A Lenda dos Santos de Atena escrita por Krika Haruno


Capítulo 35
Aiolos de Sagitário, o Grande Mestre


Notas iniciais do capítulo

Pessoas, desculpe a demora. Esses dias foram tumultuados, mas não pensem que desistir da fic, ela continua firme e forte.
Boa Leitura!



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A barreira emitiu uma luz amarelada, o grupo não podia ver, mas o cosmo de Atena queimava ao redor dela. A deusa trajava sua sagrada armadura, tendo o báculo na mão direita. Avançou, colocando o pé no primeiro degrau.

Rodrigo trazia os olhos admirados, Atena estava lindíssima! A deusa devolveu um olhar afetuoso a ele, continuando o trajeto. Contudo parou, olhando para Ester. A carioca a fitava encantada, enquanto abraçava seu tablet.

Atena aproximou parando perto dela, ergueu a cabeça, pois Ester era bem mais alta.

– Dê-me sua mão. - pediu.

Ela obedeceu. Saori começou a liberar ainda mais seu cosmo. Ester sentiu uma sensação de candura envolver todo seu corpo.

– Pense no meu nome e me faça uma pergunta ou um comentário.

Ester estranhou o pedido, mas cumpriu.

– "Atena: Você está linda." - pensou.

– Obrigada pelo elogio Ester. - respondeu.

A garota recuou assustada.

– Não se assuste. Por hoje, deixe seu tablet de lado. Sempre que quiser dizer algo a alguém ou mais pessoas, pense nos nomes e diga. A pessoa vai ouvir diretamente na mente dela. Teste.

Saori olhou para Mabel que estava tão assustada quanto a carioca.

– Pergunte algo Mabel.

– Você pode responder mesmo? Na minha mente?

– "Mabel: acho que sim..."

– Você acha? Eu tenho certeza! – exclamou maravilhada.

– "Funciona mesmo!" - pensou sorrindo.

– A pessoa não tem acesso a sua mente e nem você a dela, só conversação. Para invocar, essa faculdade basta dizer o nome.

– "Atena: obrigada."

– Digamos que hoje é seu dia de cinderela.

A deusa afastou-se, prosseguindo.

Mu voltou a atenção na hora para Ester. Mexeu com os lábios formando uma frase sem som. Ele disse: está linda.

– "Mu: obrigada. Você também está formidável."

Ele sorriu. Será que com essa intervenção de Atena, voltaria a conversar com ela mentalmente?

– "Ester pode me ouvir?"

Ela não respondeu apenas fitava-o. Usando o sistema anterior disse: não escutou a minha voz?

– "Mu: não... minha mente ainda te bloqueia?"

– Acho que sim... - a voz saiu bem baixa.

– "Mu: pedirei ajuda a Atena."

Quando ele ia responder, a deusa já tinha chegado ao alto das escadas e os cavaleiros começavam a levantar.

Atena caminhou até onde estava Poseidon.

– Sorento de Sirene seja bem vindo.

– Obrigado Atena. - disse polidamente.

– Poseidon. - Atena o fitou com um fino sorriso.

– Adrian. - pegou na mão dela. - está encantadora. - beijou-a.

Rodrigo que observava os dois estreitou o olhar.

– É muito gentil. Obrigada por ter vindo.

Atena afastou-se indo para perto de Shion.

– Agradeço a presença de todos. Esse é um grande dia para o santuário, pois Aiolos de Sagitário será oficialmente o sucessor de Shion como o novo patriarca desse local. A transição não teve ocasião melhor, pois estamos passando por tempos de paz. Como todos sabem, a cerimônia é divida em três atos. No último, farei dois pronunciamentos importantes. Para dar inicio Shion, Aiolos e eu iremos para Star Hill, onde o jovem cavaleiro será iniciado.

Shion e Aiolos pararam cada um de um lado da deusa. Ela elevou seu cosmo e segundos depois os três tinham desaparecido.

– Que emoção... - murmurou Gabe. - queria muito ver essa cerimônia.

– Eu quero ver é o Poseidon. - disse Helu saindo da fila.

As meninas lembraram-se desse detalhe, praticamente correndo até o pátio. Os cavaleiros arquearam as sobrancelhas.

Poseidon explicava a Sorento sobre Star Hill quando se viu cercado de mulheres.

– Muito prazer Poseidon sou Isabel. - a paulista não se acanhou ao pegar na mão dele.

– Oi... - disse assustado. Não estava acostumado a atos espontâneos.

– São as meninas que passaram pela barreira, senhor. - disse Kanon entediado.

– Como é o fundo do mar? - indagou Jules.

– Como fazem para respirar? - indagou Julia.

– É verdade que é rico? - indagou Marcela.

– Quantas perguntas. - Adrian sorriu. - CDZ realmente ficou muito popular.

Enquanto isso, os dourados olhavam friamente para a cena. Fernando aproximou-se de Marin.

– Tudo periguete. - balançou a cabeça negativamente.

– Peri o que? - a japonesa não entendeu o termo.

– Periguete. - disse Rodrigo. - mulher que fica andando atrás de todos os homens. Tudo vendidas, não podem ver algo dourado que vão atrás.

Disse brincando, mas os cavaleiros não interpretaram assim. Aldebaran abandonou seu posto pisando duro. Aproximou do grupo.

– Preciso conversar com você. - segurou o braço de Bel.

– Agora? Estou escutando o Posei...

Nem terminou a frase, Deba a puxou.

Na roda Sorento sorria, não sabia que o deus e ele faziam tanto sucesso.

– Calma meninas. Uma pergunta de cada vez. - disse o deus. - o templo submarino é envolto com meu cosmo, logo, é assim que se respira. E sou rico. Meus pais são grandes empresários no ramo de transporte marítimo. Por conta disso Kurumada trocou o meu nome. Eles não achariam muito graça se soubessem que sou um deus. – sorriu. - Meu nome verdadeiro é Adrian Savalas.

Kanon de lado, estava seriíssimo. Suellen estava muito próxima ao deus. Cris notou a expressão dele.

– O que foi Kanon?

– Nada. - disse seco.

– Certeza?

– Sim.

A mineira deu nos ombros.

– Chega de tietagem. - Kanon entrou no meio. - Atena não demora a voltar e não querem ver a cara dela ao ver essa cena.

– Kanon tem razão. - disse Poseidon. - teremos tempo para conversar.

"Gentilmente" Kanon dispersou as meninas, voltando para perto do deus.

– Atena providenciou um assento para o senhor.

– Pode me arrumar mais um?

O dragão marinho espantou com o pedido.

– Posso. Só um momento.

Sorento esperou ele sair, para pronunciar.

– Estarei bem de pé senhor.

– Não é para você. - o fitou sorrindo.

O austríaco ficou surpreso e curioso. Nas escadas...

– Ele é muito lindo. - disse Marcela.

– Lindo é pouco. - disse Julia. - não é atoa que é um deus.

Miro e Shura fecharam a expressão.

– Já chega da babação. - Aioria não estava gostando do olhar contemplativo que Gabe lançava neles.

– Aioria tem razão. - Dohko cruzou os braços, numa posição clara de descontentamento.

– Poseidon pode interpretar mal suas curiosidades. - Kamus não tinha engolido o fato de Isa pegar na mão dele.

Shaka puxou Ju para o canto.

– Também o achou bonito?

– Co-mo? - piscou algumas vezes.

– Poseidon. - a voz saiu seca. - Achou ele bonito?

– Achei... - respondeu sem entender o que o indiano queria dizer.

– Ah... - não gostou do que ouviu.

– Cambada de ciumentos. - disse Dite. - meninas vocês estão lindas. Parecem ninfas.

– Obrigada Dite.

Embaixo de duas frondosas árvores, Atena tinha providenciado um cadeira para que Poseidon sentasse enquanto estavam em Star Hill. Kanon que tinha providenciado outra, menos decorada do que a primeira, posicionando-a ao lado.

– Fiz como me pediu senhor. - aproximou do deus.

– Obrigado. - voltando a atenção para o outro marina. - Sorento, faça o que te pedi.

– Sim senhor.

O austríaco caminhou em direção ao grupo das meninas. Kanon acompanhava atentamente a movimentação do companheiro e não escondeu a irritação quando o viu conversando com Suellen.

– Acho que Atena não se importará se ela me fizer companhia. - disse Adrian rumando para a cadeira.

Kanon sentiu uma raiva intensa do deus e graças ao bom senso, não o mandou para outra dimensão. Suellen recebeu com alegria o convite de Adrian.

– Morram de inveja. - disse para as meninas. - beijinho no ombro.

Elas apenas riram.

– É impressão minha ou Poseidon está dando de cima da Suellen? - Mask esfregava o queixo.

– Deve ser isso, olha a cara do Kanon. - Miro apontou discretamente.

– Isso não vai prestar. - disse Mu.

Depois de escoltar Suellen até o seu deus, Sorento parou ao lado do grego.

– Fico feliz pelo nosso deus.

– Feliz? - faltou trincar os dentes.

– Sim. Talvez com ela, ele esqueça Saori.

– O que disse? - por pouco não segurou o amigo pelo colarinho.

– Senhor Poseidon parece ter se interessado por ela.

O punho de Kanon cerrou com força.

O.o.O.o.O

As três figuras apareceram no alto da montanha. Aiolos fitava a paisagem que não cansava de admirar. E a partir daquele dia, aquela vista se tornaria constante em sua vida.

– Não precisa temer.

O grego virou-se. Shion estava ao lado dele.

– Nós estaremos aqui. - o ariano deu um tímido sorriso.

– Obrigado.

– Vamos Aiolos? - a voz de Atena saiu de forma gentil.

– Sim.

Os três adentraram no templo.

O.o.O.o.O

Com a ausência de Atena, o grupo dispersou um pouco. Marin e Fernando afastaram-se.

– Me sinto ridículo com essa roupa. - esticava o pano. - Estou de vestido.

– Pois eu gostei. - sorriu.

– Não precisa ser gentil, sei que estou ridículo.

– Não está Nando. - a amazona pegou na mão dele.

– Essa primeira parte vai demorar muito? - aproveitou a proximidade para enlaça-la nos braços.

– Creio que meia hora. Sabe o que Atena me disse?

– O que?

– Dite vai anunciar que sou a sucessora dele.

– Sério? Mas já era para agora?

– Não, mas Atena quis assim... Confesso que estou com um pouco de receio. Será que os cavaleiros vão me aceitar? Eu serei a primeira amazona de ouro.

– Claro que vão Marin, - a envolveu mais. - você é forte e determinada. Tenho certeza que vai corresponder a altura.

– Assim espero. - alisava o braço dele.

O.o.O.o.O

Aldebaran e Mabel estavam sentados num banco próximo ao local.

– Isso não pesa? - a brasileira tocava na ombreira da armadura.

– O certo é não pesar, pois o cosmo reage ao metal tornando-o mais leve, mas no meu caso... sinto como se estivesse com um trator em cima de mim.

– Está doendo?

– Incomoda. - ele a fitou de cima a baixo. - você está linda Bel. Linda.

– Obrigada. Pensei que ficaria esquisita nessa roupa, até que não.

– Está vestida para o nosso casamento. - sorriu. - branco.

– Posso pedir a Atena emprestado.

– Acho que se ela souber do motivo, não vai querer. - a puxou pela cintura.

– É só não contar. - deu um selinho nele.

O.o.O.o.O

O assunto de Rodrigo era como Atena estava maravilhosa. O baiano não cansava de tecer elogios a deusa para Cristiane.

– Já entendi que está apaixonado. - sorriu.

– Pena que Poseidon veio. Viu como ele se comportou perto dela? Idiota.

– Olha... - o fitou divertida. - está falando de um deus. Cuidado com a maldição.

– Tenho medo dele não. - cruzou os braços. - Agora... mudando de assunto. E o Saga?

– Na mesma. Assim que acabar a cerimônia vou para lá.

– Cris. - a fitou diretamente. - desculpe pelo que vou dizer, mas o Saga... vocês dois...

– Não precisa se desculpar. Diante de tudo que está acontecendo é natural pensar assim, mas tenho certeza que ele vai acordar.

– Só não quero que se decepcione. Se ele acordar e tivermos a oportunidade de ficar aqui, tenha a noção que tudo que passou nesses dias, será uma constante na sua vida.

– Eu sei. Obrigada pela preocupação.

O.o.O.o.O

Com Dohko, Jules tentava melhorar o humor dele.

– Só disse por dizer Hian. - grudou no pescoço. - você é muito mais bonito do que ele.

– Sei... - torceu o nariz.

– Não confia no seu taco? - passou as mãos pelo peitoral dourado. - não confia no poder dessa armadura? - deu um sorriso perve.

– Então sou mais bonito que o Poseidon? - a fitou ainda atravessado.

– Claro. Ainda mais usando isso. - tocou o escudo direito. - depois pode me mostrar as demais armas?

– Vou pensar no seu caso.

– Prometo que uso sua cueca. - disse ao pé do ouvido.

– Isso é golpe baixo. - sorriu. - da pior espécie.

– Cada um usa as armas que tem. - deu uma piscadinha.

O.o.O.o.O

Gabrielle não parava de passar as mãos pela armadura de Leão.

– Isso é o máximo! E é tão bonita.

– A minha beleza realça a beleza dela. - sorriu convencido.

– Você só perde para o Miro nesse quesito. Seu ego vive inflado.

– Contou para suas amigas sobre ontem? - indagou no ouvido dela.

– Contei... - ficou corada.

– E disse que domou o leão? - sorriu.

– Sim...

– Você está linda nessa roupa. - acariciou o rosto dela, os cavaleiros que estavam pertos, fitaram assustados, Aioria não era noivo de Marin?

– Você não estava com a ruiva? - indagou Mask que estava perto.

– Terminamos Mask. - Aioria respondeu como se aquilo fosse algo normal, o que de fato era.

– E já está com outra? - franziu o cenho. - Que rapidez...

Mu ouvia surpreso. Eles não iam se casar?

– "Mu: Mu."

O cavaleiro de ouro voltou a atenção para frente.

– Oi..

– "Mu: posso tocar na sua armadura?"

– Claro...

Ester aproximou, passando as mãos pelo chifre dourado que saia da altura do pescoço, depois tocou o elmo da armadura.

– "Mu: Fica lindo com a armadura."

– Obrigado. - ficou vermelho.

– "Mu: Depois da cerimônia podemos conversar?"

– Não sei se é prudente Ester...

A brasileira segurou o rosto dele nas mãos, olhando-o fixamente.

– "Mu: vamos conversar sim! É importante! Por favor..."

– Está bem. - não conteve o sorriso.

O.o.O.o.O

Mask percebeu que sobrava entre os dois casais. Olhou discretamente para Heluane, ela estava muito bonita, mas guardou o elogio para si. Sem dizer nada girou os calcanhares indo para o jardim da fonte. Escorou numa árvore começando a tossir sem parar.

– Te falei que o cigarro vai te matar.

– Não enche peixe. - disse sem olhar o sueco. Voltou a tossir.

– Você está bem? - aproximou tocando a ombreira da armadura.

– Não é nada. - sentiu a cabeça rodar, mas não relatou o fato. - foi só uma tosse.

– É o cigarro seu estúpido! Vou contar para Shion.

– Não vai falar nada. - o fitou, endireitando o corpo. - não vou fumar mais.

– Bom mesmo. Vamos, Atena deve voltar a qualquer momento.

O.o.O.o.O

Kamus era outro que estava com a cara amarrada. Isa tinha que preocupar-se, mas o bico que o francês fazia era lindo.

– Para de fazer esse bico.

– Não estou fazendo bico. - respondeu seco, aumentando ainda mais o bico.

– Está sim e isso está levando meus pensamentos para o mau caminho.

– Por que tinha que tocar em Poseidon? - a fitou de forma fria.

– Foi espontâneo!

– Detesto essa sua espontaneidade. - o olhar congelou. - Não precisava toca-lo.

De assombrada Isa passou a risonha. Aquilo era um sinal claro de ciúmes.

– Medo da concorrência Kamus de Aquário? - passou os braços pelo pescoço dele, sentiu o frio da armadura, mas não se importou.

– Não é medo, apenas precaução diante da sua volatilidade.

– Me pediu em namoro ontem de forma linda, ainda tem dúvidas dos meus sentimentos?

– Não sei... - torceu a cara.

– Bobo. - tocou os lábios dele com o dedo. - só tenho olhos para você.

– Espero que sim. - a postura circunspecta não se desfez.

O.o.O.o.O

Shaka estava com a expressão séria. Os olhos azuis antes a mostra estavam cerrados. Juliana o olhava sem entender.

– O que foi Shaka?

– Nada.

– Como nada? Está com cara fechada. - tocou no braço dele. Era estranho sentir o metal. - eu preciso que me fale o que sente.

Ele a fitou. As palavras de Mu vieram-lhe na mente.

– Sinto raiva. Muita raiva.

– De que? - aquele homem era uma incógnita.

– Não quero falar disso. - cruzou os braços. - é melhor ir para o seu lugar, Atena não vai demorar a voltar.

Ju franziu o cenho. O que tinha dado nele? Pediria a Atena um manual... “aprenda sobre Shaka de Virgem em 108 lições.”

O.o.O.o.O

Faltava pouco para as mãos de Kanon sangrarem tamanha força que ele empregava. Já era a terceira vez que Suellen tocava em Adrian. Que mania os brasileiros tinham em tocar outra pessoa! Contou até dez para não perder a cabeça e mandar o deus pelos ares.

Como se não bastasse os toques, ainda a ouviu chama-lo de “Popo”. Ao final da cerimônia passaria um sermão em Suellen!

O.o.O.o.O

Marcela, Heluane, Sheila e Paula trocavam impressões sobre os convidados.

– Preciso de um plano. - disse Sheila. - tenho que agarrar o Sorento.

– E o Aiolos? - indagou Helu.

– Vai ficar a ver navios. Cansei.

– Se esfrega no Sorento na frente dele. - disse Marcela. - será que vira uma batalha de mil dias?

– Não sei se mil dias, mas que seria interessante seria.. - murmurou Paula. - se bem que Shion ficaria estressado. Melhor não. Nada pode abalar o meu Shion.

– Seu Shion? - Mah a encarou divertida. - tomou posse?

– Há muito tempo.

– Já parou para pensar que vai perder o seu posto?

– Já Helu. Infelizmente não serei mais Diva de todas, mas virarei uma lenda.

– E se depender do Aiolos, não serei nunca. - Sheila soltou um suspiro desanimado.

Com o olhar frio, Miro fitava Marcela. Aquilo já estava dando nos nervos. Mulher difícil era aquela.

– Pelo jeito jogou os números errados no jogo. - disse Shura, sem se virar para ele.

– Os números estão certos é a forma de jogar que está errada, mas isso vai mudar. - deu um sorriso enigmático.

– Por que está sorrindo assim?

A atenção dois voltou-se para a figura de cabelos avermelhados.

– Julinha.... - Miro a abraçou. - só estava pensando na vida.

– Sei...

– Eu sou um poço de santidade. Tanto que tenho vontade de te agarrar, mas me contenho. - disse para alfinetar o espanhol.

– Não se atreva! - fingiu ficar brava.

Shura a fitava. Ela estava linda. Os cabelos estavam perfeitos, sentiu uma enorme vontade de entrelaça-los entre os dedos. Adorava os cabelos dela. Chegou até fantasia-los espalhados em seu lençol...

– Você está muito bonita. - disse sem perceber.

Julia o fitou surpresa, assim como Miro que depois sorriu. Jogaria mais lenha.

– Como está o seu relacionamento com Mask?

Ela o fitou na hora.

– Não faça essa cara. Eu sei que vocês dois tem um caso. E faço voto. - Miro sentia o cosmo do amigo oscilar.

– Miro...

Quando ele ia retrucar, os cavaleiros voltaram a atenção para Star Hill vendo o brilho dourado, as meninas também olharam, mas não viram nada de anormal.

– Está acontecendo alguma coisa? - indagou Jules.

– Parece que a cerimônia acabou. - disse Shaka. - E Star Hill o aceitou como o novo mestre.

– Como assim? - indagou Bel.

– Vocês não podem sentir, nem ver, mas o cosmo dele foi envolvido pela energia do templo. Dizem que a precisão das leituras só ocorre quando a montanha interage com o cosmo do patriarca. Saga, como Ares nunca conseguiu isso. Suas interpretações sempre foram pouco precisas.

Minutos depois do brilho intenso que tomou conta de Star Hill, Atena, Shion e Aiolos apareceram diante de todos. Os cavaleiros notaram o súbito fortalecimento do cosmo do grego. Aioria não pode deixar de sentir orgulho, pois acompanhara o crescimento do irmão e agora o via transformado em grande mestre.

Sheila trazia um fino sorriso nos lábios. Aiolos estava lindo naquela roupa, além de estar envolvido numa aura mágica. Estaria perfeito se não fosse a bendita insegurança dele.

– Star Hill, - iniciou Atena em tom solene. – aceitou Aiolos de Sagitário como novo mestre e agora poderemos dar continuidade a cerimônia.

Os cavaleiros que estavam dispostos na escada, subiram em direção ao pátio, posicionando-se de frente para a estátua. Poseidon, Sorento e Kanon, colocaram-se a direita da estátua, enquanto as meninas foram para a esquerda.

Na cerimônia tradicional, naquele momento, o futuro mestre sairia para colocar sua armadura tendo ajuda do seu auxiliar, mas ainda não tinha sido deliberado quem ocuparia aquele cargo. Com a recusa veemente de Saga, a escolha da função ficaria a cargo de Atena e ela já tinha um nome em mente.

Aioria foi incumbido de auxiliar Aiolos na tarefa, dentro do templo.

– Estou tão orgulhoso de você. – o leonino trazia um sorriso largo. – nossos pais então? O filho deles tornou-se o patriarca.

– Obrigado Aioria. Seu apoio tem sido fundamental.

O leonino abriu a urna, já que a mesma não poderia ser aberta pelo dono, devido ao problema de Hades. Aioria o ajudou a vestir e foi inevitável o sagitariano sentir o peso da armadura, fora as dores, algo que nunca contou a ninguém. Logo quando voltou de Hades, tentou usa-la, mas sentiu fortes dores. Tentou outras vezes, tendo o mesmo resultado.

– Está muito pesado? – indagou Aioria vendo rosto tenso do irmão.

– Um pouco, mas consigo aguentar. – deu um meio sorriso.

– Será rápido. – colocava o peitoral. – viu como a Sheila estava bonita? – fingiu apenas comentar.

Aiolos ficou em silêncio.

– Prefiro vestido longo, como o de Gabe, mas ela ficou bem naquele modelo.

O futuro mestre continuou em silêncio.

– Está me escutando?

– Estou.

– E não vai dizer nada?

– Dizer o que?

– Dizer que ela estava linda e que gostaria de vê-la daquele jeito na sua cama. – deu um sorriso safado.

– A Sheila é passado para mim.

– Nem chegou a ser seu presente como já é passado? – deu a volta no irmão para fixar a parte das asas.

– Viu a forma como ela olhava para o Sorento? A Sheila nunca gostou de mim, não passava apenas de atração, por esse objeto. – segurou a faixa vermelha. – agora serei o grande mestre, minhas atenções devem estar voltadas exclusivamente para o meu cargo.

– Já disse a ela o que sente? – não parou o que estava fazendo, colocando a primeira asa. – quando podia usar a armadura como fazia com as asas?

– Montava sozinha.

– Voltando o assunto. Já expos seus sentimentos a ela?

– Não Aioria. – deu um passo, mas quase foi ao chão por causa do peso da armadura. – coloca a outra asa.

Rapidamente o leonino a colocou. O peso ainda continuava, mas as asas serviam de contra peso, mantendo-o equilibrado.

– Por que não expos?

– Já disse. A Sheila me chamou de garoto e disse que não sou bom o bastante para ela. Ela vai rir da minha cara. “Como já fez antes.” – pensou.

– Está certo. Não digo mais nada. – teria uma conversa séria com Gabe sobre o assunto. Já que Aiolos não tomava as rédeas, ele teria que fazê-lo. – então vamos, todos estão esperando. Consegue andar?

– Consigo. Que humilhante um cavaleiro não suportar a própria armadura.

– Vai ser por pouco tempo. Quer me dar o braço? – Aioria deu um sorriso lavado.

Aiolos apenas mostrou o dedo do meio.

Enquanto isso, no pátio da estátua, todos aguardavam a volta do sagitariano.

– É verdade que consegue usar a mente? – Helu parou atrás de Ester, para não ser vista conversando, já que todos estavam num profundo silencio.

– “Helu: sim.”

A fluminense arregalou os olhos.

– Caralho... funciona mesmo.

– “Helu: você está bem? O médico te examinou?”

– Examinou sim. Disse que se tivesse tontura, tosse ou falta de ar, era para procura-lo. Inalar fumaça é perigoso.

– “Helu: e o Giovanni?”

– Pelo que ouvi, ele não quis ser examinado. Aquilo é vaso ruim, não quebra fácil.

– “Helu: não pensei que ele fosse te salvar."

– A atitude dele me surpreendeu. Apesar de tudo, devo minha vida a ele.

A conversa foi interrompida, pois todos os olhares foram para as escadarias do pátio. Primeiro surgiu Aioria, andando tranquilamente, como se estivesse trajando uma roupa comum.

Quando Aiolos surgiu, era notável o enorme desconforto que ele sentia. Andava bem lentamente, quase arrastando, mas procurou não demonstrar fixando a atenção em Atena e Shion.

– Sei o que ele está sentindo... – disse Deba a Mu e Giovanni. – não imaginam o quanto isso é pesado.

Atena o fitou penalizada. Por mais preparados que fossem fisicamente, sabia o quanto as armaduras eram pesadas. Sheila que acompanhava a cena percebeu que algo estava errado. Aioria caminhou normalmente, enquanto ele tinha dificuldades.

– Por que ele está andando devagar? – indagou mais para si do que para outra pessoa, mas Isa que estava perto escutou.

– Kamus me disse, que quando o cosmo não está em sintonia com a armadura, o peso das peças é enorme. Imagine ter sobre si, partes em ouro maciço? Aiolos está impossibilitado de usar a armadura.

Sheila o fitou, ficando com dó.

– Ajoelhe-se.

Aiolos ajoelhou-se diante de Atena. Era chegada a hora. O ritual de consagração marcava em definitivo que o cavaleiro assumia mais responsabilidades perante o santuário. Shion aproximou-se de Aiolos.

– Aiolos cavaleiro de sagitário, - disse Shion - a partir de hoje, você perde esse status para se tornar, Aiolos o grande mestre. Jure diante de Atena sua devoção.

– Eu, Aiolos, consagro minha vida a Atena. Seguirei meu dever com afinco e prudência, colocando os interesses do santuário acima dos meus... - a voz firme preencheu o ambiente.

Diante do ato, Paula entendeu a reticência de Shion em se relacionar. Na certa ele fizera o mesmo juramento e assumir algo com ela, sinalizaria que estava colocando seus interesses sobre o santuário. Sheila pensou a mesma coisa. Se Aiolos tinha decidido virar grande mestre, nas certa cumpriria o juramento. E o que possivelmente ele sentia por ela, ficaria em segundo plano.

– ...Não hesitarei nas decisões que me forem confiadas prezando sempre a segurança de Atena. Usarei meu cosmo e discernimento para a proteção dela, dos cavaleiros, das amazonas, dos habitantes de Rodorio e do povo da Terra...

Os cavaleiros mais Marin, lembram-se do juramento que fizeram quando foram sagrados.

– ... Empregarei com sabedoria o dom de ler estrelas a fim de conduzir sempre pelo caminho da justiça as pessoas confiadas a mim.

Atena sorriu. Confiava plenamente que o grego cumpriria todos os votos. Ela impôs as duas mãos sobre o cavaleiro, elevando seu cosmo.

– Aiolos de Sagitário, aceito seu juramento, concedendo a você a delegação do meu nome perante os mortais. Será meu representante na Terra e lei maior no santuário a mim dedicado...

Rodrigo mal continha o sorriso. Atena era tão poderosa.

– ... Te concedo também o poder de entrar em Star Hill sempre que desejar. Levante-se Grande Mestre Aiolos.

O corpo do cavaleiro foi envolvido por um brilho dourado, mas as meninas não viram, apenas a armadura sair do corpo do grego, ficando montada perto dos demais dourados. Um manto branco cobriu-o da cabeça aos pés e com todos os adornos tal qual Shion.

O báculo de Atena brilhou, logo em seguida notaram algo dourado apontar no céu. Foi com grande surpresa que viram ao lado da armadura de Sagitário, a armadura de Gêmeos.

– Saga... - murmurou Kanon.

Todas as armaduras começaram a brilhar e depois a ressoar. Os brasileiros nada enxergaram, mas puderam ouvir o som.

– O que é isso? - Bel olhava para os lados.

– Eu já escutei esse som... - murmurou Fernando.

– É naquele episodio, que a armadura de sagitário apareceu no santuário e todas as outras começaram a vibrar. - disse Rodrigo.

Olharam uns para os outros, admirados. Então aquele som era real?

O som durou por mais alguns minutos.

– Está concluído. - disse a deusa. - Agora será mostrado ao povo de Rodorio.

Atena, Shion e Aiolos desceram as escadas entrando no templo. Logo em seguida Poseidon e seus marinas e por ultimo os cavaleiros de ouro. Marin aproximou do grupo.

– Preciso que deem a volta, para chegar a entrada.

– Não podemos passar pelo templo? - indagou Jules.

– Não. Vai ser o momento da apresentação e como não são cavaleiros nem amazonas precisam se juntar aos moradores. É a tradição.

– Tudo bem Marin. - disse Juliana. - só de participar de tudo isso, valeu a pena.

– Obrigada. Vão por favor.

O grupo seguiu pelo lado de fora e a medida que aproximavam da entrada principal do templo ouviam várias vozes.

– Caraca! - exclamou Marcela ao ver a multidão.

– Deve ter mais de mil pessoas aqui. - Suellen igualmente impressionada.

Toda a população de Rodorio espremia entre as escadarias do templo e das doze casas. Todos ansiosos por verem o novo mestre. Velhos, adultos, crianças, homens e mulheres usavam roupas gregas tradicionais.

As meninas posicionaram-se praticamente de frente para a porta principal. Primeiro saíram os cavaleiros de ouro mais Marin, parando uma parte de cada lado. Em seguida Poseidon e seus marinas. Em terceiro Shion, nessa hora todos os moradores ajoelharam.

As meninas ficaram sem saber se continuavam de pé ou não. Acharam melhor ajoelhar, para não ficarem diferentes do resto. Atena saiu e logo atrás Aiolos bastante surpreso com a quantidade de pessoas.

– Habitantes de Rodorio, - a voz da deusa alastrou-se. - é com imenso prazer que anuncio Aiolos como o Trigésimo sétimo grande mestre.

Uma salva de palmas ecoou pelo local. Gritos entusiasmados diziam "salve Atena", "salve Aiolos".

O grego ainda acanhado olhou para deusa, que com o sinal indicou para que ele dissesse algumas palavras. Aiolos deu dois passos a frente.

– Quando me sagrei cavaleiro jurei proteger nossa deusa e o mundo de todas as forças do mal, acreditando sempre na paz, - a voz antes acanhada, ganhou força. O olhar sereno ao mesmo determinado do cavaleiro podia ser visto por todos. - hoje, perante vocês, renovo meus votos.

Uma nova salva de palmas foi ouvida, novamente as saudações e para deixar o espetáculo ainda mais majestoso, pétalas de rosas brancas caiam do céu...

– É tudo tão lindo! - exclamou Gabe.

– Nem nos meus mais doidos sonhos, imaginei participar de algo assim. - disse Isa. - é mágico.

Aioria não se continha de orgulho, Aiolos era um grande homem.

Atena tomou a frente.

– Meus amigos, quero aproveitar a ocasião para realizar dois pronunciamentos. O primeiro não pegará alguns de surpresa, mas o segundo sim. - deu um sorriso sapeca. - Já temos um discípulo, ou melhor, discípula, - olhou para Marin. - para herdar a armadura de Peixes.

Shion olhou imediatamente para deusa, os dourados olharam entre si e depois para Afrodite que sorria.

– Por favor, Gustavv. - O sueco subiu posicionando-se ao lado de Atena. - pronuncie sua sucessora.

– Minha sucessora é Marin de Águia.

Os cavaleiros de ouro arregalaram os olhos, assim como as meninas.

– Marin? - Aioria ficou surpreso. - por que não me contou?

– Era segredo leão. - disse Dite. - venha aqui querida.

Marin daria tudo para estar usando sua mascara, pois sentiu as bochechas quentes. Não que fosse tímida, mas não imaginou que o anuncio fosse diante de todos. Fitou os dourados que olhavam para ela surpresos. A passos lentos aproximou, parando ao lado do sueco.

– Marin será a primeira amazona de ouro. - Atena estava sorridente. - o segundo pronunciamento é que escolhi quem será o auxiliar de Aiolos.

Agora sim todos foram pegos ainda mais de surpresa.

– Auxiliar? - indagou Shion admirado.

– Sim. Dohko de Libra será o auxiliar de Aiolos.

Com o susto o libriano engasgou na própria saliva.

– Eu???

– Sua dedicação por dois séculos é digna desse cargo. Aproxime-se.

Os demais dourados não disseram nada tamanho espanto. Jules trazia os olhos arregalados.

– Subiu de nível Jules. - brincou Marcela. - virou vice- primeira dama.

Dohko parou ao lado de Shion.

– Você sabia disso? - indagou bem baixinho.

– Não.

Atena deu alguns passos a frente, erguendo o báculo.

– A cerimônia está encerrada. - bateu duas vezes no chão.

Os moradores começaram a descer para o inicio da festa. Atena e os demais desceriam em breve.

– Ainda bem que vai me ajudar. - Aiolos abraçou o libriano.

– Isso tem dedo seu?

– Sou totalmente inocente. - ergueu as mãos. - sei de nada.

– Aiolos! - Aioria deu um forte abraço no irmão. - parabéns! Não sabe o quanto estou orgulhoso.

– Obrigada Oria.

– Grande mestre... - os olhos ficaram marejados. - meu irmão menor cresceu tanto!

– Desde quando irmão menor? - o fitou divertido. - continuo sendo o mais velho.

Poseidon que assistia tudo em silêncio, aproximou.

– Parabéns Aiolos. Desejo toda sorte do mundo. - estendeu a mão.

– Obrigado senhor Poseidon. - retribuiu.

– Só Poseidon. - sorriu.

– Parabéns Aiolos.

– Obrigado Sorento.

– Se Saga estivesse aqui estaria muito feliz. - Kanon tocou o ombro do grego. - era seu maior desejo vê-lo no lugar que merece.

– Saga é tão merecedor quanto eu. Espero a ajuda dele quando ele acordar.

– Parabéns Aiolos! - Miro o abraçou. - agora virou um rapaz respeitável.

– Ele sempre foi Miro. - Deba tocou no ombro. - parabéns amigo.

– Obrigado Deba.

– Parabéns Aiolos. - Shura estendeu a mão.

– Obrigado.

– Quer dizer que o pirralho agora vai mandar em nós? - Giovanni sem cerimônia passou o braço pelo pescoço de Aiolos. - vou ter que obedecer?

– Ao respeito Mask. - Dite o fitou ferino. - está fazendo gracinhas com o grande mestre. Parabéns Aiolos.

– Tudo bem Dite. Espero que nossa amizade não mude por causa disso.

– De jeito nenhum. - Mask o soltou. - vou encher o saco do mesmo jeito. - riu. - parabéns.

– Obrigado.

– Quem vai ficar metido vai ser o Dohko. - Miro disse para provocar.

– Não é hora Miro. - Kamus chamou a atenção dele. - parabéns Aiolos.

– Obrigado Kamus.

– Conte conosco Aiolos, para qualquer coisa. - disse Mu.

– Contarei.

– Não tenho dúvidas que exercerá bem o cargo. - disse Shaka.

– Obrigado a todos.

Depois de felicitarem o sagitariano, parabenizaram Dohko sob várias gozações e depois Marin. Era um fato inusitado, mas tinham a plena convicção que ela seria uma grande amazona.

Os brasileiros ficaram afastados, até que Atena fez um gesto para eles aproximarem. Gabe não se conteve dando um abraço em Aiolos.

– Parabéns cunhadinho! Virou GM.

– Obrigado Gabe. - brincou com os cabelos dela.

Alguns cavaleiros olharam entre si. Cunhado?

Os meninos e as meninas parabenizaram o cavaleiro que sorria de orelha a orelha. Sheila, mais atrás, esperou todos, para parabeniza-lo.

– Parabéns Aiolos. - sorriu e estava prestes a abraça-lo...

– Obrigado Sheila. - a fisionomia permaneceu natural e apenas estendeu-lhe a mão.

Ela assustou com o tom, não que fosse grosso ou seco, mas polido demais para vir dele. Logo após o agradecimento, Aiolos voltou a atenção para os demais. As meninas arquearam a sobrancelha. Shura, Aioria ficaram surpresos, ao contrário de Kamus que já imaginava aquela atitude vinda dele.

A paulista o viu se afastar, ficando incomodada. As palavras do francês vieram-lhe na mente: " Se ele desistir de vez, não há futuro para vocês."

Antes de descerem, Saori convidou a todos para as fotos oficiais. Na antiguidade era pintados quadros e afrescos nas paredes, mas com a modernidade, nada melhor que fotografias. As fotos seriam tiradas no salão do templo, por um fotografo contratado pela deusa. Os brasileiros afastaram-se um pouco.

A primeira foto foi com Atena, Shion, Aiolos e Dohko. Em seguida Aiolos com Shion e Dohko. Aiolos com os cavaleiros, os cavaleiros com Atena e Afrodite, Atena e Marin e no final todos reunidos.

Aioria, vendo que Shion não estava perto da deusa, aproximou sorrateiramente.

– Atena.

– Sim?

– Talvez não seja prudente, mas... - temia uma negação.

– Mas...

– Posso tirar uma foto com a Gabe? - deu um sorriso amarelo.

Saori pensou por alguns segundos. Não teria chance das meninas levarem aquelas fotos e quando elas fossem embora seria uma lembrança para os dourados.

– Pode sim Aioria.

– Obrigado. - beijou as mãos da deusa. - Gabe!

Foi até a brasileira.

– Vem. - pegou na mão dela.

– Onde?

– Tirar foto.

Todos ficaram surpresos quando o leonino foi para um canto com Gabe. Ele passou a brasileira na frente, abraçando-a por trás. A fotografa fez dois cliques.

– A Marin deixou? - Shaka estranhou.

– Não estão mais juntos. - disse Dite, não entrando em detalhes.

Dohko e Jules foram os próximos a pedirem fotos, assim como Mabel e Ricardo.

– Podemos tirar uma foto? - Juliana olhou para Shaka.

– Mas é bobagem.

– Por favor... - juntou as mãos.

– Tá... - como era difícil negar algo para ela.

Meio encabulado, Shaka foi para o local das fotos. Ju trazia um fino sorriso. E claro que os dois juntos trouxe um burburinho entre os cavaleiros.

– O que deu no Shaka de tirar foto? - indagou Aiolos.

– Tenho minhas suspeitas. - Atena sorriu divertida.

O indiano não se sentiu muito a vontade sendo o centro das atenções.

– De olhos abertos Shaka. - pediu a oriental.

– Tá...

Abriu os olhos e a foto ficou linda. Isa arrastou Kamus, não perderia a chance de tirar uma foto com ele. Ester fez a mesma coisa, praticamente intimando o ariano.

– Eu também quero. - Julia arrastou Afrodite e Mask.

Shura acompanhava ressabiado. Queria ter uma foto com ela, mas se cedesse a esse desejo, todas as suas convicções cairiam por terra.

Helu ficou olhando as poses que Mask fazia, era uma mais idiota que a outra e não teve como não sorrir. Giovanni a fitou, dando um leve sorriso.

– Ah eu também quero. - disse Miro. - mas quero com todas as meninas. - deu um sorriso lavado.

Todas com exceção de Marcela foram. Depois da foto, Shion aproximou-se de Paula.

– Podemos? - indagou num tom baixo.

– Na frente de todos? - sabia que o ariano era bastante metódico.

– Por que não? - sorriu.

Os dois fizeram uma pose nem séria, nem muito intima, mas suficiente para levantar ainda mais burburinhos que Shaka. Marin aproveitou a deixa e chamou Fernando.

Atena também tirou uma foto com Rodrigo, nos mesmos moldes de Shion. Poseidon ficou sério nessa hora.

– Senhor não quer tirar uma foto com a Suellen? - sugeriu Sorento vendo a expressão séria do deus.

– Quero. - disse seco.

Caminhou até Suellen, que estava perto de Bel e Julia.

– Podemos tirar uma foto? - deu um sorriso.

– Claro!

A brasileira abriu o sorriso o que deixou Kanon louco da vida. Segurou para não voar no pescoço dele, quando o viu abraça-la. Atena que acompanhava a cena, olhou do deus para o marina.

– "Isso não vai acabar bem... ou.." - sorriu. - ... "talvez agora ele faça algo..."

– Vem Cris. - Kanon puxou a cunhada.

– Pera aí Kanon...

– Primeira foto, serei eu mesmo, na segunda faço a cara do Saga.

– Não é a mesma coisa... - sorriu.

– Claro que não, sou mais bonito!

– Convencido.

Aquelas fotos deixaram evidentes os casais que tinham se formado. Talvez os únicos que ainda não eram suspeitos era Atena e Rodrigo, pois não imaginavam que a deusa se envolveria com alguém fora do santuário, com exceção de Shion e Dite, que sabiam da história. Shura e Miro, não tiraram com ninguém especifico e Cris por motivos óbvios.

Aiolos olhava a todos com um sorriso nos lábios. Nunca tinha visto os amigos tão animados, entretanto o sorriso morreu ao ver Sheila se aproximar dele.

– Não teremos uma foto?

– Teremos...

A paulista parou ao lado do sagitariano, passando seu braço pelas costas dele e esperando o mesmo gesto. Mas não veio. Aiolos permaneceu do mesmo jeito com os braços paralelos ao corpo. A expressão do rosto era neutra. Sheila notou que o grego sequer a tocava. A fotografa pediu um sorriso, mas o máximo que conseguiu foi um fino desenho nos lábios. Kamus e Aioria franziram o cenho.

Assim que a foto foi tirada, Aiolos pediu para tirar com o irmão e a cunhada, afastando-se de Sheila.

– O que deu nele? - indagou Juliane.

– Não sei Jules. - disse irritada. - foda-se para ele.

A brasileira foi em direção a Sorento, sugerindo uma foto dos dois. Aiolos nem os olhou.

O grupo tirou várias outras fotos entre eles, as meninas se reuniram para tirar uma foto, já que até aquele momento a ultima tinha sido no Pathernon em ruínas. Tiraram mais algumas até que Atena deu um basta, pois já estava ficando tarde para descerem a Rodorio. Adrian e Sorento disseram que participariam por algumas horas da festa. A comitiva preparava para descer...

– Vamos esperar um pouco. - disse Kamus segurando o braço de Isa.

– Por quê?

– Chame o Aioria e a Gabe discretamente.

– Está bem. - não entendeu, mas foi chama-los.

Mask parou ao lado dele.

– Vai buscar o instrumento?

– Daqui a pouco. Vamos descer juntos.

O francês esperou todos saírem do templo para iniciar o assunto com eles.

– O que foi Kamus? - Aioria estava curioso.

– Hoje eu conversei com a Sheila a respeito do seu irmão.

– E aí?

– Parece que os dois resolveram trocar de signos! Que eu saiba sagitarianos são impacientes e librianos indecisos... mas no caso desses dois é o contrário.

– Já conversei com o Aiolos. - disse Aioria. - mas ele está cheio de neuras...

– O que disse a ela Kamus? - indagou Isa.

– Expus a insegurança dele, com a declaração publica dela em querer agarrar o Afrodite.

– Só o Afrodite não.... - murmurou Gabe.

– O grande mestre gosta da Sheila? - Mask ouvia tudo surpreso.

– Se gosta, não disse a ela e se ela gosta não disse a ele. Da forma que as coisas estão indo, os dois vão acabar separados.

– São dois orgulhosos. - disse Mask, achando aquilo tudo divertido. - Aiolos não fala nada com medo de levar um não e Sheila com medo de se declarar atoa. Ninguém quer dar o braço a torcer.

– Sou obrigado a concordar com você. - Aioria balançou a cabeça. - mas e aí? O que faremos?

– Vamos ver na festa da vila, - disse Kamus. - vou encontrar uma brecha para conversar com ele, aí vemos o que faremos.

– Aproveitando a deixa... - Mask deu um sorriso perve. - está pegando duas Aioria?

– Não Mask. - o leonino o fitou ferino. - eu e a Marin terminamos.

– Ah...

– É melhor descerem. - disse Kamus. - Atena está esperando.

– Não vai agora?

– Não Isa. Vou resolver algo com o Mask, daqui a pouco eu desço.

– Tudo bem. - estranhou, mas não disse nada.

O.o.O.o.O

O grupo principal passava pelo caminho que levava o Templo ao vilarejo. Quando avistaram as primeiras casas, Saori não conteve a emoção e ficou ainda mais quando pisou efetivamente em Rodorio. As ruas estavam enfeitadas com flores e estandartes da deusa. Os moradores que a aguardavam fizeram um corredor para que o cortejo passasse. No centro da vila fizeram dois palanques. Um continha quatro cadeiras e era menor. Atena foi conduzida até ele tomando seu assento. Shion a sua direita, Aiolos a esquerda e Poseidon a esquerda do grego. Os demais cavaleiros e as meninas ficaram ao lado do palanque. Sorento e Kanon nos degraus, sendo que Sheila ficou ao lado do marina.

O palanque maior ficava de frente para a deusa, com apenas um vão, que foi tomado por pessoas, para separa-los. Houve silêncio, quando o ancião da vila subiu no palanque prestando uma leve reverencia a deusa.

– Senhorita Atena, - a voz saiu grave. - venho em nome de todo o povo de Rodorio agradecer todo o bem que tem feito a nossa vila. Sabemos que na administração do senhor Aiolos, teremos momentos de paz, quando tivemos com o senhor Shion. - o olhar foi de um para o outro. - Queríamos homenagea-la e chegamos ao veredicto de realizar a Panathenaia, mas com tempo escasso, espero que não se importe com a realização modesta da mesma.

– Claro que não senhor Heitor. - levantou, colocando as mãos do homem entre as suas. - obrigada. - olhou para a multidão. - obrigada a todos.

No grupo....

– O que é Panathenaia? - indagou Heluane.

– São festas em honra a Atena Helu. - disse Marin. - na antiguidade elas eram muito comuns, dividindo-se entre as pequenas e grandes Panathenaias. As pequenas eram realizadas todo ano e a grande de quatro em quatro anos.

– Nessas festas, tinham danças, músicas, jogos e sacrifícios. - Dite completou. - duravam quatro dias em média.

– É essa então a surpresa que os moradores falaram... - murmurou Marin.

Juliana faria uma pergunta, mas foi interrompida pela voz de Heitor.

– Com as bênçãos de nossa deusa que deem inicio a Panathenaia!

O povo aplaudiu e ainda mais quando uma dupla de homens subiram no outro palanque. Eles declamaram vários poemas e hinos dedicados a Atena. Ao som de aplausos deixaram o palco. As próximas atrações seriam de canções em homenagem a deusa da sabedoria. Subiu um grupo com três meninas nos vocais e dois tocando flautas. Para recriar os sons da Grécia antiga improvisaram alguns instrumentos. Em seguida um grupo de mulheres e depois de homens. Atena estava adorando as apresentações, ficando surpresa ao ver Kamus e Mask subirem no palco.

– O que aquele italiano idiota está fazendo lá? - Dite trazia uma sobrancelha arqueada.

– E Kamus então? - Miro igualmente chocado.

Shion achou o fato curioso.

– Não tivemos muito tempo Atena, - iniciou Kamus. - tivemos que improvisar.

O francês tirou seu instrumento de dentro do local apropriado. Isa arregalou os olhos. Mask que faria o vocal, completamente sem graça, não fixou o olhar em ninguém.

Kamus fez os primeiros sons. O som suave do violino preencheu o local.

– Kamus toca violino???? - Isa estava perplexa.

– Ele não te contou? - Miro a fitou surpreso. - gosta de se mostrar para todo mundo... - revirou os olhos.

– Arrumei o namorado perfeito.

Segundos depois a voz de Giovanni tomou o local. Era uma antiga canção em homenagem a Atena. A própria ficou maravilhada ao ouvi-la pois remetia lembranças antigas e a voz de Giovanni era apropriada.

– Tenho que admitir que a voz dele é boa. - disse Shura.

– Isso é injusto. Eu que tinha que estar no palco. - disse Miro. - para encantar.

– Por isso que cobra não tem asa. - brincou Deba.

– Silencio eu quero escutar. - pediu Julia.

Heluane voltou a atenção para o palco. Nem parecia o temido cavaleiro de câncer, a voz saia sem dificuldade alguma e bem melodiosa. Ficou imaginando o pequeno canceriano no coral da igreja. Isa não continha o sorriso, Kamus estava divino!

A música chegou ao fim, com grandes aplausos. Atena estava de pé, com os olhos marejados.

Os dois cavaleiros fizeram uma reverencia deixando o palco.

– Obrigado por ter aceitado o convite Giovanni.

– Não foi nada Kamus. - perdeu o fôlego.

– O que foi?

– Nada. Falta de costume. - desconversou. - vou ao banheiro.

O italiano saiu por trás tomando o rumo de uma ruela. Quando estava longe o bastante, soltou toda a vontade tossir. Aguentou durante toda a música, pois não poderia desapontar Kamus e Atena, mas tinha chegado ao limite. Tossia tanto que em alguns momentos perdeu o ar.


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