The last picture escrita por Nyo


Capítulo 2
Meeting you


Notas iniciais do capítulo

Bom, demorou, mas cá estou eu né? Não pretendo desistir dessa fic, ela tem que ser uma bela long fic



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O caminho acabou sendo agitado, Kise falava sobre um assunto aleatório, e Kasamatsu ainda não fazia a menor ideia de onde estavam indo, por culpa do modelo acabaria se atrasando para voltar ao trabalho.

– Mas afinal, - perguntou interrompendo o loiro – onde nós estamos indo?

Sorrindo, um sorriso que Kasamatsu achou perfeito para uma foto somente de perfil, com a sombra vinda do canto direito, o jovem fez um sinal com a mão de que ele não deveria se preocupar. Agora que caminhavam lado a lado, Yukio podia perceber a diferença de altura entre os dois, mesmo sendo mais novo, Kise era bem mais alto que ele, o que feria um pouco seu orgulho.

– Nós estamos indo no café de um amigo meu. Ele faz doces maravilhosos, porém as refeições servidas ao meio dia também são muito boas. – Ryouta sonhava com os tão bons doces preparados no café. – Fica na outra quadra, é bem próximo do estúdio.

A única coisa que o moreno fez foi suspirar, afinal, havia aceitado o convite, e ainda tinha chances de não se atrasar já que o café, como o mais novo dissera, era próximo do seu local de trabalho.

Assim que dobraram a esquina, o recém-formado olhou para os lados, a procura de um prédio enorme, chamativo, se era um local frequentado por um modelo, provavelmente era grande, não? Porém, para sua surpresa, o loiro dirigiu-se para um lugar relativamente pequeno, chegava a ser rustico, se comparado com a imaginação de Kasamatsu. O prédio era em tom de branco, com o logo “M Café” estampado na vitrine que dava uma pequena amostra do local.

– Aqui, esse é o “M Café”, ele pertence à família de um amigo. – Kise comentou abrindo a porta, o que fez um pequeno sino tocar, chamando a atenção das pessoas.

Por dentro, o café era simples, porém tinha uma aparência confortável, um lugar no qual as pessoas iriam para conversar, se divertir, ou apenas relaxar. As paredes eram em tom de creme, enquanto o piso era de azulejos brancos, as mesas eram em um tom de madeira mais escuro, e o balcão, enfeitado com muitos pratos, doces e salgados, era em mármore escuro, e madeira do mesmo tom das mesas. O local agradou o menor, pensaria seriamente em almoçar lá, porém, teria que prestar atenção nos preços, sua situação financeira ainda não era tão estável quanto gostaria.

– Kise, você veio mesmo, achei que estivesse brincando sobre passar aqui no almoço. – um rapaz muito alto que Yukio calculou ter tinha mais de dois metros de altura, de cabelos roxos, batendo nos ombros, chamou o estudante, que olhava para as tortas expostas.

– Murasakibara! – sua atenção voltou-se para o rapaz, que parecia ser seu amigo. – Eu disse que viria, poxa, você não acredita em mim? – o bico de falsa mágoa do modelo desapareceu tão rápido quando apareceu.

Pegando uma das muitas balas que segurava, e colocando-a inteira na boca, o rapaz alto sorriu, porém seu sorriso não parecia alegre - era o que o moreno chamaria de um sorriso sacana.

– Então, quem é esse? Você não me contou que estava namorando Kise.

Uma veia irritada pulsou na cabeça de Yukio, como aquele homem se atrevia a insinuar aquilo? Porém, ao mesmo tempo que sentia-se irritado, sentiu seu rosto corar, eles não pareciam um casal, pareciam? Lançando um olhar de esgueira para descobrir a reação do mais novo, percebeu que este havia corado, e ficado calado. Assim que Ryouta percebeu o olhar do fotografo, tratou imediatamente de recompor-se. Pondo um sorriso no rosto, respondeu para Atsushi.

– Este é Yukio Kasamatsu, ele é meu fotografo pra revista.

Mordendo mais um doce parecendo entediado, o rapaz dos cabelos roxos soltou uma exclamação levantando a sobrancelha.

– Então, você não estão namorando? Que pena, achei que o Kise finalmente tivesse dado um jeito na vida e vindo pro nosso lado.

Se o menor estava surpreso, Kise quase morreu de choque rindo nervoso, ele começou a gaguejar, tentando fazer algo coerente sair de sua boca, porém, sem sucesso, as palavras que deveria usar simplesmente não existiam naquele momento.

– Nós vamos sentar – Yukio intrometeu-se – foi um prazer conhece-lo...

– Muraksakibara Atsushi – falou ele voltando para a cozinha – Boa refeição, espero que goste daqui, Sr. Kasamatsu.

A última coisa que o moreno viu antes de sentarem, foi aquela mão enorme acenando com uma sacola pendurada.

– Desculpe pelo Murasikabara... – o maior ainda estava envergonhado pelo que o amigo havia falado.

Kasamatsu apenas suspirou, não podia culpar o rapaz a sua frente, afinal, este não havia feito nada de errado.

– Tudo bem, a culpa não é sua, ele só teve a impressão errada. – Bem errada por sinal complementou.

Pegando o cardápio para escolher algo, o recém-formado percebeu que Ryouta continuava abismado com a conversa anterior, porém ele não achava importante, afinal, não era como se o loiro tivesse segundas intenções com ele, pelo menos queria acreditar que não.

– Sim... é que como todos eles são gays, menos, o Aomine, ele é bixessual, o Murasakibara tem certeza que eu sou também, mas eu já falei que não.

Kasamatsu que estava escolhendo seu pedido, ao ouvir uma afirmação como aquela, surpreendeu-se que acabou soltando o cardápio bruscamente. Seus olhos se arregalaram, sem conter nenhum pingo da surpresa que sentia.

– Aquele cara enorme, ele é gay? - perguntou receoso que o rapaz de cabelos roxos ouvisse.

Sorrindo, Kise voltou a olhar o mais velho nos olhos. Sua vergonha estava diminuindo, e animação voltava, juntamente com um sentimento de graça.

– Sim, o Murasakibara tem uma paixonite no colégio dele, só que nem imagina que o Himuro também gosta dele. – um riso divertido acabou por escapar de seus lábios. – Não conte pra ninguém que eu lhe disse isso, certo? Nenhum deles suspeita dos sentimentos do outro.

A surpresa já havia passado, surpreendentemente, Yukio não ligava se os amigos de Kise, ou até mesmo o próprio, fossem gays, ele não era preconceituoso, somente não ligava para o fato.

A intriga tomou conta de si, não podia deixar de perceber, que o rapaz a sua frente sabia de coisas que outros não faziam ideia. Levantando uma sobrancelha, apoiou os cotovelos na mesa, apoiando o queixo em suas mãos.

– Como você sabe disso? – não havia porque ser delicado, ele nunca entendeu por que as pessoas sempre enrolavam ao falar de algo, sempre achou melhor ir direto ao ponto.

O Ryouta não lhe parecia uma pessoa muito perceptiva, era mais como uma criança. Mas aparentemente, teria que tomar mais cuidado com o rapaz dos orbes dourados do que imaginou.

– Bom, eles nunca me falaram nem nada, acho que eu só sei perceber os sentimentos das pessoas. Algo assim. – fazendo uma cara pensativa, o mais novo o respondeu.

Agora, o fotógrafo tinha certeza, realmente teria que tomar cuidado com o rapaz, se ele podia perceber aquele tipo de coisa, acabaria se tornando um incomodo. Não que pretendesse estreitar seus laços com o estudante, seu relacionamento seria puramente profissional. Atirando-se pra trás, em um gesto que demonstrava cansaço, suspirou. Quanto tempo fazia desde que havia saído com alguém daquele jeito? Nunca foi considerado uma pessoas simpática, e já havia perdido contato com seus amigos de infância a um bom tempo.

– Tudo bem, eu não vou falar nada. Porém, é estranho todos os seus amigos serem gays.

Repreendendo-se internamente pelo que disse, o menor sentou-se ereto. “É estranho todos os seus amigos serem gays” sabia que aquele comentário havia sido desnecessário, porém simplesmente acabou deixando sair. Esperava uma reação ruim do loiro, até mesmo que ele fosse agressivo, porém, seu sorriso apenas se alargou, revelando duas fileiras de dentes branquíssimos perfeitamente alinhados. Com uma intensidade de luz um pouco maior, ficaria perfeito para uma foto... Seus pensamentos correram para a coisa que mais gostava desde que era criança, fotos.

– Bom, não é como se fosse completamente normal, mas se você olha-los sem saber, nem imaginária. Eles são pessoas legais, todos nós temos algo em comum, o-

A fala do mais novo foi interrompida pela chegada de Murasakibara que estava com um bloco, uma caneta e seus doces. Kasamatsu pensou se ele não teria problemas de açúcar.

– O que querem pedir? – perguntou casualmente.

– Eu quero o mesmo de sempre. – Kise levantou o olhar para o mais alto. – E você Sr. Kasamatsu? O que quer? Ah, eu recomento para um almoço o yakisoba. A mãe do Murasakibara é muito boa na cozinha, principalmente fazendo yakisoba, mesmo que nada se compare com os doces...

Sentindo-se levemente irritado por tanto falatório, o moreno respondeu rapidamente, para que o outro não tivesse chance de continuar.

– Vou quere um sanduíche de bife com salada completa, e um suco de laranja.

Desinteressado, como geralmente parecia estar o moreno notou, o de orbes lilás anotou seu pedido, mordendo uma bala comprida.

– O.K. Não vai demorar. – disse dando-lhes as costas e votando ao balcão.

Os segundos precedidos pela saída do “garçom” foram tomados por um silêncio pesado. Não ouvir a voz do loiro chegou a lhe parecer estranho, mesmo que houvessem se conhecido há apenas uma hora no máximo, o rapaz já havia falado naquele curto tempo, muito mais do que ele falara em metade de sua vida.

Já não aguentando mais, aquela quietude, pois até mesmo o café estava silencioso, por não haver muita gente, o moreno olhou para a mesa, pensando em como quebrar aquela barreira entre os dois. Não se atreveria a perguntar algo muito pessoal, não precisava que sua relação se estreitasse, eram apenas negócios, provavelmente, nunca mais se veriam depois que tudo acabasse. Portanto, achando que seria interessante saber pelo menos com que tipo de pessoa estava trabalhando, perguntou o que o rapaz fazia naquela revista, e o que pretendia em ser modelo.

– Bem, - ele parecia mais pensativo do que Kasamatsu gostaria de ver – eu tentei conseguir algo com várias revistas, mas sou muito pouco conhecido. Já fazia algumas fotos, mas nunca assim. A Zunon Boy é uma grande revista, sempre quis aparecer nela, e fiquei muito feliz e lisonjeado em saber que havia conseguido, é como um sonho.

Aquilo surpreendeu o fotografo, mesmo que sempre cogitasse a possibilidade de mentiras, aquele rapaz, ou passava completamente por seus “detectores” ou nunca mentia. Provavelmente, se tivesse ouvido a mesma frase de outra pessoa, simplesmente tria se levantado e ido embora, saberia na hora que era mentira, um modelo sentir-se “lisonjeado” por participar de uma revista, ele nunca acreditaria naquilo.

– E com seguir a carreira de modelo, eu quero pela sensação de ter um flash sobre você, as pessoas gostando do que veem, a felicidade de saber que você é amado, mas principalmente, poder ver as fotos, acho que fotos são lindas, porém, nunca tive habilidades em usar uma câmera. – Kise parou, perdendo-se em um passado que lhe era reconfortante. – Sempre que eu batia alguma foto, ela ficava tremida, ou a luz ficava horrível, depois de um tempo, percebi que não tenho dom para usar uma câmera.

Mas tem o dom para ficar perfeito para ela o mais velho completou mentalmente, sabendo não seria apropriado falar algo daquele tipo. Agora, olhava cuidadosamente para o jovem, acreditou piamente em suas palavras, pela primeira vez, sentiu que alguém falava a verdade para si.

– Hn. Interessante... – sua maneira demonstrava total desinteresse, mesmo que por dentro quisesse saber mais.

O silêncio se instalou novamente, Ryouta estava perdido em seus pensamentos, enquanto Yukio o observava. Perguntava-se qual seria o melhor lado do loiro, pois como havia estudo em suas aulas de anatomia, por fora do curso, o lado esquerdo e o lado direito não eram iguais, as características do lado esquerdo geralmente se sobressiam um pouco mais. Ele ficaria bem de qualquer forma. Esse garoto. Não se vê pessoas assim sempre.

– Hã... Sr. Kasamatsu, se me permite perguntar, por que você é fotografo? Há quanto tempo trabalha nessa área?

Ponderando se deveria ou não falar sobre o assunto, chegou à conclusão de que aquele rapaz merecia sua sinceridade, já que parecia estar sendo sincero consigo. O quanto de devo me expor? Ainda não tenho certeza se posso cofiar nele, qualquer um pode mentir. Um suspiro pesado lhe escapou, se falasse iria se arrepender, mas já o havia feito tantas vezes, mais uma não seria quase nada.

– Bom, meus motivos não se diferem muito dos seus. Porém, eu não fui sempre apaixonado por fotografia, meu foco era em algo muito diferente. Assim que conheci a sensação de ver o mundo através de uma lente, resolvi que era isso que queria pra minha vida. E não pretendo desistir. – não de novo, dessa vez, não vou perder. Completou em pensamento. – Quanto ao tempo, me formei na faculdade ainda esse ano, e se quer saber porque, tive que dividir meus horários, pois também fazia algumas aulas suplementares, com uma permissão especial da faculdade.

Estava feito, se tivesse que se arrepender, que assim fosse. Voltando-se para o estudante a sua frente, percebeu um brilho curioso naqueles olhos, misturados com certa admiração. Esperava uma enxurrada de perguntas, como do que falava quando se referia ao fato de que não foi sempre apaixonado por fotografia, o que fez extra na faculdade, e porque havia desistido de seu antigo interesse.

– Que legal você é uma pessoa bem dedicada. Não achei que fosse tão novo nessa área, quantos anos você tem Sr. Kasamatsu? – Kise estava se contendo para não fazer-lhe milhões de perguntas, o que deixou o moreno secretamente agradecido, dentre tudo de sua vida pessoal, o que mais odiava falar sobre, era seu passado, principalmente o colegial.

– Eu tenho 23 anos. Você tem 18, não? – seu interesse era mais por educação, pois já havia recebido a informação.

– Que? Você só tem 23 anos? Pensei que fosse mais velho... – a falsa decepção divertida do modelo era mais que evidente.

– Seu idiota, quantos anos achou que eu tivesse? – uma veia saltou na testa do mais velho.

Kise ria da reação de Kasamatsu, que tinha vontade de levantar-se para poder bater naquela criança até que aprendesse a ter bons modos.

– Não sei, mas com certeza achei que era mais velho. Você é tão carrancudo que eu não imaginei que fosse quase um adolescente.

Cerrando os punhos, se estourasse agora com certeza chamaria muita atenção, e essa era a única coisa que não precisava – isso e o rapaz enorme tentar bota-los pra fora – contou até dez para tentar se acalmar.

– Você nunca havia me visto até uma hora atrás, não tire conclusões precipitadas. – soltou a frase em um suspiro, a raiva se esvaindo um pouco.

O mais novo riu contido, encarando-o de volta, com o rosto apoiado na mão direita.

– E, você acertou, eu tenho 18 anos, estou no último ano do colégio.

Antes que a conversa pudesse continuar, uma enorme sombra apareceu ao lado da mesa, anunciando que os pedidos estavam prontos.

– Aqui estão, um Omu-raisu* e um sanduíche. – ele colocou os pratos na mesa. – Vocês deveriam comer mais um pouco, principalmente você Kise, vai acabar desmaiando em algum momento. Quer um doce? – estendeu a sacola pra o rapaz que negou com a cabeça.

– Nunca pegue os doces do Murasakibara, mesmo que ele ofereça, não é uma boa ideia. – Ryouta sussurrou.

Yukio acenou positivamente com a cabeça, começando a comer o sanduíche, que para sua surpresa, estava realmente bom.

– Bem – Atsushi disse sentando-se ao lado de Kise, que foi empurrado para o lado, errando uma garfada e fazendo um bico.

– Ei, Murasakibara, cuidado. – reclamou.

– O que os trouxe aqui hoje? – o arroxeado perguntou ignorando o rapaz ao seu lado.

– Kise me convidou para almoçar. – respondeu simplesmente. – Para poder saber quem está cuidando das fotos dele.

O rapaz levantou a sobrancelha, atirando um doce em sua boca. Não parecia exatamente surpreso com a notícia, mas sua expressão escondia certa malícia.

– Hun... ainda acho que vocês deveriam namorar, esse aqui – ele apontou para o loiro – tem que dar um jeito na vida logo.

Engolindo um pedaço de omelete, o loiro ajeitou-se no acento, olhando para o rapaz mais alto.

– Eu já tinha dito que não. Eu não sou gay Murasakibara. – ele respondeu sem parar de comer.

– Não precisa esconder Kise, todos sabem que sim. – agora o alto sorria, o que fez o moreno sentir um arrepio, achou meio assustador ver aquele gigante sorrindo.

– M-mas eu não sou! – as bochechas do loiro ganharam um tom avermelhado.

– Não é só porque você nunca namorou um homem, que você não é gay. – o outro rebateu.

Agora, além de envergonhado, o modelo estava determinado a ganhar aquela discussão.

– Eu tenho certeza da minha sexualidade-

Antes que ele pudesse terminar sua frase, eles ouviram um grito vindo da cozinha, o que fez Murasakibara levantar rapidamente, explicando que sua mãe deveria ter ficado brava por ele ter parado de trabalhar. Deixando os dois sozinhos novamente, ele voltou para a cozinha, de onde se pode ouvir algumas poucas reclamações, mas nada sério.

Ryouta suspirou, voltando-se novamente para Yukio, que assistiu a discussão em silêncio. O moreno continuava achando muito estranha a insistência do rapaz enorme de que ele Kise estavam namorando, porém, resolveu não esquentar muito, afinal, nunca ligou para opinião alheia.

– A comida aqui é muito boa, né? – o sorriso já havia voltado ao rosto do mais jovem.

– É. – o moreno respondeu.

Rindo satisfeito, o loiro começou a falar sobre todas as coisas maravilhosas servidas no local, e como o amigo dele fazia doces incríveis. O fotógrafo ouvia tudo, sem realmente prestar atenção, às vezes perdido nos próprios pensamentos, às vezes observando o colegial, imaginando milhões de fotos que poderia bater.

♥ ♥ ♥ ♥ ♥♥♥

Assim que acabaram a refeição, tiveram que voltar com um pouco de pressa para o estúdio, se não Kasamatsu seria descontado de seu salário por causa de atraso. O loiro parecia contente com algo, que o mais velho nem imaginava o que era, e não parava de falar, só quando chegaram ao camarim é que parou, tendo que despedir-se, alegando que teria algo no período da tarde.

– Até mais Kasamatsu. Estou louco para bater mais fotos. – ele sorriu.

O fotografo levantou uma sobrancelha, com uma expressão de questionamento.

– Onde foi parar o “Senhor”? – perguntou.

Ryouta riu, como se ele tivesse contado uma piada.

– Não vou mais te chamar de “senhor”. Faz você parecer um velho, nós não temos tanta diferença de idade.

Sentido uma falsa indignação, Kasamatsu deu um soco no modelo, que riu ainda mais. Fazendo com que uma veia pulsasse novamente em sua testa.

– E onde foi parar o respeito? Podem não ter muitos anos de diferença, mas eu ainda sou mais velho.

Rindo agora da cara do fotografo, Kise o abraçou, como se fosse algo normal. A única reação de Yukio, foi manter-se paralisado. Sentiu o calor do maior a sua volta, como uma coberta que apagava tudo ao redor. Suas bochechas arderam em um forte rubor, e ele agradeceu que não havia ninguém por perto.

– Foi bom ter passado esse tempo com você, Kasamatsu, espero que não demore muito pra nos encontrarmos. Eu gostei de ter almoçado com você, parece ser uma boa pessoa. – o loiro sorriu soltando-o. – Até.

Como se nada tivesse acontecido, ele entrou no camarim, deixando o moreno em frente à porta, com as bochechas ardendo, paralisado sem saber o que fazer.

Assim que se recuperou do abraço repentino, Yukio saiu correndo para pegar suas coisas, ainda teria que passar na editora para estudar as fotos com o editor. Aquele idiota, já não bastava fazer com que eu quase me atrasasse, ainda me vem com um abraço. E se alguém tivesse nos visto, o que eu teria feito? Meu emprego iria por água abaixo. Para sua sorte, não demorou mais do que dez minutos para chegar à editora, assim que colocou os pés em seu “escritório” foi avisado que deveria reportar como foi o andamento da seção.

Suspirando, pois não teria um minuto de descanso, andou até a sala de seu chefe. Relatou como foram as coisas, quando lhe foi pergunto, aceitou a oferta de permanecer com aquele modelo – aparentemente, outros fotógrafos haviam se candidatado para tomar seu lugar.

Quando a resposta escapou de sua boca, sentiu como se um peso saísse de suas costas, dando lugar a um nervosismo sem igual. Realmente estava simpatizando com o jovem colegial loiro, mas o rapaz havia demonstrado interesse em ter mais que uma relação de trabalho com ele, parecia querer maior proximidade, e Yukio não sabia se estava disposto a deixar de um jovem como ele - que nascera para as câmeras e seria facilmente influenciado pela mídia – entrar em sua vida.

O relatório, que durou pelo menos uma hora, foi seguido pela edição das fotos, demoraria vários até que terminassem todas, somente a seleção já levara um bom tempo. O moreno argumentava que não seriam necessárias muitas edições, pois o jovem já era incrível por si só. Apenas alguns reforços de luz sombra aqui e ali, mudança de tons etc.

Conseguiu ajudar o editor por algum tempo, porém, logo fora informado de que teria mais um pequeno trabalho. Sentia-se cansado, e queria ver os resultados de seu trabalho - agora ele também estava apostando alto naquele jovem simpático que fora ao estúdio de manhã -, então só deixou a sala de edição quando lhe foi prometido uma e-mail com o progresso das edições do dia.

O resto do dia passou na velocidade da luz, não importava quantas fotos batesse, com quantas pessoas falasse, sua mente estava tomada por apenas uma pessoa. E ele tinha sensação, que ela não o deixaria em paz tão fácil.


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Notas finais do capítulo

*Omu-raisu: Aquilo é o famoso omelete de arroz. (Não me perguntem porque o Kise tá comendo aquilo)
Olhem o Murasexybara divando. Aí, ai, amo ele. Se você não gosta de MuraHimu, eu sinto muito mesmo, mas não vou me restringir apenas a KiseKasa, mesmo esse sendo o foco principal, adoro por outros casais no meio das minhas fics.
Voltando ao foco, esse capítulo me pareceu meio vazio, mesmo que eu tenha explicado um pouco a coisa aí, não achei muio completo, mas isso é só no início, o Kasamatsu ainda tem muito pra se abrir. E o Kise também.
Espero que tenham gostado, me digam o que acham que pode ser melhorado, o que piorou, o que tá melhorou, se eles estão muito OOC, etc, os mesmos pedidos de sempre.
Até mais o/
P.S.: Se eu passar um pouco de um mês não se desesperem, tenho que atualizar a minha fic original que tá esquecida, coitada, porém nunca vou esquecer o meu prodígio



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