The last picture escrita por Nyo


Capítulo 3
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Notas iniciais do capítulo

Hua, hua, o meu presente de aniversário pra mim /não
Gente, eu juro que queria ter postado mais cedo (muito mais cedo mesmo), mas o meu word desinstalou, e o 2013 não ativa no pc ,---; (DVD pirata é tudo ruim né? [Mentira, eu to brincando, não compro dvd pirata]). Mas enfim, eu estou tendo que usar o word pad, e comecei a entender porque os autores reclamam tanto dele, é horrível. Já aviso, como ele não tem corretor, erros podem existir e muito, porque meu pt é horrível e antes que eu me esqueça, o nyah me tirou o itálico dos pensamentos, vocês vão ter que se virar, eu só coloquei duas cosias de novo (socorro, como eu irresponsável).
Sem mais delongas, o capítulo.



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Se Yukiu pudesse definir Kise Ryouta em apenas uma palavra, esta seria: Praga. Claro, poderia utilizar alguns sub adjetivos, como chato, irritante, lindo, fotogênico. Porém, na opinião dele, a que melhor descrevia o rapaz era praga.

No dia seguinte não soube como encarar o loiro, não só por uma certa vergonha do abraço repentino - nem pelo abraço em si, mas por sua reação demasiada "inocente" -, como também por seu rosto estar marcado por profundas olheiras, causadas por seu estado deplorável de cansaço. Porém, o modelo era mais insistente ainda do que ele imaginava. Conseguiu se esquivar nos primeiros minutos, mas o sucesso lhe escorreu entre os dedos assim que o jovem pulou em cima dele sem piedade - se não tivesse reflexos perfeitos, não teria acertado um chute que desviou Kise para o lado.

– Kasamatsu, você é cruel, isso doeu. - o jovem resmungou.

Ignorando completamente as reclamações, Kasamatsu seguiu, resmungando um pequeno "dane-se".

– O que você faria se arruinasse meu lindo rosto? - com o movimento mais rápido que o moreno já viu, Ryouta apareceu em sua frente, agarrando-lhe o queixo.

Atordoado, ele não respondeu, olhando fixamente para os olhos dourados a sua frente.

– Eu lhe fiz uma pergunta Sr. Kasamatsu. - Sues rostos estavam perigosamente próximos, o mais novo tinha um sorriso perigoso que lembrava um predador prestes a capturar sua presa.

Como um ativador automático, Kasamatsu afastou-se, sentindo que seu rosto começava a esquentar.

– Seu idiota, o que você pensa que está fazendo? - perguntou retomando seu caminho.

– Oh, - Kise o seguiu - resolveu falar comigo?

O fotógrafo escutou uma discreta risada atrás de si.

– Por que estava me ignorando?

Yukio fez a única coisa na qual conseguiu pensar, grunhiu.

– Eu não o ignorei.

– Hn. Tenho certeza que sim. Mas de qualquer forma, não deu certo. - o menor revirou os olhos, segurando-se para não bater mais uma vez em seu acompanhante. - O que você vai fazer hoje? Quer ir no café comigo novamente?

Lembrar dos apetitosos pratos do café da família Murasakibara, levou parte deu sua raiva embora, fazendo sua face se suavizar, somente para adquirir uma expressão incomodada novamente.

– Não posso, tenho que organizar algumas coisas em casa e no trabalho, além de que prometi para um amigo que o ajudaria com um trabalho escolar.

– Você só pode estar brincando. O que eu fiz pra você estar tão irritado comigo? - o jovem modelo parecia desconcertado.

Não que ele realmente quisesse ter dispensado Kise, adoraria voltar para o café, mas realmente havia prometido para sua mãe que ajudaria o filho de um amigo dela em um trabalho, que valia 30% da nota do trimestre, além de que se quisesse andar dentro de seu apartamento, teria que começar a arrumar suas coisas, ou pelo menos, aquilo que conseguisse carregar.

– Você não fez nada. - suspirou. - Eu realmente preciso fazer estas coisas hoje. Talvez uma próxima vez.

O sorriso do mais alto se alargou, provavelmente, pela perspectiva de que poderia haver uma próxima vez, pensou.

Como se os assuntos anteriores nunca tivessem existido, Ryouta continuou falando animadamente sobre algo aleatório, enquanto Kasamatsu pensava, se seria uma boa ideia aparecerem novamente no café, principalmente depois da maravilhosa primeira impressão que passaram.

***

Após mais uma seção de fotos, nas quais Kasamatsu se empolgou um pouco, e quase passou se seu tempo com kise, eles se despediram. A tentativa do loiro de abraça-lo falhou, e resultou num soco que poderia, ou não, virar um hematoma mais tarde, e isso lhe seria prejudicial para as fotos.

Enquanto caminhava pra casa, sentindo o vendo fresco em seu rosto. Seus olhos acompanhavam a paisagem de outono ao redor. As árvores tinham uma bela coloração, variando de vermelho, laranja, e até mesmo amarelo. Do seu jeito peculiar, adorava a estação, o outono sempre lhe proporcionava as melhores fotos.
Consequentemente, ao pensar nas cores daquela estação, sua mente voltou para o rapaz que havia deixado há poucos minutos. As árvores decoradas com o tom de ouro, lembravam-lhe o modelo, porém, o dourado cálido das folhas, nunca chegariam aos pés do tom intenso daqueles olhos.

No mísero momento em que se aproximaram naquela manhã, o fotógrafo sentiu a intensidade que os olhos daquele rapaz eram capazes de ter. Os olhos de um predador, escondidos atrás do manto de um animal doce, pensava. Lembrar da cena o deixou arrepiado.

Suspirando por saber que não encontraria nenhuma solução para sua mente conturbada, resolveu deixar-se levar pelos sons à volta, e imaginar como poderia criar um novo trabalho apresentável para a próxima reunião da editora.

Assim que chegou em casa preparou uma comida simples para seu almoço, estava não estava com fome, quase nunca sentia fome. Comia mais por obrigação.
Assim que terminou de comer, deparou-se com a sala de seu apartamento lotada de caixas, algumas abertas, outras fechadas. Não somente a sala estava lotada, mas também seu quarto, e o escritório.

Como uma pessoa sensata, pelo menos assim pensava ele, começou arrumando as coisas de seu escritório, que consistia em materiais de fotografia, uma espécie de quadro enorme, que tinha ganhado aos quatorze anos de sua mãe, seu notebook, e alguns de seus livros mais importantes - o resto dos livros arrumaria depois.

No apartamento, por sorte, havia uma pequena sala que ele havia resolvido utilizar para revelar fotos. Certo, sabia que existiam as tecnologias necessárias para fazer esse tipo de coisa, e um bom computador poderia fazer muito mais, mas ele ainda adorava as câmeras antigas que as fotos tinham que ser reveladas à mão.
Depois de duas horas, o exato tempo que levou pra organizar tudo, teve que retornar para editora, se a sorte batesse à sua porta, seu diretor lhe daria mais um trabalho. E depois, seria só seguir direto para casa de seu "amigo".

***

Mais de um mês, provavelmente, esse era o tempo que não via Kazunari Takao. A família de Kasamatsu, principalmente sua mãe, era muito amiga da família do rapaz. Kazunari era cinco anos mais novo que Yukio, mas os dois se davam relativamente bem, pelo fato de se conhecerem a um tempo indeterminado para os dois.

Como ele, Takao - preferia chama-lo daquela forma - tinha cabelos negros, porém, essa era sua única semelhança. O rapaz mais novo tinha olhos de um tom azul-prateado, fato que gerou muita briga entre os dois, pois Takao sempre lhe insistia que seus olhos eram cinza, mas o fotógrafo sabia que não. Algo que o irritava muito, era que mesmo sendo cinco anos mais velho, ele era somente dois centímetros mais alto que o estudante da academia Shutoku.

– Kasamatsu, entre. - o jovem o chamou. - Desculpe por isso, minha mãe não quis me pagar um professor particular, e recorreu à você.

– Tudo bem, Takao. Eu realmente não me importo, não tinha nada marcado hoje.

Automaticamente sua mente se voltou para Kise, e para o convite que havia recebido naquela manhã.

– Mas o que você precisa? Posso ajudar em qualquer coisa que não envolva matemática avançada.

O quarto de Takao, como Yukio esperava, estava uma bagunça, aparentemente, ele não havia mudado nada.

– Não se preocupe, eu preciso de ajuda em história. Mais precisamente, história da arte.

Enquanto acomodava-se em frente a pequena mesa de centro do quarto, percebeu os posters que ocupavam a parede, a maioria deles era de jogadores famosos de basquete, o que intrigou o fotógrafo.

– Takao, não sabia que você gostava de basquete. - falou.

De repente, um pesado livro caiu à sua frente, assustando-o.

– Eu adoro. Agora, se você não se importar, vamos começar, eu ainda estou esperando o Himuro pra estudarmos matemática. Dessa vez pelo menos, não sou eu que estou precisando de ajuda.

– Claro. Me fale o que você precisa saber.

Assim que Takao terminou de explicar-lhe como seria o trabalho, e do que precisaria, Kasamatsu começou a fazer sua parte. Como na faculdade estudou história da arte, a matéria não lhe era complicada, porém, era diferente para o estudante do terceiro ano. A matéria foi repetida, uma, duas até três vezes, cada uma de forma diferente.

– Droga, isso tudo é muito difícil, eu não vou conseguir desse jeito, preciso me sair bem nisso. Como você consegue saber tanto assim? É muita coisa. - reclamou o menor atirando-se pra trás no chão de madeira.

Largando a caneta com a qual anotava algumas coisas e rabiscava a folha, Yukio espreguiçou-se, apoiando o rosto em sua mão.

– Não é complicado, somente ligue um evento à outro. - respondeu. - Por que você está tão desesperado pra conseguir uma nota tão alta nesse trabalho?

Amaldiçoou-se por perguntar, porém, às vezes não conseguia controlar sua curiosidade.

– Se eu não gabaritar esse trabalho, vou sair do time de basquete, além de que o Shintarou disse que não vai sair comigo na sexta-feira, e aposto que vai me ignorar depois. - o mais baixo resmungou. - Como minhas notas estavam baixas e ele sempre me ensina, disse que não iria me ajudar dessa vez pra mim aprender a lição.

Depois de um estranho silêncio, em que o mais velho refletiu sobre as palavra que ouviu, achou que não custaria nada perguntar.

– Takao, esse "Shin-shin" que você falou, é seu namorado?
A pergunta inesperada fez Takao retesar-se, Yukio não se surpreendeu com a reação, era normal as pessoas reagirem daquele jeito às perguntas dele, afinal, como seu pai dizia, não existia ninguém mais direto que ele.

– Hã? Kasamatsu, n-não me diga que você é homofóbico? - o mais novo perguntou nervoso.

A única coisa que Yukio podia fazer era sorrir. Não por consideração - certo, talvez um pouco -, mas sim, porque achou divertido Takao se importar com sua opinião sobre o assunto a ponto de ficar nervoso, o que será que o estudante pensava?

– Takao, não tenho que me meter na vida pessoal. E não precisa se preocupar, não sou homofóbico ou algo do tipo.

No momento de alívio - por parte do menor - que se seguiu, Ksamatsu lembrou-se de algo. Murasakibara, o rapaz do café onde estava com Kise, achou que o loiro havia finalmente "mudado de time", o fotógrafo agora perguntava-se se não havia possibilidade de Ryouta ter mentido para que ele o achasse nojento, ou algo do tipo? Será que Kise é gay e nem mesmo seus amigos sabem disso? Pensou distraído. Ele não me parece ser gay, mas do jeito que é, todos os seus amigos sendo, a chance de ele nunca ter se envolvido em uma relação homosexual é muito baixa.

– Sério? Graças a Deus. - um sorriso surgiu nos lábios anteriormente preocupados do rapaz. - A maioria das pessoas tem horror disso. Sim, o Shintarou é meu namorado. Ah, e se você encontra-lo, nunca diga que o chamei de Shin-Shin, ele vai ficar muito bravo comigo.

O mais velho acenou positivamente, ainda meio perdido em sua própria mente. Não poderia imaginar que Takao é gay, então, nada impediria Kise de ser também, não?

– Uhun, não se preocupe com nada. - afirmou voltando seu olhar para o rapaz.

– Beeeem, - Yukio já conhecia Kazunari a tempo o suficiente para saber que vinha uma bomba pela frente - e você? Namorando?

– Não. - respondeu simplesmente.

– Mas você está com alguém na cabeça, não? - o mais novo insistiu.

– Não, pareço distraído pra você?

– Não diria distraído, mas acho que tem algo aí.

– Está engando, muito, não tenho tempo pra namorar.

Takao riu.

– Todos mundo fala isso, mas tem sempre alguém em mente.

Kasamatsu estava abrindo a boca para retrucar, quando o estudante continuou.

– Vou pegar algo para comermos, já estamos fazendo um pausa, então nada melhor que um lanche. Acho que minha mãe fez biscoitos.

Em seguida o mais novo saiu do quarto, deixando-o sozinho. Sua mente explodia em pensamentos, tentava descobrir porque se importava com a sexualidade de Kise, que nos últimos minutos havia sido o principal foco de sua mente.

Assim que seu amigo voltou, trazendo um prato enorme de biscoitos, que segundo ele, haviam sido feitos pela mãe, seus pensamentos foram interrompidos.

– Aqui está, biscoitos da senhora Takao, fresquinhos. São os melhores... Hun, ok, os da mãe do Shintaro são melhores, mas eu adoro esses aqui. - disse o estudante pegando um biscoito e mordendo.

Somente quando o cheiro do chocolate invadiu as narinas de Yukio foi que ele percebeu que estava com fome. Sua mania de comer pouco ou quase nada não estava melhor depois que começou a trabalhar.

– Isso está maravilhoso. - disse mordendo um pedaço do biscoito que pegou.

– Não é? - Takao riu. - Se gostou desses, vai amar os da mãe do Shintaro, você não tem noção de como ela cozinha bem.

Depois de devorar os biscoitos, o fotógrafo voltou a se concentrar nas explicações que fazia anteriormente. Segundo o terceiranista, ele era um professor rigoroso, o que o deixou satisfeito.

Passava um pouco das cinco horas da tarde quando a campainha tocou. Takao pediu licença alegando que precisava atender. Kasamatsu suspirou, deixando seu corpo amolecer. Enquanto sua mente vaga, ouviu passos combinados com duas vozes animadas. Uma pertencia ao seu "aluno" e a outra lhe era completamente desconhecida.

– Kasamatsu, esse aqui é Tatsuya Himuro. - o rapaz de olhos azul-prateados anunciou entrando no quarto. - Himuro, esse aqui é Yukio Kasamatsu, o meu "professor" de história da arte.

Yukio levantou-se para cumprimentar o rapaz. Este era bem mais alto que ele, porém, era mais baixo que Kise. Os cabelos negros do rapaz caiam em uma franja escorrida por cima de seu olho esquerdo e, o fotógrafo percebeu, possuía um sinal abaixo do olho direito.

– Prazer - ambos cumprimentaram-se apertando as mão.

– Kasamatsu, enquanto Himuro estuda matemática, você vai ter que continuar me ajudando no trabalho, se ele precisar de algo vai me chamar.
Enquanto sentavas-se em frente ao fotógrafo na mesa Himuro retirou suas coisas da bolsa que carregava.

– Obrigado por me deixar estudar aqui Takao, não irei atrapalha-los. - o mais alto sorriu para Kasamatsu.

Acenando afirmativamente, o de olhos azuis pegou novamente o livro, mas sem conseguir prestar atenção.

– Himuro, quantos anos você tem? - perguntou indiscretamente.

– Tenho dezenove, estou no último ano do colegial. - respondeu-lhe. - Mas, como você deve estar pensando, não rodei um ano, só entrei mais tarde, quando voltei dos Estados Unidos fui obrigado a re-fazer o primeiro ano, com dezessete.

Uma certa pitada de raiva cresceu no mais velho. Como aquele garoto podia ser mais tão mais alto que ele, e ainda ser mais novo? Esses rapazes só poderiam estar brincando, algum dia encontraria Tako e este também estaria mais alto que ele. Não conseguiu evitar soltar um leve grunhido, que por sorte não foi ouvido pelos outros dois.

Logo estavam todos compenetrados em suas próprias tarefas. Em algum momento que o o dono da casa voltou-se para ajudar Himuro - este até tinha tentado pedir ajuda a Kasamatsu, que negou dizendo que nunca soube nada de matemática - sua mente começou a vagar, até chegar em algo que Kise havia dito. "o Murasakibara tem uma paixonite no colégio dele, só que nem imagina que o Himuro também gosta dele.". Poderia ser que, este Himuro e o que o loiro lhe falou fossem a mesma pessoa? Olhando para os estudantes a sua frente, pensou em como as chances eram mínimas, mas ainda sim, existiam. Não vendo problema em descobrir, chamou a atenção dos dois ali presentes.

– Himuro, você conhece um garoto enorme, chamado Atsushi Murasakibara?
Bingo. No segundo em que percebeu a mudança na postura do rapaz, soube que aquele era o rapaz e que Kise estava certo, Himuro sentia algo por Murasakibara - porém, se já não tivesse ouvido falar a respeito daquilo, nunca teria percebido.

– Sim,- o maior respondeu - eu e o Atsushi somos colegas.
Se havia algo que o fotógrafo havia aprendido no curso, era que para uma boa foto, tudo contava, expressão, movimentos, até mesmo os olhos, acabou descobrindo como decifrar os olhos de algumas pessoas, e podia ver os claros sentimentos que os de Himuro passavam.

– É por causa disso que eu conheci o Himuro - Takao se pronunciou - Mursakibara é "amigo" do Shintaro, então acabamos por nos conhecer.
Kasamatsu acenou afirmativamente, estava começando a ligar algumas coisas interessantes.

– Você conhece o Atsushi?

– Eu o conheci no café da família dele. Kise me levou lá para um almoço.

Os dois mais novos se encararam, trocando um olhar de cumplicidade.

– Ryouta Kise? Loiro, bonito, alto? O modelo?

O mais velho sentiu uma onda correr por seu corpo ao ouvir Himuro falar de Kise daquele jeito.

– Sim, ele mesmo. Estou trabalhando com ele. - respondeu.

Os dois riram entre si, aparentemente, compartilhavam de algo que apenas ele não sabia, e o fato o desagradava muito.

– Kise é conhecido do Shintarou, e do Murasakibara, eles estudaram juntos na escola fundamental, e mesmo tendo ido para colégios diferentes continuaram "amigos". - o de olhos azul-prateados explicou.

– Atsushi me falou que Kise apareceu no café com um "namorado". Então era você? - Himuro comentou.

Takao, ele podia perceber, estava se controlando para não rir, em vez disso, deixou que um sorriso sacana transparecesse em seus lábios.

– Oh, então você esteve pensando no Kise esse tempo todo? Não posso negar que ele é bonito, mesmo preferindo mil vezes o Shintaro. Não esperava que você fosse gostar desse tipo de gente Ksamatsu, muito menos que iria gostar de homens.

Uma veia saltou na testa de Yukio, havia esquecido como Takao poderia ser irritante.

– Eu não estava pensando nele, e muito menos gosto dele desse jeito. Ele é somente o modelo que tenho que fotografar para a revista.

– Uhun, tudo bem.

Até mesmo Himuro agora compartilhava do humor de Takao, porém mais contido, um sorriso simples estava estampado em seu rosto.

– Eu já vou avisando, - Himuro começou - todos nós que nos envolvemos com um membro da geração dos milagres, não conseguimos mais sair. É melhor você se cuidar se não quer ser pego também.

Geração dos Milagres? Perguntou-se imaginando o que seria. Do jeito que aquelas palavras foram ditas, ele tinha certeza que Kise estava incluído nisso.

Como por um acordo mudo entre eles, o assunto morreu. O clima continuava descontraído, e todos faziam o que deveriam, Takao agora já estava quase terminando o trabalho, e Himuro tinha conseguido tirar suas duvidas, o que surpreendeu Kasamatsu, que não fazia ideia que Takao era bom em matemática.

Quando já passava das oito horas, Yukio resolveu se despedir, já estava tarde, e teria que trabalhar amanhã. Himuro também resolveu ir pra casa, alegando que a mãe ficaria preocupada.

***

Assim que se despediu dos dois rapazes, o fotógrafo seguiu para sua casa. Sua mente vagava na conversa daquela tarde, principalmente pela parte que ligava os rapazes a Kise.

Como por uma pegadinha do destino, enquanto caminhava Kasamatsu sentiu que o estavam chamando, e no instante que virou-se pra trás deparou-se com um rapaz loiro que apresentava um sorriso enorme, desprovido de qualquer malícia, até inocente demais para sua idade. Kise.

– Kasamatsu, o que você faz aqui? Achei que não te encontraria o dia todo. - o loiro ofegou um momento parando à sua frente.

– Ah, Kise. Bom, eu acabei de sair da casa do meu amigo.

A temperatura estava mais baixa naquela hora, Kasamatsu estava morrendo de frio, havia esquecido de pegar um casaco, e não imaginou que sairia tão tarde da casa de Takao, mas mesmo assim, sentiu suas bochechas esquentarem.

– Está indo pra casa? - Ryouta passou por ele, indo para a direção em que ficava seu apartamento.

– Sim. - respondeu. - Ainda pretendo terminar algumas coisas da editora.
Agora os dois caminhavam lado-a-lado. O fotógrafo esfregava as mãos em um gesto inconsciente de aquecer-se.

– Posso acompanha-lo? - o modelo sorriu.

O mais velho desviou o rosto para o lado, tentando evitar que seu rubor fosse descoberto.

– Faça o quiser, mas meu apartamento não é muito perto daqui.

O loiro riu, virando os olhos para cima. Depois de alguns minutos de caminhada, o menor sentiu os olhos dourados do acompanhante sobre si.

– Não está com frio? Você está com pouca roupa para essa época.
Ele negou, mas logo um vento bateu, fazendo sua pele se arrepiar, o que levou rapaz ao seu lado a rir.

– Qual é a graça? Idiota. - respondeu simplesmente.

– Nenhuma.

O moreno só percebeu que Kise havia parado quando estava alguns passos à frente. Quando virou-se para perguntar o motivo do outro ter ficado para trás, sentiu um casaco ser pousado em suas costas.

– Pronto. - o loiro falou.

– Idiota, o que eu vou fazer se você se resfriar? Pegue esse casaco de volta.
Kasamatsu estava tirando a peça de roupa quando o mais novo riu atrás de si.

– Eu estou bem, mas o que vamos fazer se você ficar gripado?
Virando o rosto, Yukio aconchegou-se ao casaco. Podia sentir o frio deixando seu corpo, estava se sentindo muito melhor.

A longa caminhada foi acompanhada de uma agradável conversa, falaram sobre todos os assuntos triviais, e o fotógrafo tentou evitar pensar no que os amigos falaram mais cedo. Ainda tinha duvidas se queria ser alguém mais próximo de Kise, com certeza o loiro era insistente, mas ele realmente não sabia se poderia se abrir.

– Aqui estamos - ele parou, olhando para cima em direção ao seu apartamento.

O modelo parou também, olhando para ele.

– Aqui que você mora? - podia ver o sorriso abrir-se naqueles lábios finos.

– É. - respondeu simplesmente.

O silêncio se instalou por um minuto, até que o mais velho virou-se para o acompanhante.

– Obrigado por vir até aqui comigo.

– Tudo bem. - kise riu baixo. - Foi bom caminhar com você, além de que, fiquei feliz por descobrir onde você mora.

Yukio sentiu novamente o calor tomar suas bochechas, e para disfarçar, retirou o casaco.

– Aqui - estendeu a peça de roupa em direção ao maior.

– Fique com ele por enquanto. Eu vou ficar aqui por perto, e acredite ou não, eu estou com calor.

Confuso, o mais velho argumentou.

– Mas não tem sentido eu ficar com ele, é você que vai ter que voltar.

Kise riu de novo.

– Só fique com ele, ficou bem em você.

– Seu idiota, isso não tem sentido.

O moreno já estava se preparando para dar um belo soco no modelo, mas este simplesmente se virou e despediu-se.

– Até.

Antes que ele pudesse retrucar, o mais novo virou a esquina, deixando-o sozinho, atordoado, com um xingamento na ponta da língua. Não seja tão legal assim, do nada, seu idiota. Era a única coisa na qual conseguia pensar.
Sem saber se havia passado um minuto ou uma hora, Kasamatsu resolveu subir para seu apartamento. Não estava com vontade de fazer nada, porém, ainda tinha que organizar alguns aquivos que precisaria amanhã.

Cansado, foi tomar um banho, repassando pela bilionésima vez aquele dia. Havia conhecido Kise há apenas dois dias, e sua cabeça estava mais movimentada do nos últimos cinco anos. O loiro não lhe saia da mente nem por um momento. Enquanto a água lhe escorria pelo corpo, levando embora todo peso do dia, sua mente continuava a correr. Pela primeira vez, depois de tomar um banho quente não se sentia renovado, a água vez não havia limpado seus pensamentos e ele achava que nada poderia limpa-los tão cedo.
Sem paciência para comer, poderia ter ido para cama, se não tivesse tido a ideia de checar seus e-mails antes. Não havia nada interessante, até deparar-se com um e-mail da revista.

"Avisamos ao Senhor Yukio Kasamatsu que o cronograma de amanhã foi alterado, e que ele deve estar presente na empresa no horário das 6:30 para uma reunião.
A seção de fotos de Kise Ryouta foi cancelada por tempo indeterminado, e no lugar haverá a seção de uma das modelos da revista feminina da editora.
Os outros horários seguem os mesmos.
Obrigado pela atenção, cordialmente, Editora J&K"

Assim que terminou de ler a mensagem, a mente de Kasamatsu ficou atordoada, a única coisa na qual conseguia pensar era, Não vou vê-lo amanhã. Sentiu-se subitamente cansado, como não se sentia há anos.

Enquanto ia para seu quarto, deparou-se com o casaco de Kise. Inconscientemente pegou a peça e deitou-se abraçando-a. Ainda podia sentir o calor do ali, assim como o cheiro doce do modelo.

Naquela noite dormiu mais rápido que nunca, sem preocupações, agitação ou nervosismo. Sem sonhos.


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Notas finais do capítulo

Nota: Alterações já foram feitas, nada grande, somente o capítulo foi arrumado e o apelido do Midorima alterado.
Desculpem o jeito que eu me descuidei com esse capítulo, se alguém ver algo a mais que precise ser arrumado, me avise, por favor



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