A Lenda dos Santos de Atena escrita por Krika Haruno


Capítulo 38
Entendimentos....




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Afrodite e Helu brindavam a terceira taça de champanhe e o papo seguia animado. Numa determinada hora, Helu fitou o canceriano conversando com Julia. Afrodite olhou de rabo de olho, dando um fino sorriso.

– Estou impressionado com a amizade deles. - disse colocando a taça sobre a mesa.

– A Julia sempre gostou dele. - disse voltando a atenção para a taça. - natural que fiquem juntos.

– É difícil pensar que alguém goste daquele grosso e que enxergue as qualidades que ele tem.

Heluane não disse nada.

– É uma pena quando a barreira abrir. Julia não o verá mais. - disse devagar a última frase.

A brasileira olhou na direção dos dois. Como sempre, ele estava com um copo nas mãos, mas estava lindo naquela roupa toda preta. O cabelo todo para cima e branquíssimo. A atenção parou no gesto que ele fez a paulista. Gentilmente bagunçou lhe os cabelos. Ele parecia um garoto, quando sorria.

– Acha que essa pose de durão só é uma máscara? - Helu ainda o fitava.

– A forma que ele encontrou para se defender do mundo foi essa. Errada, mas essa.

Helu olhou para o anel pendurado. Será que ainda era necessário usa-lo?

O.o.O.o.O

Juliana trocava algumas palavras ora com Suellen ora com Cristiane. Shaka ao seu lado estava num profundo silêncio.

Quando Ju o fitou, arqueou a sobrancelha diante da expressão séria dele.

– Algum problema Shaka? - tocou no braço.

Ele não respondeu.

– Shaka...? - será que ele estava de mau humor?

– Podemos ir embora?

– Podemos... - estava gostando da festa, mas era melhor não contrariar! Que homem difícil ele era!

Shaka despediu de forma polida de Atena e dos demais, sendo seguido por Juliana. Claro que nos minutos que seguiram o assunto foi sobre o indiano e seu possível romance com a brasileira, possível, pois ele não tinha deixado pistas quanto a veracidade dos fatos.

Durante o trajeto do templo a casa de Virgem os dois permaneceram em silêncio. Juliana pensava seriamente no manual.

O cavaleiro foi para seu quarto direto.

– Shaka algum problema? - não estava aguentando o silêncio.

– Só estava meditando nos acontecimentos de hoje. - sem cerimônia tirou a camisa.

– Quer que eu saia? - indagou um pouco vermelha.

A fitou sem entender.

– Está se trocando...

– Já não me viu pelado? Qual o problema de me ver trocando. - pensava logicamente.

– Verdade... em que exatamente estava meditando. - resolveu mudar de assunto.

– Na cerimônia de Aiolos e nessa comemoração. Nunca senti a atmosfera do santuário tão equilibrada, tão em paz.

– Isso não é bom? - sentou na cama ao lado dele.

– Sim. Só é estranho. Acho que não estou acostumado a atmosferas felizes.

– As batalhas acabaram Shaka. Uma hora tinha que acabar. Não fique pensando que esses momentos são errados, achando que as batalhas que são os corretos. Depois de tudo que passaram não acha justo levarem uma vida tranquila?

– Talvez tenha razão... eles estão se sentindo tão a vontade que não mascaram seus sentimentos.

– Está falando dos casais?

– Sim. Até o mestre Shion parece ter algo com a Paula.

– E é errado?

– Não sou a melhor pessoa para responder. As convicções que eu tinha não servem mais.

– E quanto a nós? - resolveu perguntar.

O indiano a fitou. Sem se dar conta a oriental tinha ganhado seu coração e aquilo o assustava. Sentia por ela, algo forte que não conseguia mensurar. Por outro lado, sua parte racional lembrava-o de quem ele era e que o vértice abriria a qualquer momento. Quando ela fosse o que faria com esse sentimento? E se ela pudesse ficar, gostaria disso?

Juliana não desviou o olhar, mas pelo silêncio de Shaka percebeu que tinha tocado num ponto delicado. Talvez ele ainda não estivesse preparado para responder aquela pergunta.

– Eu vou voltar para o templo. - levantou. Não queria forçar uma situação. - até amanha Shaka. Boa noite.

Deu um passo, mas teve seu braço retido.

– Tem laços que te prendem ao seu país não tem?

– Tenho minha família... - respondeu com a respiração presa, pois Shaka a olhava com intensidade e aqueles olhos azuis...

O cavaleiro ficou em silêncio, já teve uma família, mas foi arrancado dela. Kajra se tornou sua família e foi arrancado dela... será que algum dia teria outra família? Até então não se importava em continuar vivendo sozinho, mas... quando Juliana fosse embora, sentiria-se solitário.

– Eu... - iniciou para calar-se. Era tudo tão confuso! - o correto é torcer para que a barreira abra, contudo... - abaixou o rosto. - aquela noite... eu descobrir um mundo que eu julgava insignificante e você me revelou a ele... - a fitou. - mostrando que não tem nada de medíocre.... e...eu não queria perder esse mundo...

– O que você quer Shaka? - indagou, não no intuito de impaciência e sim porque queria força-lo a colocar seus sentimentos para fora. Foram anos e anos de introspecção que o indiano tinha grande dificuldade em expressar seus sentimentos.

– Eu não sei... - e realmente não sabia.

– O que quer fazer agora? Nesse momento.

Shaka suspirou fundo. Voltou a atenção para ela, mais precisamente para os lábios.

– Posso te beijar?

Ju sorriu.

– Pode.

O virginiano levantou, tocando suavemente o rosto da brasileira. Só de fazer aquilo sentiu seu coração ser invadido por uma sensação boa. Aproximou do rosto dela, juntando seus lábios.

O.o.O.o.O

Kamus e Isabel tinha saído de fininho. Não demoraram a chegar em Aquário.

– Por favor, Kamus, só um pouco. - não descansaria enquanto ele não tocasse para ela.

– Está tarde.

– Não está e ninguém vai escutar. Por favor.

– Qualquer música? - indagou desanimado.

– Sim.

Isa correu para o sofá deitando confortavelmente sobre ele. Não tendo alternativa, o francês foi buscar o violino e posicionando-se no meio da sala começou a tocar.

A brasileira fechou os olhos para contemplar a melodia. Ele tocou apenas por alguns minutos.

– Quando aprendeu?

– Na infância. - sentou ao lado dela. - parece que nossas conversas surtiram efeito.

– Aiolos? - sentou.

– Sim. Parece que ele e Sheila se acertaram ou pelo menos estão caminhando para um acerto.

– Finalmente! - comemorou. - era bem capaz da barreira abrir e eles ficarem no zero a zero.

O rosto do aquariano ficou fechado de repente.

– Acho melhor irmos dormir. - levantou.

– O que foi? - notou a mudança na expressão.

– Não é nada Isabel. - caminhou para o corredor.

Isa arqueou a sobrancelha acompanhando-o. Kamus, já no quarto, arrumou a cama, seguindo para o banheiro. A brasileira ainda estava sem entender, o que tinha dado nele? Tirou o vestido, ficando apenas com as peças intimas. Kamus saiu, olhando-a longamente, depois foi para a cama.

– Você não vai dormir enquanto não me disser o que aconteceu. - parou de frente a cama.

– Não é nada. - virou de um lado.

– Fala logo Kamyu!

– É sobre seu mestrado.

Agora que a brasileira não entendeu nada.

– O que tem ele?

– Vai voltar para o Brasil para termina-lo.

– É o que pretendo. - disse pois era a coisa mais lógica do mundo.

– E Marselha estará em seus planos.

– Claro. - deu a volta deitando. - para ficar completo terei que ir a cidade. Mal posso esperar para voltar e começar a juntar a papelada para viajar.

– Entendi. - deu um beijo na testa dela. - boa noite.

Virou para o canto, deixando a brasileira sem entender.

O.o.O.o.O

Julia estava na mesa tomando uma taça de vinho. Já era a quinta, nem sabia como não tinha feito ou falado besteira. Mask tinha pedido licença para ir ao toalete.

– "Eu sou uma idiota..." - os pensamentos estavam no capricorniano.

– Esse suspiro todo é pelo Shura?

A paulista ergueu o olhar deparando com Miro e Marcela. Ao julgar pelo desajuste das roupas...

– É... - murmurou. - não vou nem perguntar o que estavam fazendo... - deu um sorriso perve.

– Bom mesmo. - disse Marcela devolvendo o sorriso.

– As vezes acho que você não é de Escorpião. - disse o grego.

– Não entendi. - a paulista o fitou.

– O que um representante de escorpião faria, numa situação como a sua?

– Não faço a menor ideia.

– Você é devagar hein? - a fitou seriamente. - um escorpião se aproxima lentamente de sua vitima, não deixando escapar lance algum e quando menos se espera dá o bote.

– E o que isso tem haver comigo e com o Shura?

– Ele é a presa, que precisa de um bote para acordar.

– E como vou fazer isso?

– O que seria de você sem mim? - enfiou a mão no bolso pegando uma chave. - fique com isso. - jogou a chave.

– Que chave é essa?

– Da porta que as servas usam para limpar a casa. Todas as portas do fundo das casas tem a mesma fechadura. Vá lá agora e dê o bote. - deu um sorriso safado.

Julia sorriu ainda mais.

– Troca de roupa. - disse Marcela surpresa com a destreza do grego. - coloque uma bem sensual.

– Se ele não tomar uma atitude, desista.

– Realmente o que seria de mim sem você. - o abraçou. - com todo respeito. - olhou para Marcela.

– Sem problema. Agora vá.

Rapidamente Julia foi até seu quarto trocando de roupa e de lingerie. Queria um banho, mas se demorasse demais talvez perderia a chance e o efeito do álcool também acabaria. A passos rápidos rumou para a casa de Capricórnio.

Ainda não acreditava que estava ali. O vento fresco da madrugada, batia em seu rosto. O céu estava estrelado e o silêncio só era quebrado, pelo barulho do vento nas arvores próximas. Lentamente colocou a chave na fechadura e temendo fazer algum ruído girou bem devagar. A porta abriu. Entrou na lavanderia e pé sobre pé caminhou até o corredor que dava para o quarto do espanhol. Parou diante da porta, com o coração batendo a mil. Era um plano muito arriscado e que se desse errado poderia acabar com suas chances com Shura. Respirando fundo a paulista girou a maçaneta, abrindo a porta. O quarto estava iluminado pelo luar que passava pela janela. A cama estava bem no centro e recebia os raios lunares. Julia contemplou o homem deitado de forma desajeitada na cama. Apenas um fino lençol tampava as pernas. O dorso estava nu. Ele dormia de barriga para cima.

Julia aproximou, controlando sua respiração. Parou ao lado da cama, fitando-o. O rosto estava sereno e como era belo sob o luar. Ficou por vários segundos apenas admirando o rosto dele. Colocou o casaco que usava numa cadeira. Tomando coragem e com cuidado subiu em cima da cama, passando uma das pernas pelo corpo dele. Respirou profundamente e como em câmera lenta aproximava seu rosto do dele. Shura soltou um suspiro o que fez com ela parasse o movimento no meio. O coração veio a boca, mas felizmente tinha sido apenas um movimento involuntário dele. Julia voltou a aproximar, até que colou seus lábios nos dele. Como eram macios! Ela intensificou o contato...

... Shura sonhava, era um sonho comum, mas a brasileira estava nele. Ela caminhava em sua direção e sem que ele esperasse o beijou. No primeiro momento ficou assustado pela iniciativa dela, contudo entregou-se...

Julia sentiu o braço dele transpassar seu corpo, trazendo-o para mais perto dele. Pensou que ele estivesse acordado, mas os olhos estavam fechados. Shura aprofundou o beijo, a sensação que tinha era tão real, que temia acordar, não queria acordar, mas algo estava errado, aquilo era muito real para ser um sonho... acordou...

Ele abriu os olhos arregalando-os e num impulso empurrou a brasileira, que não caiu por pouco.

– O que está fazendo aqui??? - não acreditava que ela estava ali na frente dele.

– Queria te ver. - disse, estava tão assustada que nem conseguia articular uma desculpa.

– Como entrou?

– Pelos fundos.

O cavaleiro a olhou de cima a baixo. Ela estava usando uma camisola de seda púrpura. Na hora, sentiu um calor nas partes intimas.

– É melhor você ir embora.

A resposta dela foi beija-lo. Shura assustou-se e para que ele não a soltasse, Julia envolveu-o num abraço. O cavaleiro ainda tentou permanecer frio, mas sua resistência caiu segundos depois. Ele a puxou mais para perto de si, aprofundando o beijo. Beijaram-se até sentirem falta de ar. A brasileira estava completamente aturdida pelo beijo, jamais imaginou que poderia ser tão envolvente, com o cavaleiro não era diferente. Sempre sentiu uma forte atração por ela, mas não imaginava que fosse tão forte, a ponto de esquentar seu sangue espanhol. E seu corpo, queria muito mais. Queria explorar cada centímetro do corpo dela e queria ver a reação dos olhos verdes e aqueles cabelos vermelhos no seu lençol. Respirando fundo, tentava se controlar.

– Por favor Julia, vai embora. - disse, pois era bem capaz de perder a razão.

– E se eu quiser ficar aqui com você? Se eu disser que não me importo com seu passado?

– Importa. Eu sou um assassino. - tentava controlar o tom de voz. - é melhor ir. - abaixou o rosto, para não encara-la.

– Mas...

Estava no limite de sua resistência. Faltava muito pouco para ceder.

– Vá Julia. - disse seco.

– Eu não...

Tudo que ela viu foi seu corpo girar e ser jogado na cama. Quando percebeu Esdras estava sobre ela, com o rosto sério. Ele respirava lentamente, apenas vendo o luar batendo no rosto e nos cabelos espalhados pelo lençol. Antes que ela pudesse dizer algo, sentiu os lábios do cavaleiro sobre si. O beijo foi carregado de luxuria e ele não se contentou em apenas provar os lábios dela, queria mais. Levantou a camisola e por dentro dela tocou-lhe os seios. Olhou para os olhos verdes dela, queria ver cada reação dela. A cabeça de Julia estava a mil, jamais esperou aquela reação do cavaleiro. Ele inclinou ainda mais roçando seus lábios nos dela, sem tirar o olhar dos olhos dela. O beijo começou calmo, terno. Percebeu que não era apenas atração, mas que havia sentimento. Um sentimento tão forte ao menos tempo desconhecido. Aquilo era novo para ele, novo e assustador. A razão voltou a sua mente, condenando-o pelo fato. Falando que se ele mergulhasse nessas novas sensações seu sofrimento seria tão grande e incurável. Ela iria abandona-lo. Shura afastou-se.

– Vá embora Julia.

– Por que?

– Porque sim.

– Realmente não sente nada por mim?

– Não se trata disso.

– Então é o que?

– Você vai embora... - a fitou. - eu nunca mais verei você... não vou suportar isso... posso suportar a culpa de ter feito aquelas coisas, mas não conseguirei suportar saber que vai me abandonar...

Ela ficou surpresa pela confissão.

– Você vai atravessar aquela barreira e vai se esquecer de mim...

– Claro que não, jamais me esqueceria de você.

– Mais vai... - disse triste. Atena não permitiria a partida delas com a memória do santuário. - vá.

Os olhos da paulista encheram de água e segurou para não derramar, mas não conseguiu, uma lágrima solitária escorreu por seu rosto. Shura segurou-se para não ampará-la e para não ceder a vontade de chorar. Chorar... pensou que nunca mais choraria por algo ou por alguém, agora estava ali, diante de uma menina que fazia ter valido a pena todas as vezes que salvou o mundo. E que lutaria quantas vezes fosse preciso para que ela pudesse viver, mesmo que ela o esquecesse.

– Vai Julia. - a voz saiu embargada. - vai...

Ela desceu da cama, pegou o seu casaco e saiu. Ao ver a porta sendo fechada, Shura deixou uma lágrima cair.

Julia andava lentamente abraçada a si e tentando segurar as lágrimas, mas não conseguiu. Elas desciam sem controle. Chegou a cozinha, sem saber como, tamanho desordem em sua mente. A rejeição de Shura doía. Pensava que já tinha sofrido de amor, mas nada se comparava a aquilo. Abriu a porta da lavanderia, sentido o vento sobre a face, vindo da escada. Desceu os degraus, até atingir o pátio. Ao dar um passo, sentiu o braço ser retido. Ela voltou o olhar erguendo o rosto.

– Shu-ra...?

Ele tocou-lhe a face, enxugando as lágrimas.

– Tenho medo de te perder... - disse sem tirar o olhar dela. - mas... fique aqui essa noite e... todas as outras enquanto estiver no santuário.

Ela sorriu. O cavaleiro pegou sua mão, dando um beijo suave no dorso.

– Fica comigo? - indagou.

– Sim...

Shura a pegou nos braços, levando-a para dentro...

... Sorriu ao ver as madeixas vermelhas espalhadas no lençol branco. O espanhol a beijou com volúpia, sendo correspondido na mesma proporção.

Rapidamente se livrou de suas roupas. Julia fitou o dorso nu, repleto de cicatrizes.

– São do treinamento? - sentou na cama.

– Algumas... a maioria é do fato de ter usado a Surplice.

Julia as tocou de forma delicada com medo de causar dor, depois depositou um beijo em cada uma delas. Shura fechou os olhos ao receber essa caricia.

– Dói?

– Não...

A paulista ficou de joelhos beijando-o agora na boca. Usando o peso do corpo, Shura a deitou novamente e dessa vez retirou a camisola e as peças intimas.

– Tem certeza que me quer?

– Tenho.

Voltaram a se beijar e os toques se tornaram mais intensos por ambas as partes. O cavaleiro retribuiu os beijos nas cicatrizes em cada pedacinho do corpo da paulista.

Shura não quis perder tempo, ajeitando seu membro na cavidade feminina, contudo antes de prosseguir olhou para Julia. Ela sorriu.

Sorriu de volta, prosseguindo...

... os quadris mexiam em ritmo acelerado, Julia segurava nos ombros do cavaleiro, mas tendo o cuidado para não apertar o ombro ferido. As unhas pintadas de vermelho marcaram de forma vigorosa as costas do moreno, assim como também a marca perto do pescoço, deixado por ele.

Shura deu um sorriso de canto, ao ver aquela parte marcada. Todos saberiam que ela era dele. Só dele. Esdras aumentou o ritmo e os dois gozaram juntos, apoiando o corpo um no outro depois do relaxamento.

– Machuquei seu ombro...? - o rosto estava deitado no peito dele.

– Não... - respirava ofegante. - ele só dói quando ergo o braço... - a fitou.

– Hum..

O espanhol buscou novamente os lábios da paulista, beijando-os com volúpia.

– Você é minha. - fitou os olhos esverdeados. - só minha.

O.o.O.o.O

Heluane estava na décima taça de vinho. Já estava trocando as palavras.

– Chega de beber senhorita. - Dite pegou uma taça da mão dela.

– Ah Dite... deixa... - agarrou o braço dele. - preciso afogar as minhas magoas...

– Que magoas? - arqueou a sobrancelha. - está bêbada.

– Eu tenho um dedo podre para escolher amores... o cupido não gosta de mim... - pegou a garrafa. - é um crápula atrás de outro.

– Do que está falando?

– De nada. - virou o restante da garrafa. - vou dançar.

– Não vai a lugar algum. Fique sentada aqui. - a obrigou a sentar. - precisa ir dormir.

– Não estou com sono! Eu quero é beber. Vinho e champanhe de graça?? Não sou louca...

Gustavv soltou um suspiro desanimado. Se Helu não fosse embora, daqui a pouco daria um show. Procurou por uma das meninas, mas a maioria tinha sumido, de certo com seus pares, as poucas que tinham ficado... viu Giovanni. Deu um grande sorriso. O sueco fez sinal, com o rosto franzido o canceriano aproximou.

– Quanto você bebeu? - o italiano indagou vendo o estado da fluminense.

– Muuuiiitooo. - sorriu. - e vou beber maissssssss. - deu uma piscadinha.

– Não vai. - Dite tomou a garrafa novamente. - vai embora agora. Mask vai te levar.

– Eu???

– Sim você. Ela não está usando o anel. Vai logo. Eu já estou indo. Até amanha.

– Afrodite???!!!

Mask ainda tentou detê-lo, mas ele tinha ido. Heluane sentada olhava para ele com o olhar mole. Não demoraria a cair no sono.

– Consegue andar? - indagou sem jeito.

– Siiiiimmm....

Levantou, mas quase foi ao chão se Giovanni não tivesse segurado.

– Oh... - segurou no braço dele. - braaçooosss fortesssss.

– Você está bêbada.

– Tô nada! Consigo até dançar o quadradinho de oito!

– Quadradinho do que? - arqueou a sobrancelha.

– Vou te mostrar... - tirou as sandálias, na primeira rebolada...

– Pode parar. - a segurou. - tá louca garota?

– Por que...? Eu nem comecei... nem deitei no chão...

– Não faço ideia do que seja isso, mas não vai ficar rebolando. Vamos subir agora. - a voz saiu contrariada.

– Taaaaa nervosinho... - riu. - vai me mandar para o Yoshimoto?

– Vamos Heluane.

Nem respondeu, praticamente arrastando-a até as escadas que levavam para o segundo andar.

– Não vai me faaalar como é o Yomoto? - a voz denunciava a embriaguez.

– Yomotsu.

– É... isso... - parou de andar. - vai me mandar para lá...?

– Claro que não.

– Naaaaoooo??? - arregalou os olhos. - por que...?

Giovanni soltou um suspiro desanimado.

– Se não vai me mandarrrrr, então fuiiiiii.

Começou a andar, no primeiro degrau tropeçou. Mask a segurou a tempo.

– Nem consegue andar.

– Pra tu verrrrrr...

Da forma que ele a segurou, estavam com os rostos bem próximos. O olhar do canceriano ia dos olhos dela para o boca vermelha. Lentamente ele endireitou o corpo, mas ainda mantendo uma distancia curta.

– Parece que vive me salvando.... - murmurou.

Ele não disse nada. Sentia estranho tendo-a tão perto. O coração batia depressa.

– Nessas horasss as mocinhas agradecem os heróis com um beijo... você quer...?

– Você está bêbada. - disse sério. Sabia que em sã consciência ela jamais diria aquilo.

– E daí?

Tocou no rosto dele, deixando-o tenso. No instante seguinte, ele a beijou. Tentou se segurar, mas foi forte, muito mais forte. Helu deixou-se levar pelo ato, estava sendo completamente diferente das outras vezes. Será que era por causa do álcool que estava atrapalhando a sua percepção? Era um beijo carinhoso. Aprofundou o contato.

A mente de Mask estava confusa. Por que as sensações estavam sendo diferentes? O que era aquilo que estava sentindo?

O ato terminou com os olhares fixos um no outro. A brasileira depositou a cabeça no peito dele, deixando-o sem ação. Ficaram assim por alguns minutos até que ele notou que ela dormira.

De forma delicada a pegou no colo, levando-a para o quarto dela. Por sorte, não tinha ninguém para questionar aquela cena. Giovanni a deitou na cama, afrouxando um pouco as roupas dela. Foi até a janela fechando-a, voltando para a beirada da cama. Helu dormia profundamente. O cavaleiro agachou ao lado, olhando-a dormir... Depois de alguns segundos, pegou o anel que estava amarrado na corda colocando-o no dedo. O efeito foi na hora. Sentiu uma dor alucinante no corpo. Tentando suporta-la, aproximou ainda mais dando-lhe um beijo na testa. Aquilo custou um gemido suprimido, pois a sensação que tinha era de facas sendo introduzidas em seu corpo.

– Dormire con gli angeli, mia cara.

Disse baixinho. O mal estar só passou quando chegou a porta. Para o bem dos dois, tinha que se manter afastado.

O.o.O.o.O

Paula saboreava uma taça de champanhe na companhia de Suellen e das demais, quando viu Shion acenando para ela do corredor que ligava o salão a parte interna do templo.

– O que foi?

– Vamos subir. – o rosto estava sério.

– Mas nem vai se despedir de Atena? – estranhou.

– Não. Vamos.

Os dois seguiram para os aposentos do terceiro andar. Paula notou algumas vezes um sorrisinho no rosto do ariano, achando o fato estranhíssimo. Entraram no quarto, mas aparentemente não tinha nada de errado.

– Tem uma surpresa para você, no meu quarto. Vou te esperar na área da piscina.

– O que o grande mestre está aprontando?

– Nada. – deu um sorriso.

– Me deixou sozinha por um tempão e depois me chama para subir... Shion...

– É surpresa. Vá.

Ainda desconfiada, Paula foi para o quarto do ariano, quando abriu a porta...

– Oh!!! – não conteve o grito. – ele está de brincadeira... – sorriu de orelha a orelha. – é linda!!!

Na área da piscina o ariano dava os últimos ajustes. Desde o dia anterior estava preparando aquilo e confessava que estava muito ansioso por aquele momento. Desde que a vira dançar, não passou um dia sequer imaginando-a dançar para ele. A decoração não era nada espetacular, apenas uma meia luz sob o lugar que a brasileira dançaria e pétalas de rosas no chão. A música tinha escolhido horas antes e torcia para que tivesse escolhido a correta.

Ouviu a porta sendo aberta. Rapidamente tomou seu acento, carregando o controle do pequeno aparelho de som. Não precisava se preocupar com o som da música passando pela parede, pois o aposento todo era isolado.

Shion apontou o controle para o som, mas parou o movimento. Os olhos arregalaram, Paula estava lindíssima. Os cabelos estavam completamente soltos, a saia de cintura baixa era feita por um pano levíssimo na cor branca e totalmente “picotado”, o bustiê também branco estava coberto por pedrarias da mesma cor. De toda parte de baixo, várias miçangas brancas estavam dependuradas. Ligando a saia ao bustiê um detalhe em tecido também com muitos detalhes em pedras. Na parte de cima o mesmo detalhe em tecido ligava o bustiê ao ombro em duas partes, formando uma espécie de um ombro só. Um bracelete no braço direito segurava alguns panos.

– Você está linda... – murmurou sem segurar o sorriso.

– Tudo planejado pelo meu senhor grande mestre. – sorriu divertida. – e a música?

Saindo do estado letargia, Shion apertou o play.

A música deu inicio, com Paula fazendo movimentos lentos com os braços e com as mãos. Nos pensamentos de Paula, Shion tinha sido perfeito em escolher a música e aquela roupa. Fechou os olhos, deixando a melodia levar. Shion nem piscava com medo de perder algum lance.

De posse de um grande lenço, Paula girava em si mesmo, balançando os quadris. Num dado momento a brasileira aproximou do cavaleiro, tocando levemente o rosto dele. Antes que Shion tocasse nela, Paula afastou-se. A música durou mais alguns minutos.

Shion bateu palmas.

– Temos nosso pão de cada dia garantido. – aproximou da brasileira. – posso pedir demissão?

– Gostou mesmo? – prendeu os cabelos num coque.

– Muito. Vai ter que dançar sempre para mim. – a abraçou.

– Obrigada pela roupa, é linda.

– É sua. – tocou o rosto dela. – você é muito talentosa.

– Desse jeito vai deixar meu ego inflado.

– Pode ficar. – colou seus lábios aos dela. – pois você é uma pessoa excepcional. É a primeira pessoa que está fazendo eu pensar em deixar o santuário. - a voz saiu séria.

Paula o soltou na hora pasma.

– Como? Vai deixar o santuário?

– É só um pensamento... - murmurou.

– E Atena?

– É só um pensamento Paula. - a abraçou. - não me pediu para hoje ser simplesmente Shion? - a fitou. - só estou pensando como um homem apaixonado. O vértice é um perigo constante e Atena vai tirar a memória de vocês...

– Não pense nisso agora. - a paraense alisava os braços dele. - ainda temos tempo. Quero acreditar nisso.

– Tem razão. - beijou-lhe as mãos. - ainda temos tempo.

– Quer mais uma dança? - passou as mãos pelo pescoço dele.

– No meu quarto dessa vez.

Shion a beijou, para em seguida pega-la no colo e leva-la para o quarto.

O.o.O.o.O

Aiolos e Sheila ficaram por muito tempo no banheiro, conversando. O grego contava com detalhes sobre a cerimônia ocorrida em Star Hill.

– Deve ter sido lindo.

– É uma emoção para poucos. Acho melhor irmos, Shion a essa hora...

Sheila o ajudou a vestir sua túnica, a pala e todos os adornos.

– Prontíssimo senhor grande mestre.

– Vou contratar seus serviços. - acariciou o rosto dela. - não quer ser minha ajudante oficial?

– Eu prefiro o cargo de primeira dama.

– Primeira dama? - arqueou a sobrancelha.

– Esquece... depois te explico. - Tomou os lábios dele.

– Não vá com tanta sede ao pote... - Aiolos se conteve.

– Por que...?

– Estamos no templo, podem sentir meu cosmo.

– Some com ele. - disse simplesmente.

Aiolos sorriu, desaparecendo com seu cosmo. No instante seguinte beijou a brasileira com volúpia, mas não contentou apenas com os lábios, indo para o pescoço, ombro e colo, os seios. Sheila tirou a pala e abriu os primeiros cinco botões. As mãos foram diretas para o peitoral definido dele.

– Quer aqui mesmo? - a fitou de maneira lasciva.

– Transar com o grande mestre dentro do templo de Atena? Claro.

O grego a prensou na parede abaixando as alças da túnica, o cavaleiro tirou de qualquer jeito o manto, se livrando rapidamente das demais roupas. Sheila fitou os braços, as vermelhidões tinham diminuído e apenas em destaque a grande cicatriz no braço. A brasileira a alisou do ombro até o punho. Aiolos aproximou tomando novamente seus lábios, a brasileira entrelaçou seus dedos nos cabelos dourados. Enquanto se beijavam, o grego encarregou-se de retirar o restante das roupas dela. Uma das mãos passou pelo ventre atingindo sua intimidade, Sheila soltou um gemido ao sentir o toque de Aiolos.

Os beijos e as caricias continuaram ate ela gozar. Ainda não satisfeito, Aiolos ergueu uma das pernas dela, apoiando-a na sua cintura. Penetrou lentamente, aumentando as estocadas.

– Aio...

A voz de Sheila foi abafada por um beijo. Estava complicado manipular o cosmo, naquele estado, pelo menos os gemidos tinha que abafar.

O ritmo foi aumentando e o próprio cavaleiro segurava-se para não gritar em alto e bom tom o nome da paulista... chegaram ao clímax juntos...

– Gostou do desempenho do garoto? - segurava o rosto dela entre as mãos.

– Atende... - sorriu. - mas eu espero mais. - tocou na faixa vermelha.

– Em Sagitário.

Vestiram as roupas e passando por fora do templo foram para nona casa.

O.o.O.o.O

Saga e Cris tinham refugiado numa das varandas do templo.

– Tinha anos que não me divertia tanto. Nem sabia mais o que era isso.

– Atena não permitia saídas?

– Permitia, eu é que não saia. Preferia ficar trancado dentro do quarto. - a abraçou.

– Deveria ter saído.

– É... - Saga sorriu ao ter uma ideia. - fecha os olhos.

– O que?

– Fecha os olhos.

A brasileira obedeceu, naquele momento não sentia brisa alguma, segundos depois começou a sentir um vento mais forte.

– Pode abrir.

Quando abriu a mineira arregalou os olhos, a paisagem que despontava diante dela era esplendorosa, as luzes de Athenas brilhavam, assim como a iluminação vinda do santuário. Cris olhou para o geminiano.

– Star Hill. - disse.

Ainda sem palavras voltou o olhar para o templo atrás dela. Não era muito grande, mas tipicamente grego.

– Queria te mostrar por dentro, mas a entrada é proibida. Nem os cavaleiros de ouro podem entrar.

– Tudo bem. Obrigada por me trazer aqui Saga. Você não se esqueceu.

O cavaleiro aproximou abraçando-a.

– Se quiser te dou o mundo. Só falar que coloco o mundo aos seus pés.

– Quero apenas com você.

Ele sorriu.

Sentaram na escadaria do templo em Star Hill. Num degrau acima o cavaleiro abraçava a mineira.

– Esse lugar é muito bonito.

– Te mostro a vista de dia, mas vamos voltar? Se Shion descobre...

– Tudo bem. - levantou. - já valeu a experiência. Como fez para nos trazer até aqui? Tem telecinese?

– Não. Usei o outra dimensão.

– Ah... do mesmo jeito que fez aquele dia.. - sorriu. - buda loiro. - segurou para não rir.

– É. - ficou vermelho.

– Brincadeira. Vamos?

– Sim...

Saga levantou, mas teve a visão chamada pelas estrelas no céu. Tinha muito tempo que não as fitava daquele ponto, mas o olhar experimentando demorou nelas.

– Saga...? - a mineira também olhou para o céu.

– "Por que estão brilhando diferente...?"

– Algo errado? - tocou no braço dele.

O geminiano não respondeu, continuando com a atenção no céu estrelado.

– "O que está para acontecer?"

– Saga.

O cavaleiro acordou do "transe".

– Sim?

– Algum problema? - estranhou a expressão perdida dele.

– Não. É porque tinha muito tempo que não olhava para o céu. - sorriu, para disfarçar. - perdi o meu dom. Vamos?

– Sim...

Foi num piscar de olhos e a brasileira estava no quarto do geminiano. Foi inevitável as lembranças daquele fático dia, até tinha esquecido a cena em Star Hill. A mineira ficou olhando para o local onde encontrou Saga caído.

O cavaleiro acompanhou o olhar dela, ficando em silêncio. Sentiu-se culpado por todo sofrimento que a fizera passar. Ela reviveu cada segundo daquele dia não segurando as lágrimas.

– Cris. - o cavaleiro aproximou, segurando o rosto dela entre suas mãos. - isso nunca mais vai acontecer. Eu prometo. Nunca mais.

– Promete mesmo?

– Prometo. Prometo. Nunca mais...

O grego aproximou um pouco mais iniciando um beijo, delicadamente o cavaleiro a conduziu até a cama deitando-a. Voltou a beija-la tendo o cuidado de ser o mais sensível possível, pois não tinha bom histórico em relação a sexo. A brasileira tirou a camisa dele, revelando o dorso repleto de cicatrizes. O cavaleiro por sua vez desamarrou o vestido. Voltaram a se beijar. Foi extremamente carinhoso até o derradeiro momento. Os movimentos começaram suaves, mas foram ganhando rapidez até chegarem ao êxtase.

O cavaleiro tirou seu membro, mas permaneceu sobre ela, claro diminuindo o peso. Olhava-a fixamente.

– O que foi?

– Tenho medo de acordar e descobrir que tudo não passou de uma grande alucinação. Que na verdade estou numa clinica e que tudo isso foi apenas efeito de remédios.

– Não está sedado Saga de Gêmeos. - acariciou o rosto dele.

– Você gosta realmente de mim? - era absurdo aquela pergunta, mas sua vida tinha sido só de sofrimentos que aquela felicidade poderia ser um sonho. - mesmo com todos os meus problemas?

Cris ergueu o corpo, indicando para inverter as posições.

– Eu amo você. - tirou alguns fios azuis da testa dele. - nunca duvide disso. Nunca. - o beijou.

– A barreira... - desviou o olhar. - você terá que ir...

– Um problema de cada vez. - o fez a encarar. - um de cada vez. - sorriu.

Saga a abraçou com força.

– Eu também amo muito você. Muito.

O.o.O.o.O

Suellen e Kanon tinha saído de fininho, isso se era possível, pois no salão os únicos que restavam era Marin e Fernando, Atena e Rodrigo.

De mãos dadas os dois andavam no pátio do templo.

– Esse sorriso bobo é pelo Saga?

– Também. Acho que agora ele vai levar o tratamento mais a sério. Tenho muita fé nisso.

– Adrian me contou que teve um caso com a Tétis.

– Ele fala de mais. - murmurou. - Foi só uma vez.

– Sei...

– Vamos para casa, lá a gente conversa.

Desceram pelas escadarias e quando chegaram ao pátio de Gêmeos, o mariano parou.

– O que foi? – indagou diante do silencio.

– A casa está ocupada. Vamos para outra.

– Ocupada? Como assim?

– Saga e Cris.

– Ah... – deu um sorrisinho. – não vamos atrapalhar os pombinhos.

– Justamente. – a pegou no colo.

Minutos depois Suellen estava parada a porta de uma casa simples, aos pés da montanha do templo e um pouco afastada de Rodorio. A casa parecia fechada, mas não abandonada.

– Que lugar é esse?

– Minha casa e de Saga na adolescência. – caminhou até a porta. – entra.

Realmente era uma casa simples, um pequeno sofá de dois lugares, com uma mesa de quatro lugares ao lado. A direita três portas.

– Cozinha, banheiro e o quarto. – disse o marina ao notar o olhar dela. – Vem.

Kanon abriu a porta do quarto. Uma cama de casal e um pequeno guarda roupa.

– Nós dois dividíamos a cama, alias, o normal era eu acordar no chão, Saga era muito espaçoso.

– Por que ainda mantém a casa?

– Não seremos cavaleiros para sempre. Vamos precisar de um teto.

Suellen caminhou até a cama sentando.

– Esse colchão é macio e cansada do jeito que estou é bem capaz de eu dormir. O dia foi cheio.

– Cheio e bom. – sentou ao lado dela pegando em suas mãos. – obrigado por estar comigo em todos os momentos.

Su levantou, sentando no colo do marina abraçando-o com as pernas. Gentilmente segurou o rosto dele entre as mãos.

– Sabe que pode contar comigo sempre.

– Eu sei... – acariciou o rosto dela.

O marina tocou os lábios dela com suavidade, iniciando um terno beijo. Su entrelaçou as madeixas azuis esverdeadas aprofundando o contato. Kanon abaixou as alças da túnica, descendo com o dorso da mão do pescoço aos seios dela. A brasileira tirou a camisa dele e passando a mão pelo peito, “forçou-o” a deitar na cama voltando a beija-lo profundamente.

– Você quer comandar... – deu um sorriso perve.

– Se não se importar.... – devolveu o sorriso.

– Você já comanda a minha vida Suellen. – tocou no rosto dela.

A pernambucana voltou a beija-lo, enquanto abaixava a calça dele. Tocou seu membro ainda coberto pela box preta. O cavaleiro segurou um gemido, mas não se conteve em apenas olhar. Usando sua força girou a garota.

– E aquela história de me deixar comandar... - fez bico.

– Desse jeito...?

Kanon desceu o restante da túnica, chegando a feminilidade de Suellen. Estimulou até fazê-la gozar. Ela não ficou atrás passando a estimular o membro do cavaleiro. No auge do estimulo Kanon a penetrou. Precisava fazer aquilo o quanto anos, já não aguentava mais tê-la tão perto e não a ter tão profundamente.

Os movimentos foram intensificando, até os dois gozarem.

– Você é muito importante para mim Suellen. - acariciava os cabelos negros. - muito.

– Digo o mesmo. - beijou-o.

O.o.O.o.O

No salão, a música ainda rolava, mas baixa. Marin e Fernando num canto conversavam assim como Atena e Rodrigo.

A amazona notou o súbito silencio do local.

– Todo mundo já foi embora?

– Os últimos a saírem foram Kanon e a Su.

– Devemos ir...

– Vai ficar no alojamento ou na sua casa?

– Na minha casa. Me acompanha?

– Para onde você quiser.

– Atena deve está querendo ir dormir.

– Ou não. - deu um sorrisinho.

Marin olhou para a deusa que conversava animadamente com o baiano.

– O Rodrigo gosta dela?

– Não imagina o quanto.

– Hum.... então é melhor deixar o casal a sós, já que Shion não está aqui para fiscalizar.

– Vamos sair de fininho.

Os dois passaram por trás das mesinhas pegando o caminho que levava a porta principal do templo.

Na outra mesinha....

– Só sobrou nós dois. - disse Rodrigo olhando ao redor.

– Até Shion desapareceu. - sorriu. - A Paula conseguiu um milagre. Shion tinha um coração tão fechado. Três casais me surpreenderam.

– Quais?

– Shion e Paula. Shaka e Juliana. Ele sempre foi arredio com seus sentimentos e ela está conseguindo puxa-los para fora. O abraço que ele deu no Saga foi inesperado.

– Foi mesmo. Shaka de Virgem abraçando alguém... e o terceiro casal?

– Ainda não são um casal, nem sei se chegarão a ser, mas... Giovanni e Heluane.

– Não vão ser mesmo. Depois de tudo o que o canceriano fez duvido muito.

– Ele errou demais com ela, mas...

– Talvez ele e a Julia dessem mais certo.

– Não daria. É só amizade.

– Você diz com tanta convicção. - ficou surpreso.

– Eu sinto. - a voz ficou mais séria. - algo mudou depois do incidente com o Saga.

– Como assim?

– O cosmo de Giovanni vibra diferente quando está perto dela e não é por causa do anel. Mas são apenas suposições.

– Espero que se esclareça rápido já que vivemos na inconstância da barreira.

– É...

– Quer dançar?

– Agora? - o fitou surpresa.

– Só vou escolher uma música adequada para o momento.

Rodrigo foi até o som, passou por várias músicas, até o sorriso aparecer no seu rosto. Tinha que agradecer a Gabe por ter colocado aquela música. Deixou a música no ponto, indo até Saori.

– Minha deusa pode conceder uma dança para esse pobre mortal?

– Seu bobo. - pegou na mão dele.

Rodrigo a conduziu até perto do som dando o play.

– Sei que é água com açúcar, mas adoro essa música.

Enlaçou a cintura dela ao som de I Will Always Love You de Whitney Houston. Saori depositou o rosto no peito dele, o bailado era lento. Rodrigo segurou a mão dela entre a sua. A deusa fechou os olhos, sentindo o momento e prestando atenção na letra. Ela dizia muito sobre a situação dos dois. Por mais que se gostassem era inevitável a ida dele. Apertou com mais força o corpo do brasileiro. As lágrimas logo vieram.

– Saori? - a fitou preocupado. - o que foi? - notou um liquido prateado descer pelos olhos.

– Nada... - limpou. - só achei a música bonita. - esboçou um sorriso. - vamos subir?

– Claro. - limpou o restante do liquido, achando curioso. - e as coisas aqui?

– Amanha. Não carece acordar ninguém para limpar. Vamos só guardar o restante da comida na geladeira.

– Sim.

O.o.O.o.O

Gustavv chegou em casa, tirando os sapatos indo direto para o quarto. No guarda-roupa pegou o seu notebook e o pequeno modem que mantinha escondido para ocasiões especiais, como aquela. Foi para a sala de jantar e sentando numa posição confortável abriu a página de busca.

– Vamos ver o que são fanfics.... – digitou no buscador “fanfics CDZ Brasil” dando enter.

A busca retornou com dezenas de sites com publicações. Antes de clicar no primeiro item, abriu mais duas paginas e nelas digitou “imagens CDZ Brasil” e “ vídeos CDZ Brasil”.

– Vou ver... – olhava para os vários que tinham aparecido. – esse. – deu enter.

Aumentou o volume e na primeira frase gargalhou.

– Eu preciso mostrar isso a eles....

Foi para a pagina das fanfics. Abriu um site que parecia ser o local destinado a elas. Abriu uma de forma alheatória e...

– Isso vai ficar muito interessante... – deu um grande sorriso.

O.o.O.o.O

As roupas ficaram espalhadas pelo chão da nona casa. Sheila agora tinha Aiolos do jeito que queria: apenas com a faixa vermelha. Uma coisa que os dois não tinham eram pudores. Onde pudesse rolaria.

O.o.O.o.O

Atena deixou o corpo cair no sofá. Estava cansada, mas feliz. Tudo tinha saído de forma perfeita.

– Algo mais que posso fazer pela minha deusa? - Rodrigo ajoelhou diante dela, tomando-lhe as mãos. - farei tudo o que quiser.

– Tudo? - o fitou divertida.

– Tudo. Só mandar.

– Quero que vá até o meu escritório e pegue a adaga dourada. - a voz saiu séria. - vou chamar Poseidon, quero que o mate.

Rodrigo arregalou os olhos ao ouvir.

– Co-mo? - gaguejou.

– Um deus só pode ser morto com uma arma divina. - o fitou seriamente. - quero que o mate.

– É brincadeira, não é? - aquilo era surreal.

– Sou eu, Atena que está ordenando. Quero que faça agora.

O baiano ficou em silêncio, analisando a face da deusa. Seus olhos estavam mais verdes do que o normal. Será que ela estava sendo controlada?

– Acho melhor chamar o Shion... - deu um passo para trás.

– Nem um passo Rodrigo. - a voz saiu imperativa.

O rapaz parou na hora, imóvel. Agora sim estava muito preocupado. Atena estava sendo controlada e ele não tinha condições de chamar os cavaleiros e agora o que faria? E se fosse algum deus controlando-a?

– Eu ficaria surpresa se me obedecesse. - Saori relaxou o corpo, colocando as pernas sob o sofá.

Ele piscou algumas vezes sem entender nada.

– É brincadeira Rô. Só queria ver sua reação. - deu um sorriso.

Continuou em silêncio, olhando-a de rabo de olho.

– Seu bobo estava brincando. Matar Poseidon? Ficou louco?

– Eu...

– Só disse para ver sua expressão. Pensou que eu estava sendo controlada... - riu.

– Pensei... não faça isso! Eu fiquei preocupado! Achei que estava sendo controlada!

– Desculpe... - fez bico. - foi só para descontrair.

– Não teve graça...

– Quer sentar na varanda? - levantou, abraçando-o.

– Não sei se é uma boa ideia....

– Estava brincando Rodrigo. Desculpa. - deu um selinho nele. - eu também tenho senso de humor.

– Muito péssimo por sinal. Pensei que o santuário entraria em guerra. - pegou na mão dela, a levando para a varanda. - não faça mais isso.

– Está bem...

Os dois acomodaram num divã. A noite estava quente, o céu estava repleto de estrelas e a iluminação na estátua, deixava-a particularmente bela. Com Saori nos braços, o baiano mexia com as madeixas lilases.

– Em quanto tempo Aiolos vai assumir completamente?

– Três ou quatro anos.

– Ele receberá o Misopheta?

– Sim.

– E quanto a nós Atena? - o carinho continuava e com a visão na estátua de mármore. - a barreira...

– Ela vai abrir Rodrigo. - disse sem olha-lo. - e então eu terei um grande problema. - a voz saiu firme, era a deusa.

– Que problema?

– Meus cavaleiros se apaixonaram pelas suas amigas. O sentimento entre eles ficou muito claro hoje. Sei que sofreram com a partida delas... temo que o cavaleiro de Gêmeos se mate. A volta do coma dele está estritamente ligado a Cristiane. Quando ela for, Saga vai se matar. Eu sinto isso.

Rodrigo ficou em silêncio.

– Tem a ameaça de Ares de aproveitar a situação, mas sei que Saga se mata antes. - soltou um suspiro.

– E quanto a nós?

Atena sentou, voltando a atenção para ele.

– Eu ficarei sem meu mortal... - tocou o rosto dele. - mas quero que saiba de uma coisa... só existe você aqui. - apontou para o peito. - meu amor será fiel por toda eternidade.

– Eu amo você Atena.

Ela sorriu. Queria muito que aquelas palavras fossem para sempre, mas não seriam. Quando ele atravessasse a barreira, tudo o que dizia sentir por ela seria apagado. Rodrigo seguiria o curso normal da vida. Ele conheceria outra garota o qual ficaria junto para sempre.

– Vamos dormir? O dia amanhã será cheio.

Levantou, caminhando de volta para o quarto. Rodrigo a seguia de perto.

– Boa noite. - abriu a porta do aposento. - até amanha. - disse sem fita-lo diretamente.

Ele não respondeu, apenas colou seu corpo junto a deusa, iniciando um beijo.

– Vai Rodrigo... - tentava se afastar.

– Me deixa ficar aqui...- a prendeu pelos braços. - ao menos essa noite...

– Não é prudente... - a deusa sentia os batimentos do coração acelerarem.

– Por que...?

Depositava pequenos beijos na curva do pescoço, onde sentia um inebriante perfume. Estava muito difícil segurar-se.

– Não podemos ir além... não seria justo...

– Vemos isso depois... hoje eu só quero você.

Rodrigo tentava agir com ponderação, pois estava lidando com uma deusa grega e por mais que ela fosse protetora dos mortais, ainda era uma deusa temperamental. Contudo, o desejo era mais forte e mandou a prudência para escanteio. Abriu parte do vestido da deusa, revelando um pouco os seios cobertos pela lingerie de renda branca. Seus lábios abandonaram o pescoço grego, descendo até eles, tendo todo o cuidado. Ao ser tocada ali, Atena soltou um gemido.

Na porta do quarto, não era um local muito apropriado para uma deusa, então o baiano a levou para o quarto, deitando-a gentilmente sobre a cama macia. O rosto de Atena estava vermelho e ficou ainda mais quando o brasileiro tirou o restante do vestido, deixando-a apenas com as peças intimas.

– Tenho sua permissão? - estava se segurando, mas agiu com prudência.

Atena balançou a cabeça de forma afirmativa. Aquilo era novo para ela, novo mesmo, já que era a primeira vez que estaria com um homem. Seu corpo original, continuaria virgem, então não perderia totalmente seu status de deusa casta.

Rodrigo tocou a intimidade dela, observando suas reações. As bochechas estavam vermelhas e uma sensação de calor invadiu seu corpo. A sensação aumentou, quando sentiu a boca do brasileiro na sua feminilidade. Depois de leva-la a essas sensações, o baiano tirou sua roupa. Atena ficou observando em silêncio.

– O que foi...? - indagou diante do silêncio dela.

– Você será o primeiro homem da deusa Atena.

– E se depender de mim.... - abaixou, colando seus lábios ao dela. - serei o único.

Deram um longo beijo.

Rodrigo a penetrou devagar, para evitar qualquer dor incomoda, já que ela era virgem. Os movimentos de entra e sai começaram lentos e a medida que ele sentia segurança que não estava pegando pesado com ela, aumentava o ritmo. Por diversas vezes, escutou seu nome ser pronunciado por ela.

– Ro... - Atena sentia uma onda de prazer brotar em seu corpo. Ouvira a Afrodite dizer diversas vezes sobre essa sensação, mas jamais tinha imaginado que pudesse ser tão bom.

O êxtase veio com um sonoro gemido por ambas as partes. O rapaz deitou seu corpo ao lado dela, sendo envolvido pelos braços finos. As madeixas lilases estavam espalhadas pelo lençol e pelo corpo moreno do brasileiro.

– Serei amaldiçoado por ter tirado a virgindade de uma deusa?

– Infligiu uma grave lei. - a voz saiu divertida. - tirou a castidade da filha de Zeus. Meu pai virá atrás de você.

– Sério? - ergueu o rosto.

– Ele é bravo...

– Ah e daí? Pelo menos vou para o Tártaro feliz!

– Vou pensar numa pena mais branda... - acariciou o rosto. - afinal de contas, proporcionou algo bom a uma deusa.

– Quer dizer que me usou? - fingiu ficar indignado. - usou um mortal para o seu bel prazer. Deuses são todos iguais...

Começaram a rir.

– Acho melhor eu ir.

– Não. - o fitou. - fica aqui. Agora é a vez de Saori. - deu uma piscadinha sapeca.

O.o.O.o.O

Marin e Fernando seguiram para a casa dela.

– Essa noite ficará na história. – Marin tirou seu elmo, colocando-o sobre uma mesinha.

– Estou contente por poder participar disso, apesar de não lembrar quando passar pela barreira.

– Atena não tem opção. – aproximou do mineiro abraçando-o. – é pela segurança do santuário.

– Tenho ciência disso... Não queria esquecer de você.

– Não vamos pensar nisso agora, não é?

– Tem razão. – a envolveu. – está cansada?

– Um pouco...

– Então vou te colocar na cama.

– Mas não estou com sono... vamos ficar assim abraçadinhos...

– Não garanto com você tão perto... minha mente está imaginando coisas...

– Vai me dizer que é pervertido como o Miro?

– Não como ele, mas...

– E o que quer fazer? – a japonesa deu um sorriso.

– Não posso falar... – sorriu de canto de boca.

– Então não diga, faça.

Marin o beijou.

Um beijo que começou calma, mas que foi ganhando luxuria. Fernando abandonou os lábios passando para o pescoço, fazendo-a começar a gemer. Lentamente o brasileiro a conduziu até uma parede, para apoia-la nela. Tirou a armadura e o colan e a leg que ela usava por baixo. A amazona tirou a camisa dele. Fernando passou pelos seios descendo ate a feminilidade dela. Pegou a perna esquerda dela passando por seu ombro para facilitar a tarefa. Marin gemia baixinho.... Depois de fazê-la gozar, foram para a cama. O mineiro fitou aquele corpo perfeito, mesmo com as várias cicatrizes que ela levava.

– O que foi? – ela indagou diante do silêncio dele.

– É meio inacreditável que terei minha musa só para mim.

– Pois acredite. – sorriu. – venha, ou vai deixar sua musa esperando.

Fernando ficou sobre ela, voltando a se beijarem. Os dedos passaram pelas madeixas vermelhas, aprofundando o contato. Ele encaixou nela, começando com movimentos lentos que foram ganhando ardência. Ela chegou ao orgasmo primeiro. Com os corpos trêmulos deitaram abraçados.

– Não pense na barreira Fê. Não quero pensar numa despedida.

– Tudo bem. – beijou os fios vermelhos. – farei como você quiser.

– Vamos nos refrescar?

Foram para o banheiro a base de muitos beijos. E como ainda não estavam saciados, o ato ocorreu debaixo do chuveiro e na cama novamente. Só foram dormir madrugada alta, vencidos pelo cansaço.


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