A Lenda dos Santos de Atena escrita por Krika Haruno
Notas iniciais do capítulo
E as despedidas continuam....
Leão
O cavaleiro a conduziu até um pequeno jardim que ficava ao lado do antigo alojamento das sacerdotisas. Não era muito grande, mas tinha vários bancos e inúmeros pés de rosas.
O vento soprava um pouco mais forte. Os dois sentaram, lado a lado, vendo as luzes de Rodorio.
– Posso realmente ficar com o desenho?
– Pode. É seu. - não queria encara-lo.
– Eu vou sentir a sua falta... - abaixou o rosto.
Ela o fitou.
– Espero que você e Marin se acertem.
– Obrigado...
Ficaram em silêncio por alguns minutos.
– Sobre o beijo... - Aioria ainda continuava com o rosto baixo.
– Não se preocupe Aioria. Marin não nos viu, então não tem nada a temer, ou se sentir culpado.
If you had my love
And I gave you all my trust
Would you comfort me?
And if somehow you knew
That your love would be untrue
Would you lie to me
And call me baby?
Se você tivesse meu amor
e eu te desse toda minha confiança
Você me confortaria?
E se de alguma forma você soubesse
que seu amor era falso
Você mentiria pra mim
E me chamaria de sua garota?
– Mas eu me sinto culpado...
Ela o fitou.
– Por quê?
– Porque eu gostei... - a olhou constrangido. - sou um canalha não sou?
Ela ficou calada, pois não sabia o que dizer. Sempre achou errado traição, mas agora que estava no olho do furação...
– Não sei se é... eu sou a ultima pessoa que enxergaria isso de você.
– Por quê? - indagou surpreso.
– Por nada... - era melhor não conta-lo sobre seus sentimentos. Ela iria embora amanhã e mesmo que ficasse, ele nunca retribuiria. Era da Marin que ele gostava, era com ela que tinha que ficar.
Now if I give you me
This is how it's got to be
First of all, I won't take you cheatin' on me
Tell me who can I trust
If I can't trust in you
And I refuse to let you play me for a fool
Agora se eu me desse pra você
É como tinha que ser
Primeiro de tudo eu não queria que você me enganasse
Baby, em quem posso confiar
se não puder confiar em você
E me recuso deixar você me fazer de boba
– Por que Gabe?
– Por nada. - levantou. - Obrigada pelo jogo, foi divertido.
– Espera. - a segurou, para em seguida soltá-la. - obrigado pelo desenho e pela tarde. Você é muito legal.
Na verdade não era isso que queria dizer. Gabe soltou um suspiro desapontado. Ela era apenas "legal."
– Adeus Aioria. - disse saindo.
– Adeus...
You said that we could possibly
Spend eternity
(see that's what you told me; that's what you said)
But if you want me
You have to be fulfilling all my dreams
(if you really want me, babe)
Você disse que poderíamos possivelmente
passar a eternidade
(Veja que o que te disse foi o que você disse)
Mas se você me quiser
Tem que preencher todos os meus sonhos
Se você realmente me quiser, baby
O leonino a via se afastar e o aperto no peito, o comprimia ainda mais.
Ela seguia em direção a entrada do jardim, quando sentiu o braço ser segurado. Quando percebeu, estava de frente para o leonino que não pensou duas vezes, a beijou. Gabe arregalou os olhos, mas depois deixou-se levar. O cavaleiro passou o outro braço pela cintura dela trazendo-a para mais próximo de si.
Percebia que havia diferença entre o beijo da brasileira e da amazona, mas não sabia precisar qual era. Com Gabe sentia-se jovem e com um mundo novo a ser desbravado. Já com a amazona, a certeza que teria uma companheira, pois os dois vinham de um mundo de guerras.
A falta de ar os separou e Gabe aproveitou para se afastar.
– Adeus Aioria... - saiu correndo antes que chorasse na frente dele.
– Adeus... - murmurou triste.
Templo
Rodrigo encarava o rosto sério de Saori, ou melhor, dizendo de Atena.
– Já me disse que coloca suas obrigações acima de sua vontade. - disse o baiano.
– Sim.
– O que eu queria... sei que é pretensão minha, mas ao menos uma vez coloque suas vontades acima das obrigações.
Atena soltou um longo suspiro.
– Já fiz isso no passado e não deu muito certo. Já fiz isso nessa era e também não deu muito certo. Lembra-se de como eu tratava os cavaleiros de bronze quando éramos crianças?
– Sim...
– Não é prudente Rodrigo.
– Mas não acho justo casar apenas por obrigação, mesmo que seja com o Julian.
– É o meu dever. Por milênios tenho sido considerada a deusa casta e gostaria muito de me manter assim, mas nessa Era isso é impossível. O posto que meu corpo mortal ocupa é muito importante.
Thousand years, a thousand more
A thousand times a million doors to eternity
I may have lived a thousand lives, a thousand times
An endless turning stairway climbs
To a tower of souls
If it takes another thousand years, a thousand wars
The towers rise to numberless floors in space
I could shed another million tears, a million breaths
A million names but only one truth to face
Mil anos, e mais mil
Mil vezes um milhão de portas pra eternidade
Eu posso ter vivido mil vidas, mil vezes
Uma subida interminável numa escada espiral
Para uma torre de almas
Se levar mais mil anos, mil guerras
As torres se erguessem a inúmeros andares no espaço
Eu poderia derramar mais um milhão de lágrimas, um milhão de suspiros
Um milhão de nomes mas só uma verdade para encarar
– Já se apaixonou? - indagou direto.
Atena ergueu as sobrancelhas, pois não esperava essa pergunta. Alias sempre temeu essa pergunta, pois ela fazia se lembrar de um fato do passado. O único homem que conseguiu despertar desejo tanto na sua face mortal, quanto a imortal. Rodrigo notou que havia ido direto no ponto fraco dela. Será que ela gostava de Julian? Ou até mesmo de Seiya? Já que na série em algumas partes parecia que os dois tinham sentimentos além da relação cavaleiro-deusa. Se isso fosse verdade, por Julian ou por Seiya, não ficaria triste, pois ela estaria com alguém que gostava. E mesmo que ela não o correspondesse, o que se mostrava verdade, continuaria a gostar dela.
Atena levantou da mesa indo até a janela.
– Já Rodrigo. - disse sem virar-se para ele.
– Pelo Seiya? - indagou. - Julian?
– Nenhum dos dois.
– Nem mesmo a Saori?
– Nem mesmo ela. - olhava o céu aos poucos ficar encoberto por densas nuvens. - durante séculos tentei ficar imune a esses sentimentos humanos. Para o bem de todos e o meu também. Quando os deuses se apaixonam perdem a racionalidade. O amor neles é despertado de uma forma diferente e nem sempre do modo correto. Por isso todos esses anos venho me mantendo afastada disso.
Rodrigo escutava, mas a mente estava agitada tentando descobrir por quem Atena/Saori nutria a paixão. Se não era por nenhum dos dois por quem era?
A million roads, a million fears
A million suns, ten million years of uncertainty
I could speak a million lies, a million songs
A million rights, a million wrongs in this balance of time
But if there was a single truth, a single light
A single thought, a singular touch of grace
Then following this single point, this single flame
This single haunted memory of your face
Um milhão de estradas, um milhão de medos
Um milhão de sóis, dez milhões de anos de incerteza
Eu poderia dizer um milhão de mentiras, um milhão de canções
Um milhão de acertos, um milhão de erros nesse balanço do tempo
Mas se houvesse uma única verdade, uma única luz
Um único pensamento, um toque único de graça
Então seguindo esse único ponto, essa única chama
Essa única memória que me persegue, do seu rosto
– De quem você gosta? - não se importou se sua pergunta despertasse a ira da deusa.
– Você já ouviu falar nele. - o fitou. - está na história que Kurumada publicou.
Isso significava que Atena/Saori gostava de um cavaleiro, mas qual?
– Por qual...?
– Sísifo de Sagitário.
Rodrigo levou um susto. Então era por ele? Se bem lembrava, o cavaleiro disse que seus sentimentos por Atena iam além do de cavaleiro, então Atena...
– Foi ele que me levou para o santuário e me protegeu até o fim... - abaixou o rosto. - tanto Sasha como eu não tínhamos conhecimento do que seria o amor. Só com o tempo percebi o que era.
– Ainda o ama? - e ele que pensava que a concorrência com Julian era pesada, ainda tinha mais um.
– Não sei. Como te disse a concepção de amor para deuses é diferente para os humanos.
O brasileiro ficou em silêncio.
– O meu pedido continua o mesmo. - disse por fim. - não faça algo que não queria apenas por obrigação. Sei que o mundo depende disso, mas pense um pouco em você.
I still love you
I still want you
A thousand times the mysteries unfold themselves
Like galaxies in my head
Eu ainda te amo
Eu ainda te quero
Mil vezes esses mistérios se desdobram
Como galáxias na minha cabeça
Atena sorriu. Lentamente caminhou até o brasileiro.
– Agradeço de coração sua preocupação comigo. Tem sido um bom amigo.
– Queria ser muito além disso.
A deusa o fitou surpresa.
– O que disse?
– Eu gosto de você. - disse.
Ficou sem palavras, como assim ele gostava dela?
– Está equivocado Rodrigo.
– Não estou. - disse sério. - gosto de você, mas vou respeitar o que ainda sente por Sísifo.
– Rodrigo eu...
Não deu-lhe chance de dizer nada. Rodrigo mandou o bom senso para o espaço, ao enlaçar em seus braços a grega, no instante seguinte juntou seus lábios aos dela. Atena arregalou os olhos, pois em séculos ninguém se atreveu a encostar nela, muito menos daquele jeito. O baiano intensificou o contato e a deusa acabou por ceder. O cheiro de lavanda que vinha dos cabelos dela embriagava os sentidos do rapaz, mas tentou manter-se centrado, pois mesmo que a vontade fosse avançar, estava beijando uma deusa e todo cuidado era pouco. Atena/Saori sentia o coração bater acelerado, tanto quanto batia ao ver Sísifo. Por que as sensações eram parecidas? A falta de ar os separou.
– Me perdoe Atena. Pode me punir se quiser, mas eu precisava fazer isso.
– É melhor você sair.... - disse atordoada. - até amanhã.
– Eu não estarei aqui, então pense seriamente no que disse sobre sua vontade. Não faça nada que possa se arrepender. Adeus. - disse saindo.
Ela não disse nada.
Quarto acima...
– Foi um prazer ajuda-la Marin.
– Eu que agradeço a companhia e o ombro amigo. Pode parecer mentira, mas vou sentir sua falta.
– Eu também. Posso... te perguntar uma coisa?
– Claro.
– Você e Aioria. Vão se casar?
– Não sei se casar é o termo certo... envolve muitas coisas...
– Desejo de coração que seja muito feliz.
– Obrigada. Desejo o mesmo. Espero que encontre uma boa pessoa.
– Eu já encontrei... - murmurou abaixando o rosto.
– Como? - não tinha escutado.
– Nada. - a fitou. - só pensei alto.
– Você é uma boa pessoa Fernando.
– Obrigado.
Please, please forgive me
But I won't be home again
Maybe someday you'll look up
And, barely conscious, you'll say to no one
"Isn't something missing? "
Por favor, por favor me perdoe
Mas eu não estarei novamente em casa
Talvez em algum dia você observará
E, pouco consciente, você dirá a ninguém
"Algo não está faltando? "
– Sei também que se tornará um grande escritor. Comprarei todos os seus livros. - sorriu.
– Pena que não poderei te mandar um exemplar autografado...
– Eu seria a primeira da fila.
– Marin... - silenciou. Não sabia se aquele momento era propício. Ainda mais por saber que seria rejeitado, já que a amazona gostava do leonino.
– Sim?
– É que... é que... - as palavras lhe faltavam. A coragem lhe faltava. Logo ali, que estavam só ele e ela e nenhuma testemunha. - é que...
– Fale Nando. - disse simplesmente. A timidez dele era uma graça.
– Nada de mais.... besteira minha.
– Certeza?
– Sim. - sorriu. - não é nada...
You won't cry for my abscence, I know, you forgot me long ago
Am I that unimportant?
Am I so insignificant?
Isn't something missing?
Isn't someone missing me?
Você não chorará por minha ausência, eu sei, você me esqueceu há muito tempo
Eu sou aquele sem importância?
Eu sou tão insignificante?
Alguém não está sentindo falta de mim?
Alguém não está sentindo falta de mim?
– Se não é nada.... - levantou. - vou indo. Você precisa descansar. - aproximou-se dele.
– Tudo bem... - via a única chance de confessar a ela se esvair.
– Adeus Fernando.
Surpreendendo-o a amazona o abraçou.
– Cuide-se está bem?
– Pode deixar. - correspondeu ao abraço. - você também. Seja feliz com o Aioria...
– Obrigada.
Ela o soltou.
– Adeus Nando.
– Adeus...
Marin caminhava para a porta...
– Espera. - disse num rompante.
– Sim? - Marin voltou a atenção para ele.
– Sei que não vai valer nada, mas preciso te dizer algo.
– Fale.
– Eu gosto de você Marin. - disse rápido.
A amazona tomou um susto, para depois sorrir.
– Também gosto de você. - sorriu.
– Mas não gosto da maneira que está pensando. - disse sério.
Even though I'd be sacrificed
You won't try for me, not now
Though I'd die to know you loved me
I'm all alone
Isn't someone missing me?
Please, please forgive me
But I won't be home again
I know what you do to yourself
I breathe deep and cry out
Isn't something missing?
Isn't someone missing me?
Embora eu fosse sacrificado
Você não tentará me salvar, não agora
Embora eu morreria para saber se você me ama
Eu estou tão só
Alguém não está sentindo falta de mim?
Por favor, por favor me perdoe
Mas eu não estarei novamente em casa
Eu sei o que você faz a você
Eu respiro profundamente e choro
Alguém não está sentindo falta de mim?
Alguém não está sentindo falta de mim?
Marin entendeu. Abaixou o rosto procurando as melhores palavras. Não queria de jeito nenhum magoar o mineiro. Ele aproximou parando em frente a ela. Marin encostada na porta olhava para o chão.
– Você sabe que eu gosto do Aioria...
– Sei... mas não muda o que eu sinto por você.
– Fernando...
O brasileiro ergueu o queixo dela gentilmente. Seu rosto era ainda mais belo a curta distancia. O coração de Marin batia depressa...
– Fernando...
A resposta dele foi beija-la, de forma lenta. Marin não sabia o que fazer, mas deixou-se levar pelo contato e não pode deixar de notar a diferença entre o beijo dele e de Aioria. O do mineiro era mais comedido, tímido, enquanto o de Aioria era abrasador. Fernando tocava-lhe tão calmamente que se sentia em câmera lenta. Ele vendo que não foi rejeitado aprofundou o contato passando a mão pelos cabelos vermelhos...
Separam...
– Me desculpe. - afastou.
– Fernando eu...
– Sei que gosta do Aioria... só quero que saiba que eu também gosto de você.
– Eu preciso ir. - a cabeça estava um nó. - ate amanha. - abriu a porta.
– Até...
Gêmeos
Cristiane subiu as escadas que davam na estátua, contornou-a parando a pouco de Saga, ele percebeu a presença.
– Vai embora.
A resposta dela foi sentar perto dele. Cris não o fitou, apenas as luzes de Athenas.
– Não pensei que seria tão rápido. - disse.
– Disse que ficaria comigo... - abraçou as pernas.
Whenever I'm alone with you
You make me feel like I am home again
Whenever I'm alone with you
You make me feel like I am whole again
Whenever I'm alone with you
You make me feel like I am young again
Whenever I'm alone with you
You make me feel like I am fun again
Sempre que eu estou sozinha com você
Você me faz sentir como se eu estivesse em casa novamente
Sempre que eu estou sozinha com você
Você me faz sentir como se eu estivesse inteira novamente
Sempre que eu estou sozinha com você
Você me faz sentir como se eu fosse jovem novamente
Sempre que eu estou sozinho com você
Você me faz sentir como se eu fosse divertido novamente
– Eu sei... mas posso te pedir uma coisa?
– O que é?
Os dois fitaram-se.
– Que não vai tomar nenhuma decisão precipitada. Por favor.
– Não posso fazer nada a respeito disso. Se o meu outro "eu" manifestar, não me resta alternativa. Sinto muito mas não posso prometer algo que não vou cumprir.
Notou que o tom de voz dele era sério.
However far away I will always love you
However long I stay I will always love you
Whatever words I say I will always love you
I will always love you
Mesmo distante eu sempre vou te amar
Não importa o tempo que eu ficar, eu sempre vou te amar
Quer que eu diga que eu sempre vou te amar
Eu sempre vou te amar
– Jamais vou te esquecer. - ele completou.
Cris sentiu um aperto no peito, pois aquela frase não se aplicava apenas a partida dela, quando tivesse oportunidade Saga daria cabo a sua vida. Os olhos marejaram, não queria perdê-lo. Uma coisa era saber que estavam separados por um oceano, outra era pela sombra da morte.
– Saga... - começou a chorar. - Saga...
O geminiano ficou surpreso com as lágrimas, depois se sentiu mal, muito mal.
– Cris... - os olhos marejaram. - por favor... - as lágrimas começaram a cair. - não... vá... eu não... vou... conseguir....sozinho...
– Saga...
Ela o abraçou com força e ele correspondeu ao gesto. Os dois choraram.
Se recompondo um pouco o geminiano a soltou, mas seus rostos ficaram próximos. Ele tocou a face dela acariciando-o e no segundo seguinte beijaram-se. Intensificaram o contato e apenas a falta de ar os separou, mas não uma distância muito grande. As testas ficaram coladas com o olhar fixo um no outro.
– Obrigado... por tudo... - ele deu um meio sorriso.
Whenever I'm alone with you
You make me feel like I am free again
Whenever I'm alone with you
You make me feel like I am clean again
Sempre que eu estou sozinha com você
Você me faz sentir como eu estivesse livre de novo
Sempre que eu estou sozinha com você
Você me faz sentir como se eu estivesse limpa novamente
Abraçaram novamente e ela não conteve o choro. Agarrava-se a ele, como se aquilo talvez pudesse fazê-lo mudar de ideia. Saga acariciava os cabelos dela. Já estava resignado por seu destino, apenas agradecia aos deuses, por ter a colocado em seu caminho. Foi breve, mas intenso.
O.o.O.o.O
– Não me olha assim... - disse Kanon ressabiado com a expressão fechada de Suellen.
– Vou servir sua cabeça numa bandeja de prata! - gritou.
– Saiu sem querer... vai conversar comigo ou não?
– Vamos. - saiu pisando duro.
Não foram muito longe, sentando nos jardins da fonte de Atena. Onde horas antes Saga tinha levado a mineira. Suellen ainda estava com a cara fechada.
– Ainda está com raiva de mim? - a fitou.
– Sim! - Su continuava com o rosto virado.
– Juro que foi sem querer... mas pera aí... como sabe da minha garrafa?
– Sabendo. - não revelaria a fonte.
– Marcela fofoqueira...
– Isso não importa... Por que o Saga está lá?
– Porque a Cris vai embora. - olhou para a paisagem. - estou prevendo dias tenebrosos. Ele vai se fechar ainda mais no mundinho dele. Estou começando a achar que ele tem autismo também.
– Ele tem você.
– Seria mais fácil com a Cris aqui. Como seria mais fácil com você aqui.
Suellen o fitou na hora.
– Pode parecer que estou querendo te agradar ou sendo egoísta, mas você tem sido um apoio para mim.
– Eu?
– Sim. Todos esses anos tenho levado o problema do Saga sozinho, sem ninguém para desabafar mas aí você chegou... - abaixou o rosto. - me dizendo palavras de encorajamento... não é só o Saga que precisa de apoio... - a voz saiu triste.
– Kanon... - murmurou sensibilizada.
Summer moved on
And the way it goes
You can't tag along
Honey moved out
And the way it went
Leaves no doubt
O verão se foi
E da forma que ele vai
Você não consegue acompanhar
Minha querida partiu
E do jeito que foi
Não deixa nenhuma dúvida
– Vou sentir a sua falta... - a fitou.
– Eu também.
Ficaram em silêncio. Suellen voltou a atenção para a cidade, enquanto abraçava o corpo, por causa do vento frio que soprava, indicando que choveria mais tarde.
– Está com frio?
– Um pouco.
Kanon aproximou passando seu braço pelas costas dela, aconchegando-a.
– Está bom assim?
– Está... - sentia-se nas nuvens.
Moments will pass
In the morning light
I found out
Seasons can't last
And there's just one thing
Left to ask
Momentos passarão
Na luz da manhã
Eu descobri que
As estações não podem durar
E só há uma coisa
Que resta pedir
O geminiano a abraçou mais forte. Imaginava que estava carente de atenção, pois se sentia muito bem, tendo a brasileira nos braços. Mas ela iria embora no dia seguinte e a "batalha" contra a doença de Saga, ficaria mais pesada. Se pudesse, pediria a Atena para que Su ficasse mais um pouco. A brasileira, sentia os braços fortes de Kanon envolve-la de forma terna. Queria ficar daquele jeito para sempre, entretanto não era possível.
– Sei que vai conseguir conduzir a situação do Saga.
– Assim espero.
Stay
Don't just walk away
And leave me another day
A day just like today
With nobody else around
Fique
Apenas não vá embora
E deixe-me num outro dia
Um dia como o de hoje
Com ninguém à volta
– Obrigado. - acariciou o rosto dela.
– De nada. - sorriu.
Os olhares não desviaram. Suellen sentiu os lábios de Kanon tocarem os seus. Como eram macios! O geminiano começou tímido. Apesar de ter beijado muitas mulheres, a sensação daquele beijo era diferente e por isso agia com cautela. Su passou a mão pela nuca dele, misturando seus dedos nas mechas azuis, intensificando o contato. Kanon gostou disso. Ele a trouxe mais para perto si e apenas a falta de ar os separou.
– Vou te esconder na minha casa... - disse com um fino sorriso. - se Atena perguntar digo que não sei onde está.
– Não pode fazer isso. - sorriu.
– Mas gostaria...
Suellen o beijou novamente, de forma mais calma. Kanon ficou quieto. Queria que ela conduzisse o contato... queria que ela conduzisse sua vida...
– Não queria dizer adeus. - disse a brasileira. - mas não tem outro jeito...
– Eu sei... Te levo até o templo.
Seguiram em silêncio até o quarto de Suellen.
– Adeus Su.
– Adeus Kanon, cuide-se.
– Pode deixar.
Antes de ir, o cavaleiro a beijou mais uma vez.
Câncer
Giovanni contraiu o rosto, para em seguida tomar o último gole de uísque, precisava se controlar.
– Shion sabe disso? Talvez seja melhor avisa-lo.
Ele não lhe deu ouvidos, caminhando em direção a porta. Passou por ela, como se ninguém estivesse ali.
– Ninguém dá as costas para mim. - segurou-o pelo braço.
– Se quiser passar a noite no subsolo continue segurando meu braço. - a voz saiu sinistra.
Helu o soltou.
– Muito bem pingo de gente.
– Seu...
O italiano segurou a mão dela no ar.
– Estou quieto no meu canto e veio me provocar. Depois não diga que eu avisei.
Say something I'm giving up on you
I'll be the one if you want me to
Anywhere I would've followed you
Say something I'm giving up on you
Diga alguma coisa, estou desistindo de você
Eu serei o escolhido se você me quiser
Eu teria te seguido para qualquer lugar
Diga alguma coisa, estou desistindo de você
Ela sorriu.
– Está se contendo? O grande Mascara da Morte está se contendo? Ficou frouxo?
O cavaleiro a fitou de forma perigosa. Sua paciência estava no limite.
– Frouxo...
As poucas meditações com Shaka valeram a pena naquele momento. Ele soltou um longo suspiro, controlando-se para não meter a mão na cara dela.
– Quando o vértice abrir, terei o enorme prazer em chuta-la. Atena pode até me castigar, mas vou meter o pé na sua bunda.
– Só pode fazer isso mesmo. Não tem golpe. - disse com desdém.
Giovanni jogou o balde longe, fazendo ecoar o som pelo salão de câncer. Segurou os braços da brasileira com as duas mãos, seu olhar era frio.
– Escuta aqui garota, minha paciência está no limite.
– E...daí...? - disse devagar.
And I
Am feeling so small
It was over my head
I know nothing at all
And I
Will stumble and fall
I'm still learning to love
Just starting to crawl
E eu
Estou me sentindo tão pequeno
Foi demais para minha cabeça
Eu não sei absolutamente nada
E eu
Tropeçarei e cairei
Ainda estou aprendendo a amar
Estou apenas começando a engatinhar
Helu o fitava de forma cínica. Como era bom tira-lo do sério. Ele ia se arrepender por tudo que ele a fez passar no subsolo de Câncer. Se por um lado estava se deliciando com a raiva dele, por outro tentava manter-se racional. Tinha que admitir que aquele homem era lindo e que mexia com ela. Muito.
Giovanni a fitava com ódio. Se tinha alguém que queria matar, esse alguém era ela, contudo seus instintos estavam aflorados. O olhar desafiador dela mexia com seu corpo.
– Vá embora. - a soltou.
– Não queria me matar?
– Vá embora! - gritou. - Ou...
– Ou o que? Vai me matar? - indagou com deboche.
Say something I'm giving up on you
I'm sorry that I couldn't get to you
Anywhere I would've followed you
Say something I'm giving up on you
And I
Will swallow my pride
You're the one that I love
And I'm saying goodbye
Diga alguma coisa, estou desistindo de você
Me desculpe por não ter conseguido chegar até você
Eu teria te seguido para qualquer lugar
Diga alguma coisa, estou desistindo de você
E eu
Engolirei meu orgulho
Você é a pessoa que eu amo
E estou dizendo adeus
O cavaleiro fechou o punho, erguendo-o. Que se dane, a retaliação que sofreria por Atena e Shion, Heluane sairia pela barreira sem os dentes. Helu encarou aquele punho. Sabia que ele não poderia manda-la para Yomotsu, mas que ficaria com a cara amassada isso ficaria, mas não recuou, continuando a fita-lo com arrogância. Nunca abaixaria a cabeça para ele. Faltava pouco para MM despejar toda sua raiva nela, quando...
Tudo que ela sentiu foi ser pressionada entre o corpo dele e a pilastra. MM buscou os lábios dela de forma brusca, violenta. A audácia dela estimulava tanto sua raiva, quanto seu desejo. Não gostava de mulheres frescas e metidas e sim fortes e seguras de si. E tinha que admitir que Heluane era assim. Destemida, audaciosa.
Envolvida, a brasileira aproveitou a deixa, para explorar o corpo do rapaz, notou os músculos do tórax e barriga tanquinho. MM honrava o sangue italiano.. quente, passional. Entretanto, a pegação foi diminuindo e o beijo foi se tornando mais calmo, terno, romântico...?
Os dois "perceberam" o rumo do beijo, recuando, mas não desviaram o olhar. Estavam um pouco assustados.
– Sai daqui Heluane.... - disse baixo.
– É o que vou fazer... - disse atordoada.
Ela saiu.
O.o.O.o.O
Marin desceu às pressas as escadas, ganhando o corredor em seguida a cozinha. Quando alcançou a porta do pátio saiu correndo, acabou por trombar em alguém.
– Marin?
– Aioria?!
– O que faz aqui? - indagaram ao mesmo tempo.
– Só uma volta. - disseram ao mesmo tempo.
– Estava com Atena?
– Sim... coisas sobre o santuário. - ela tentava disfarçar o nervosismo. - e você?
– Estou sem sono... - sorriu sem graça. - estava indo embora?
– Sim. Me acompanha?
– Claro.
– Obrigada.
Os dois seguiam em silencio, com cada um mergulhado no sentimento de culpa que sentiam.
– Aioria... - tentava arranjar coragem para contar o que aconteceu.
– Marin eu... - queria confessar sobre o beijo.
– Diga... - ela o fitou.
– Não é nada... só que...
Foi interrompido por um abraço dela.
– Eu te amo Aioria, muito, não se esqueça disso.
– Eu também. - a abraçou, seu coração pesava. - muito. - colocou o rosto dela em suas mãos. - muito.
A beijou. Precisa afirmar o que tinha dito. Sempre amou Marin e não seria diferente agora. O mesmo se passava nos pensamentos da japonesa. Sempre amaria Aioria.
O cavaleiro a pegou no colo, levando-a para o alojamento onde ela dormia. Passaria a noite com ela.
O.o.O.o.O
Ficaram naquela posição por um longo tempo, até que Saga percebeu que ela tinha dormido, cansada de tanto chorar. Gentilmente o cavaleiro a pegou no colo, aproximando o corpo dela junto ao seu. Caminhou até o templo, mas no meio do caminho sentiu uma leve dor de cabeça, o que era um claro indicio de problemas. Subiu até o segundo andar do templo e deu uma leve batida com pé na porta. Já passava das dez e certamente as meninas estariam no quarto.
Gabe abriu.
– Saga? Cris?
– Está dormindo.
– Entre.
Entrou sob os olhares surpresos de Mabel e Suellen, que não estavam num estado melhor que a brasileira, devido a separação. Saga a colocou na cama retirando a sandália. Aproximou do rosto dela e beijou-lhe na testa.
– Cuida dela.
Disse para as três que apenas acenaram. Caminhou para a porta, mas antes de sair a fitou mais uma vez.
Do lado de fora, encostou a testa na porta. Isa que seguia para seu quarto parou ao vê-lo.
– Kanon...? - ficou na dúvida.
O cavaleiro a fitou, assustado, pois não tinha percebido a presença dela. Assim que notou que ela o olhava, abaixou o olhar.
– Saga. - constatou. - algum problema? Quer que eu chame a Cris?
– Não...
Isa ficou em silêncio, durante a degustação do vinho, Kamus contara algumas coisas sobre a doença do geminiano.
– Tem certeza que está bem?
– Sim... - notou que ela carregava uma caixa e ao julgar pela decoração viu que era de Kamus. - foi o Kamus não foi? - apontou.
– Sim. Ele me deu um livro de presente. Para a minha tese.
– Marselha... tem um amplo campo de estudo. A biblioteca do templo tem vários exemplares sobre o assunto.
– Kamus me falou, é uma pena que não tenho mais tempo.
– Infelizmente... - olhou para a porta.
– Tem certeza que não quer que a chame?
– Tenho. - disse firme. - já vou indo. Boa noite.
– Boa noite.
O cavaleiro passou por ela, assim que ele sumiu Isa bateu na porta do quarto da mineira. Gabe atendeu.
– Cadê a Cris?
– Dormindo. Saga a trouxe.
– Ah... - agora fazia sentido. - também já estou indo dormir. Boa noite.
– Boa noite.
O.o.O.o.O
Relâmpagos cortavam o céu de Athenas, trovões podiam ser ouvidos de longe. A chuva caiu de uma vez, molhando o solo sagrado.
Kanon entrou em casa, depois de muito andar pelo santuário pensando em Suellen. Tirou as sandálias na sala mesmo. Acendeu a luz estranhando a escuridão das demais dependências. Sua intuição que apitava desde que entrara na terceira casa, disparou. Kanon correu até o quarto do irmão, a porta estava fechada.
– Saga. - girou a maçaneta vendo que estava trancada. - Saga.
Nem esperou reposta arrebentando a porta. O quarto estava na penumbra, a janela aberta deixava o vento úmido da chuva entrar. Kanon percorreu o quarto parando o olhar no canto esquerdo. Saga estava sentado, bem no cantinho de costas para a porta.
– Saga. - Kanon deu um passo, temendo ver alguma coisa ruim. - Saga.
Ele não respondeu. Kanon aproximou, soltando um suspiro de alivio. O geminiano mais velho, desenhava.
– Saga. - Kanon agachou ao lado dele tocando-lhe no ombro.
Saga parecia não ouvi-lo, pois continuou a desenhar. O marina mirou a folha de papel vendo que ele desenhava a constelação de Gêmeos. Assim que terminou, Saga desenhou, metade das estrelas. Kanon a principio não entendeu. Analisou o desenho, percebendo que as estrelas mostravam três pessoas. Ainda em silêncio, Saga colocou uma letra em cada "pessoa", 'C', 'S' e 'K'. Kanon entendeu na hora.
– Venha Saga. - Kanon levantou.
Ele largou o lápis sobre o papel, seguindo o irmão. Foram para o quarto de Kanon.
– Vai dormir comigo hoje. - achou melhor vigia-lo bem de perto. - mas se tomar a cama toda te coloco para dormir no chão.
Saga deu um sorriso.
Kanon ajeitou a cama e Saga deitou. O Marina foi ao banheiro tomar um banho, não demorou muito para não deixar o irmão sozinho. Quando voltou notou que Saga dormia profundamente. Foi até a janela fechando um pouco a cortina, depois deitou.
– "Sem a Suellen, sem a Cris... vai ser difícil..."
A chuva castigava a morada de Atena, era uma tempestade, mas nada que tirasse o sono, entretanto o único que dormia era Miro, depois de tomar uma alta dose de calmante. No templo, Marcela estava virada para o canto. Tinha reparado que suas amigas de quarto tinham voltado há muito tempo, mas fingiu dormir. A cabeça estava coberta pela colcha, o Ipod do lado tocava uma única música...
Baby baby
When we first met I never felt something so strong
You were like my lover and my best friend
All wrapped in one with a ribbon on it
And all of a sudden you went and left
I didn't know how to follow
It's like a shock that spun me around
And now my heart's dead
I feel so empty and hollow
Baby Baby
Quando nos vimos pela primeira vez, nunca senti nada tão forte
Você era como meu amante e meu melhor amigo
Tudo embrulhado e com uma fita
E de repente você foi
Eu não soube como seguir
Como um choque mudei
E agora meu coração está morto
Eu o sinto vazio e oco
Estava com ódio de Miro. Nem sabendo que ela ia embora no dia seguinte, tinha ido despedir dela. De certo, pouco se importava com ela.
– "Escorpião idiota!"
And I'll never give myself to another the way I gave it to you
You don't even recognize the ways you hurt me, do you?
It's gonna take a miracle to bring me back
And you're the one to blame
And now I feel like... oh!
E eu nunca me entregarei da maneira que eu me entreguei a você
Você nem reconhece a maneira que você me machuca, não é?
Só com um milagre pra me trazer de volta pra você
E você é o único culpado
E agora eu sinto como - ooh!
– "Idiota!!!" - os olhos marejaram, mas não choraria. Não derramaria uma única lágrima por aquele cretino.
You're the reason why I'm thinking
I don't wanna smoke on these cigarettes no more
I guess that's what I get for wishful thinking
Should've never let you enter my door
Next time you wanna go on and leave
I should just let you go on and do it
'Cause now I'm using like I bleed
Você é a razão pela qual eu penso
Eu não quero mais fumar estes cigarros
Eu acho que é o que recebo por esse desejo maldito
Eu nunca mais deixarei você entrar por essa porta
Da próxima vez que você quiser vir e sumir
Eu deveria apenas deixar você ir
Porque agora estou costumada a ter pena
Mas Marcela não era a única do quarto acordada. Isabel olhava os pingos de chuva baterem de forma violenta na janela. Como pôde ir do céu ao inferno no mesmo dia? Pois era assim que se sentia. Kamus estava em suas mãos e agora teria que voltar e pior sem se lembrar dele... Kamus voltaria a ser apenas seu cavaleiro favorito...
Heluane tentava dormir, tentava, pois a imagem de Giovanni não saia da sua mente, não apenas a imagem, como também o beijo que ele lhe dera. Só o toque dele conseguia incendia-la.... apertou os olhos, pois não queria lembrar daquele arrogante. Dava graças a Deus que no dia seguinte o esqueceria de vez... mas era isso que realmente queria?
Kamus ainda sentado na varanda, sentia na face a força do vento. Desviou o olhar para onde, antes Isabel estava sentada. Sentiria falta dela, sentiria muito.
Mask abriu a terceira garrafa de cerveja. Queria ficar de porre, talvez só assim tiraria aquela mulher da cabeça. Tomou um banho frio, mas seu corpo ainda estava aceso e como estava com ódio de si mesmo...
Julia olhava para a parede, o olhar estava vago... a cena de Shura tomando-lhe nos braços passava e repassava na sua mente.... tinha sido o beijo perfeito, pena que o único, mais pena ainda que esqueceria dele...
Sheila estava sentada na poltrona mirando a janela, pensava que as meninas estavam dormindo, mas estavam acordadas. A paulista lamentava o fim de seu sonho... o jeito era encarar a realidade, uma realidade sem Aiolos...
Juliana pensava em Shaka e na forma como ele a olhou depois do beijo. Parecia assustado. Balançou a cabeça de forma negativa debaixo dos lençóis. Ele não estava assustado e sim nervoso. Afinal alguém o beijara sem seu consentimento. Deu um leve sorriso, mas tinha sido bom, muito bom...
Shaka no jardim das árvores gêmeas estava em posição de meditação, deixando os pingos de água caírem em seu corpo. Apesar do mundo está desabando do lado de fora, naquele lugar era apenas chuvisco. Desde que fora beijado por Juliana, não parava de pensar nela e nos sentimentos conflitantes dentro do seu coração...
Aiolos esticado na cama, olhava para o teto... naquela hora do dia seguinte, Sheila já estaria na sua vida de sempre, sem ao menos lembrar dele. Não era isso que queria, mas infelizmente tinha que acatar...
Shura olhava para a estátua de Atena que tinha em sua casa. A lembrança de Julia naquele local ainda era muito viva, assim como o beijo que deu nela. Tinha sido diferente de todos que já dera até hoje. Queria mais, mas sabia que não era prudente, somado a isso o fato dela ir embora no dia seguinte....
Paula, estava encolhida na cama. Os olhos estavam fechados, mas a expressão de Shion vinha de tempos em tempos. Como era difícil dormir depois do que tinha acontecido no quarto dele. Foi um simples beijo de despedida, mas pesava tanto!
Jules, ainda trazia os olhos vermelhos. Não esperava uma separação tão repentina. Como seria sua vida de agora por diante? Olharia para a imagem de Dohko e não se lembraria de nada? Era injusto, muito injusto...
Ester apenas olhava para os raios que cruzavam o céu. Pela janela molhada percebeu que uma forte chuva caia. Seu coração poderia se assemelhar a aquela imagem. Em poucas horas, esqueceria-se do som da voz de Mu. Sua mente voltaria ao um mundo sem som.
Dohko na janela, via a chuva cair. Quantas vezes testemunhou uma tempestade como aquela? Sozinho em Rozan... a diferença agora é que toda vez que visse uma tempestade como aquela, lembraria de Juliane...
Mu olhava o céu, onde horas antes fez aparecer dezenas de pontos luminosos. Aqueles dias tinham sido assim, pontos luminosos e que agora se tornariam apenas um céu negro, sem a presença de Ester...
Shion, passava os dedos pelas teclas de piano. O que sentia, fazia parte da obrigação de ser Grande Mestre? Acostumado a perdas? Mas por que aquela era a mais difícil? Por que queria que tudo fosse diferente?
Fernando estava deitado virado para o canto. O mais difícil disso tudo, ou o mais fácil, era se esquecer do rosto da amazona e do gosto do beijo dela. Mas estava acostumado a isso. Sempre que as coisas caminhavam, vinham as Moiras para puxar seu tapete... com Marin não seria diferente.
Rodrigo fitava o teto. A expressão estava séria. Nem usando todos os seus argumentos conseguiu fazer com que a deusa pensasse um pouco mais em si mesma e o pior é que iria embora e sem memória pouco podia fazer...
Atena de pé, olhava os raios cruzarem o céu. Na sua varanda via sua estátua ser iluminada por eles. Não conseguia dormir, pois a imagem de Rodrigo vinha constantemente a ela. Não tinha certeza do que se tratava esse sentimento, só que não queria que ele fosse embora...
Marin sentia o calor dos braços de Aioria, mas por dentro sentia-se fria. A sensação do beijo do brasileiro ainda estava em seus lábios. Sempre acreditou que amava o leonino, mas depois de hoje, não tinha mais certeza. Apesar de saber que com a partida dele, as coisas voltariam ao normal, no intimo não queria que ele passasse por aquela barreira.
Aioria achava que Marin estava dormindo, coisa que ele não conseguia fazer. A culpa consumia-o, ainda mais por saber que gostara de beijar Gabrielle. Era errado, mas ela aquecia o coração dele de forma diferente. Tentou não pensar mais nela, pois no dia seguinte as coisas se ajeitariam.
Gabe, tinha o travesseiro cobrindo o rosto. Já tinha chorado tanto, que com certeza acordaria com o rosto esquisito... mas como não chorar? Esqueceria-se de Aioria, do desenho, da tarde, do beijo no jardim... não queria isso...
Mabel estava abraçada ao travesseiro, como se aquele objeto pudesse imitar o corpo do taurino. Seu mundinho perfeito com ele e com o emprego que ele lhe oferecia simplesmente tinha acabado. Como seguiria a vida sem aquele sorriso?
Suellen pensava nas palavras de Kanon: " não é só o Saga que precisa de apoio...", o coração apertou. Kanon precisava de alguém tanto quanto Saga e como ela queria está do lado dele nesses momentos, contudo aquilo não era mais possível... não poderia estender a mão quando ele precisasse.
Cris, estava acordada. Tinha despertado, ficando assustada ao perceber que estava em sua cama e não com Saga. Não fez barulho para não acordar as amigas. Não queria pensar, no ato insensato que o geminiano poderia fazer. Perder Saga daquele jeito trazia a ela uma sensação de impotência...
Ricardo, deitado na sala, escutava a "Mensagem de Amor". Sua mãe tinha partido e agora Mabel faria o mesmo. Ficaria sozinho novamente...
Kanon deitado em sua cama, olhava para o teto. Levantou, pois não conseguia dormir. Olhou para o irmão, este sim dormia. Sentou na sala, pensando em tudo que Suellen tinha lhe dito. Lembrou-se de como a conheceu, dando um sorriso tímido. Sentiria falta dela...
Saga não estava dormindo. Apenas ficara quieto para não preocupar o irmão. A verdade é que pensava em Cristiane e no quanto seria difícil sem a presença dela...
A chuva durou a noite toda...
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Músicas desse capitulo
Gabrielle e Aioria: If You Had My Love - Jennifer Lopez
Rodrigo e Saori: Thousand Years - Sting
Fernando e Marin: Missing - Evanescence
Cristiane e Saga: Lovesong - Adele
Suellen e Kanon: Summer Move On - A-ha
Heluane e Mask: Say Something - A Great Big World feat.Christina Aguilera
Marcela e Miro: Rehab - Rihanna