A Lenda dos Santos de Atena escrita por Krika Haruno


Capítulo 36
Felicidade


Notas iniciais do capítulo

Capitulo com cenas quentes...



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Kamus tomou o rumo contrário de Giovanni, após o espetáculo, indo para perto dos amigos.

– Por que não me disse que toca? - Isa fechou a cara.

– Queria fazer surpresa.

– Eu não estava sabendo disso Kamus. - disse Marin fingindo irritação.

– O senhor Heitor me pediu dois dias atrás. Eu concordei, mas precisava de uma voz e convenhamos que Giovanni tem um excelente timbre.

– Milagre ele concordar. - disse Mu surpreendido.

– Primeiro disse não, mas quando soube que era para Atena...

– Só mesmo nossa deusa para fazê-lo cantar. - disse Dohko.

– E cadê ele? - indagou Julia.

– Foi ao toalete.

No palanque...

– Foi tão lindo... - murmurou a deusa. - me trás tão boas recordações. Kamus e Giovanni merecem parabéns.

– Tem muitos cavaleiros prendados Saori. - Adrian a fitou.

– Eles são o meu orgulho. - estava sorridente.

Mask juntou-se ao grupo.

– Gio, você canta tão bonito. - Julia o fitou encantada.

– Obrigado. - as bochechas coraram.

– Canta para mim. - juntou as mãos.

– Outro dia.

– O lendário Mascara da Morte é um cantor nato, que ironia.

– Inveja. - mostrou o dedo do meio para Miro.

No palco, uma banda de música subiu. O povo já sabia o que viria abrindo espaço. Os músicos começaram a tocar e o clima animou. Homens e mulheres fizeram uma roda, dançando passos típicos.

– Gostei do ritmo. - disse Bel.

– Quer dançar? - Deba a fitou.

– Claro.

Os dois partiram para a "pista".

– Vamos Gabe? - Aioria estava louco para dançar.

– Mas eu não sei.

– Te ensino. Vamos.

Outro que estava animado era Dohko. Lembrava-se de sua adolescência no santuário de séculos atrás.

– Vamos dançar Jules? - indagou animado.

– Eu não gosto de dançar.

– Mas eu sim. - Helu tocou no ombro da amiga. - me empresta seu namorado.

– A vontade.

– Ótimo! - exclamou Dohko.

Os dois seguiram animados. No palanque, Poseidon mexia discretamente a perna. Olhou para Suellen.

– Não demoro. - levantou.

A pernambucana olhava animada para as pessoas.

– Me concede uma dança? - estendeu a mão.

Su ergueu o olhar deparando com Poseidon.

– Concedo. - sorriu, mas olhou para Kanon. O grego trazia o olhar frio.

Ela não se sentiu muito a vontade em dançar com o deus, mas acabou indo.

Miro também fazia alguns passinhos.

– Não quer dançar, como nos velhos tempos?

Escutou uma voz atrás de si.

– Elsa.

– Olá rapazes e meninas. - conhecia apenas os dourados. - oi Marcela.

– Olá. - cumprimentou educadamente. De certo Elsa, a achava uma louca perseguidora.

– Onde esteve esse tempo todo?

– Ali atrás. Resolvi esperar o fim dos poemas para aproximar.

– Os moradores fizeram um ótimo trabalho Elsa. - disse Marin.

– Fizeram mesmo. Nunca vi essa vila tão animada.

– Vamos dançar, depois conversa.

Miro puxou Elsa. Paula olhava distraída que nem percebeu a aproximação de Shion.

– Gosta desse tipo de dança? - indagou sem tirar a atenção para o grupo que dançava.

– Não conheço muito, mas achei legal.

– Bem diferente da sua. - a fitou sorrindo. - quer experimentar?

– Será um grande prazer.

Todos no local ficaram de boca aberta ao verem o patriarca dançando. Shion sempre foi austero em suas atitudes e ali nem fazia jus a titulo.

Ester também queria dançar, não escutava o ritmo, mas pelos gestos e as expressões felizes a música só poderia ser boa.

– "Mu:Mu."

– Sim?

– "Mu: quer dançar?"

– Eu não sei...

– "Mu: aprendemos juntos." - sorriu.

– Você me convence muito rápido. - e aquilo era um problema para ele, que tentava se manter afastado da carioca, mas pegava-se a todo momento perto dela.

O próximo convite partiu de Kamus que conduziu Isa para a "pista".

Fernando olhava a japonesa se mexer.

– Você gosta dessa dança?

– Muito. Tive poucas oportunidades para dançar. Quer ir?

– Não, não sou bom nisso. - deu um meio sorriso.

– Ah...

– Então não se importa se eu dançar com a minha pupila? - Afrodite tomou o braço da japonesa.

– Você pode. Fico sossegado. - sorriu.

– Entregarei sã e salva.

Marin e Fernando trocaram um olhar carinhoso antes da japonesa seguir com o sueco.

– Vou aproveitar que Shion não está perto... - murmurou Rodrigo. - e que Poseidon não está cercando como um abutre.

– Aproveita mesmo.

Rodrigo foi até o palanque.

– Sua festa está sendo um sucesso.

– Estou muito feliz por isso.

Aiolos que fitava os dois deu um sorriso.

– Poderia fazer companhia a ela, Rodrigo? - levantou. - vou dar uma volta para ver a decoração.

– Claro. - adorou a saída dele.

– Cuide bem dela. - saiu.

Rodrigo sentou na cadeira ocupada pelo grego.

– Quer dançar? - indagou baixinho.

– Bem que eu queria, mas... entende... a deusa Atena...

– Eu sei... então ficarei aqui tomando conta de você. - a fitou. - está linda, alias é linda.

– Assim me deixa sem jeito.

– Posso te beijar?

– Nãooo. - corou. - aqui não.

– Então mais tarde? - achava lindo o rosto corado dela.

– Sim...

Discretamente o brasileiro buscou a mão dela, usando a armadura para encobrir o ato. Atena apenas balançou a cabeça sorrindo.

No grupo....

– Vamos dançar? - Julia praticamente puxava o italiano.

– Eu não quero.

– Por favor... - fez bico.

– Golpe baixo. - bufou. - vamos.

Ele a puxou e fez de questão de fazer isso na cara de Shura. Das meninas, restaram Juliana, Jules, Marcela, Sheila e Cristiane. E dos homens Shaka, Shura, Fernando, Kanon, Sorento e Aiolos que juntou-se ao grupo.

– Não vão dançar? - indagou o sagitariano

– Não é para mim. - disse Shaka. - vamos buscar algo para beber? - olhou para Ju.

– Vamos.

O casal saiu sob o olhar de todos. Desde a conversa na porta do templo, na hora do almoço, Shaka não tinha tocado no assunto da noite juntos. Juliana achou melhor não dizer nada e espera-lo tomar a iniciativa.

– Quem diria o Shaka. - brincou Kanon. - até ele se arranjou.

– Só está falando certo alguém. - disse Cris com quem não quer nada.

Kanon não disse nada.

– Não vai Sheila? - indagou Jules. - gosta tanto de dançar.

– Não tenho par. - o olhar estava em Aiolos, que pela primeira vez o sustentou.

– Quer ir comigo? - Sorento ofereceu sem perceber os olhares entre os dois.

Sheila olhou novamente para Aiolos a espera de um convite dele. Se ele o fizesse, talvez dissesse sobre seus sentimentos. O mesmo pensamento passava pelo grego. Se Sheila rejeitasse o pedido conversaria com ela seriamente.

– Quer? - o marina perguntou de novo diante do silêncio dela.

– Quero. - pegou no braço dele. - será um prazer.

Os dois saíram sob o olhar atento de Aiolos. Aquilo era um sinal claro que Sheila havia se interessado por Sorento.

– Vou andar. - disse Shura morrendo de ciúmes em ver Julia e Mask.

– Vou com você. - falaram juntos Kanon e Aiolos pelos mesmos motivos de Shura.

Assim que saíram...

– Vamos procurar algo para comer? - Marcela queria sair dali. Não aguentava mais ver Miro e Elsa.

– Boa ideia. - disse Fernando. - vamos? - olhou para Jules e Cris.

– Sim.

– Eu vou procurar um lugar para sentar. - disse a mineira.

– Não vamos demorar.

O trio saiu. Cristiane achou um banco próximo dali.

Na roda da dança, Poseidon conduzia muito bem Suellen.

– Estou acostumado Suellen. - disse Adrian sobre os passos de dança. - nos tempos mitológicos Baco fazia grandes festas.

– Kanon me contou suas histórias.

– Contou? - achou o fato inusitado.

– Sim. Não só suas, mas do templo submarino. - acabou tendo uma ideia. - é verdade que ele e Tétis tiveram algo?

– Tiveram, mas foi passageiro. Acho que foi mais uma atração. É uma pena, eles faziam um bonito casal.

– Verdade... " eu mato você Kanon." - estreitou o olhar.

– Por quê? - indagou curioso.

– Ele comentou isso comigo. - disse sem dar muita atenção. – você permitiu ao Kanon ficar aqui no santuário?

– Sim. Ele me pediu por conta da doença do irmão. Não tinha o porque negar.

– Posso te fazer uma pergunta pessoal?

– Sim.

– Você gosta mesmo de Atena?

– Adrian gosta. - a voz saiu mais imperativa e a expressão do rosto ficou mais séria.

– Poseidon? - indagou ressabiada.

– Sim. Desde que ele a conheceu nutre por Atena esse sentimento.

– Pensei que a mente de Adrian fosse seu lado mortal...

– Não. Ao contrário de Atena que reencarna meu espírito se "apossou" do corpo de Adrian. Foi como Hades e Shun.

– Entendi... e até esse momento estava conversando apenas como Adrian?

– Não. - a voz tornou-se mais suave. - minha mente com a do deus estão interligadas. Às vezes quando ele quer representar as próprias ideias assume o meu corpo.

– Espero que me perdoe senhor Poseidon, pelo abraço de mais cedo. - disse envergonhada.

– Ele não se importou e nem eu. - sorriu. - nunca tinha ganhado um abraço como aquele, fora do meu circulo familiar.

– Menos mal...

Perto dali, Sorento contava a Sheila sobre seu "emprego" nas empresas de Adrian.

– Jamais pensei um marina como advogado.

– Como esse período de paz, precisei arrumar uma ocupação. - sorriu. - e de certa forma é uma maneira de ficar ao lado do senhor Poseidon.

– Está com quantos anos?

– Faço 28 em setembro.

– Interessante...

– Poseidon dará uma festa nos próximos dias, se a barreira não abrir até lá, gostaria de ir? Vai ser na residência de verão dele em Santorini.

– Claro. Se a barreira e Atena permitirem.

– Me passa seu telefone.

– Esse é o problema Sorento, Atena confiscou.

– Eu peço ao meu deus que interceda perante Atena. Você vai adorar a festa.

Sentada num banco Cristiane fitava as amigas dançarem. Tudo estava conspirando para uma noite agradável, o sol se pondo no horizonte, o céu começando a ficar estrelado, as músicas, a animação de todos. Estava tudo perfeito, ou quase.

Cristiane olhou para o relógio que ficava numa torre no meio da praça. Já eram sete horas. Tinha se divertido o suficiente e agora era hora de ir para a enfermaria. Saga ficara por muito tempo sozinho. Foi no intuito de levantar, contudo sentiu duas mãos tamparem lhe os olhos.

– Eu só péssima em adivinhar. - não fazia ideia de quem poderia ser.

A mineira levou as mãos, as mãos de quem lhe tapava a visão. Ficou indecisa diante da sensação fria que provinha, fora o material que envolvia metade das mãos.

– Quem...?

A pessoa retirou suas mãos. Cris levantou e quando olhou para trás...

– Por Deus.... - levou as mãos ao rosto, os olhos encheram de água. - Saga...

O geminiano trajava sua armadura.

– Saga.... - ela o fitou de cima a baixo. Ele estava lindo na armadura de Gêmeos. Os cabelos azuis encostavam-se às ombreiras, a franja tremulava ao vento e os olhos verdes a fitavam com intensidade. - Saga!

Correu abraçando-o.

– Saga...

– Me perdoe... - a envolveu em seus braços. - prometo que agora tudo será diferente. - tocou o rosto dela. - tudo será diferente. - enxugou uma lágrima que teimava em cair.

– Eu sei... - sorriu. - eu sei que sim... - tentava não chorar.

– Prometo que não vai chorar mais por mim.

O cavaleiro aproximou do rosto dela, iniciando um beijo.

Kanon, que não tinha se afastado muito, sorria. O irmão tinha passado por mais uma prova e agora estava de volta ao convívio. Rezava para que todos aqueles tormentos tivessem ido embora e que os dois pudessem viver em paz.

Shura que também observava sorriu. Não seria mais contra, tampouco diria para eles ficarem separados, Saga, de pé diante dele, era a prova que precisava para atestar o quanto o geminiano e Cristiane necessitavam um do outro. O geminiano havia encontrado a sua reabilitação. Não muito longe dali, Atena, que sentira o cosmo do geminiano levantou na hora. Rapidamente desceu as escadas, Rodrigo foi atrás sem entender, até que viu o grego ao lado da amiga.

– Saga. - parou diante dele com os olhos marejados.

– Atena. - ajoelhou. - me perdoe por tudo e prometo que a partir de hoje não mais faltarei com as minhas obrigações de cavaleiro.

– Levante-se.

Obedeceu, mas não a fitou diretamente. A deusa ergueu seu rosto.

– Não sabe como estou feliz por vê-lo bem. - e surpreendendo-o o abraçou.

O grego ficou surpreso e completamente sem jeito pelo ato da deusa.

– Saga!

Foi só tempo de Atena solta-lo para Kanon abraça-lo.

– Desculpe Kanon... - retribuiu o gesto.

– Tudo bem. - apertou com mais força. - está tudo bem? Não sente nada? Como acordou?

– Estou bem e...

– Saga.

Aos poucos os demais cavaleiros aproximaram. Todos deram um abraço de satisfação no geminiano. Aiolos aproximou do grupo.

– Saga.

Os dois fitaram-se. O geminiano olhou para o manto branco e todos os adornos condizentes ao cargo.

– Não sabe como fico feliz por vê-lo assim, grande mestre.

– E eu por vê-lo bem, velho amigo. - sorriu.

Trocaram um abraço afetuoso. Shaka era o único que ainda não tinha aproximado. Estava feliz por ver Saga. Ficou olhando seus companheiros de batalha, abraçarem o cavaleiro com afeição, no seu intimo também queria fazer isso, mas não sabia se era prudente. Talvez fosse exagero da sua parte. Sentiu Juliana segurar seu braço.

– Faça o que está com vontade. - havia notado que Shaka olhava atentamente para os amigos e Saga.

Ficou surpreso, como ela sabia o que estava pensando.

– Acha prudente?

– Ele não é seu amigo?

– É.

– Amigos se abraçam. Ele ficará feliz pelo gesto.

Shaka sorriu, passando de forma carinhosa o dorso da mão pelo rosto dela. Seguindo seu desejo, o indiano aproximou do grego.

– Shaka.

– Está tudo bem? - abriu os olhos.

– Sim... - murmurou, era sempre impactante quando Shaka abria os olhos. - Desculpe a preocupação.

Deixando todos impressionados, Shaka abraçou Saga. O próprio ficou sem ação diante do ato do indiano.

– Fiquei preocupado mesmo. - disse sem jeito.

– Desculpe. - saiu do estado de surpresa para corresponder o gesto.

– Isso merece música! - gritou Dohko.

A banda começou a tocar, uma música bem tradicional grega, mas da Era mais moderna. Alguns casais seguiram para a roda.

– Jules seu namorado é muito animado. - disse Helu.

– E eu sou uma negação para dança. Não gosto.

– Não dizem que os opostos se atraem? - brincou Cris.

– Heluane. - Saga a chamou.

– Sim?

– Palavras não seriam suficientes para expressar a minha gratidão. Devo a minha vida a você.

– Eu não o perderia tão facilmente. Somado a isso uma certa pessoa me mataria se algo acontecesse ao maridinho dela. - deu um sorriso lavado.

– Helu... - a mineira ficou sem graça.

– Marido? - Saga arqueou a sobrancelha.

– Vão passear vão. - Cris praticamente a empurrou. - aproveite a festa.

As duas saíram na base dos risos.

– Quando acordou? - indagou antes que ele fizesse perguntas.

– Não sei ao certo, mas a pessoa que tomava conta de mim, disse que Atena já tinha feito o pronunciamento aos habitantes. Chamei a armadura e vim.

– Atena vai pedir alguém para examina-lo.

– Imaginei, mas eu me sinto muito bem. De toda forma, pedirei para iniciar meu tratamento, vou seguir tudo a risca.

– Como é bom ouvir isso.

– Vai me ajudar não vai? - a enlaçou nos braços.

– Sempre.

O.o.O.o.O

Adrian continuava a dançar com Suellen, mas o olhar desviou quando viu Atena e Rodrigo juntos. Havia notado que os dois trocavam olhares.

– Suellen.

– Sim?

– Qual o nome daquele mortal que está ao lado de Atena? - a voz saiu grossa revelando se tratar do deus.

– É amigo meu. - Su tomou mais cuidado com o que diria. - por que?

– Por nada. - a fitou sorrindo. - nada.

Poseidon percebeu na hora que havia algo entre os dois. Pelo pouco que sabia sobre a sobrinha, ela só tinha gostado até então de um único mortal, morto na última guerra. Era provável que estava se interessando novamente por outra pessoa, já que notava o cosmo dela alternar entre o mortal e o divino.

O.o.O.o.O

Desde que tinha separado de Jules e Fernando, Marcela estava de papo com um rapaz local. Não chegava ser como Miro, mas tinha um papo agradável. Estava de bobeira mesmo... só não imaginava que um par de olhos azuis os fitava friamente. Miro estreitou o olhar, a unha latejou. A passos duros caminhou até o casal, claro sem deixar de arrancar suspiros das jovens da vila.

– Boa noite. - disse parando atrás de Marcela.

– Senhor Miro. Boa noite. - a voz saiu receosa.

– Atena está chamando para irmos. - olhava fixamente para o rapaz que a essas alturas estava encolhido.

– Agora que está ficando bom. - disse a brasileira.

– Vamos Marcela.

– Podíamos fazer algo amanha. - voltou-se para o rapaz.

– Cla-ro. - gaguejou.

– Eu te procuro e... - não terminou a frase, pois foi puxada. - Miro!

Ele não disse nada continuando a puxa-la.

– Seu grosso me solta!

– Se eu não tivesse chegasse só Atena para saber o que aconteceria. - a voz saiu fria.

– Aconteceria que eu ficaria com ele.

Miro parou de andar, voltando a atenção para ela. Marcela ficou receosa diante do olhar frio.

– Ele que se atravesse a encostar em você.

– Não sei se você lembra. - puxou o braço. - sou solteira e faço o que eu quiser, com eu quiser.

– Veremos!

O grego pegou Marcela pela cintura jogando-a por cima dos ombros, claro sem deixa-la encostar-se ao ferrão que tinha na ombreira.

– O que pensa que está fazendo???!!!

– Ainda bem que inventei aquilo.

– Atena não está chamando?? - indagou incrédula.

– Não.

– Seu idiota! - o sangue ferveu. - me solta cretino!!

– Só quando chegarmos em casa.

– O que??!! Me solta seu idiota!

Marcela fechou o punho para socar as costas dele, contudo...

– Ai... - a mão doeu, pois batera com força na armadura. - seu estúpido!

O escorpião ignorou, tomando outro rumo. Virou a esquerda e depois a direita numa ruazinha.

– Para onde está me levando??! Me solta Miro!

Ele ignorou. Na quarta casa da rua, de dois andares, abriu o portão e depois a porta da sala.

– Como invade as casas assim?

– É a casa da Elsa.

Acendeu a luz. Marcela fitou o lugar achando-o bem bonito. Ainda com ela nos ombros, Miro subiu para o segundo andar. Na terceira porta do corredor entrou. Era um quarto com duas camas de solteiro e um pequeno armário no meio. Abriu-o pegando uma maleta branca e depois colocou a brasileira na cama.

– Mostra a sua mão.

– Não!

– Anda logo Marcela.

Sem opção ela estendeu o braço. Miro examinou a mão. Só estava roxo pela batida, mas nada grave.

– Amanha o roxo sai. - disse guardando a maleta branca.

– É um bruto isso sim. Eu quero voltar!

– Para ficar perto daquele cara? - a voz saiu ríspida.

– O que você tem com isso? - levantou encarando-o.

– Tudo. - aproximou seu corpo do dela. - você é minha Marcela.

– O que? - indagou incrédula. - ficou louco?

– Fiquei. Eu quero você.

– Eu e todas as mulheres. - ironizou.

– Só quero você. Será que não entende isso? Já te disse várias vezes que só quero você.

– Diz isso para todas... - revirou os olhos.

– Não digo. - aproximou ainda mais. - eu gosto é de você.

A paulista ficou surpresa, Miro estava dizendo a verdade?

– Não quero escutar suas mentiras.

Deu meia volta, mas antes de chegar a porta, sentiu alguém prensá-la contra ela. O rosto do grego estava bem próximo ao dela.

– Quantas vezes vou ter que repetir?

– Eu conheço a sua fama... diz isso e depois de conseguir o que quer ou vai me descartar ou me chifrar.

O cavaleiro a olhou nos olhos por alguns segundos. Marcela sentiu um arrepio ao ter aquelas iris azuis sobre seus olhos. Parecia que Miro analisava sua alma.

– Fiel para sempre.

A brasileira arregalou os olhos ao ouvir aquilo. A voz de Miro saiu tão séria e determinada e aquilo mexeu com seu intimo.

– Fiel para sempre. - repetiu.

Não conseguia articular frase alguma. Ele estava falando sério ou era mais uma de suas mentiras?

– Sério...?

– Fiel para sempre.

Miro aproximou tocando levemente seus lábios nos dela. O beijo começou terno, mas como dois escorpiões, a medida que o tempo passava foi ganhando ardência. Quando terminaram os rostos permaneceram colados.

– Eu gosto de você. - ele confessou. - gosto muito. Vamos ficar juntos.

O cavaleiro voltou a beija-la. A última resistência de Marcela caiu. O grego a enlaçou nos braços colando ainda mais seus corpos. A paulista passou a mão pelas madeixas azuis atingindo o elmo da armadura, tirou jogando o objeto no chão.

– Ainda bem que não quebra... - Miro sorriu.

– Como tira sua armadura?

– Tudo é encaixado.

Marcela começou pelas ombreiras, não imaginava que aquilo pesava tanto. Depois tirou o peitoral e costas que eram ligados por travas.

– Isso pesa demais...

– É uma proteção. Eu tiro o rest...

Ela depositou o dedo nos lábios dele.

– Eu que quero tirar. - sorriu.

Continuou o processo tirando uma espécie de escudo dos braços, tirou a saia, a proteção das coxas, as joelheiras e a proteção da perna. Marcela ficou surpresa por vê-lo numa espécie de colan verde escuro por baixo. Sem qualquer pudor tirou o colan e regata que ele usava. Miro ficou apenas de cueca box preta e as proteções do braço.

– Agora sim...

– Sabe o que está parecendo? - o escorpião segurou as madeixas negras. - uma senhora rica desfrutando dos serviços de um lutador.

– Os lutadores eram escravos não? - deu um sorriso perve.

– Eram.

– Então vai fazer o que eu mandar.

– A senhora manda.

Os dois beijaram-se com volúpia. Miro a levou para cama, ficando por cima. Delicadamente tirava o adorno que prendia os cabelos. Tirou o Peplo e a corda dourada.

– Posso rasgar?

– Atena te mata.

– Verdade...

Miro ergueu um pouco o corpo puxando a túnica de Marcela, rapidamente a tirou. Olhou com desejo para a lingerie de renda.

– Quer tirar? - a paulista ergueu o rosto, encostando seus lábios nos dele.

– A madame deixa?

– É uma ordem.

Ele não perdeu tempo tirando o soutian, abocanhou o seio esquerdo dando pequenos puxões. Marcela soltou um gemido que o estimulou a prosseguir. Aproveitou levando a mão até a intimidade dela. A brasileira soltou outro gemido de prazer. Miro abandonou os seios, retirou a calcinha, tocando aquela parte com a língua.

– Mi-ro... - gaguejou.

O escorpião sorriu, não tinha som melhor do que seu nome sair da boca dela. Intensificou os movimentos, ela teria a melhor gozada e quando o momento chegou, Marcela não segurou...

– Miro...

Sorrindo satisfeito o grego tomou os lábios dela, passando em seguida a dar chupões por toda a pele clara.

– Vai ficar marcada, para saber que pertence a esse escravo.

– E ele a sua senhora.

Marcela puxou a cueca box, revelando o membro do cavaleiro. Ela o pegou massageando.

– Mar-ce-la... - a voz saiu entrecortada.

A brasileira virou-o. O olhar passou pelo rosto, pelo peitoral definido e que peitoral, até atingir o órgão. Estava duro.

– O que será que devo fazer com você... - massageava lentamente. - acho que devo puni-lo pelas marcas... - abaixou quase ao ponto de toca-lo com a boca.

– Toca...

– Será? - o fitou divertida. - acho que não. - passou o dedo na ponta.

– Toca logo Marcela! - Miro tentava se segurar, mas não conseguiria por muito tempo, estava muito excitado.

– Escravo dando ordens? - recuou. - que absurdo.

– Saca-nagem...

– Implora.

O escorpião arqueou a sobrancelha.

– Não vai implorar? - o objetivo dela era deixa-lo louco. - não quer que minha boca experimente? - tocou o membro.

– Por favor... eu imploro...

– Assim é bem melhor.

Quando sentiu a língua da paulista, Miro soltou um sonoro gemido. A brasileira explorou de todas as maneiras levando o cavaleiro a loucura. Não se contentado apenas com o oral, Miro a virou na cama de solteiro com maestria e sem dizer nada a penetrou. As estocadas foram ficando mais forte e no clímax, disseram o nome um do outro...

Os dois ficaram exprimidos na cama.

– A senhora ficou satisfeita com o serviço? - tirou uma mecha negra do rosto dela.

– Por horas sim. - fingiu desdém. - ainda preciso testar mais vezes.

– Não é atoa que sou um escravo, é meu dever satisfazer a minha dona. - a abraçou.

Ela riu.

Miro ergueu o corpo, ficando sobre ela.

– Nunca se esqueça de uma coisa... nunca. - a voz saiu séria.

– O que? - acariciou o rosto dele.

– Fiel para sempre.

Ela sorriu. Os lábios se tocaram novamente.

O.o.O.o.O

Cristiane e Saga estavam sentados conversando sobre a cerimônia quando Kanon aproximou com a cara fechada.

– O que foi Kanon? – indagou Cristiane.

– Nada. - disse seco.

– Como nada? – Saga arqueou a sobrancelha. – está com essa cara.

– Olha como ela está com o Poseidon. – apontou para a roda de dança.

O casal olhou na direção, vendo Suellen e Poseidon dançando juntos.

– Fica arrastando asa só porque ele é um deus. - estava puto de raiva.

– Que deus... – murmurou Cris.

Saga a olhou imediatamente, a mineira apenas piscou, para disfarçar.

– Mas ele é um bom partido. – disse Saga entendendo a piscada.

– Vá se f#@% Saga!

– Não sei por que o estresse. Por acaso vocês tem alguma coisa? - o cavaleiro resolveu alfinetar o irmão.

– Não... - murmurou.

– Ele não gosta da Suellen, Saga.

– Verdade Kanon? - fingiu surpresa.

– Sim... - demorou a responder. - somos apenas amigos.

– A Su está mais do certa, Poseidon é um ótimo partido. - Cris jogou mais lenha na fogueira. - torço pelos dois.

Kanon a fitou ferina.

– Alguém tem que avisar a ela, que Poseidon só quer aproveitar. Adrian é um cachorro, ele não presta! Só vai magoa-la.

– E o que você tem com isso Kanon? - Saga não imaginou que Kanon fosse tão ciumento. - A Suellen vai descobrir isso sozinha.

– Descobrir? - levantou ficando de frente para eles. - ele vai agir como um crápula com ela e depois eu que vou ter consolar.

– Deixa-a ser feliz Kanon. - disse Saga mais seriamente. - se realmente não quer nada com ela, a deixe livre para relacionar com outra pessoa.

As palavras de Saga impactaram no marina. Ele mesmo havia dito a Saori, que deixaria as coisas como estavam. Que queria só a amizade dela. Não tinha porque implicar...

Saga e Cris que o fitava arregalaram quando viram algo.

– Que cara são essas? - Kanon estranhou.

Os dois não disseram nada. O marina virou-se e quando seu olhar posou nos dois, o olhar estreitou. Poseidon e Suellen se beijavam...

.... Minutos antes...

– Preciso de consolo. - disse Adrian, dando um suspiro. - acabei de ser rejeitado.

– Aposto que tem um monte de mulheres doidas por você.

– Não sou tão popular assim Suellen.

– Você é lindo, como não é popular?

– Acha mesmo? - usando o passo de dança, Poseidon a trouxe para mais perto de si.

– Acho.

– Então não vai se importar se eu fizer isso.

O grego aproximou dos lábios dela, iniciando o contato. Suellen arregalou os olhos assustada, mas não afastou. Tinha que ter uma história para contar para as meninas, mas mal imaginava que alguém via a cena...

... Aquela cena o deixou sem ação. Será que Suellen não gostava mais dele e que Poseidon...

... - Eu mato. - disse frio.

Kanon saiu pisando duro em direção a eles.

– Espera Kanon, olha o que vai fazer. - Saga deu um passo, mas teve o braço retido.

– O deixa resolver.

– Tem noção? Kanon vai brigar com Poseidon.

– Deixa o circo pegar fogo. - sorriu sapeca. - talvez assim ele resolva logo o que quer realmente com a Suellen.

– Não é atoa que geminianos tem um diabinho do lado. - riu. - você é igual ao Kanon!

– Vamos assistir.

Poseidon soltou a brasileira lentamente.

– Nossa... - Suellen se abanou. - isso foi inesperado.

– Concordo.

Os dois olharam para a voz. Kanon estava parado diante deles com a expressão demoníaca.

– Foi providencial sua chegada Kanon. - Adrian passou o braço pelo ombro de Suellen. - será o primeiro, a saber.

O marina estava se controlando para não descer o braço no deus.

– Suellen e eu vamos namorar.

– O que?? - a brasileira arregalou os olhos.

– Co-mo...? - Kanon não acreditava no que tinha ouvido.

– Ela tem todos os atributos para ser uma Savalas, Poseidon também aprova. - pegou na mão dela. - aceitando terá eternamente um servo.

A brasileira tentou falar algo, mas aquilo era surreal, como disse Mabel certa vez, que conto de fadas maluco!

– Realmente me sinto lisonjeada...

Kanon a fitou incrédulo, Suellen aceitaria?? Mas ela era dele! Falou que ficaria com ele! Como seria de Poseidon?? Não a perderia para a barreira e sim para o deus? Suellen o deixaria para sempre...? Os olhos encheram de água diante dessa possibilidade, sentiu o peito apertar. O que faria sem ela...? Não conseguiria seguir sua vida sem ela... não poderia perde-la...

– Sue... - não terminou o nome.

– Seria um prazer ser sua namorada Adrian, mas... - soltou a mão delicadamente. - já sou compromissada. - passou o braço pelo braço do marina. - ele é chato as vezes, mas vou levando.- sorriu.

O deus ficou surpreso, Kanon sequer a olhou, ainda estático com a situação. Ele tinha ouvido, mas não acreditava.

– Perdi de novo... - murmurou divertido. - acho que vou me inscrever num programa para conseguir namorada.

– Não precisa de tanto Adrian, você é uma ótima pessoa, vai encontrar alguém.

– Obrigado. - acariciou o rosto dela. - você tem sorte dragão marinho. - tocou o ombro dele, saindo.

– Tadinho... - Su o olhava afastar penalizada. - ele não dar sorte, não é? - olhou para Kanon. - Kanon. Kanon?

Nem se mexeu.

– O que foi Kanon?

Continuou em silêncio.

– Vem. - praticamente o arrastou, levando-o para um local mais isolado. De certo ele estava passando mal. - Kanon o que foi? - tocou o rosto dele.

O cavaleiro desviou o olhar para ela, os olhos cheios de água, derramaram uma lágrima.

– Kanon o que foi? - ficou preocupada. - está sentindo alguma coisa? Quer que eu chame o Saga? Eu vou chama-lo.

Deu um passo, mas foi retida, recebendo um abraço apertado.

– Fica aqui comigo... - apertou ainda mais. O coração estava disparado.

– Me diga o que está acontecendo.

– Promete que nunca vai se separar de mim? - a fitou segurando o rosto dela entre as mãos. - vai ficar comigo? - olhava diretamente para os olhos.

– Do que está falando?

– Que vai ficar comigo Suellen. Promete que vai ficar comigo... - a voz embargou. - não me deixe... por favor...

– Eu não vou te deixar. - sorriu. - porque eu faria isso, se gosto de você?

Kanon a soltou.

– Coloca nessa sua cabecinha, - tocou com suavidade as mechas azuis. - que eu gosto de você, muito e que quero ficar junto.

– Promete?

– Prometo senhor dragão marinho.

O.o.O.o.O

Depois do ocorrido com Saga, Shaka e Juliana saíram para andar. O indiano já estava ficando incomodado com a quantidade de gente. Sentaram numa praçinha próxima, onde ainda poderiam escutar o som da música.

Juliana fitou o céu. Estava cravejado de estrelas e a lua brilhava intensamente. Parecia que tudo havia conspirado para a cerimônia, o céu, o vento fresco que soprava... Shaka a fitava de forma discreta. Estava linda naquela roupa.

– Juliana.

– Sim? – voltou a atenção para ele, e não teve como não corar diante do olhar azul.

– Você está muito bonita.

– Obrigada. – corou ainda mais. – você também está... sua armadura é bonita.

– Obrigado. – foi a vez dele corar.

Ficaram em silêncio, Ju estava se achando uma adolescente diante da situação.

– Sobre ontem... – iniciou o indiano sem olha-la. – eu... – não sabia o que dizer. – obrigado pelo incentivo de hoje. – mudou de assunto. – acho que é a primeira vez que abraço alguém por que quero. Você tem sido importante nesses passos...

– É porque nunca teve isso Shaka. Só recebia isso da Kajra, não era?

– Sim... eu gostaria de poder abraça-la. – a fitou.

– Ela ainda é viva?

– Creio que sim... – o olhar foi para o céu. - depois que vim para cá, nunca mais tive noticias dela e nem procurei ter.

– Por quê?

– Eu achava que era desnecessário. Sou uma pessoa desprovida de sentimentos.

– Não é verdade. – a oriental segurou no braço dele. – você gosta da Kajra, gosta dos seus amigos, só não percebia isso, pois não sabia do que se tratava.

– Acha mesmo?

– Sim.

Ele sorriu, tomando Juliana nos braços. Era tão bom sentir o corpo dela próximo ao seu.

O.o.O.o.O

Depois de dançar com Afrodite, Marin foi até o mineiro.

– Tem certeza que não quer dançar?

– Absoluta Marin. Sou uma negação. - sorriu. - parabéns pela "promoção". Será a primeira amazona de ouro.

– É responsabilidade demais...

– Que sei que vai cumprir com afinco.

– Obrigada pelo apoio.

Mask deixou Julia com o pisciano, saindo despidamente da roda de dança. Foi para um local mais deserto, deixando a tosse surgir. Ficou nesse lugar por muito tempo, pois não queria esbarrar em Helu e sentir os efeitos do anel.

O.o.O.o.O

Paula e Shion seguiram para uma parte mais isolada a base dos risos.

– Eu sempre fui ruim para danças. - disse Shion.

– Dançou perfeitamente Shion.

– Acho que será melhor aceitar aquela sua proposta. - indicou um banco.

– Que proposta?

– Eu tocar e você dançar. Se bem que eu não ia gostar dos olhares masculinos na minha namorada...

– Namorada? - gostou de ouvir. - é oficial?

– Sim.

– Isso merece uma comemoração!

– Já vai ter... - deu um sorriso enigmático.

– O que está aprontando, senhor grande mestre? - o fitou de rabo de olho.

– Algo que vamos gostar. Aguarde. - piscou.

O.o.O.o.O

Ester e Mu dançaram todas as músicas executadas até o momento. Cansados, diante tanto esforço sentaram num local próximo.

– "Mu: nunca me divertir tanto! Pena que não posso escuta-las."

– Mas se saiu muito bem, Ester. - pegou nas mãos dela. - parecia até uma menina nascida aqui.

– "Mu: um dos momentos que fico triste em não poder ouvir, é quando tem festa. Gostaria muito de escutar as canções."

– Se tivesse uma maneira, eu realizaria esse sonho. - acariciou o rosto dela. Ester estava linda. Ela era linda.

– "Mu: pode realizar outro que me deixaria até mais feliz."

– Qual?

– "Mu: sermos um casal."

O ariano soltou a mão dela na hora, afastando-se um pouco.

– Eu não quero te machucar Ester... - virou o rosto. - eu não suportaria... eu te amo demais e...

A brasileira nem ouviu o resto da frase, tamanha surpresa. Então ele a amava mesmo?

– "Mu: sério o que disse? Me ama mesmo?"

– Sim...

Ela aproximou, segurando o rosto dele entre as mãos, fitando-o no fundo dos olhos.

– "Mu: Eu tenho consciência do seu problema, sei dos perigos que posso enfrentar, mas eu quero correr o risco. Eu te amo Mu e quero ficar com você. Já não basta a ameaça da barreira? Por que não podemos ser felizes?"

– Ester, eu...

– "Mu: Eu te amo e não importa o que aconteça, vou continuar te amando."

Mu segurou as mãos dela, aproximou colando sua testa a dela.

– Tem certeza?

– "Mu: Absoluta."

Ele sorriu, inclinou seu rosto, iniciando um beijo. Ainda tinha receio pelo o que podia acontecer a Ester, mas não estava aguentando ficar longe dela. Jamais imaginou que poderia amar alguém daquela forma.

– Prometo que te farei a pessoa mais feliz desse mundo.

– "Mu: você já me faz."

O.o.O.o.O

Fernando esperava ser atendido na barraca de bebidas, quando Aioria parou ao lado dele.

– Estão demorando? - indagou o leonino olhando o cardápio.

– Um pouco. - o mineiro o fitou ressabiado, Aioria parecia bem maior com a armadura.

– O que escolheu?

– Um suco de laranja para mim e um de uva para a Marin. - depois que disso arrependeu-se.

– Marin gosta muito de uva. - sorriu. - se deixar come tudo sozinha.

– É... - murmurou sem graça.

– Não precisa ficar assim. Apenas disse, pois lembrei de nossa infância. Ela está com você e eu com a Gabrielle.

– Não pense que eu premeditei fazer alguma coisa.

– Eu sei que não. Aconteceu. Quis o destino que construíssemos novas histórias.

– Fico aliviado ao ouvir isso. - até soltou um suspiro de alivio, sua cabeça estava a salvo.

– Pode ficar e aproveitando a deixa, peço que me desculpe por aquele dia na arena. Não foi uma atitude digna de um homem. Eu perdi a cabeça e acabei descontando em você, sendo que o culpado era somente eu. Desculpe-me.

– Tudo bem Aioria, já passou.

– Amigos? - estendeu-lhe a mão.

– Sim. - Fernando retribuiu o gesto.

O.o.O.o.O

Aiolos andava por entre os habitantes, sendo cumprimentado por todos. Estava feliz por ver que aquelas pessoas, apesar de sua idade jovem, julgando-o merecedor do cargo. Faria de tudo para corresponder a tais expectativas. Ele desviou o olhar, o sorriso outrora estampado no rosto desapareceu, quando viu Sorento e Sheila. Os dois pareciam animados. Respirou fundo, caminhando em direção a um banco próximo. O olhar continuava no casal, que não podia vê-lo por causa das pessoas, que nem percebeu a chegada de Isabel e Kamus.

– O que foi Aiolos? - a brasileira sentou ao lado dele.

– Nada Isa. - forçou um sorriso. - está gostando da festa?

– Muito.

Kamus o fitou friamente. Tinha notado que ele olhava para Sheila.

– Quais são seus planos de agora em diante Aiolos? - indagou permanecendo de pé.

– Pretendo aprender o máximo possível com Shion.

– Não é disso que estou falando.

– De que então?

– Sheila.

Aiolos e Isa franziram o cenho.

– O que tem ela Kamus? - de surpresa a postura passou a séria.

– Vai entrega-la de bandeja para o Sorento?

– Ela fez a escolha dela e eu fiz a minha. - disse ríspido. - sou o grande mestre agora.

– Vocês não fizeram escolha alguma. Nem sentaram com duas pessoas adultas para conversarem. Estão agindo como adolescentes.

– O que quer eu faça? - levantou. - que eu chegue lá e a arranque de perto dele? É bem capaz dela ficar com raiva de mim.

– Não vai mesmo... - murmurou Isa, até então em silêncio.

Os dois olharam para ela.

– Se chegar agora, arrasta-la de lá e beija-la a "força" ganharia inúmeros pontos com a Sheila. Conheço minha amiga, ela iria adorar sua atitude.

O olhar o grego passou de Isa para Kamus.

– O que está esperando para fazer isso? - o francês trazia o olhar frio.

– Ficaram doidos? Não posso fazer isso. Se como cavaleiro seria um escândalo imagine como grande mestre. Shion me mata!

– Shion está bem ocupado agora.

– Você só pode está doido Kamus. Logo você, todo prudente me pedindo algo desse tipo? Parece até o Miro.

O aquariano depositou a mão nos ombros dele.

– Só quero que aproveite a vida, como estamos aproveitando. Você gosta dela e muito, para está tão hesitante em tomar um passo além. Ainda não é o grande mestre, as regras podem mudar.

Aiolos ficou calado.

– Pense nisso. - estendeu a mão para Isa. - vamos.

Os dois saíram deixando-o pensativo. Aiolos olhou na direção onde Sheila e Sorento estavam, ou pelo menos estavam a um minuto atrás. Ficou ressabiado, de certo eles tinham ido para um lugar mais a vontade e...

Foi procura-los.

Sorento e Sheila estavam na barraca de doces típicos. O marina explicava a brasileira sobre a história das iguarias.

– Eles são deliciosos Sorento.

– Reforço o convite a festa do senhor Poseidon. Poderá apreciar a culinária grega.

– Tudo depende de Atena...

Os dois serviram de mais alguns, voltando para o centro da vila, contudo devido a número de pessoas, resolveram ficar mais afastados.

– Essa festa vai até altas horas. - disse a paulista.

– Pena que não poderei ficar até mais tarde. Adrian tem outro compromisso.

– E ele não te libera?

– Creio que não. Uma pena, - tocou no braço. - a companhia está ótima.

– Digo o mesmo...

O marina enlaçou a brasileira nos braços iniciando um beijo. Sheila correspondeu...

– Você é encantadora Sheila... - o austríaco tocou no rosto dela.

– Eu o que eu diga.

Os dois assustaram-se com a voz fria atrás deles. Era Aiolos, que trazia a expressão indecifrável.

– Desculpe interromper, mas Atena está chamando para irmos embora. - disse cortes.

– Cla-ro. - Sheila deu uma gaguejada, sempre disse que pegaria Sorento, mas não na frente de Aiolos.

– Poseidon também já deve está indo. - Sorento não se importou com as palavras do grego. Para ele havia sido uma interrupção qualquer.

– Gabrielle está te chamando. - fitou a brasileira seriamente. - Poseidon está perto do palanque Sorento.

– Obrigado pela noite Sheila. - pegou nas mãos dela. - pense no meu convite.

– Pensarei.

– Até mais. - e olhando para Aiolos. - mais uma vez boa sorte grande mestre.

– Obrigado.

O marina saiu.

– Cadê a Gabe?

Aiolos não disse nada. Simplesmente pegou na mão dela arrastando-a.

– Devagar Aiolos.

Nem respondeu, levando-a para um local mais afastado.

– Para onde está me levando?

Com um pouco de força o cavaleiro a encostou contra a parede de uma casa.

– Oh... - sorriu diante da atitude.

– Pode tirar esse sorriso idiota da cara. - disse seco.

Sheila arqueou a sobrancelha.

– Está interessada no Sorento?

– E se estiver? Algum problema nisso?

– Todos. - a voz saiu fria.

– Posso saber por que? É meu pai por acaso?

– Porque não decide o quer?

Primeiro arregalou os olhos para em seguida cair na gargalhada.

– Qual a graça? - indagou nervoso.

– Do absurdo que acabou de dizer. Está me cobrando atitude? Olha para o espelho Aiolos! Quem não sabe o que quer é você! Fica cheio de pose, mas no fundo não faz nada! Não sei por que está incomodado, é por que Sorento foi muito mais homem que você a ponto de assumir algo? - sentiu muita raiva dele.

– Você gosta dele.

– E se gostar? Não é da sua conta! - exclamou.

– Claro que é da minha conta! - gritou. - eu amo você! Gosto da sua determinação, da sua força, do seu jeito estabanado. É alguém para se ter um relacionamento sério...

Sheila ficou surpresa, havia ouvido certo?

Aiolos calou-se recuando, tinha falado demais.

– Você o que?

– Não interessa... - virou o rosto.

– Claro que interessa! - Aiolos estava esquivando novamente.

– Para quê? - a fitou com raiva. - para jogar na minha cara que não passo de um garoto? Para rir de mim enquanto estiver com Sorento? Já deixou evidente que gosta de homens de verdade e não meninos como eu. - disse com ironia. - Para você, não passo apenas de um garoto que usa uma faixa na cabeça. Um "mini" Rambo. - desabafou. - não quero ser apenas um divertimento em suas mãos. Usou, jogou fora.

A paulista ouvia tudo em silêncio, pasma com a confissão dele.

– Quer saber? Faça como quiser, fique com quem quiser. Eu estou fora.

Deu as costas saindo.

Ficou em silêncio, tentando entender o que tinha acontecido ali.

– Aiolos! - chamou indo atrás dele. - Aiolos!

Ele apertou o passo ao escutar seu nome.

– Espera! - segurou o braço dele.

Os dois fitaram-se diretamente por alguns segundos.

– Por que disse isso só agora?

– Porque o que eu sinto não é recíproco. - disse frio. - pode me soltar?

"Aiolos não toma atitude porque ele não sente firmeza em você." Lembrou-se das palavras de Kamus.

– Gosta de mim mesmo?

– Me solta Sheila.

– Fala.

– Para quê? - o olhar foi frio. - solte-me agora senhorita Tamasauskas, está segurando o mestre do santuário. - a voz saiu imperativa. Colocaria um fim naquilo. - e isso é uma falta grave.

"Se ele desistir de vez, não há futuro para vocês." Abaixou o rosto segurando mais forte a túnica branca. Por que todas as meninas podiam viver seus "contos de fada" e ela não?

– Por que tem que ser você? - o rosto continuava baixo. - uma hora se mostra interessado e na outra me trata com frieza. A culpa é sua. - Sheila falava rápido, Aiolos a fitou surpreso. - você nunca deixou claro o que sentia por mim e por isso não tinha razão para dizer que gostava de você. - o fitou.

– Sheila... - arregalou os olhos.

– Eu gosto de você Aiolos. Não só por tudo que fez por Atena e pelos outros, mas pela pessoa que é. Não tenho dúvidas que o santuário estará em boas mãos sob seu comando... se fosse outro homem, já tinha dado um pé na bunda há muito tempo, mas não você... - o soltou.

– Gosta de mim? - precisava ter essa certeza.

– Sim... - abaixou o rosto.

O cavaleiro sorriu, acariciando o rosto de Sheila. Ela o fitou, mas não disse nada, pois os lábios se uniram. Aiolos a enlaçou na cintura, trazendo-a mais para perto de si.

Nessa hora, o céu do santuário foi iluminado por fogos. Atena e os demais voltaram a atenção para os céus.

– Um mimo para nossa deusa. - disse o senhor Hector.

Os fogos coloriam a noite. Atena sorria, ainda mais quando sentiu a mão de Rodrigo segurar a dela.

Fernando enlaçou a cintura da amazona. Os dois olhavam para o céu.

Da janela da casa de Elsa, Marcela e Miro contemplavam o espetáculo. De mãos dadas, Mu e Ester admiravam os fogos. Aldebaran e Mabel, Jules e Dohko, Isa e Kamus olhavam sorridentes as explosões.

Agarrada no braço do ariano, Paula e Shion apreciavam o show. Juliana olhava fascinada para os fogos. Shaka a fitou, sorrindo por ver a expressão dela.

Fora da praça, Suellen e Kanon olhavam um para o outro sorrindo. Shura e Mask estavam com os olhares voltados para cima, mas desviaram o olhar para Julia e Heluane que assistiam admiradas a chuva de fogos. Aioria envolveu Gabe num abraço, apreciando o acontecimento.

Cris trazia o olhar para cima, acompanhando as luzes coloridas, Saga vez ou outra a fitava.

O brilho colorido refletia nos rostos de Aiolos e Sheila. O beijo tinha terminado, mas não separaram os rostos.


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