A Lenda dos Santos de Atena escrita por Krika Haruno


Capítulo 14
Despedidas




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Virgem

Juliana estava prestes a entrar no templo quando parou, fitando as escadas que levavam as doze casas. Queria se despedir de Shaka, mas já era tarde e ele poderia não gostar. Contudo partiria no dia seguinte, se ele ficasse com raiva, não teria mais importância já que não o veria mais. Resolveu arriscar.

Durante o trajeto não encontrou com ninguém. Entrando em Virgem foi direto para a porta privativa. Bateu duas vezes, sem resposta.

– "Será que saiu...?" - tocou a maçaneta abrindo a porta.

Depois do gesto de carinho de Dohko por Juliana, Shaka cessou a visão. Não tinha que levar a sério aquele fato.

A paulista percorreu a casa toda, não encontrando o virginiano.

– "Deve ter saído." - pensou.

De súbito lembrou se do jardim. Shaka só poderia está lá. O trajeto ainda estava fresco na memória, assim como a forma de abrir a porta. Foi com um sorriso nos lábios que viu o indiano em posição de meditação debaixo de uma das árvores. O vento estava um pouco mais forte o que fazia a franja não ficar no lugar. Ela aproximou parando a pouco dele.

Shaka parecia não ter dado conta da presença dela.

Parada, Juliana não sabia o que fazer. E se ele estivesse em profunda meditação, iria acorda-lo? De certo que ele a mataria por isso. Ir embora? Não estava cogitando isso, pois queria conversar com ele pela última vez.

– Shaka. - chamou bem baixo.

Ele não respondeu.

– Shaka.

Nada dele se mexer.

Então fez como Dohko. Ela aproximou um pouco mais e brincou, de maneira contida, com os cabelos loiros. Como eram macios!

Shaka tinha notado a presença dela, na hora que entrou no jardim, mas por está com raiva, fingiu que meditava. Ficou surpreso pelo gesto dela. Abriu os olhos mirando-a.

Juliana perdeu a fala. Os cabelos de Shaka estavam totalmente soltos. A franja que ele sempre prendia para trás, agora caia de forma displicente sobre a testa. Os olhos azuis pareciam ainda mais azuis. O olhar era sério.

– Desculpe se interrompe.

– Sabe que na Índia o que fez é mal visto. - levantou. - nunca toque na cabeça de um indiano.

– Desculpe... – encolheu, sem perceber que Shaka dissera aquilo apenas para desestabiliza-la, já que essa crença era hinduísta e não budista.

– O que veio fazer aqui?

– Me despedir...

Áries

Depois da saída de Jules e Juliana, Paula terminou com a mala. Não querendo ficar no quarto sozinha desceu, indo mais precisamente para o escritório de Shion. Bateu na porta e não ouvindo resposta entrou. O cômodo estava às escuras.

– "Será que está no quarto?" - pensou.

Tomando coragem, a brasileira seguiu para o terceiro andar. Já do final das escadas, escutou o som de piano. Parou na porta para ouvir.

Em seu quarto, depois de uma rápida refeição, Shion resolveu tocar um pouco. Precisava espairecer, não era certo o beijo que deu na brasileira, mas não podia negar que gostara. Paula era uma mulher interessante.

Do lado de fora Paula viajava no som produzido. O ariano tocava muito bem. Estava tão encantada com a música, que acabou por escorar na porta e como ela estava meio aberta...

O tombo foi inevitável. Shion parou de tocar na hora.

– Ana Paula?!

– Shion.... - murmurou vermelha de vergonha. - desculpe... - levantou depressa. - é que... estava ouvindo a música.... e toca tão bem.... me desculpe.

– Tudo bem. - saiu do estado de choque. - Sente-se.

– Posso?

– Sim.

Ainda constrangida sentou no sofá.

– O que estava tocando?

– Valsa do Minuto, Opus 64, nº 1 de Chopin.

– Ah... acabei interrompendo... – disse sem graça.

– É só continuar.

– Por favor.

O ariano voltou a tocar. Paula ouvia encantada.

Leão

No quarto Gabe estava sentada na varanda num canto, tentava não chorar, mas toda vez que se lembrava do sorriso do leonino as lágrimas vinham.

– Gabrielle... Gabe...

Ela escutava seu nome, mas não tinha noção de onde vinha.

– Gabe.

Levantou indo até a beirada.

– Aioria?

– Desce.

– Está bem... - estava prestes a dar meia volta.

– Pula, eu te pego.

– Pular? - assustou.

– Confie em mim.

Ainda um pouco receosa, a brasileira passou a perna pela grade da varanda, a altura era grande.

– Aioria... - estava com medo.

– Vou te pegar. Apenas pule.

Gabe fechou os olhos e pulou. Apenas abriu ao sentir braços lhe segurando. Ela fitou o rosto do leonino que lhe sorria.

– Não falei que te pegaria? – sorriu para depois ficar sério. - Podemos conversar?

– Sim...

Gêmeos

Depois da reunião Saga e Kanon foram para casa, contudo segundos depois o geminiano mais velho saiu. Kanon não foi atrás, de imediato, mas como passava das oito e Saga não tinha voltado, deixou o dragão marinho em alerta. Rapidamente foi atrás encontrando-o sentado nas escadarias do templo de Atena.

– Saga.

Ao ver o irmão Saga levantou indo em direção a estátua, Kanon foi atrás.

– Saga.

– Me deixe em paz!

– Espera. - tocou no ombro dele.

– Me deixe em paz Kanon! - gritou empurrando-o.

– Não vai a lugar algum. - disse sério. - vamos para Gêmeos, agora.

– Não me dá ordens! - o tom ficou agressivo.

Kanon não ficou intimidado, tinha que agir como se aquilo não fosse nada.

– Nem que eu tenha que amarrar, você vai para casa comigo. - diante da noticia da partida da brasileira, tinha que ficar de olho nele.

– Já disse para me deixar em paz!

O cavaleiro partiu para cima de Kanon, dando-lhe um forte soco no estomago. O dragão foi de joelhos ao chão. Saga "percebendo" o que tinha feito saiu correndo.

– "Nem velho e doente, fica fraco."

Ainda com um pouco de dor, foi atrás do irmão. Saga correu até a estátua, olhava de forma assustada para a mão que golpeara Kanon. Levou as mãos até a cabeça começando a chorar. Aos poucos foi agachando até esconder o rosto entre as pernas. Kanon não demorou a chegar até ele.

– Saga...

– Sai daqui Kanon... - a voz saiu abafada.

– Saga. - agachou ao lado dele. - está assim porque ela vai embora?

– Ela falou que ficaria comigo... que quando me sentisse mal ficaria do meu lado... mas agora...ela vai embora...

Kanon respirou fundo.

– Vamos para casa, lá conversamos.

– VAI EMBORA KANON! - gritou.

Kanon soltou um suspiro partindo, só tinha uma pessoa que poderia fazê-lo sair dali.

Suellen e Cris estavam no quarto conversando, quando escutaram alguém bater. Suellen que foi atender. Kanon na porta fez cara de sério, para ver se conseguia confundir. A pernambucana abriu a porta, mirando o homem.

– Kanon.

– Como sabe que sou eu?

– Só olhar para seu rosto. É o convencimento em pessoa.

– Mas eu fiz como o Saga... - disse emburrado.

– Se eu não souber diferenciar você do Saga, posso me jogar da janela.

– Por quê? - estranhou a frase. Soou como se fosse obrigatório saber quem é quem.

– Porque sim. "Porque eu gosto de você." - pensou. - o que faz aqui?

– Será que podemos conversar? Só um pouco...

– Tudo bem.

– A Cris está?

– Sim.

– Pode chama-la?

Suellen voltou um pouco o corpo.

– Cris.

A mineira apareceu na porta.

– Oi Kanon.

– O que o amor não faz... sabe diferenciar eu do meu irmão.

Se pudesse ficar vermelha, Cris tinha ficado. Suellen olhou ferina para Kanon.

– Acho que o Shion precisa ficar sabendo sobre certa garrafa de uísque. - disse.

– Como sabe da minha garrafa??? - arregalou os olhos.

– Sabendo!

Kanon engoliu seco.

– Cris... pode ir até ao pátio da estátua? Saga está lá e acho que só você consegue tira-lo.

– Por que eu? - ficou em pânico, será que Kanon sabia que ela gostava de Saga.

– Geminianos se entendem. - disse, ao notar a expressão fria de Suellen. - por favor.

– Tudo bem. Até mais.

Saiu. Suellen ainda continuava olhando ferina para ele.

Câncer

Cansada de ficar no quarto, Helu saiu. No meio do caminho teve uma ideia, faltavam poucas horas para ir embora, nada que gastar um pouco do seu tempo irritando uma pessoa.

Em Câncer, Giovanni estava sentado na entrada de sua casa, com um balde de gelo do lado, tomando uísque. Trazia um sorriso maldoso ao se lembrar da cara da Julia diante de Shura.

– "Ele é mesmo um idiota. - tomou um gole. - a bambina é gente boa."

Olhou para o céu vendo que densas nuvens aproximavam do santuário. Passou a mão pelo balde levantando, o rosto contraiu ao ver uma pessoa aproximando.

– O que faz aqui? - indagou frio.

– Vim te dar tchau. - Helu sorriu ironicamente.

– É muito petulante em vir aqui depois de tudo.

– A verdade dói não é? Não tem porque ficar com raiva. O que eu falei foi pouco perto do que me fez no subsolo.

Teve que contar até dez para não voar no pescoço dela.

– Sai daqui Heluane.

A brasileira ficou surpresa, pois ele lhe chamara pelo nome, mas não abandonou o sorriso irônico.

– Pensei que gostaria da visita. Esse humor todo é falta de mulher? - devolveu na mesma moeda.

– Vai embora, ou não garanto que vá passar pela barreira amanha.

– Já disse que não tenho medo de você e ouse encostar em mim!

Aquário

Era incrível como a conversa fluía entre os dois. Pareciam que se conheciam há anos. A garrafa já estava perto do fim. Isa sentia o rosto quente, não estava tonta, mas o lado racional do cérebro não estava completamente ligado. Sentiu o vento úmido em seu rosto e fechou os olhos por segundos. Kamus a fitava fixamente. Desde que descobrira seu gosto por Marselha e vinhos vinha pensando naquela pequena degustação, contudo quando a beijou em Hefesto, ponderou em não fazer, pois achava que poderia misturar as coisas, mas o fato dela ir embora no dia seguinte o fez rever. Ela tinha sido uma companhia tão agradável que merecia aquilo.

– É uma pena sua partida. - disse.

– Eu também sinto. - abriu os olhos passando a fita-lo. - pena que esquecerei essa noite, ela está perfeita.

– São as normas. - serviu a si e a ela esvaziando a garrafa. - um brinde a sua tese. - ergueu a taça.

– Um brinde a você.

Open up your heart to me

And say what's on your mind, oh yes

I know that we have been through so much pain

But I still need you in my life this time, and...

Abra seu coração para mim

E conte o que pensa, oh sim

Sei que nós sofremos muito

Mas ainda preciso de você em minha vida, e...

Brindaram e bebiam o conteúdo sem tirar o olhar um do outro.

– O que achou da estadia? - Kamus depositou a taça na mesa.

– Perfeita.

– E de mim?

– Exatamente como imaginava. - pousou a taça sobre a mesa. - sempre gostei do seu lado racional de resolver as coisas e provou que é assim. Gosto disso. - Isa sorriu.

– Obrigado.

– E de mim? - devolveu a pergunta.

– Uma pessoa equilibrada e inteligente. Gosto disso. - repetiu.

Isa deu um leve sorriso.

– Obrigada. Agradeço pelo livro e pelo vinho. - disse, pois tinha que ir embora, se ficasse mais tempo tornaria a separação mais dolorosa, ao menos para ela.

I need you tonight

I need you right now

I know deep within my heart

It doesn't matter if it's wrong or right

I really need you tonight

I figured out what to say to you

But sometimes the words they, they come out so wrong, oh yes they do

And I know in time that you will understand

That what we have is so right this time, and...

Preciso de você hoje à noite

Preciso de você agora

Sei, do fundo do meu coração

Não interessa se está certo ou errado

Preciso mesmo de você hoje à noite

Pensei no que dizer a você

Mas algumas vezes as palavras, elas...elas saem tão erradas, oh sim

Mas tenho certeza de que você vai entender

Que aquilo que temos está tão certo agora, e...

Isa levantou.

– Obrigada Kamus, mas eu preciso ir.

O cavaleiro não disse nada, apenas levantou parando na frente dela. Ternamente pegou suas mãos, colocando entre as dele.

– Obrigado por dividir comigo suas ideias. Tenho certeza que terá êxito.

– Adeus Kamus.

A resposta dele foi acariciar o rosto dela. Isa sentiu aquele toque fechando os olhos, como queria que a barreira não abrisse ou que Kamus existisse em São Paulo. Teve os pensamentos interrompidos ao sentir os lábios dele sobre os seus. O beijo dele era terno, calmo, mas capaz de incendiar seu corpo. Ela aprofundou o contato, pois queria senti-lo ainda mais. O cavaleiro correspondeu a intensidade.

I need you tonight
I need you right now
I know deep with in my heart
It doesn't matter if it's wrong or right
All those endless times we tried to make it last forever more
And baby I know
I need you
I know deep with in my heart
It doesn't matter if it's wrong or right
I really need you, oh

Preciso de você hoje à noite
Preciso de você agora
Sei, do fundo do meu coração
Não, não interessa se está certo ou errado
Todas aquelas infinitas vezes Nós tentamos fazer isso durar para sempre
E mais querida, eu sei Que eu Preciso de Você (oh, oh, sim)
Eu preciso de você
Eu sei do fundo do meu coração
Não importa se é certo ou errado
Eu realmente preciso de você, oh

A falta de ar interrompeu, mesmo assim permaneceram com os rostos próximos.

– C'était une journée parfaite. - disse a morena. (Foi um dia perfeito)

– Connaître le français? - estava surpreso, tanto que até arqueou as sobrancelhas. (Sabe francês?)

– Oui. - sorriu diante da expressão dele. - Cuide-se.

Ficou surpreso. Descobrir que ela falava sua língua, apenas agora... Poderiam ter conversado ainda mais. Mas era tarde para isso.

– Você também.

Beijaram-se mais uma vez, de forma bem lenta para prolongar ao máximo o contato. Que Isa sempre fora apaixonada pelo francês era fato, ela apenas não sabia, que tinha lançado um fino raio de sol no coração dele e que infelizmente seria cessado. Kamus sabia disso, mas também sabia que mesmo seu coração voltando a ser um cubo de gelo, estaria marcado por aquele raio de sol para sempre.

Ela soltou-se e ficando nas pontas dos pés beijou-lhe a testa.

– Adeus Kamyu.

– Adeus Isabel.

Touro

Ouviam as músicas em silêncio. Mas as mentes estavam agitadas. Mabel queria lhe dizer tudo que sentia, mas faltava-lhe coragem. Talvez Deba tivesse sido apenas gentil e ela estava confundindo as coisas. Mas se era isso, por que ele a beijou?

Ricardo fitava um ponto qualquer. Deveria está acostumado a perdas, mas saber que não veria Mabel mais o deixava triste.

Os Livros na estante já não têm mais tanta importância.

Do muito que eu li,

Do pouco que eu sei,

Nada me resta...

A próxima faixa começou a tocar, identificaram a música na hora. Se aquela música já tinha um grande significado para ele, agora teria ainda mais. Mabel escutava a melodia lembrando-se da voz melodiosa do taurino. Os dois fitaram-se. O olhar do taurino era terno. Ele começou a cantar baixinho...

A não ser a vontade de te encontrar
O motivo eu já nem sei
Nem que seja só para estar ao seu lado,
Só pra ler no seu rosto
Uma mensagem de Amor.

Mabel sorriu.

– Nunca vou me esquecer de você. - Deba levou a mão ao rosto dela acariciando-o.

– Também não queria te esquecer...

A noite eu me deito então escuto a mensagem no ar (...)
Vagando entre os astros,
Nada me move
Nem me faz parar
..

A não ser a vontade de te encontrar
O motivo eu já nem sei
Nem que seja só para estar ao seu lado,
Só pra ler no seu rosto
Uma mensagem de Amor.

Ele aproximou tomando os lábios dela que lhe esperavam. Começou terno, mas aos poucos foi ganhando ardência. O taurino a trouxe para mais perto de si. Os fones foram ao chão, mas nem perceberam pois estavam mergulhados nas sensações que sentiam. Aos poucos o taurino tombava seu corpo, ficando sobre ela. Mabel pensou que sentiria todo o peso dele sobre si, no entanto, não sentiu nada, apenas seus lábios quentes. Deba aprofundou o contato e Mabel correspondeu na mesma medida. Apenas a falta de ar os separou.

– Vou sentir sua falta. - disse o brasileiro.

Mabel queria dizer o mesmo, mas sabia que não era verdade, pois passando pela barreira, aqueles dias caíram no esquecimento. Mas uma coisa poderia dizer...

– Mesmo passando pela barreira vou continuar gostando de você. Sempre.

Ele sorriu.

– Preciso ir.

Aldebaran lhe beijou mais uma vez, antes de sair de cima dela. Mabel levantou ajeitando o vestido.

– Tchau. - o fitou sorrindo.

– Tchau Bel... - não queria que ela fosse, mas tinha que deixar.

Mabel passou pela porta da sala, mas antes de fecha-la o fitou pela última vez.

Áries

obs: conversa telepaticamente

Os dois sentaram no sofá. Ester que sorria ficou séria.

– O que foi? - indagou Mu.

– Vim me despedir. - o fitou. - não sei como será amanha...

– Entendo... - o ariano abaixou o rosto. Ela iria embora.

– Obrigada por tudo Mu. Por tudo mesmo.

– Não foi nada... - disse triste. - eu que agradeço por ter compartilhado um pouco do seu tempo comigo. - a fitou.

Ainda bem
Que agora encontrei você
Eu realmente não sei
O que eu fiz pra merecer
Você

– Eu vou sentir a sua falta...

– Não vai. - pegou a mão dela. - quando atravessar aquele portal, vai me esquecer. Voltarei a ser apenas o cavaleiro de Áries.

– Mu...

O cavaleiro tocou o rosto dela.

Porque ninguém
Dava nada por mim
Quem dava eu não tava a fim
Até desacreditei
De mim

O meu coração
Já estava acostumado
Com a solidão quem diria
Que ao meu lado você iria ficar

Ester aproximou e o beijou. Mu pego de surpresa, apenas segundos depois que correspondeu. O cavaleiro a envolveu em seus braços. Valeu a pena morrer naquele muro, pois pode salvá-la. E mesmo que ela não se lembrasse mais dele, ela sempre teria um lugar no seu coração. A brasileira aprofundou o gesto, queria chorar, pois aquele seriam as últimas horas com ele. Quando voltasse para sua cidade, não teria Mu em sua vida. A falta de ar os separou.

Ester deixou uma lagrima cair, prontamente enxugada por ele.

– Se cuida. - disse. - não deixe os outros te limitarem. Nem o céu é o limite.

– Sim... obrigada Mu... - os olhos lacrimejaram. - por ter me feito "escutar" o som de uma voz... - ela chorou, com a perda da memória até isso seria tirado, a voz humana voltaria a ser algo sem significado para ela.

O cavaleiro a abraçou.

Você veio pra ficar
Você que me faz feliz
Você que me faz cantar
Assim

– Mu...

– Vem...

Ele a conduziu para a entrada de Áries. Já podiam sentir o vento úmido da chuva, mas o céu ainda não estava encoberto. O cavaleiro sinalizou que era para ela olhar para o céu. Ester ergueu o rosto. Ela não pode ver, mas uma luz dourada envolvia o ariano, que fechando o punho, socou para o alto. Segundos depois...

Os olhos de Ester arregalaram de surpresa, ao ver dezenas de feixes de luz cortarem o céu como estrelas cadentes. O espetáculo demorou um minuto. A brasileira baixou o rosto, recomeçando a chorar. Mu aproximou abraçando-a.

– Sua estadia pode ter sido apenas o brilho de uma explosão de uma estrela... - afastou., mas sem soltá-la. - mas valeu muito a pena ver esse brilho.

Ele a beijou mais uma vez.

– Adeus Mu...

– Adeus Ester...

Ela soltou um suspiro, pois aquilo seria o ultimo "som" a ouvir...

Sagitário

O olhar de Aiolos não expressava nada, alias a face dele permanecia inalterada. Nem a partida dela, o fez mudar a expressão.

– Torço para que seja um bom grande mestre. Só é uma pena que não lerei nada sobre seu mandato.

– Nunca vou chegar aos pés de Shion. - disse encostando na soleira da porta.

– Claro que vai. Já demonstrou tantas vezes que é um excelente cavaleiro, tenho certeza que será um ótimo mestre.

– Acha mesmo? - a fitou.

– Sim.

– As vezes penso em recusar... - olhava um ponto qualquer. - quando fui nomeado pela primeira vez era o mais velho de todos junto com o Saga, agora sou o mais novo. Não tenho experiência em liderar.

– Liderou Seiya e os outros pelas doze casas. É evidente que é um bom líder.

Aiolos voltou a fitá-la, era tão simples quando aquilo saia da boca dela. As coisas eram tão mais leves. Ele sorriu e Sheila ficou encantada com aquele sorriso. O cavaleiro deu dois passos aproximando e completamente pega de surpresa ele a beijou.

I'm waking up to ash and dust

I wipe my brow and I sweat my rust

I'm breathing in the chemicals

I'm breaking in, and shaping up

Then checking out on the prison bus

This is it, the apocalypse, whoa

Estou acordando em meio a cinzas e poeira

Enxugo minha testa e suo minha ferrugem

Estou inalando os produtos químicos

Estou invadindo e tomando forma

E então verifico o ônibus da prisão

É isso, o apocalipse, oh


O beijo foi completamente diferente do recebido horas antes. O cavaleiro apenas a envolveu em seus braços aprofundando- o. Sheila sentiu o rosto arder, o toque do grego era quente e como queria sentir aquilo para sempre.

A mente de Aiolos estava a mil, havia prometido a si mesmo que não se envolveria com Sheila, mas seu lado emocional ainda ditava as ordens. Sabia que como GM, esse lado teria que ser retraído, mas não agora. Não com ela a poucos passos.

I'm waking up, I feel it in my bones

Enough to make my systems blow

Welcome to the new age, to the new age

Welcome to the new age, to the new age

Whoa, whoa, I'm radioactive, radioactive

Whoa, whoa, I'm radioactive, radioactive

Estou acordando, sinto isso em meus ossos

O bastante para explodir meus sistemas

Bem-vindo à nova era, à nova era

Bem-vindo à nova era, à nova era

Oh, oh, sou radioativo, radioativo

Oh, oh, sou radioativo, radioativo


A falta de ar os separou, mas não se separaram. Sheila olhava para todos os detalhes do rosto do grego, era bem mais infantil, mas perfeito. Os olhos verdes, o cabelo dourado e a bandana vermelha. Aquele pedaço de pano já fizera parte de tantos sonhos que era quase impossível Aiolos sem ela. Cedendo a vontade, a paulista tocou o pano. Aiolos acompanhava o movimento dela sem dizer nada.

– Eu amo essa bandana.

I raise my flag, and dye my clothes

It's a revolution I suppose

We'll paint it red to fit right in, whoa

I'm breaking in, and shaping up

Then checking out on the prison bus

This is it, the apocalypse, whoa

Eu ergo as minhas bandeiras e tinjo minhas roupas

É uma revolução, eu acho

Vamos pintá-la de vermelho para ficar bem, oh

Estou invadindo e tomando forma

E então verifico o ônibus da prisão

É isso, o apocalipse, oh


Ele sorriu. Aos poucos foi inclinando para beija-la. Dessa vez foi mais longo e Aiolos sabia que era o último, pois Sheila partiria na manhã seguinte. Ele a soltou.

– Obrigado pelas palavras de incentivo. Vou me lembrar delas.

– Não duvide de sua capacidade. Você é Aiolos de Sagitário. Não esqueça de tudo que fez no passado.

– Não esquecerei. - acariciou o rosto dela. - cuide-se.

– Você também...

Aiolos deu um passo para trás.

– Adeus Aiolos.

– Adeus lindinha...

Capricórnio

Shura encarava Julia, que por sua vez não sustentava o olhar.

– Pena que vai embora amanha. - disse o espanhol.

Ela o fitou. Shura não queria que ela fosse embora?

– Não verá mais o Giovanni. - disse.

– É... - que ilusão pensar que Shura dava alguma importância a ela.

– Perder as lembranças daqui será bom, pois não vai se lembrar dele. E nem vai sofrer pensando no que ele pode está fazendo. Ele não é fiel.

He put it on me I put it on

Like there was nothing wrong

It didn't fit

It wasn't right

Wasn't just the size

They say you know

When you know

I don't know

Ele colocou em mim e eu vesti

Como se não houvesse nada errado

Não servia

Não estava certo

Não era apenas o tamanho

Dizem que você sabe

Quando você sabe

Eu não sei

– Isso não me preocupa... - murmurou.

– Pensei que gostava dele.

– Eu gosto... " mas não da mesma maneira que gosto de você." - pensou.

– Ficaria com ele, se ele fosse apenas um homem normal?

– Eu o enxergo muito além da armadura. - o fitou.

– E a mim?

– Vocês são diferentes... ele me trata diferente.

I didn't feel

The fairytale feeling, no

Am I a stupid girl

For even dreaming that I could

Eu não senti

A sensação de conto de fadas, não

Eu sou uma garota estúpida?

Por sonhar que eu poderia?

Shura cerrou o punho ao ouvir aquilo. Giovanni a tratava diferente, pois tinha segundas intenções, nem sabia como ainda não tinha a levado para cama. O sangue ferveu ao imagina-la na cama de Câncer. E ferveu ainda mais por constatar que o italiano era seu cavaleiro "favorito".

– Então ele a trata diferente? - deu um sorriso nervoso.

– Sim...

– De certo que o beijo dele também é diferente. - caminhou até ela.

– Co-mo? - indagou diante da pergunta dele.

Shura parou bem próximo a ela.

– Você me dirá se é diferente. - disse em seu ouvido. - antes de ir se deliciar com os beijos do Giovanni ou de qualquer outro cavaleiro por que não experimenta um dos meus? Talvez descubra que posso agrada-la mais do que eles.

If it's not like the movies

That's how it should be yeah

When he's the one

I'll come undone

And my world will stop spinning

And that's just the beginning yeah

Se não é como nos filmes

É assim que deveria ser, sim

Quando ele for o escolhido

Eu vou me derreter

E o meu mundo vai parar de girar

E isso será apenas o começo, sim

Tudo que ela sentiu foi os lábios quentes do espanhol sobre os seus. Ele passou o braço pela cintura dela trazendo-a para mais perto de si. Julia sentia o chão sumir... fechou os olhos para desfrutar aquele momento que certamente seria o único. Shura aprofundou o beijo. A principio era apenas para dar o "troco" ao Mask beijando a garota "dele", mas percebeu que também era uma vontade sua. Não queria admitir, mas desde que pousara o olhar nela, sentia uma forte atração por ela. A falta de ar os separou.

Julia o fitava assustada, não esperaria aquela atitude dele, mas gostou, gostou muito.

– Shura...

Ele não resistiu a beijando novamente, dessa vez com mais volúpia.

– Não... - no meio do ato ele recuou. - não quero...

As palavras a atingiram em cheio. Era evidente que ele apenas a beijara por beijar. Shura jamais teria qualquer tipo de sentimento para com ela.

– Já entendi Shura. - disse. - me perdoe por qualquer constrangimento.

Ele não disse nada.

– Adeus Esdras.

Achou que o adeus era apenas para aquele momento, até se lembrar que na manhã seguinte ela iria embora. Julia não deu chance de resposta partindo. O cavaleiro a via afastar, completamente sem ação.

– Julia... - seu lado emocional gritava que era para ir atrás dela, mas o racional dizia que o melhor era deixa-la ir.

A paulista subia as escadas a passos rápidos. Que droga! Pensava, por que tinha que ser tão difícil? Por que ele tinha que trata-la tão friamente?

– " Mask tem razão, gastar minhas lágrimas com aquele idiota."

– Julia.

Quando escutou a voz, Shura estava bem atrás dela. Sorte sua ter apenas pensado, ou não? Deveria ter falado em alto e bom som para ele escutar.

– Julia...

– Adeus Shura. - apertou o pé e sequer olhou para trás.

O cavaleiro a viu afastar, mas dessa vez não foi atrás. Talvez fosse melhor assim. Eles viviam em mundos diferentes.

Libra

O libriano aproximou de Jules.

– Jules.

A brasileira ergueu o rosto, o cavaleiro ficou surpreso por ver os olhos dela marejados.

– O que foi?

– Hian...

Ela o abraçou, o que o deixou surpreso.

– Juliane...?

– Eu não quero ir embora.

Ele deu um meio sorriso, apertando-a mais contra seu corpo.

– Também não gostaria que fosse...

– Vou ficar sozinha de novo...

Queria dizer algumas palavras de incentivo, mas não tinha nenhuma. Queria poder dizer que ele sempre estaria com ela, mas não era verdade. Ao atravessar a barreira Jules iria esquecê-lo. A abraçou com mais força.

– Eu também... - murmurou.

Dear baby, baby

Won't you

I go crazy, crazy

For you

Won't you tell me, tell me

What to do

I go crazy, crazy

For you

Cara bebê, bebê

Não vai

eu fico louco, louco

Por você

Você não vai me dizer, me diga

O que fazer

eu fico louco, louco

Por você

Jules o fitou. Carinhosamente Dohko limpou o rosto dela.

– Vou sentir sua falta. - disse.

– Promete que vai se cuidar? Com suas dores?

– Prometo e sempre que se sentir sozinha veja a série, de forma indireta estarei com você.

Ao se lembrar que esqueceria dele os olhos marejaram.

– Dohko...

– Não chore. - enxugava-lhe as lágrimas. - quem sabe um dia nos veremos. - disse, mas sabia que isso não seria possível. Provavelmente nunca mais a veria e aquilo o deixava triste. - se cuida, tá?

Cause the way you look at me

I can say you set me free

And no matter what you say

I won't go away

I won't go away

Porque do jeito que você me olha

Eu posso dizer que você me libertou

E não importa o que você diz

eu não vou ir embora

eu não vou ir embora

– Sim... - murmurou segurando o choro.

O libriano deu-lhe um beijo na testa. Não se contentou com um dando mais outro. Ele abaixou o olhar fitando a boca rosada da brasileira. Aos poucos foi aproximando, colando seus lábios nos dela. Jules fechou os olhos correspondendo ao gesto. O beijo começou tímido, ganhando ardor. O cavaleiro a trouxe mais para perto de si intensificando o contato.

And it takes

Such a long time to get through this

Such a long time to find this kiss

And I can't forget it

I'm not ready yet

E leva

Esse tempo a passar por isso

Tanto tempo para encontrar este beijo

E eu não posso esquecer

eu não estou pronto ainda

A falta de ar os separou. Dohko ainda envolvido não se afastou. Foi um gesto inesperado, mas que não se arrependeu em fazê-lo. Não tinha noção que a brasileira mexia com ele. Jules o fitava atentamente. Mesmo Atena falando que a memória dela seria apagada, queria registrar cada milímetro do rosto do chinês. Um vento frio soprava.

– Quero que saiba que é muito importante para mim. - disse a paulista.

– Você também...

– Adeus Dohko.

– Não diga adeus... essa palavra é muito forte...

– Mas é a única.

O cavaleiro a beijou novamente. Jules aproveitada cada segundo daquele contato e novamente a falta de ar os separou. A brasileira deu alguns passos para trás.

– Adeus Dohko.

Disse saindo correndo.

– Adeus...

A palavra se perdeu no ambiente.

Virgem

– Despedir? - estranhou.

– Vou embora amanha...

– Ah sim...

– Obrigada Shaka, por ter me ajudado em Câncer e pelo chá.

– Não foi nada. - levantou. - continue no caminho que trilhou, utilize as práticas budista..

– Pode deixar. Bom... - não sabia se o abraçava, ou apenas acenava... resolveu abraça-lo, já que seria a última vez na vida. - adeus Shaka.

O abraçou, o que deixou o indiano surpreso. Foram raríssimas vezes que recebeu aquele tipo de contato. Na infância, apenas da sua "mãe" adotiva, na adolescência nunca e na fase adulta, apenas de Ricardo que insistia em abraça-lo no seu aniversário, apesar de não gostar desse contato. Passou os braços pelo corpo frágil da garota, era assim que fazia Aioria quando abraçava Marin, Shaka já presenciara várias vezes.

Juliana não queria soltar, sentia-se tão protegida por ele, mas sabia que Shaka era muito metódico e que talvez o contato não estava agradando. Soltou-se, ou pelo menos tentou, pois o cavaleiro ainda a segurava.

– Shaka...?

– Desculpe. - a soltou.

– Adeus....

– Adeus...

And I'd give up forever to touch you

Cause I know that you feel me somehow

You're the closest to heaven that I'll ever be

And I don't want to go home right now

E eu desistiria da eternidade para tocá-la

Pois sei que você me sente de alguma forma

Você é o mais próximo do paraíso que chegarei

E eu não quero ir para casa agora

A brasileira afastou-se.

Shaka continuou parado olhando. Por que depois daquela tarde, começou a dar importância a presença dela? E por que as palavras de Shura martelavam em sua mente?

– "Droga, porque minha mente está confusa? Por que eu não sei a resposta? Logo eu?!"

Juliana voltava um pouco triste. Ester e Paula tinham contado que beijaram seus cavaleiros. Marcela e Helu da mesma forma. Por que ela não?

– "Porque escolheu o cavaleiro mais arredio do santuário." - respondeu.

– Juliana.

Ela parou ao escutar seu nome. Shaka caminhava em sua direção.

– Sim?

– Como você me enxerga?

– Como? - não entendeu a pergunta. - como assim?

– Sua impressão sobre mim. Como você vê Shaka de Virgem.

– Como um dos cavaleiros mais fortes de Atena.

– Apenas pelo poder?

– Não. Seu caráter também. Por que?

And all I can taste is this moment

And all I can breathe is your life

Cause sooner or later it's over

I just don't want to miss you tonight

E tudo que eu posso sentir é este momento

E tudo que eu posso respirar é sua vida

Porque mais cedo ou mais tarde isso acabará

E eu não quero sentir sua falta esta noite

– E o Dohko? Tem o mesmo pensamento sobre nós dois? - pela primeira vez temeu escutar a verdade.

Juliana ficou calada, pela pergunta e pela proximidade do cavaleiro. Os olhos azuis de Shaka eram hipnotizantes.

– De certa forma sim... - disse evasiva.

– Seja objetiva. - a voz saiu mais grossa. - não está conversando com o Dohko.

– O que realmente quer saber?

– O que realmente passa na sua mente. Sou apenas um ídolo de uma série? A reencarnação de Buda? O cavaleiro de Virgem?

– Não. - a coragem para dizer mais alguma coisa tinha fugido.

And I don't want the world to see me

Cause I don't think that they'd understand

When everything's made to be broken

I just want you to know who I am

E eu não quero que o mundo me veja

Porque não creio que eles entenderiam

Quando tudo estiver destruído

Eu só quero que você saiba quem eu sou

– Seja clara! - Shaka pegou no braço dela de forma brusca, estava irritado, pois não entendia o que se passava na mente dele enquanto Juliana parecia saber. Ele não era considerado o sagrado entre a terra e o céu? Tinha que ser então o conhecedor de todas as verdades.

– Eu preciso ir Shaka.

– Não sai daqui enquanto não me dizer!

– Já disse. - tentou controlar a voz. - pode me soltar agora? Preciso terminar de arrumar minhas coisas.

Ele a soltou, mesmo não querendo. Respirou fundo, aquela confusão mental sumiria em alguns dias, não deveria se preocupar em saber sobre aquele fato. Os sentimentos de Kajra para com ele e o que Juliana pensava sobre ele, não deveriam ganhar importância.

– Adeus Juliana.

A brasileira continuou em silêncio e tentando tomar coragem para fazer algo. Não gostava de se arriscar, mas ao menos aquela vez faria algo impensável. Tudo foi muito rápido, quando Shaka percebeu, a garota estava nas pontas dos pés, colando seus lábios aos dele. Seu corpo arrepiou por inteiro ao contato. Juliana segurou o rosto dele com as duas mãos e aprofundou o contato. O coração do cavaleiro batia apressado, aquilo era a sensação que um beijo trazia?

Juliana afastou-se, pois Shaka não se mexeu. Para piorar ele trazia os olhos arregalados.

– "Ele vai me matar." Adeus Shaka.

Saiu rapidinho, antes que ele fizesse alguma coisa. O virginiano, não disse nada. Completamente aturdido pelo ato. Lentamente levou a mão aos lábios... Seu primeiro beijo foi aos trinta e dois anos!

Áries

Depois de Chopin, Shion executou "Três Consolações" de Franz Liszt. Ao final Paula bateu palmas.

– Você toca divinamente. - aproximou.

– Obrigado. - disse um pouco sem jeito.

Paula achou graça, o grande Shion tímido.

– Há quantos anos toca?

– Cento e poucos anos. - sorriu sem graça. - ajudava a passar o tempo.

– É uma pena eu ir embora amanhã. Gostaria de ouvi-lo mais vezes.

– É uma pena mesmo.

I thought I got the A-Z but now I'm lost

And I don't know where I'm goin', I don't know what I'm lookin' for

I'm all burnt out

There ain't that much I care about

And I know I'm missing something

I don't know what I'm supposed to do anymore

I won't let it get to me

But I really miss you badly

Eu pensei que sabia tudo, mas agora eu estou

perdido

E eu não sei onde eu estou indo

Eu não sei o que eu estou procurando

Eu estou desgastado

Não há muita coisa com que eu me importe

E eu sei que eu sinto falta de alguma coisa

Eu não sei mais o que eu deveria fazer

Eu não quero deixar isso começar

Mas eu realmente sinto sua falta


– Sobre o que aconteceu mais cedo... - Shion a fitou. - desculpe. Não agi de forma racional.

– Pois eu gostei. - disse na lata.

O ariano a fitou surpreso.

– Como?

– Gostei de ser beijada por você.

– Está equivocada senhorita Paula. - abaixou a tampa do teclado. - aquilo nunca deveria ter acontecido.

– Por quê?

– Vivemos em mundos diferentes.

I wish I knew how I'm gonna be happy without you

I don't know what I'm supposed to do

I thought I got it all mapped out but now I'm lost

In a world that ain't got you in I don't know what i'm living for

Hopeless without the only thing I cared about

'Cos you've been my salvation in a place where there's no love anymore

Eu esperava que eu soubesse como eu deveria ser feliz

sem você

Eu não sei o que eu deveria fazer

Eu pensei que eu tinha mapeado tudo, mas agora eu estou perdido

Em um mundo que não tem você

Eu não sei porque eu estou vivendo

Esperança sem a única coisa que eu me importo

Porque você tem sido minha salvação

Em um lugar onde não há mais amor



Paula ficou em silêncio, pois em certa parte Shion tinha razão.

– Eu não tenho mais vinte anos para viver algo utópico. - a fitou. - tenho muitos anos de vida e não quero começar algo que sei que não terá futuro. Seria errado com nós dois. - levantou. Shion não usava a roupa sóbria de grande mestre, apenas uma calça preta e blusa branca de algodão. Andou calmamente ate a janela.

– Então pensa assim? Como algo utópico?

– Sim. Sou realista Paula. Você irá embora amanhã e o que sobrará? - a fitou.

– Lembranças...

– Apenas minhas lembranças. Você não se lembrará de mim.

I won't let it get to me
But I'm gonna miss you badly
I wish I knew how I'm gonna be happy without you
I don't know what I'm supposed to do
I wish I knew how I'm gonna be happy without you
In a different world without you

Eu não quero deixar isso começar
Mas eu realmente sinto sua falta
Eu queria saber como serei feliz sem você
Eu não sei o que eu deveria fazer
Eu queria saber como serei feliz sem você
Em um mundo diferente sem você

– E gostaria que fosse diferente? - indagou.

Shion ficou em silêncio pensando. Seu lado grande mestre, não gostaria que fosse diferente, afinal aquilo seria uma grande distração para o cumprimento de seu dever, já seu lado homem, queria sim que fosse diferente. Mesmo Aioria e Marin tomando todos os cuidados, Shion sabia do envolvimento dos dois e seu lado homem queria ter a mesma relação com Paula. A brasileira aproximou parando a pouco dele.

– Eu gostaria que fosse diferente. - disse.

O ariano a fitou e cedendo a sua vontade tocou no rosto dela. Tinha plena consciência que sua vida não seria igual, mesmo com a volta dela. O cavaleiro aproximou, colocando o rosto dela entre suas mãos. Aos poucos foi aproximando até tocar nos lábios dela. Paula iniciou o gesto, aproximando mais do corpo do grande mestre. Ele aprofundou o contato e apenas a necessidade de respirar os interrompeu.

– É melhor você ir Paula.

– Está bem...

– Dê o melhor de si na dança. - afastou-se.

– Pode deixar.... Adeus Shion...

– Adeus Ana Paula...


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Notas finais do capítulo

Músicas que apareceram no capítulo (em sequencia) letras tiradas do google

Isa e Kamus: I Need You Tonight - Backstreet Boys
Mabel e Aldebaran: Mensagem de amor - Lucas Santtana
Ester e Mu: Ainda bem - Marisa Monte
Sheila e Aiolos: Radioactive - Imagine Dragons
Julia e Shura: Not Like The Movies - Katy Perry
Juliana M. e Dohko: Won't Go Away - Vertical Horizon
Juliana Y. e Shaka: Iris - Goo Goo Dolls
Paula e Shion: Wish - Lighthouse family

Fala em francês da Isabel: retirado do google tradutor



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