dite aproveitou para envolver Isabel num arbusto feito de rosas e espinhos. Nesse instante as rosas vermelhas viraram negras.

– Já que quer brincar...

Erda também ergueu seu cosmo, contudo começou a sentir os membros dormentes.

– Que sensação é essa... – foi de joelhos.

– As rosas exalam um perfume que entorpecem o sistema nervoso. Daqui a pouco não conseguirá se mexer.

– Será?

Erda usou toda a sua força para ficar de pé. Ela ficou, mas tinha consciência que estava sendo afetada pelo aroma. Afrodite reforçou o perfume. Nem que gastasse todo o seu poder ela iria cair e já sabia como faria isso. Shion lhe contou certa vez que seu antecessor usou seu sangue venenoso para matar o inimigo. Como estava na mesma situação, usaria a mesma técnica. Ele pegou uma rosa branca e segurou fortemente no caule, a rosa começou a puxar seu sangue.

– Não pense que vai me vencer com esses golpes simples. – a guerreira ergueu os braços, o teto foi tomado por raios.

Afrodite sabia que o ataque viria de cima então se preparou para se defender, contudo...

– Tordenvaer!

Isa apenas escutou o barulho ensurdecedor dos raios. Pegando Dite de surpresa, os raios não partiram do teto e sim de todas as partes, atravessando o salão. O cavaleiro foi atingido em cheio. O arbusto que protegia a brasileira se desfez na hora.

– Gustavv!!!

– Agora ele não levanta mais. – Erda sorriu, mas foi de joelhos, as pernas estavam dormentes. – maldito Afrodite.

Kamus apenas escutou o grito do pisciano e a diminuição do cosmo dele. Afrodite não aguentaria lutar mais contra ela. Ele respirou fundo, procurando forças para se levantar. Seu estado era critico e se fosse acertado mais uma vez, não levantaria mais.

– Fico admirada com a persistência de vocês. – Erda levantou. – não morrem.

– A batalha só termina quando um dos oponentes morrer. – disse o francês.

– Você está praticamente morto, não pode fazer nada cego. Mas já que insiste, não apenas matarei você como a sua garota também. Assim podem viver juntos no inferno.

Erda apontou o indicador para Kamus, o cavaleiro sentiu o acumulo de energia, mas na condição atual, o menor descuido seria fatal.

Isa não sabia o que fazer. Por conta do feitiço de Hell sentia cada vez mais a energia de Afrodite se esvair, assim como a de Kamus. Eles poderiam ser os cavaleiros de ouro, mas não eram imortais. Correu até o namorado, sem denunciar sua presença para não preocupa-lo. Parou na frente dele. Kamus sentiu o cheiro dela.

– É perigoso ficar aqui. – disse.

– Eu sei... mas... se esse for o nosso fim que seja juntos.

– Morram juntos então! Ray Piler!

Os raios saíram da mão dela tornando-se flechas, centenas delas foram em direção ao casal. Kamus inverteu a posição, não poderia deixa-la morrer por conta de uma fraqueza dele. Elevou seu cosmo para deter o ataque, mas a energia de Erda era muito mais poderosa. Quando eles estavam para ser atingidos, Kamus sentiu seu cosmo aumentar.

– “Meu cosmo...?”

Esse pensamento custou sua atenção e por isso foram atingidos. Isa desmaiou por conta do impacto.

– Isa...

– Você é uma erva daninha... – a expressão de Erda ficou séria. – não morre. – apontou o dedo para ele. – primeiro vou parar o coração dela e depois o seu.

Kamus sabia que se Erda acertasse Isa ela morreria. Isso ele não poderia permitir. Como um cavaleiro de Atena um dos seus juramentos era proteger as pessoas indefesas. Nem que custasse sua vida, mataria Erda.

– “Atena, me ajude...” pensou. Subitamente veio lhe algo na mente. Estava cego e com isso privado de um dos cinco sentidos. Shaka usava algo semelhante para acumular seu cosmo. Talvez fora por isso que sentiu seu cosmo aumentar minutos atrás.

O cavaleiro “fechou” os olhos concentrando-se, faria seu cosmo atingir proporções nunca vistas.

Erda estava prestes a atingir Isa quando sentiu o aumento do cosmo de Kamus. Iria ataca-lo, entretanto seu corpo estava um pouco dormente.

– “Não é possível que seja por conta das rosas...”

Ela olhou para os lados, mesmo com seu golpe de raios, algumas rosas permaneciam e certamente elas estavam afetando sua coordenação motora.

– “Maldito Afrodite.” – Recuou.

Kamus continuava a concentrar seu cosmo, primeiro focaria em acumular o máximo possível para depois localizar Erda. A guerreira de Hell afastou-se ainda mais.

– Vou por um fim nisso.

Ela elevou seu cosmo. Kamus elevou seus braços.

– Adeus cavaleiro de Aquário.

A quantidade de raios foi o triplo da primeira vez, gerando muita luz e barulho. Mas Kamus não se deixou abater com o barulho. Aquele seria o ultimo ataque. Por conta das energias o castelo começou a tremer.

– Morra! Bli Stråler!

– Execução Aurora!

Os dois ataques foram disparados.

Alfheim...

Einlin observava Saga, subitamente sua atenção foi chamada para dois castelos abaixo. Sentia claramente a energia de Erda, como também outra, hostil a ela.

Niflheim....

Os golpes dos dois guerreiros chocaram-se no centro do salão e seguiam empatados.

– Não vai me derrotar. – Erda despejou mais poder.

Kamus não disse nada, apenas liberava seu cosmo. Concentrava-se na tarefa, pois não aguentaria muito tempo e se não derrotasse Erda naquela hora, todos morreriam. A energia dele fez a da mulher recuar.

– Seu verme.

Erda despejou mais cosmo, a de Kamus recuou consideravelmente a ponto de fazê-lo ir de joelhos ao chão.

Afrodite despertou com a intensa luz.

– Kamus...

Olhou para sua mão, mesmo indo ao chão, não tinha soltado a rosa branca que àquela hora estava vermelha.

– “Kamus, consegue despejar mais cosmo?”

– “Acho que sim....” – respirava ofegante. – “por quê?”

– “Vou mata-la com uma das minhas rosas.”

– “Ok.”

Kamus levantou. Isabel sentia a cabeça rodar. Com dificuldade conseguiu sentar. Quando percebeu o que acontecia, temeu por Kamus, pois seu corpo estava coberto de sangue.

– Kamus... – murmurou.

– Aceite sua derrota Kamus. Bli Stråler!

A resposta de Kamus foi despejar suas ultimas forças. As duas energias expandiram-se rapidamente, mas Erda levava vantagem. Entretanto... ela sentiu algo perfurar seu peito.

– O que...

– Vai morrer envenenada vadia.

Ela olhou para além de Kamus, vendo Afrodite.

– Seu verme... – já sentia os efeitos do veneno. – vou mata-lo.

Como tinha direcionado sua atenção para Afrodite acabou se esquecendo do golpe de Kamus que avançou sobre ela com todo seu poder destrutivo.

– Não podem me derrotar!!!!

Alfheim...

Einlin preparava-se para lançar outro ataque em Saga, mas subitamente ele sumiu.

– Para onde ele foi? – o geminiano olhou para os lados.

Niflheim...

Erda já não conseguia queimar o cosmo por conta do veneno e a energia de Kamus estava cada vez mais próxima. Ela foi atingida e uma forte luz ofuscou a visão de Afrodite e Isa. Quando a luz diminuiu o cavaleiro de Peixes arregalou os olhos. O aquariano também sentiu outro cosmo poderosíssimo.

– Merecem a morte... – disse Einlin, segurando Erda nos braços, arrancando a rosa do peito dela. – sumam.

Ele disparou, tanto Dite quanto Kamus foram atingidos indo ao chão instantaneamente. Isa ainda viu o casal sumir antes de ser atingida por estilhaços...

*** Alfheim ***

Saga levantou as pressas. Para onde Einlin tinha ido? Será que ele tinha ido até Atena? Suas dúvidas acabaram quando voltou a sentir o cosmo dele. O guerreiro de Hell materializou-se na sua frente acompanhado de mais uma pessoa.

– Einlin.

– Não tenho tempo para você. – disse o guerreiro de forma fria, voltando o olhar para Saga e a mineira que estava mais atrás. - Uusi elämä.

Saga foi envolvido pelo cosmo negro de Einlin. Ele ainda tentou escapar, mas começou a perder os sentidos. Primeiro foi de joelhos para em seguida ir ao chão.

– Saga!

– Não se preocupe, ele não está morto, mas ficará em sono profundo para sempre. Na mente dele, sua vida tomará outro rumo.

Mente do Saga...

Saga abriu os olhos num rompante. Deu um salto ficando assustado ao olhar o local onde estava. Ao invés do salão de Alfheim, via as paredes brancas e acolchoadas da clinica. Olhou para si, não trajava a armadura de Gêmeos e sim um conjunto de calça e blusa de algodão branco.

– O que eu faço aqui?

Escutou barulho vindo da porta.

– Que bom que está acordado.

– Ka-non?!

– Como está irmão? – o abraçou.

– O que está fazendo aqui Kanon? Alias o que estamos fazendo aqui? O santuário está em guerra.

– Guerra? – Kanon estranhou.

– Temos que voltar imediatamente. A Cristiane e a Suellen correm perigo.

– Do que está falando Saga? – Kanon o fitou sem entender.

– Como do que? A Hell...

A conversa foi interrompida por uma voz feminina.

– Saga!

– Atena?!

A deusa vestia trajes formais e aproximou abraçando-o.

– Vejo que realmente está bem, por isso as boas novas. O doutor disse que será liberado semana que vem.

– Isso é ótimo! – exclamou Kanon. – em pouco mais de um mês e...

– Mês? – Saga o fitou assustado. – como assim um mês?

– Atena, o Saga pediu uma xicara de chá, será que pode providenciar?

– Claro. – sorriu. – aproveito e converso um pouco mais com o doutor a respeito da sua saída.

Assim que Atena saiu, Kanon virou-se para ele.

– Saga para de brincadeira. – disse sério. - Quer ficar mais tempo aqui?

– Há quanto tempo estou aqui?

– Hoje faz um mês. Como respondeu bem ao tratamento o médico te liberou para continua-lo em casa.

Saga começou a andar de um lado para o outro. Aquilo estava errado! Estavam em guerra! Hell queria abrir o selo para destruir a Terra.

– Kanon. – segurou os ombros dele. – não é hora de brincadeiras. Precisamos voltar, se a Hell abrir o selo...

– Quem é Hell?

– Como quem é ela?! É a vadia que quer destruir tudo. Se não fizermos nada a Cristiane e a Suellen também vão morrer.

– Cristiane? Suellen? Afinal de contas de quem está falando?

Saga começou a narrar toda a historia, desde a chegada dos brasileiros até o confronto com Einlin.

– Entende agora?

– Saga. – Kanon o fitou seriamente. – disse isso a mais alguém?

– Como assim?

– Parece que os remédios não estão fazendo mais efeito. Isso tudo que falou é fruto da sua imaginação. Não existe essa Hell, tampouco esse pessoal que passou pela barreira. O santuário permanece do mesmo jeito que você o deixou há um mês.

– Não é imaginação Kanon! Estou dizendo a verdade! Não pode ter esquecido da Suellen!

– Saga...

O cavaleiro recuou diante da expressão do marina. Não era possível que tudo tinha sido imaginado por ele. A Cristiane não existia?

– Não pode ser verdade...

– O santuário está bem Saga. Felizmente está tudo bem.

O grego ficou em silencio, tudo era imaginação? Tudo que viveu com a mineira não passava de um delírio? Atordoado, sentou na cama. Fitando o chão branco. Sua mente doentia havia lhe pregado mais uma peça, a pior de todas.

– Não fique assim Saga. – disse o marina. – faz parte do tratamento, com o tempo essas ilusões vão desparecer por completo.

– Ela era tão real.... dizia que me amava independente da minha condição... mesmo depois de tudo que eu fiz a ela...

– Ainda vai conhecer uma mulher legal. – agachou diante dele. – assim que sair daqui. Tenho certeza disso. Bom... Eu preciso ir. Amanha Aiolos virá.

Ele não respondeu.

– Vai ficar bem?

– Vou... obrigado Kanon. – tentou sorrir.

– Pode deixar que sua brasileira será um segredo só de nós dois. – levantou. – se cuida.

Ao se ver sozinho, Saga deitou na cama. Fechou os olhos, para reabri-los. Aqueles quinze dias simplesmente não existiram...

*** Vanaheim ***

A mente de Shaka trabalhava rápido. Tinha que pensar numa maneira de derrota-lo o quanto antes para salvar Giovanni e Gabrielle.

– Soube que você é o cavaleiro mais forte de Atena. Gostaria de testar seu poder.

– Eu não tenho tempo para testes. – o virginiano elevou seu cosmo. – Rendição Divina!

O ataque de Shaka partiu em direção a Aryeh que não demonstrou temor algum. Ele simplesmente posicionou o braço direito para frente. A energia dourada chocou-se contra ele, mas nada aconteceu.

– Realmente tem um poder esplendido. – a energia negra começou a circundar o guerreiro. – minha vez. Bylgja eyðingu.

– Kahn!

Shaka criou a barreira em torno de si, o impacto do ataque de Aryeh provocou um grande deslocamento de ar. Juliana teve que se proteger.

– Muito bom Shaka.

Aryeh apenas sorriu e segundos depois desapareceu diante dele, inclusive com seu cosmo.

Shaka ficou atento, pois poderia receber um golpe a qualquer minuto e foi isso que aconteceu. Quando percebeu Aryeh estava ao seu lado, Shaka conseguiu desviar, contudo foi tocado na altura do rim.

– Bom reflexo, pena que não o bastante. – a voz do guerreiro ecoou.

Shaka olhou para si, o local onde sentiu o toque havia petrificado.

– Já tem dois lugares nesse estado Shaka.

– Como se isso fosse empecilho. – o cavaleiro ergueu seu cosmo. – Invocação dos Espíritos Malignos.

O ataque partiu em todas as direções, Juliana arregalou os olhos, pois era uma cena horrível de se ver. Os espíritos preencheram todo o salão, até que tomaram uma direção. Antes que o “ponto” fosse atingido, Aryeh apareceu desfazendo o ataque.

Shaka aproveitou, para atacar novamente usando o Rendição Divina.

– Bylgja eyðingu.

As duas energias chocaram-se no meio do salão, seguindo ligeiramente empatadas. Entretanto a de Aryeh começou a avançar. Shaka elevou seu cosmo e novamente os golpes equilibraram, mas...

O cavaleiro foi de joelhos ao chão. Todo o corpo começou a doer.

– Shaka... – murmurou Juliana.

O indiano sabia o motivo das dores. Ele não poderia elevar muito seu cosmo, por causa da maldição de Hades. Shaka ainda tentou levantar, mas devido as dores acabou sendo acertado pela energia de Aryeh. O virginiano foi ao chão.

– Shaka! – Juliana correu até ele. – Shaka.

– Estou bem. – levantou.

A brasileira ainda o fitou receosa. Shaka poderia ser o mais forte de todos, mas com o coração petrificado, mais o ferimento perto do rim e as dores de Hades ele não aguentaria por muito tempo.

– Vamos ver se suporta isso... – Aryeh colocou as mãos em paralelo, formando uma grande bola de energia. – adeus Shaka.

Disparou. O indiano tomou a posição de lótus.

– Kahn!

A energia de Aryeh chocou-se contra a barreira criada por Shaka, Juliana que estava nela mal conseguia abrir os olhos, tamanha a claridade. O virginiano resistia, mas ao contrario dos golpes recebido de Saga e dos demais na guerra santa o poder destrutivo do guerreiro de Hell era muito maior. Abriu os olhos aumentando sua cosmo energia, mas isso lhe custou novas dores. Shaka ainda tentou aguentar para salvar Juliana, mas não suportou, acabou sendo atingido. Ele e a brasileira foram ao chão...

*** Hellheim ***

De Atena a Shaka sentiram o cosmo de Aiolos desaparecer por completo. Aioria que seguia mais atrás do grupo parou de repente.

– Não pode ser...

– Vamos nos apressar. – disse Shion.

Em Hellheim, Sheila foi de joelhos ao chão.

– Aiolos...

– Não se preocupe, você vai encontra-lo no inferno.

O estado do grego era preocupante, o corpo estava coberto por sangue e se ele não estava morto, seria questão de tempo.

– Aiolos. – a garota aproximou tomando-os nos braços. – Aiolos.

– É inútil. Ele é apenas um mortal. E levou dezenas de ataques meu, não vai sobreviver.

Aiolos não sentia seu corpo, alias não sentia nada. Apenas ouvia de longe a voz de Sheila. Não sabia se estava morto ou vivo ou há quanto tempo estava naquele estado.

– “Será que estou morto?” – pensou. O sentimento de insegurança veio com tudo. – “era de se esperar de um cavaleiro como eu... nunca estive em guerra e agora sucumbi... sem ao menos ajudar Atena ou salvar a Sheila...eu...”

Aiolos “fechou” os olhos. Só lhe restava esperar ser levado novamente para o inferno.

Sheila tocou o peito dele, seu coração batia lentamente como se a qualquer momento fosse parar.

– Aiolos.... – os olhos marejaram. – deixa de ser moleque e acorda! Aiolos!

O cavaleiro “abriu” os olhos. Ainda estava mergulhado na escuridão, mas pode escutar fracamente a voz da brasileira.

– “Sheila...”

– Se você não acordar agora eu juro que pego sua faixa e dou para o Sorento!

– “Ele teria mais condições de te proteger.” – respondeu achando que ela pudesse escutar.

– Já chega dessa conversa chata. – disse Seren. – se esta tão preocupada com ele, não seja por isso, vai para o inferno junto com ele.

– “Não se atreva Seren.”

A brasileira voltou a atenção para o guerreiro de Hell que estava mirando nela. Aquele seria seu fim?

– Aiolos...

O cavaleiro escutou seu nome, será que não poderia pelo menos derrotar o inimigo? Encontrou forcas para parar Ares, não teria para derrotar Seren?

– Não se atreva... – a voz saiu num murmuro.

Seren e Sheila olharam para ele.

– Ainda esta vivo? – o dinamarquês o fitou de forma fria.

– Aiolos...

– Eu posso não ser tão experiente quanto os demais, mas ao menos você vou derrotar.

Foi com grande dificuldade que ficou sentado.

– Aiolos...

– Nem pense em dar minha faixa para ele. – disse sério.

– Você é um grande idiota Aiolos de Sagitário. – disse Seren. – poderia esperar a morte sem sofrimentos, mas parece que não quer. Tem bastante motivação.

– Eu tenho motivos para não morrer agora, pelo menos ate matar você.

– Motivos? - sorriu com desdém.

– Sim. Trazer a paz na Terra novamente e devolver a Lindinha intacta para a família dela.

Sheila sorriu ao ouvir aquilo, nem ligou para o apelido.

– Se quer continuar.... – Seren elevou ainda mais seu cosmo. – vou dizimar seu corpo.

O guerreiro lançou uma poderosa bola de energia. Aiolos empurrou Sheila para que ela não fosse atingida e pôs se a frente.

– Vai tentar segurar o golpe com as mãos nuas?

Aiolos não respondeu. Seguraria aquele ataque mesmo que custasse seus braços. A energia negra chocou-se contra as mãos desnudas provocando ferimentos graves, mas quando parecia que estava perdido para o grego seu corpo foi revestido pela armadura de sagitário. Claro que foi atingido em cheio, pois como estava sem cosmo, não suportou o peso da mesma, mas ela o protegeu de danos maiores.

– Aiolos!

– Estou bem... – tentou levantar, mas só conseguiu da segunda vez. O peso do metal era enorme ainda mais com o corpo ferido. – vamos colocar um ponto final nisso.

O arco apareceu em suas mãos, assim como uma flecha, mas era muito pesado.

– “Que droga, não vou conseguir atirar.”

– Terei que esmagar você. – Seren já estava impaciente.

O guerreiro disparou, levando Aiolos ao chão. Sheila correu ate ele e pegou o arco, mas quase caiu devido o peso.

– “Não imaginava que pesasse tanto.” – com a outra mão pegou a flecha. – “posso não ter cosmo, mas tenho pontaria.”

– Você é muito ousada e corajosa garota. Daria uma boa guerreira. Sua morte será digna de uma guerreira. – abriu a palma das mãos.

Sheila tentava mirar no guerreiro, mas o arco era muito pesado, nem sabia como ainda estava segurando-o.

– Obrigada pelo elogio, mas não espere menos de uma mulher de cavaleiro. A mulher de Aiolos de Sagitário o grande mestre do santuário

Aiolos ouviu aquilo e isso lhe deu forcas para levantar. Sheila confiava plenamente nele, tinha que retribuir.

– A Sheila é uma mulher excepcional. Eu tive muita sorte por ter sido escolhido por ela. – o cavaleiro não tinha percebido, mas um brilho fraco emoldurava seu corpo.

– “Por que estou sentindo o cosmo dele?” – Seren recuou. – “eu selei.”

– Um moleque inseguro como eu sou. – a cada passo que Aiolos dava, o peso da armadura diminuía. – e mesmo assim ela sempre me enxergou como um cavaleiro forte. - o cosmo de Aiolos aumentou de tamanho. – esta na hora de eu começar acreditar nisso.

Parou ao lado dela, que o olhava de boca aberta.

– Você nunca falou assim.

– Ate que para um moleque eu me saí bem.

A conversa foi interrompida pelo levante de repente do cosmo de Seren.

– Se você tem um proposito, eu também tenho. – a energia negra se espalhou pelo local. – farei que o desejo de Hell se realize e não importa quantos eu tenho que matar.

– Nosso ultimo golpe? – Aiolos sorriu.

– Sim. – Seren devolveu o sorriso.

As energias aumentaram drasticamente. Sheila teve que se refugiar para não ser envolvida pelos poderes.

– Destruktion!

– Destruição infinita!*

As duas energias explodiram. O salão do castelo tremeu, provocando enormes rachaduras no chão e nas paredes. A brasileira quase foi atingida pelos estilhaços.

Os dois golpes chocaram-se provocando uma expansão violenta de ar. Seguiam empatados, mas a de Seren começou a empurrar de Aiolos. Por mais que estivesse usando armadura e com o cosmo restabelecido, seu corpo estava muito ferido. Tanto que Sheila arregalou os olhos ao ver o rastro de sangue que Aiolos deixou pelo caminho.

Aiolos sabia que não suportaria muito tempo e por isso dobrou a carga de energia. Era tudo ou nada.

– Você não vai me derrotar! – gritou Seren.

O teto ameaçava a cair. Aiolos sentia a respiração ofegar, estava chegando ao limite.

– “Queria muito te levar para voar Lindinha... mas não vai ser possível. Me desculpe.”

Ele pegou uma fecha e disparou...

Um brilho intenso cobriu o salão. Quando a luz dissipou Sheila abriu os olhos, vendo o guerreiro de Hell acertado por uma flecha no peito. Aiolos tinha conseguido.

– Muito bem Aiolos... – um filete de sangue desceu pela boca do guerreiro. – não esperava menos de você...

Seren tombou de lado.

Aiolos o fitava.

– Digo o mesmo Seren... – o sangue escorria pela boca do grego. Para disparar a flecha acabou sendo acertado pelo ataque do inimigo.

– Aiolos! – Sheila correu ate ele. – eu não disse que você conseguiria?

– Parece que sim... – com dificuldade tirou a faixa na testa e amarrou na brasileira. – cuida bem dela...

A voz sumiu. Os olhos do grego fecharam. Primeiro ele foi de joelhos, para em seguida tombar...

– Aiolos!!! – berrou Sheila.


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Notas finais do capítulo

* Golpe utilizado apenas no Episodio G



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