A Lenda dos Santos de Atena escrita por Krika Haruno


Capítulo 37
E a festa continua...


Notas iniciais do capítulo

Nesse capítulo a festa continua no templo de Atena. As seguintes músicas compõe a festa quem quiser escuta-las lendo o capítulo....
Dark Horse - Katy Perry
Stayin Alive - Bee Gees
Triller - Michael Jackson
Get Right - Jennifer Lopez
Sexyback - Justin Timberlake
Shot Me Down - David Guetta ft. Skylar Grey
Alors on Danse - Stromae
Your Body - Christina Aguilera
Run the world - Beyonce
Sexy And I Know it - LMFAO
Pegasus Fantasy - Nobuo Yamada
Pegasus Fantasy - Angra
Get Lucky - Daft Punk
Happy - Fharruel Willians



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Depois da chuva de fogos Atena, saiu em busca de seus guerreiros, já era hora de subir. A deusa saiu a francesa, despedindo apenas do senhor Hector e dos organizadores do evento. Os cavaleiros voltaram para o templo, onde outra comemoração os aguardava.

Poseidon e Sorento foram convidados, mas não quiseram ficar, pois o deus tinha compromissos mais tarde. Antes de seguir para o salão, Atena foi para o quarto tirar sua armadura, passando a usar um vestido a moda grega. Os cavaleiros também tiraram a armadura, usando roupas casuais.

O salão do templo estava ricamente decorado, com várias mesas de quatro assentos e mesas de coquetéis e aperitivos. Atena, Shion, Marin, Aiolos e Dohko estavam numa mesa. Os cavaleiros sentaram mais juntos enquanto as meninas em outro canto, juntando suas mesas. Ao contrário da festa da vila, aquela estava séria demais.

– Que saco! - exclamou Heluane. - se soubesse que seria assim, tinha ficado lá embaixo.

– A festa do povão é sempre melhor. - disse Mabel.

– Pelo menos tem champanhe. - Paula encheu a taça.

– E vinho. - Isa apreciava um tinto.

– Eu vou ali e já volto. - Gabe levantou sumindo das vistas dela.

Na mesa dos meninos...

– Que tédio.... - Aioria afundou na cadeira. - antes tivesse ficado.

– Aioria.... - repreendeu Deba. - Atena fez com boa vontade.

– Mas até que poderia ter uma musiquinha... - murmurou Miro. - vai dizer que não está achando um saco.

– Concordo. - disse o taurino. - agora.... - voltou a atenção para o leão. - está de namorada nova?

– É... - ficou rubro. - acho que agora vai. Marin e eu não seriamos felizes juntos. E você, Miro?

– Marcela e eu estamos nos entendendo, se é que me entende... – deu um sorriso safado.

– Merece um brinde!

Os três pegaram seus respectivos copos de refrigerante para brindarem.

Em outra mesa, Shura contava a Saga sobre o que havia acontecido naquele fático dia.

– Tem sorte por estar vivo. - disse Kamus que estava na mesa, tomando champanhe.

– Como acordou? - indagou Shura.

– Parece que acordei de uma noite de sono pesado. Estranhei estar na enfermaria, mas aí me lembrei dos remédios... a pessoa que tomava conta de mim, disse sobre a cerimônia e eu ainda fiquei um bom tempo sem saber se deveria ir... depois de tudo que eu fiz...

– Não sente mais nada?

– Não. Peço desculpas. Prometo que retomarei ao tratamento.

– Esperamos isso mesmo Saga. - disse Kamus. - Kanon e Cristiane merecem. Eles ficaram bastante abalados.

– Eu sei... – murmurou, desviando o olhar.

Na outra mesa...

– Você é um frouxo! - exclamou Dite. - quase a perde para o Poseidon.

– Eu sei... – fez o mesmo gesto de Saga.

– Você gosta mesmo dela? - indagou Mask enchendo a taça de vinho.

– Gosto.

– Então vai em frente.

Kanon e Dite o fitaram na hora pasmos.

– Vocês se gostam vai ser feliz. - disse sem olha-los, pois a visão estava em Heluane.

Aiolos, em outra mesa, olhou na direção de Kamus.

– "Kamus." - chamou por cosmo.

– "Sim?" - o francês o fitou.

– "Obrigado pelo conselho. Deu certo."

– "Você e a Sheila..."

– "Começamos a nos acertar." - sorriu.

– "Não vai se arrepender." - estava feliz pelo amigo. – “e a insegurança?”

– “Acho que preciso confiar mais em mim, se ela depois de tudo está comigo...” – sorriu.

– “Ela gosta de você isso é o importante.”

Na mesa feminina...

– Que festa morta. - disse Sheila. - desse jeito vou dormir.

– Vou salvar nossa noite. - disse Gabe aparecendo. - Julia prepare-se, você será a rainha.

– O que? – arqueou a sobrancelha.

– Aonde foi Gabe? - Suellen indagou desconfiada.

Gabe já tinha saído indo em direção a Atena.

– Atena.

– Sim Gabe.

– Importa-se se eu colocar algumas músicas?

– Claro que não fique a vontade. - ficou um pouco ressabiada, mas aceitou.

– Obrigada.

Gabe passou pela mesa de Aioria, Miro e Aldebaran.

– O que vai aprontar, hein? - indagou o leonino.

– Você vai ver. - mandou um beijinho.

Ela foi até a mesa do som, que naquela hora não estava tocando nada. Pegou o ipod de Marcela do bolso, colocando no aparelho do som. As meninas a fitavam sem entender.

– Gabe vai aprontar. - disse Isa.

Gabe esperou o som reconhecer o aparelho e quando apareceu no visor o nome da musica, sorriu. A música começou a rolar. ( Dark Horse, Katy Perry)

– Gabe?? - Julia a fitou na hora.

Ela já no ritmo da música dançava aproximando da amiga. Na hora as meninas levantaram.

– Mandou bem Gabe! - exclamou Marcela.

Nas mesas os cavaleiros arqueavam a sobrancelha.

Julia começou a dançar, gostava daquela música. As outras entraram no ritmo.

– Da onde saiu essa música? - Shion estava com os olhos arregalados.

– Relaxa Shion. - disse Dohko com os olhos fixos em Jules que estava sentadinha. - "ela realmente não gosta de dançar.”

Não era apenas Jules que continuava sentada, Juliana também. Rodrigo e Fernando aproximram das duas fazendo companhia.

Todos voltaram a atenção para a pista improvisada. Num dado momento a música ficou no instrumental que era em ritmo de hip hop, as meninas dançavam como tal. Shura arqueou a sobrancelha ao ver Julia fazendo os movimentos. Miro na mesa trazia um sorriso nos lábios ao ver Marcela realizar os movimentos. Aioria era outro que estava gostando.

– "Isso vai ficar interessante..." - pensou Aiolos olhando para Sheila.

As meninas dançavam, sem se importar se estavam sendo vistas ou não. Lembrando-se do clipe, Julia fazia os movimentos, o espanhol da mesa acompanhava cada detalhe. Numa parte da música, a voz de Katy foi substituída pela do Juicy J. cantando bem ao ritmo hip hop. Todas começaram a dançar nesse ritmo. Suellen e Cris faziam um dueto. Os gêmeos não perdiam um lance sequer. Shion estava prestes a levantar para parar a música, mas a ver o jeito que Paula dançava desistiu. O canceriano, com um fino sorriso nos lábios, olhava para Heluane. Deba estava gostando do jeito que Mabel dançava.

A música já estava perto do fim, quando Aioria levantou de onde estava, indo em direção ao som. Quando a música acabou ele apertou o "pause."

– Ué quem parou a música? - indagou Gabe.

– Acham que só vocês que vão dançar? - disse. - eu também sei.

Na mesa onde Saga, Shura e Kamus estavam sentados...

– Lá vem... - murmurou Kamus.

Miro e Aldebaran já estavam de pé. Aioria apertou o "voltar" e depois o "play".

Com o inicio da música, o leonino assumiu a expressão de badboy, fazendo alguns passinhos. Foi dançando em direção a Gabe que ficou surpresa. A música rolava e no momento do instrumental, Aioria fez outros passos mostrando que sabia e muito bem! Ele pegou na mão da namorada e os dois começaram a dançar juntos. Miro foi caminhando lentamente para perto de Marcela, fez a mesma expressão que o leonino, fazendo, contudo outros passos. Sabia tão bem quanto Aioria. A brasileira adorou. Deba esperou mais um pouco e no momento certo aproximou fingindo cantar como o Juicy, mas sem deixar de fazer os movimentos. As meninas adoraram. Mabel ficou encantada. Fizeram uma roda ao redor do brasileiro, que fazia passos precisos e sem tirar o olhar de Mabel.

Atena olhava surpresa, jamais imaginou que seus santos gostavam daquele tipo de música e que sabiam dançar como tal.

– Eu não sabia que eles sabiam dançar. - disse Marin.

– Nem eu. - disse surpresa. Voltou o olhar para eles, como estava feliz por vê-los se divertirem.

Shion e Dohko acompanhavam. O libriano estava doido para levantar.

– Vai lá Dohko. - disse Mu, na mesa ao lado.

– Bem que eles poderiam tocar Bee Gees, Stayin Alive ou a Triller do Michael.

Shion o fitou na hora.

– Não vai querer dançar aquela música ridícula vai? E fazer aqueles passos mais ridículos ainda.

– Que ridícula? É muito boa. Lembra-me de quando escapuli de Rozan e fui a um vilarejo. Estava tocando essa música. Essa é a vantagem de viver muitos anos, conheço todos os ritmos - levantou. - tenho que achar essas músicas.

O libriano sumiu das vistas do ariano que ainda tentou chama-lo.

– Ele está caducando...

– Deixa mestre. - disse Mu.

Usando a velocidade da luz, o libriano foi até a casa buscar um CD que tinha suas músicas favoritas. Voltou indo até Gabe.

– Coloca esse cd. - deu lhe o cd. - a quinta faixa e depois a oitava.

– Está bem, vou programar.

Shion viu Dohko entregando o CD.

– Ele não tem noção do ridículo.

Gabe apertou o "stop" e colocou o CD. Dohko mandou a vergonha para escanteio e foi para o meio da pista.

– Aprendam comigo crianças. - disse.

A música começou a tocar, todos ficaram surpresos, ao escutarem Bee Gees e a clássica música da década de setenta, Stayin Alive.

Shaka que tomava suco, quase engasgou.

– Da onde saiu isso? - abriu os olhos.

– Dohko e suas crises. - disse Mask na mesa ao lado. - vamos ver se ele dá conta do recado.

O libriano começou a dançar e para o espanto de todos, fazia todos os movimentos, como se fosse o próprio John Travolta.

Shion na mesa levou a mão ao rosto, inconformado. Atena, ainda sentada, balançava o corpo batendo palmas toda animada. Ela estava adorando! Marin estava impressionada.

O libriano dava um show, as meninas, Miro, Aioria e Deba batiam palmas. Jules que estava sentada trazia os olhos arregalados.

– Nunca pensei que o Dohko gostava dessa música. - disse Juliana assustada.

– Pensei que a última surpresa tinha sido na vila...- disse Jules.

– É Ju, seu namorado gosta de dançar. - disse Fernando. - Ou vai ter que aprender, ou deixa-lo ir dançar.

A música acabou.

– Dohko não imaginava que dançava assim. - disse Mabel.

– Tenho meus segredos. - sorriu. - vejam a próxima.

A música começou.

– Thriller? - Marcela arqueou a sobrancelha. (Thriller, Michael Jackson)

– Dohko adora essa música. - Miro deu nos ombros.

Na mesa Shion balançava a cabeça negativamente, era para ser uma festa séria e não aquilo.

– Atena, perdoe o Dohko ele está completamente fora de si.

– Perdoar? - o fitou. - estou adorando!

O libriano pediu espaço, começando a dançar. Novamente as meninas e os três dourados fizeram uma roda.

– Dohko bebeu? - indagou Shaka completamente pasmo.

– Ele só está se divertindo Shaka. - disse Mu. - você sabe que ele gosta de dançar.

– Não tira a alegria da criança. - brincou Mask. – alguém precisa filmar isso, para entrar nos registros do santuário.

Na roda...

– Essa parte eu sei. - Cris se juntou ao libriano, fazendo Saga arquear a sobrancelha.

– Também quero. - Suellen e Mabel juntaram aos dois.

A música acabou com aplausos para o libriano.

– Agora essa festa ficou boa, solta mais Dj Gabe! - exclamou.

Ela correu até o som recolocando o dispositivo. A música foi a Get Right, da Jennifer Lopez.

– Adoro essa música. - Sheila começou a dançar, sem perceber que Aiolos não estava mais na mesa e que aproximava dela. Ainda podia-se dar o luxo de ser um garoto numa festa.

O cavaleiro dançava conforme a música, indo para perto da brasileira, quando ela percebeu, ele estava de frente para ela. Aiolos não disse nada, apenas seguindo os movimentos dela.

Shion arregalou os olhos ao ver Aiolos.

– Tem álcool nas bebidas??

– Shion, deixe-o aproveitar. - disse Atena. - por que vocês também não vão? - olhou para os demais.

Ficaram calados de menos...

– Não se importa mesmo Atena? – Mu levantou.

– Claro que não Mu, pode ir.

O ariano levantou rapidinho. Shion soltou um suspiro desanimado.

– Eu também vou. - Afrodite foi atrás.

Dohko viu Jules sentada e ainda balançando o corpo foi ate ela.

– Você não vai dançar comigo? - fez bico.

– Não gosto...

– Nem um pouquinho?

– Não.

– Importa-se? - deu um sorrisinho.

– Claro que não, vai se divertir. - prender seria pior.

Nem precisou dizer duas vezes, Dohko correu para a pista. A próxima música foi Sexyback de Justin Timberlake.

– Gabe, nossa música! - exclamou Mabel.

As duas dançaram juntas.

– Sou o Justin. - disse Aioria.

– Timbaland. - disse Deba. - aqueles passos?

– Sim.

Os dois fizeram um dueto, dançando alguns passos.

Nas mesas... Shaka, Mask, Kanon, Shura, Kamus e Saga juntaram as mesas.

– Eles aproveitaram bem as saídas. - disse Kanon.

– Tempo bom era aquele. - Mask bebeu mais vinho. - podíamos ir para balada.

Atena estava muito feliz, seus cavaleiros estavam se divertindo. Rodrigo aproximou de mansinho, fingindo que pegaria algo para comer.

– Eu não sabia que eles gostavam de dançar. - aproveitou e puxou uma cadeira.

– Nem eu. Estou surpresa.

– Não vai Marin? - indagou o baiano.

– Vai Marin. - Atena incentivou. - divirta-se.

A amazona aproveitou a desculpa que iria levantar, para ficar perto de Fernando.

O clima da festa mudou, quando começou a tocar David Guetta ft. Skylar Grey - Shot Me Down música de balada. Só ficou faltando as luzes.

Marcela se jogou, Miro não ficou atrás. Pareciam baladeiros natos.

– Esses dois se acertaram? - indagou Paula a Julia.

– Parece que sim.

Kanon na mesa balançava os pés. Gostava de música eletrônica.

– Vai lá Kanon. - disse Shura. - deixar a Suellen dançar sozinha?

– Verdade. - levantou depressa.

Ester não podia escutar as músicas, mas sentia a vibração do ar. E quem se importava com a música se Mu estava dançando com ela!

A próxima foi Alors on Danse, do Stromae. Kamus arqueou a sobrancelha.

– Olha Kamus, tem gente que gosta das suas músicas. - Mask sorriu.

Ele nem ouviu, ficou olhando Isa dançar. Depois colocou o copo sobre a mesa, indo até a brasileira.

– Até o Kamus... - Shion estava inconformado. – o santuário está perdido...

Isa ficou surpresa por ver o namorado dançando ao lado dela. Marin sentada ao lado do mineiro, queria dançar.

– Vamos dançar?

– Não quero pisar no seu pé. - riu.

– Não vai. Vem.

A japonesa o arrastou para o meio da pista e mesmo um pouco sem jeito o mineiro a acompanhou. Paula e Helu dançavam juntas quando começou a tocar Christina Aguilera, Your Body.

– Eu amo essa música!!

Helu começou a dançar sobre o olhar atento de Giovanni. O canceriano a analisava milimetricamente.

No ritmo da música Gabe andou até Atena.

– Atena a próxima música é para você e queria que dançasse conosco.

– Mas eu não sei... - disse sem jeito.

– Te ensinamos. Vem.

A paulista praticamente puxou a deusa. Assim que terminou a da Cristina começou a Beyonce, Run the world. No principio Atena não entendeu porque aquela música era para ela, quando prestou atenção na letra...

– Gostei. - sorriu. Até seu lado deusa tinha aprovado a letra.

Na roda, Dite traduzia a música para os demais.

– Faz todo o sentido. - disse Mu.

– Não só para Atena... para as meninas também. - disse Kanon. - elas mandam em nós.

Na mesa, Saga fazia a via de tradutor.

– Bem sugestiva. - disse Shura.

– Completamente. - Rodrigo olhava para a deusa.

Na pista, quem sabia os passos da dança faziam. Saori tentava acompanhar. Na frase " You'll do anything for me" Atena olhou para Rodrigo.

– O que quer dizer essa frase Saga?

– "Você vai fazer qualquer coisa para mim"

Ele sorriu, voltando o olhar para deusa.

– "Farei mesmo." - pensou.

A pista de dança seguiu embalada e só não estavam nela Shaka e Juliana que foi se sentar perto do indiano, Mask, Saga, Shion, Shura e Jules.

– Bem que poderia ter uma música.... - murmurou o escorpião.

– Que música? - Marcela o fitou.

– Uma que só diz a verdade sobre mim...

Mal acabou de falar, começou a tocar Sexy And I Know it do LMFAO.

– Eu odeio essa banda! - exclamou a paulista.

– Só porque fizeram uma música para mim?

Miro foi para o meio. Não poderia dançar como no clipe, senão Shion era bem capaz de manda-lo para Shounion.

– Começou o exibicionismo... - murmurou Kamus.

A medida que a letra seguia, Miro fazia caras e bocas e canção parecia traduzir o ego inflado que ele tinha. "Girl look at that body, I work out ....I'm sexy and I know it

I'm sexy and I know it... Garota, olhe aquele corpo, Eu malho... Eu sou sexy e eu sei disso, Eu sou sexy e eu sei disso"

– Miro você é um idiota! - exclamou Marcela.

– Deixa ele se achar. - brincou Helu.

Ao fim do exibicionismo, outra canção começou a tocar e justamente a que não poderia faltar. Nem Juliana e Jules resistiram, levantando na hora.

Os cavaleiros olharam uns para os outros.

– Que música é essa? - indagou Deba.

Mabel nem respondeu, as meninas formaram um círculo começando a cantar a original Pegasus Fantasy, Nobuo Yamada a plenos pulmões.

– Eu conheço essa música... - Saori forçava a mente. Quando escutou a parte "Saint Seiya" lembrou na hora. - do anime...

– SAINT SEIYA, IMA KOSO! - gritaram os brasileiros. - ...HABATAKE!

– Até que a música que colocaram para nós é bonitinha. - disse Dohko.

– Mas tinha que ter Seiya... - Miro torceu o nariz.

– Às vezes penso que elas não mostraram totalmente o nível de tietagem. - disse Dite um pouco assustado. - elas são meio fanáticas...

– Meio? - Aioria o fitou divertido. - completamente.

A música acabou, ou pelo menos achavam, pois a música voltou a tocar.

– De novo? - indagou Mu.

– A versão brasileira. - disse Paula. (Pegasus Fantasy, Edu Falaschi)

Faça elevar o cosmo no seu coração
Todo o mal combater
Despertar o poder
Sua constelação sempre irá te proteger

Cantavam a plenos pulmões. Todos os cavaleiros estavam com uma sobrancelha arqueada. Aquilo beirava a loucura...

Supera a dor e dá forças pra lutar
PEGASUS FANTASY desejos a realizar
Pois as asas de um coração sonhador
Ninguém irá roubar

Juntaram no meio passando pular formando um grande grupo, Fernando e Rodrigo juntaram a elas.

Os cavaleiros, mais Marin e Atena assistiam impressionados.

SAINT SEIYA
Guerreiros das Estrelas
SAINT SEIYA
Nada a temer oh yeah!...
SAINT SEIYA
Unidos por sua força
SAINT SEIYA
Pegasus até vencer

– PEGASUS ATÉ VENCER!!!! - gritaram.

Estavam até suados depois da empolgação. A sorte que a próxima música foi Get Lucky, Daft Punk.

– Gabe você mandou muito bem! - disse Jules. As duas bateram as mãos.

– Eu sabia que todos iam gostar.

– Essa música é do anime? - indagou Aioria.

– Sim. E foi mais emocionante canta-la dentro do templo de Atena.

Ao som do Daft, Paula aproximou de Shion que estava com a expressão séria, para não dizer demoníaca.

– O que foi? - fez de desentendida.

– Nada. – a voz saiu seca.

– Como nada. - sentou ao lado dele. - não está gostando da festa?

– Era para ser uma coisa séria. – todos ficariam de castigo no dia seguinte.

– Até Atena esta se divertindo. Relaxa só por hoje. - passou a mão pelo rosto dele. - você também. Esqueça que é o grande mestre e seja apenas Shion. – deu uma piscadinha.

– Talvez tenha razão... – a cara marrada se desfez ao toque.

Juliana voltou a sentar perto de Shaka.

– Não sabia que gostava de cantar.

– Não gosto, mas essa música... tem tudo a ver com aqui.

– É do anime?

– Sim. Essa música virou hino para os fãs de CDZ.

– Todos cantam Shaka. - Cris sentou ao lado de Saga.

– Não está cansada? - o geminiano a fitou.

– De...?

– Não parou de dançar um minuto. – ficou pensando se era assim no Brasil.

– Tenho que aproveitar, as músicas estão boas.

– Pode levantar. - Suellen aproximou, puxando-a. - tocando Rihanna? E você sentada?

A mineira olhou para o geminiano.

– Vai. - deu nos ombros.

Cris levantou rapidinho.

– Vai ter pique para acompanhar? - Mask não perderia a chance de alfinetar. - Já tem quarenta anos... a idade chega... as pernas doem...

– Idiota.

– Julia ficou muito tempo sozinha. - o italiano levantou. - vou dançar um pouco com ela.

A expressão de Shura não alterou.

Quando Mask aproximou começou a tocar Happy do Fharruel Willians. O grupo se animou novamente, Rodrigo chamou Saori para dançar que topou na hora.

O som da música faziam os dançar como na década de sessenta. Aiolos e Sheila dançavam juntos, e em alguns momentos o sagitariano fazia a brasileira girar. Mask e Julia estavam juntos. Kanon e Suellen sincronizados. Aldebaran balançava os braços e Mabel o acompanhava. O ritmo era contagiante. Cris olhou na direção da mesa, Saga estava sentado. Acompanhando o ritmo da música foi aproximando.

– Quer dançar?

– Eu não sei.

– É só deixar a música te levar. - estendeu-lhe a mão. - vem.

O cavaleiro franziu o cenho.

– Vá. - disse Shura.

A brasileira pegou na mão dele, levando-o para perto dos outros. Kanon sorriu ao ver que Cris tinha conseguido tirar o irmão da cadeira. Saga começou acanhado e bem duro. Ele olhava para os companheiros, tentando pegar o jeito de dançar, mas não estava dando certo.

– Saga.

– Sim?

– Esqueça os outros, apenas dance.

Ele concordou, mas passando a prestar atenção na letra da música, com o pouco de inglês que sabia. "Porque estou feliz... Bata palmas junto, se sente que a felicidade é a verdade... " Ele olhava para os companheiros que dançavam sorrindo. .."Porque estou feliz... Bata palmas junto, se sabe que a felicidade é para você.." Fitou Atena que estava sorridente na companhia do brasileiro. "... Porque estou feliz... Bata palmas junto se sente que é isso que você quer fazer.." Fitou a brasileira que dava voltas em si mesmo balançando o corpo, pensando si pelo menos naquela noite, poderia esquecer os problemas. Chegou a conclusão que sim. Pegou na mão dela que estava erguida. Cris ficou surpresa com o gesto. Saga se soltou completamente, dançando tão bem quanto os outros. Kanon desviou o olhar ficando surpreso ao ver a desventura do irmão. Sorriu por vê-lo sorridente, Saga estava se divertindo.

Fizeram uma roda e a cada hora um casal entrava no meio. Marcela e Miro foram primeiro. A brasileira colocou as mãos na cintura fazendo charminho, Miro a cercava acompanhando o movimento. O próximo casal foi Julia e Mask, os dois faziam movimentos sensuais. Dite e Helu foram para o meio dançando juntos. Aiolos puxou Sheila para o centro, fazendo-a dar pequenos giros. Os próximos foram Kanon e Suellen que fizeram um passinho igual. Aioria e Gabe dançaram juntinhos indo até o chão. Deba fez alguns passos e Mabel o acompanhou. Saga e Cristiane foram para o centro. O grego balançava os braços de um lado para o outro estralando os dedos, a brasileira fazia o mesmo, mas em sentido contrario. Mu e Ester estavam sincronizados. Dohko dançava sozinho. Kamus e Isabel balançavam os braços. Rodrigo e Saori giravam um ao outro. Marin mesmo sentada, balançava o corpo.

O clima não poderia está melhor. Na mesa Shion os via dançar, tinha que admitir que aquelas músicas fizeram seus companheiros de combate esquecerem por alguns minutos as guerras e apenas serem pessoas se divertindo. Até sua deusa parecia uma jovem comum.

As músicas ainda continuavam, mas alguns resolveram sentar para descansar um pouco.

O.o.O.o.O

Depois de muito dançar, Ricardo e Mabel foram para uma das varandas.

– Nunca me divertir tanto. – Deba conduzia a namorada pelo braço.

– Eu também. Foi tudo muito bom, a cerimônia do Aiolos foi linda.

– Vamos para Touro?

– Agora? Mas a festa nem acabou.

– Tenho uma surpresa para você. – sorriu.

– Só se for agora. - o puxou. - vamos.

– Curiosa.

Deba a pegou no colo e usando a velocidade da luz chegaram a segunda casa. Quando Bel mirou a mesa de jantar não conteve a surpresa. Havia um castiçal, duas taças, uma garrafa de vinho e lindo arranjo de girassóis.

– Girassóis? – Bel achou o fato curioso.

– Eles precisam do sol para ficarem viçosos e bonitos. Assim como eu preciso de você. - a fitou. - Você se tornou o meu sol... – deu um sorriso tímido.

Mabel derreteu toda a ouvir a confissão. Aldebaran era um amor.

– Então iluminarei todos os dias de sua vida.

Os dois sorriram. O cavaleiro a conduziu até a mesa depois encheu as taças.

– A nós?

– A nós. - os dois brindaram.

– Bel... - depositou o copo na mesa. - tenho um pedido a te fazer. - colocou a mão no bolso pegando um pequeno embrulho.

– Que pedido?

Deba ajoelhou diante dela, pegando uma das mãos.

– Sei que temos muitos empecilhos para nossa união, mas... - mostrou o par de alianças. - casa comigo?

– Está falando sério? - mal continha o sorriso.

– Estou. Ainda não sei como farei para ir para o Brasil com você, mas... aceita ser a senhora Ferreira? - deu um sorriso tímido.

– Antes de dar a resposta preciso te contar algo. Pois não quero ter segredo entre nós.

– O que? - indagou receoso. Começou a imaginar coisas...

– O Afrodite me beijou por duas vezes.

O cavaleiro arregalou os olhos, então aquele estúpido agiu nas costas dele? E...

– Então você e ele...

– Não existe ele. E sim você e eu. - disse séria. - eu te amo. Só você. É com você que quero me casar. - levantou, ajoelhando na frente dele. - só com você. - acariciou-lhe o rosto.

– Certeza...? Vai querer o touro esquentado ao seu lado? - sorriu.

– Sim. - Mabel pegou as duas alianças. - Mu que fez?

– Foi. - pegou a mão esquerda dela. - por enquanto vou colocar no dedo médio. Assim que tudo se definir coloco no dedo certo. Não fique receosa por isso...

– Sei de suas obrigações de cavaleiro. E o que importa não é o dedo, nem o anel, mas o que sentimos aqui. - tocou no coração dele.

– Destruiria aquele muro quantas vezes fossem necessárias para salvar a sua vida.

– Eu sei. - Bel pegou a outra aliança colocando no dedo dele. - é ajustável?

– Sim. Oricalco.

– Definitivamente a senhora Ferreira.

Deba colou seu rosto ao dela, iniciando um beijo. O cavaleiro sentia o coração leve e moveria terras e céus para os dois ficarem juntos. Ele levantou pegando-a no colo. O rumo foi o quarto.

Gentilmente a deitou na cama. Tirou os adornos do cabelo e as joias que ela usava.

– A não ser, a vontade de te encontrar, o motivo eu já nem sei, nem que seja só para estar, ao seu lado só para ler, no seu rosto, uma mensagem de amor... - cantarolou baixinho.

Os dois se olharam sorrindo. Deba inclinou beijando-a. Em seguida o brasileiro começou a despir a si e a ela. Bel ficou meio receosa por ficar desnuda na frente dele. O brasileiro tinha tudo no lugar e ela...

– Eu amo você. - disse, ao perceber o receio. - isso que importa.

Beijaram-se novamente. Aldebaran começou a explorar o corpo da brasileira, sendo o mais carinhoso possível. Todas as partes do corpo, receberam pequenos beijos, com o cavaleiro demorando algum tempo na parte feminina. Bel segurava os cabelos dele, dizendo baixinho o nome do guardião da segunda casa... Ela não se contentou em apenas olhar aquele corpo de mais de dois metros completamente seu. Explorou-o e em várias maneiras, escutando o cavaleiro pronunciar o seu nome entre um gemido e outro e contorcer o corpo.

No momento derradeiro, Ricardo foi lentamente para não causar desconforto devido ao "tamanho". Tudo que não queria era machucar sua Bel.

Os movimentos começaram sem pressa para que ela pudesse acostumar. Sem perder o contato visual, o ritmo foi aumentando até chegarem ao ápice juntos.

– Eu te amo. - o cavaleiro tirava os fios negros pregados no rosto dela. - te amo muito e para sempre seu.

Mabel o beijou.

O.o.O.o.O

Julia, que estava com Heluane e Dite na mesa, sentindo calor, dirigiu-se para uma das varandas do templo. Sentou num banco de mármore, fechando os olhos. O vento fresco vindo do oceano batia suavemente no seu rosto. Estava tudo perfeito, só faltava um bom vinho, alias nos últimos dias só tinha bebido vinho e espumante da melhor qualidade.

– Vinho?

Abriu os olhos imediatamente, erguendo o rosto. Shura estava parado ao seu lado, segurando duas taças e uma garrafa de vinho tinto. Sua expressão estava neutra.

– Vinho? - repetiu diante do silêncio dela.

– Melhor não... - voltou a atenção para o salão a procura de Mask. Ele a tiraria daquela saia justa.

– Mask sumiu. - disse e aquilo o deixou entristecido, tinha perdido terreno para o italiano. - mas posso te fazer companhia?

Ela o fitou, tinha que admitir, ele estava lindo naquela roupa toda preta.

– Pode... - arredou.

Shura sentou-se, mas achou prudente manter certa distância para não assusta-la. Pegou as duas taças enchendo-as até a metade.

– Aqui.

– Obrigada. - pegou a taça.

– Um brinde?

– A Atena. - Ergueram a taça.

Beberam em silêncio. Julia o fitava ressabiada, ele sempre tinha sido arredio com ela, o que estava fazendo ali?

– Aiolos está no lugar que merece. - disse, sem fita-la.

– Se não tivesse ocorrido àqueles fatos, a cerimônia seria como essa?

– Sim... - murmurou. - Saga e eu estragamos tudo.

– Você foi enganado por ele.

– Não fui. Eu matei Aiolos sabendo de tudo. - a fitou para em seguida abaixar o olhar. - eu não sou inocente.

– Como assim?

Shura soltou um longo suspiro. Mais cedo ou mais tarde, Julia saberia de toda a verdade. Era melhor saber pela boca dele.

– Saga, Aiolos e eu éramos muito amigos. E desde então sabíamos do problema dele. - a fitou. - foi numa noite como essa... - voltou a atenção para o céu estrelado. - Saga tinha saído em missão, pelo menos éramos o que achávamos. Eu fui até o templo, quando notei que Saga e Shion estavam discutindo. Pensei que seria apenas por algum fato corriqueiro, mas as vozes aumentaram. Fiquei atrás da porta escutando, até que ouvi um gemido de Shion. Abri a porta na hora e me deparei com o mestre caído no chão....

– Mas e os demais cavaleiros?

– Saga e Aiolos eram os únicos cavaleiros sagrados. E o sagitariano estava fora do santuário.

– E o que você fez? - Isso não foi retratado tão claramente no anime/mangá.

– Eu ajudei Saga a esconder o corpo de Shion em troca de favores. - nem a olhou.

– O que? - não acreditou no que ouviu.

– Meu sonho era ser cavaleiro e se não ajudasse Saga, talvez isso não fosse possível, além do mais ele era meu amigo.

– Shura como teve coragem?

– Tendo... depois disso, - a voz saiu ainda mais baixa. - Saga tentou contra Atena, mas naquele momento eu não sabia disso. Pensei que realmente era Aiolos, que tentara contra a nossa deusa, apesar de achar a ideia absurda. Eu descobrir que na verdade foi Saga e ele me propôs que seu ajudasse a matar Aiolos eu me tornaria cavaleiro de Capricórnio sem passar pelos testes...

– Como pode aceitar isso Shura? - Julia levantou indignada. - sabia que Aiolos era inocente!

Ele ficou calado.

– Conta o resto!

– Fui atrás dele. Meu poder nem se comparava ao dele, mas ele já estava ferido por causa do ataque de Saga. Nós lutamos, mesmo sem usar a armadura consegui feri-lo e com isso ele caiu do penhasco. Para certificar que ele não sobreviveria, cortei parte do penhasco sobre ele.

– E o bebê? Foi como no anime?

– Sim. Fui para mata-la, mas o cosmo da criança me impediu. Eu realmente não sabia que ela era Atena. A outra personalidade de Saga disse que tinha abandonado a ideia de mata-la, mas que a deixaria trancada no décimo terceiro templo. Mas Aiolos sobreviveu, pegou Atena e entregou a Mitsui. Quando voltou para buscar Aioria, Saga o matou. Só soube dessa parte da história quando fomos levados para o Tártaro.

– Como teve coragem Shura? Foi responsável pela morte de Aiolos! Ele era seu amigo.

– Eu me arrependo muito por isso, desde então não tenho paz, mesmo com Aiolos e Shion me perdoando. Saga fez o que fez porque é doente, eu fiz porque sou fraco. - a fitou, para se arrepender, o olhar dela era frio.

– Quantos anos tinha?

– Dez... eu era muito idiota e depois de tudo que me aconteceu a única coisa que tinha me restado era ser cavaleiro. Eu não poderia perder isso... - a fitou. - desculpe por não ser o cavaleiro fiel de Atena que imaginou que eu fosse.

Julia ficou calada, jamais imaginaria que Shura fosse capaz de fazer todos aqueles atos de plena consciência. Sempre achou que ele tinha sido enganado por Saga, no entanto compactuou com a farsa.

– Quem mais sabia que Saga matou Shion?

– Mask e Afrodite descobriram depois. Os demais nada sabiam. Até Shaka acreditava que Atena estava no décimo terceiro templo. As vezes Saga usava uma moça como Atena...

– Vocês não tinham mestres? Eles saberiam sobre a farsa de Saga.

– O único cavaleiro de ouro da velha guarda ainda sobrevivente era Sahi de Touro, Mestre do Aldebaran, nessa época ele estava no Brasil. Quando voltou, já havia passado um ano da morte de Shion. Sem desconfiar de nada cuidou do treinamento de Mu, que já tinha iniciado com Shion, até ele morrer meses depois vitima de pneumonia. O meu mestre e de Saga, eram cavaleiros de prata, já eram mais velhos e morreram dois anos antes do ocorrido. Afrodite e Mask tiveram o mesmo mestre, Assad de Triangulo, ele foi morto por Saga pouco antes do geminiano matar Shion. Aioria era treinado por Aiolos, mas depois da morte dele, foi deixado de lado. Miro e Kamus chegaram dois anos depois do acontecimento e foram treinados por Arris de Cruzeiro do Sul que nada sabia. Shaka foi o último a chegar e como era a reencarnação de Buda, não precisou de um treinamento especifico.

– Pensei que fossem treinados por cavaleiros de ouro.

– As doze casas só ficam completas próximo a ocorrência da guerra santa e normalmente os doze morrem na guerra contra Hades. Talvez essa seja a primeira vez que os doze dourados treinarão discípulos.

– Como veio parar aqui? - algo tinha que justificar o desvio de caráter de um menino de dez anos.

– Morava com meus pais em Ávila, na província de Castilla e Leão, tinha uma vida muito simples, mas era feliz. Até que... meu pai descobriu que minha mãe saia com outros homens, ele ficou muito mal por isso e sofreu muito pois a amava. Disse que a perdoaria, mas ela nem quis saber. Numa noite juntou as roupas e sumiu. Meu pai adoeceu e meses depois morreu. - deu um suspiro. - eu o vinha definhar dia após dia... sua morte foi de desgosto. Ele nunca deixou de amar a minha mãe apesar de tudo que ela fez. Eu fiquei mal, muito mal com a morte dele.

A paulista que estava de pé sentou.

– Não tinha outros parentes, então a minha mãe voltou e fui morar com ela num bordel. Ela tinha virado prostituta.

– Qual era a sua idade?

– Seis ou sete, não me lembro. Ela me trancava no quartinho dela e só aparecia dias depois. Passei fome, apanhei algumas vezes, a vi apanhar, até que ela fugiu, sem me levar... - a voz ficou melancólica.

– E o que aconteceu?

– Fiquei alguns meses nesse local, sofrendo todo tipo de humilhação por parte dos donos e das outras garotas, até que me levaram para Valladoid, a capital e me deixaram. Eu vaguei por muitos dias até ser encontrado pelo meu mestre Harry de Altar.

– E sua mãe?

– Nunca mais a vi. Eu temia que se não fizesse o que Saga queria ele me colocasse para fora do santuário. O que eu faria? Uma criança espanhola na Grécia? Sei que não justifica os meus atos, mas não tive muita opção. Eu sinto muito...

O cavaleiro abaixou o rosto. Não gostava de lembrar-se do seu passado. Era triste e carregado de culpa. Agora que tinha exposto tudo a Julia, certamente ela o olharia com outros olhos. Tentou ser frio para não alimentar falsas esperanças para ela e agora depois de saber a verdade, era inevitável que ela e Giovanni ficariam juntos. Mask sempre demonstrou seu caráter, enquanto ele se escondeu embaixo da postura de servidor fiel de Atena, quando na verdade não passava de um mentiroso e assassino.

Julia estava realmente surpresa com tudo. Shura sempre lhe passou a imagem de integro e correto, no entanto... olhou para o rosto cabisbaixo dele, imaginando-o pequeno dentro de um bordel. Tanto ele quanto Mask haviam sofrido muito.

– Tudo que fez para conseguir a armadura foi lamentável.

Shura ficou em silencio, aguardando o desprezo por parte dela.

– Mas o que fez por Atena e pelos outros na batalha contra Hades atenuou tudo que fez. Se Shion e Aiolos te perdoaram por tudo, quem sou eu para apontar o dedo para você. Você perdeu seu pai de uma forma triste, eu sei como se sentiu. Passei por isso.

Foi a vez dele olha-la.

– Eu sofri muito quando meu pai morreu. Foi também por doença. Te entendo perfeitamente. - deu um simples sorriso.

Shura retribuiu. Eles tinham passado pela mesma experiência.

– É por isso que me rejeita? - Julia queria resposta. - tem medo do que eu possa pensar por tudo que fez?

– Também. Eu sei que não posso comparar, mas... - abaixou o rosto.

– Mas...

Ficou em silencio, não tinha coragem de dizer, que tinha medo que Julia fizesse o mesmo que a mãe. Não queria passar pelo o que o pai passou.

– Diga Shura.

– Eu não quero sofrer quando você me abandonar e que... faça como minha mãe fez...

Julia ficou dó, era um dos cavaleiros mais fortes de Atena, enfrentou batalhas terríveis, mas no fundo não passava de um garoto com medo do abandono.

Pensou nos demais cavaleiros, todos de alguma forma eram carentes. Aquilo era carência, por isso tinham tanto medo de se aproximar das amigas, medo da perda. No fundo não passavam de garotos com grandes poderes, mas assustados. Eram garotos assustados e inseguros.

A paulista levantou, pegando sua taça de vinho. Shura acompanhava cada movimento.

– Eu não te abandonaria Shura. - disse saindo.

O cavaleiro a via se afastar. Poderia acreditar naquilo mesmo? Julia não se importava com seu passado?

O.o.O.o.O

Mu e Ester seguiram para o jardim das rosas. A noite estava linda, inspirando a contemplação.

– "Mu: o dia foi perfeito."

– Vai entrar para a história. Acho que é a primeira vez que um grande mestre é escolhido em meio ao cenário de paz.

– "Mu: como as coisas serão agora?"

– Aiolos vai acompanhar de perto o dia a dia de Shion, até assumir de vez o santuário.

Ester deitou a cabeça no colo dele. Mu deu um beijo nas madeixas negras.

– Me desculpe. - disse.

– "Mu: por quê?"

– Pelo que aconteceu aqui.

– "Mu: já passou." - ergueu o rosto tocando-lhe. - "passou. Só pense no nosso futuro."

– Importaria de morar em Jamiel?

– "Mu: estou acostumada a vida urbana, mas as vezes...aquele castelo seria só nosso?"

– Sim.

– “Mu: interessante.”

– Está me fazendo sonhar senhorita Ester.

– "Mu: não quero apenas sonhar, quero realiza-lo."

A brasileira tomou os lábios do ariano, entrelaçando os dedos pelas madeixas lilases.

– "Mu: vamos para sua casa?"

A frase nem foi respondida. Quando Ester percebeu estava no quarto do ariano.

– "Mu: e aquela história de não usar a telecinese?" - sorriu divertida.

– Foi por uma boa causa.

Dessa vez o ariano a tomou nos braços, levando-a para cama. Sobre ela, fitava seu rosto.

– Ester...eu te amo.

Ela sorriu e sorriu ainda mais quando viu o cavaleiro escrever o nome dela em língua de sinais e depois com a mão direita fazer o símbolo de "eu te amo". Os olhos marejaram, estava tão feliz que não desejava mais nada. Sua vida seria só felicidade ao lado do ariano.

– "Eu também. Te amo muito."

Ele abaixou o rosto colando suas testas. " Eu te amo muito Ester" pensou, lamentando que ela não podia escutar diretamente na sua mente, contudo a brasileira arregalou os olhos.

– "Mu...? Diga alguma coisa em pensamento."

– "Como assim?" - pensou por pensar, sem entender o pedido dela.

Ester levou as mãos ao rosto. Aquela voz... aquela voz...

– "Eu escutei você..."

– Sério?

– "Sim..."

– "Nossa comunicação voltou??"

– "Parece que sim."

– "Perdeu o medo de mim..." - sorriu. - "perdeu" - Deu lhe vários selinhos.

– "Não há motivo para ter medo de você."

A brasileira ergueu um pouco o corpo, dando um beijo apaixonado nele. Em seguida começou a desabotoar a camisa que ele usava, revelando o dorso alvo do cavaleiro. Mu deixou que ela conduzisse. Ester tirou a calça e depois a cueca branca. O cavaleiro ficou um pouco corado com a iniciativa dela.

– "Importa-se?" - sorriu diante do rosto rubro.

– "Não."

Trocaram um beijo ardente. Mu começou a tirar as peças que compunham o vestuário da brasileira. Prendeu a respiração ao vê-la nua. Ester era perfeita. Explorou cada centímetro do corpo feminino, provocando arrepios nela. Sem a audição a brasileira tinha os outros sentidos bem desenvolvidos e o tato era um deles. Ela fechou os olhos para sentir o calor que provinha das mãos do ariano. Mas não queria apenas receber as caricias, queria dar também. Com o ariano deitado, foi sua vez de sentir o poder de seu toque na pele dele. Sem pudor algum acariciou sua parte intima, levando-o a sensações indescritíveis.

Os dois estavam tão envolvidos que nem perceberam os objetos do quarto começarem a flutuar. De forma delicada, Mu introduziu seu membro, começando com movimentos leves, aumentando a medida que os segundos avançavam. No quarto os objetos moviam mais rapidamente.

– "Mu..." - murmurou ao chegar ao clímax.

Segundos depois foi a vez dele chegar ao ápice. Os olhos verdes fitavam-se fixos. Os objetos pararam no ar por alguns minutos e prestes a caírem...

– Muralha de cristal... - sussurrou.

A barreira envolveu os dois.

– "Sempre a tempo". - Ester acariciava as madeixas lilases.

– Isso mostra o quanto você me afeta. - sorriu. - muito. - a muralha se desfez.

Voltou a beija-la, dessa vez, os dois começaram a flutuar.

– "Vamos fazer amor no ar?" - fitou divertida.

– Onde você quiser.

Não subiram muito, caindo sobre a cama.

– Acho que da próxima vez, é melhor nos amarramos. - disse. - para garantir.

– “De jeito nenhum.” - Ester deu vários beijinhos. – “quero ter experiência no ar.” - sorriu sapeca.

O.o.O.o.O

Depois de descansarem um pouco, Aioria e Gabe foram para o jardim da fonte. A noite estava muito bonita para ficarem dentro do templo.

– Estou tão feliz pelo meu irmão. - Aioria não cabia em si.

– Está orgulhoso.

– Muito. Desde pequeno ouvia os rumores que Shion o escolheria e vê-lo com o manto branco... depois de tudo que ele passou. Sinto-me muito feliz.

– Ele merece. Alias, vocês merecem. - o fitou. - passaram por tanta coisa, nada mais justo que vivam em paz.

– Merecimento é ter você aqui comigo. - pegou na mão dela. - bendita hora que a barreira abriu e te trouxe.

– De certa forma você foi responsável por estarmos aqui. Se não existisse a obra CDZ, eu jamais estaria na Grécia. – brincou com os cabelos loiros.

– Chamar o japa para ser o padrinho. - sorriu. - Eu conversei com o Fernando hoje.

– Sério? - indagou surpresa.

– Sim. Eu devia um pedido de desculpas por tudo que fiz.

– Uma atitude digna do meu leãozinho lindo. - apertou as bochechas dele.

– Do jeito que falou pareço um bicho de pelúcia...

– O mais lindo de todos. - ficou de pé na frente dele, apertando novamente as bochechas dele.

– Você forma quando? - indagou de maneira séria.

– Daqui dois anos, por quê?

– E o que pretende fazer? - a voz continuou séria.

– Mestrado talvez...

– No Brasil?

– Não sei ao certo. Por que...?

– Por nada. - deu um meio sorriso. Estava feliz pela conquista de Aiolos, mas no fundo o problema "barreira" ainda era uma ameaça muito constante. A qualquer momento Gabrielle poderia ir embora. - existe mestrado em Athenas?

– Não cheguei a pesquisar... Por que Aioria?

– Nada. - fazia as contas mentalmente. Dentre os cavaleiros, Ikki poderia ser seu sucessor, ficaria até mais fácil, deserdar do santuário. Aiolos ficaria chateado, mas tinha que entender que sua felicidade estava ao lado de Gabe. - não é nada. - sorriu. - vamos para minha casa?

– Agora? - gaguejou.

– Sim Gabe. - levantou abraçando-a. - sabe que leão está sempre com apetite. - deu um sorriso travesso. - e essa roupa que está usando é um prato cheio.

– Pervertido igual o Miro!

– Você que me deixa assim. - sorriu. - vamos.

O.o.O.o.O

A porta da biblioteca estava trancada. A mesa que continha diversos livros, estava completamente desarrumada, com muitos deles no chão. Por entre as prateleiras podiam se ver peças de roupas jogadas. Marcela e Miro faziam amor apoiados na ultima estante.

– Você é doido...

– Você me deixa assim... - a enlaçou nos braços, depois de chegarem ao ápice. - e isso só é o começo. Quero te pegar em todos os lugares desse santuário.

– Devasso. - sorriu.

– Também é.

Deram um beijo.

– Com tantas vezes, vou ter que tomar cuidado. - disse Marcela empurrando-o de forma sensual.

– Com o quê?

– Depois de nove meses você tem o resultado... eu não tenho psicológico para ser mãe.

– Quer ficar grávida de mim? - fingiu surpresa. - vai me dar o golpe da barriga?

– Idiota, claro que não. Ficou louco?

Miro, a fitou por alguns segundos de forma séria. Depois os lábios contorceram num grande sorriso.

– Qual a graça?

– Sua falta de ideia. Imagina filho? Atena nos expulsa do santuário. Aí terá que advogar e eu ficar em casa cuidando do nosso baby.

– Você que tem que trabalhar, não eu! - deu um leve tapinha.

– Não se preocupe com isso. Eu não posso ter filhos. - disse sério.

– Verdade?

– Sim. Sou infértil. - disse tranquilamente. - então não corre esse risco.

– Não fica triste? - ficou penalizada. Ele era um cafajeste, mas daria filhos lindos.

– Família e cavaleiro não são muito compatíveis. Então Marcela... - a enlaçou nos braços - podemos transar o quanto quisermos.

– Vai aguentar o tranco?

– Aguento. Em Escorpião?

Começaram a juntar as roupas rapidamente.

O.o.O.o.O

Giovanni estava sentado em uma das varandas. Não estava se sentindo bem com falta de ar. Os olhos estavam fechados que nem percebeu alguém parado na porta. Heluane tirou o anel, prendendo-o na corda da cintura. O italiano começou a ter um acesso de tosse e ela percebeu que era efeito da fumaça.

– Por que não disse ao médico? - indagou sem sair do lugar.

O canceriano levantou na hora assustado.

– O que faz aqui?

– Deveria ter contado ao médico.

– Não é nada...

– É sim. Aposto que ainda fuma.

– Não mais.

– Acredito...

Deu um passo e Mask deu dois para trás.

– Não estou com o anel. Não se preocupe.

Ainda a fitou ressabiado, antes de voltar a sentar. Helu aproximou, sentando próxima a ele.

– É melhor ir embora. - disse sem olha-la.

– Vai me machucar?

– Não... mas é melhor ficar longe de mim.

Ela não disse nada, voltando a atenção para o céu estrelado. Mask a fitou de rabo de olho.

– Eu sinto muito pelo o que aconteceu com sua mãe.

– Por que nesse santuário ninguém consegue ficar calado... - disse com ironia.

– Eu não poderia saber sobre sua vida? - o fitou.

– Não é isso... - não sustentou o olhar. - está tudo bem com você?

– Sim. Obrigada.

Os dois olharam-se diretamente.

– Não foi nada... - desviou o olhar. - só.. - começou a tossir.

– Por que é tão teimoso? - aproximou tocando-o no ombro. - respirar fumaça é tão perigoso quanto as queimaduras.

– Estou bem...

Novamente os olhares se encontraram. Por segundos a íris azul desviou para a boca dela. Mask se afastou imediatamente. Qualquer aproximação poderia virar um verdadeiro tormento.

– Eu não estou com anel. - disse, pensando que ele se afastou por medo de sentir dor.

– Fica longe de mim. É melhor para nós dois.

– Minha presença te incomoda tanto? - ficou chateada.

– Aconteceram aquelas coisas... e... e...

– Não precisa se explicar quanto aquilo. Eu sei que ainda não está preparado para pedir desculpas e eu para te perdoar. Vamos pelo menos tornar a convivência pacifica.

– Está bem...

– Bom... - levantou. - vou indo. Procure um médico. Estou falando sério.

– Verei isso amanhã...

– Certo. - Helu deu as costas, mas antes de passar pela porta. - gostei da sua apresentação. Sua voz é muito bonita.

– Obrigado.

O.o.O.o.O

Depois de se esbaldar nas músicas, Dohko sentou ao lado de Jules.

– Não sabia que gostava tanto de dançar. – disse Juliane.

– Gosto de dançar e de música. Era a minha distração em Rozan.

– E como fazia para dançar, naquele corpo? – surgiu a dúvida.

– Aquele corpo era só aparência, eu tinha a minha força normal, mas não poderia demonstrar. Como eu passava a maior parte do tempo sozinho...

– E a Shunrei?

– Tinha uma mata próxima a minha casa, estava voltando depois de ir a vila e escutei um choro. Ela estava dentro de um cesto. Tão pequenina... – a voz ficou doce. – não tive dúvidas em pega-la.

– Não procurou informações?

– Procurei, mas não encontrei nada. No fundo também não queria. Durante muitos anos tive uma vida solitária e a Shunrei trouxe alegria de volta a minha existência.

– Você realmente se sentia sozinho... - não imaginava que ele se sentia tão abandonado.

– Muito. - suspirou, para depois sorrir. - Vamos aproveitar e descer? Disse que usaria a minha cueca... – deu um sorriso perve.

Os dois saíram a francesa e na porta do templo, o libriano usou a velocidade da luz. Ao chegar à sétima casa, Jules foi logo para perto da urna da armadura.

– Posso ver? - os olhos até brilharam.

– Claro. – Dohko abriu a urna.

Jules ficou encantada, parecia diante de um brinquedo novo.

– Vou desmonta-la.

De forma cuidadosa, o chinês foi colocando no chão as armas.

– Isso é muito legal. – a paulista pegou o tridente. – e como pesa... eu posso ficar? - fez cara igual do gato de botas do Shrek.

– Não. Atena me mata.

– Ah... eu quero. - abraçou o objeto. - por favor...

– Até gostaria de te dar, mas não posso. A armadura não é minha.

– Ah...

– Agora me devolve antes que você saia correndo com isso.

– Boa ideia!

Jules correu para a porta, mas Hian foi mais rápido.

– Sabe que isso é falta grave. Subtrair artefatos antigos. Pode ir para prisão. - disse em tom de brincadeira.

– Ah é? - sorriu. - e quem vai me prender?

– Eu... - colou seu corpo ao dela. - e vou jogar a chave fora e detalhe.... - aproximou do rosto dela. - vou me trancar junto para certificar que não vai fugir.

– Sendo assim... - começou a dar selinhos. - não me importo de ir presaaa.... - mal terminou a frase o libriano a pegou no colo. - a sentença é imediata?

– Sim.

O cavaleiro a levou para o quarto. Jules trocou de roupa, colocando apenas a cueca do libriano. Dohko a jogou na cama.

– Quero que todos os dias sejam assim. - disse.

– Serão.

O cavaleiro a olhava fixamente. De repente, sentiu medo, muito medo. E se a barreira abrisse amanhã? Como faria, já que era o auxiliar de Aiolos. Tinha planejado entregar seu posto a Shiryu, mas como seria agora? E se quando pudesse conseguir a dispensa, Juliane estivesse com outro? Não conseguia se quer imaginar vê-la com o outro homem.

– Dohko o que foi? - ficou preocupada diante do olhar estático dele. - sua cabeça dói?

Era aquilo que aconteceria. Juliane seria de outro e ele... e ele... ficaria novamente sozinho... os olhos marejaram.

– Hian? - a preocupação aumentou ao ver as lágrimas. - onde dói? - sentou na cama.

– Você vai embora... e vai me esquecer...

– Não vou.

– Vai sim... - enxugava as lagrimas. - eu serei ninguém na sua vida. Você vai me deixar...

– Escuta. - segurou o rosto dele com as duas mãos. - eu nunca vou deixar de gostar de você. Nunca.

– Atena vai apagar esse sentimento...

– Dê-me sua mão.

Ele obedeceu. Jules a pegou, segurando o dedo indicador dele.

– Eleve seu cosmo.

Ele não entendeu.

– Sei que não posso ver, mas posso sentir. Faça isso.

Ele obedeceu. A paulista viu o cabelo dele tremular e uma sensação cálida invadir seu ser. De posse do dedo dele, levou até o coração dela. Guiando, escreveu o nome "Hian" em letras de forma.

– Meu coração está marcado com seu cosmo e essa marca é para sempre. Mesmo que fiquemos separados, o que eu sinto por você sempre vai existir. Atena pode até sumir com nossas lembranças desse local, mas não conseguirá apagar o que está gravado aqui. - apontou para o próprio peito. - é para sempre Hian.

Ele sorriu.

– Para sempre?

– Sim. Agora... – passou os braços pelo pescoço dele. – onde paramos?

O.o.O.o.O

As músicas ficaram mais calmas, alguns casais tinham sumido, restando outro tanto.

Sheila e Julia estavam sentadas juntas. Helu e Afrodite tinham emplacado numa conversa animada. Mask estava num canto bebendo e Shura tinha ido embora. Depois da conversa com Julia a noite tinha acabado para ele.

Aiolos tinha pulado de mesa, para deixar Shion e Paula mais a vontade. Tinha notado que acontecia algo entre os dois. O olhar estava parado no copo de refrigerante a frente. Levantou, tomando o rumo para o interior do templo. Julia e Sheila notaram.

– Vá atrás dele e termine o serviço. - disse Julia dando uma piscadinha.

– Amanha te conto os detalhes perves.

Sheila saiu tão afobada, que acabou batendo a mão na mesa. Duas taças foram ao chão.

– Ops... - olhou para o lado, sorte que a música estava alta.

– Eu recolho os cacos. - Julia pegou alguns guardanapos. - vai.

Mask vendo Julia sozinha aproximou, ajudando-a com as taças quebradas. Começaram a conversar sobre coisas triviais apesar da vontade da paulista em perguntar sobre a história que Shura havia contado.

Aiolos seguiu pelo longo corredor, indo até o escritório de Shion. Pegou uma pequena sacola que estava num canto, dentro dela, um potinho prateado. Guardou a sacola no mesmo lugar, dirigindo para o banheiro. Sheila achou estranho a movimentação, indo atrás. Prestes a fechar a porta, sentiu alguém segurando.

– Sheila?

– Algum problema? - indagou séria.

– Não... só vou usar o banheiro... - sorriu sem graça.

– Por que acho que tem algo errado.

Aiolos deu lhe passagem, trancando a porta quando ela passou. Sheila sentou sobre a tampa do vaso.

– Fala Aiolos.

– Pode me ajudar a tirar a túnica?

Sheila arregalou os olhos. Aiolos seria tão direto assim?

– Já está pensando bobagem. - sorriu, ao ver a expressão dela.

– Pediu para tirar a túnica... - levantou. - e já que disse aquilo na vila...

– Só me ajude, por favor. - o rosto ficou tenso.

– Tudo bem. - estranhou a expressão dele.

A paulista desabotoou todos os botões da túnica, além de tirar a pala que ele usava no ombro e os demais enfeites. Aiolos usava por baixo, sua tradicional roupa de cavaleiro, mas o que deixou a paulista assustada foi ver os braços dele cheio de manchas avermelhadas e inchadas.

– O que houve com seus braços??

– Pode passar essa pomada para mim? Isso não é contagioso.

Sheila não pensou duas vezes, passando com cuidado a pasta acinzentada sobre as manchas.

– O que é isso Aiolos? - aplicava com cuidado.

– Se eu disser que é alergia a armadura, acredita? - sorriu.

– O que? Como assim?

– As armaduras têm vida própria e cosmo. A junção do nosso cosmo com o cosmo da armadura, faz com que não sentimos o peso das peças, bem como a faculdade de poder chama-las a qualquer hora. Como se fosse uma compatibilidade. - a medida que a garota passava a pomada, sentia um grande alivio. - acontece que fui privado disso. - ele sentou no vaso para que Sheila passasse no pescoço. - Meu cosmo e o cosmo da armadura perderam essa compatibilidade. Tornaram-se duas energias diferentes. E meu corpo reage a essa incompatibilidade em forma dessas manchas, tal qual alergia.

– Seu corpo todo está assim?

– Não. Meus braços, ombros, pescoço e orelha. - levantou o cabelo. - só onde a armadura toca diretamente na pele.

– Jamais imaginei isso. O que Atena disse? - começou a passar na orelha.

– Ela não sabe disso.

– Não?

– Ela já tem preocupações demais. Nem Aioria sabe. - a fitou. - espero que não comente.

– Não é perigoso? - ficou preocupada. - pode ter outras reações. - acariciou o rosto dele.

– É só não usar armadura.

– Aldebaran enfrenta o mesmo problema?

– Não. Ele não tem cosmo, logo a energia da armadura não tem com o que reagir. Ele apenas sente o peso das peças.

– Coça?

– Se tivesse ficado mais tempo sim. Das primeiras vezes, a coceira era terrível, até que achei esse remédio, que alivia um pouco. Amanha já sumiu tudo.

– Se não bastasse o peso, ainda tem a "alergia."

– É o peso de ser um cavaleiro. - deu nos ombros.


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