Angel whitout wings escrita por Ká Agron


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Meus amores, vocês me fazem tão feliz com seus comentários. Mil vezes obrigada.
Espero que continuem lendo e gostando.
Até as notas finais ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/461946/chapter/4

– Pai, o que sabe sobre Lucy Quinn Fabray?

Hiram a fitou curioso, a menina já tinha sentado na poltrona do escritório, esperando que o pai fizesse o mesmo.

– Por que a pergunta, estrelinha?

A garota não respondeu, só continuou a olhar para o homem a sua frente, um sorriso maroto nos lábios. Hiram não teve escolha a não ser responder.

– É uma das melhores alunas do curso de medicina na ultima década. – começou – Até onde sei, não tem um só professor que não tenha se surpreendido com a capacidade dela. Me parece que o QI dela é acima da média.

– Era o que eu esperava ouvir – Rachel estava animada com as possibilidades.

– Você a conhece, Rach? – Hiram estava cada vez mais curioso.

– A conheci ontem, pai. Vou te contar.

Rachel inclinou o corpo para o pai e contou a historia de Quinn. Desde o momento em que a encontrará na rua até o momento em que a deixará no prédio de dormitórios.

Hiram ouvia a tudo atentamente. Queria entender onde a filha iria chegar com a historia toda.

– Você pode ajuda-la, pai? A vida que ela está disposta a viver... Não é pra ela.

– A conheceu ontem, Rach. – Hiram ponderou – Mas tem razão. A garota tem um grande potencial, não pode ser desperdiçado.

– Então tem algo que possa fazer, pai? Você é o reitor dela, certo?

Hiram Berry era reitor do curso de medicina de Columbia. Muito bem reconhecido em sua área de atuação, com vários livros publicados sobre neurocirurgia pediátrica. Estava no cargo há quase uma década.

– Sim, sou. E acredito que possa ajudar. Tenho meus contatos aqui dentro e as opiniões sobre os talentos da menina são unanimes.

Rachel irradiava satisfação. Mas tinha mais uma coisa a pedir ao pai.

–x-

Quinn estava a caminho do laboratório de anatomia quando seu celular tocou. Não conteve um sorriso ao ver o nome no visor.

– Oi, morena – atendeu sorrindo.

– Estou te atrapalhando, princesa?

– Não. Ainda não entrei para a segunda aula. – respondeu – O que posso fazer pela senhorita?

– Que bom que perguntou – Rachel estava ansiosa por vê-la novamente – Estou ligando para te convidar para almoçar comigo. Temos assuntos a discutir.

Quinn achou estranho. Mal conhecia Rachel e a garota dizia que tinham assuntos a tratar. Perguntou-se o que ela pretendia.

– Não estou entendendo, Rachel. – ponderou preocupada.

– Quinn, por favor, não foge de mim. Quero conversar com você. – Rachel pediu – Confia em mim?

E por mais estranho que pudesse parecer, Quinn confiava. Aqueles olhos castanhos e o sorriso dela, tudo a fazia se sentir bem.

– Está bem. Onde eu te encontro?

– Te espero na porta dos dormitórios, onde te deixei de manhã. A uma da tarde. – Rachel respirou aliviada.

– Estarei lá.

– Até daqui a pouco então.

E desligou. Ainda tinha que passar em casa para trocar de roupa e pegar suas coisas para as aulas do período da tarde. No caminho para casa mandou uma mensagem para o amigo Kurt. Explicou por alto o que estava acontecendo e recebeu um ok com um sorriso como resposta.

Como sempre poderia contar com o rapaz. Pela primeira vez em muito tempo, estava se sentindo feliz e tinha a sensação de que, de alguma forma, a loira mudaria sua vida.

–x-

Há uma hora em ponto Rachel estacionou em frente ao prédio de dormitórios. Quinn já a esperava. Vestia uma calça jeans, bota de cano longo e um casaco.

Rachel lhe deu um beijo no rosto assim que a garota sentou-se ao seu lado. Quinn sentiu o rosto corar e sorriu.

– Tudo bem, princesa? – Rachel perguntou.

– Sim, e você morena?

– Melhor agora.

A morena saiu com o carro. Dirigiu por vinte minutos até chegar a um restaurante rustico, perdido no meio da cidade grande.

Como na noite anterior, Rachel desceu e abriu a porta do carro para que a garota saísse. Entraram no restaurante, a morena já tinha reservado uma mesa reservada para as duas. Sentaram-se e escolheram o que iriam comer.

– Você é vegetariana, Rachel? – Quinn perguntou.

– Realmente presta atenção a tudo, princesa – a morena respondeu – Sim, sou vegetariana. Mas como soube?

– Você comeu salada ontem. E pediu salada novamente, com tofu. – Quinn respondeu.

Rachel apenas sorriu. O pai tinha razão, Quinn era impressionante. Esperou que os pratos e as bebidas chegassem para começar a conversa.

– Quinn, acho que está curiosa para saber por que te liguei.

– Para ser honesta, estou sim. Não que sua companhia seja ruim. – brincou – Aceitaria almoçar com você de qualquer forma. Mas estou curiosa.

– Bom, do começo então. – a morena respirou fundo – O nome Hiram Berry te diz alguma coisa?

Quinn estava bebendo se suco e tossiu quase indignada.

– Se diz alguma coisa? Ele é meu reitor. O neurocirurgião mais bem conceituado do país. – Quinn despejou – Tenho todos os livros dele.

Rachel sorriu. Aquilo seria ainda mais interessante e divertido do que tinha imaginado.

– Você é praticamente uma fã enlouquecida dele, então? –brincou.

– Mais ou menos isso. – Quinn respondeu tímida – Ele é um homem brilhante. Mas por que a pergunta?

– Talvez não tenha me apresentado adequadamente ontem, princesa – a morena estendeu a mão – Rachel Barbra Berry, é um prazer te conhecer.

– B-berry? Vo-você...

– Hiram é meu pai, Quinn. – Rachel admitiu.

– A meu... meu Deus – Quinn estava branca como cera.

Rachel podia ver em sua expressão que a garota estava prestes a surtar. E não de um jeito bom. Então adiantou-se em acalma-la.

– Quinn, por favor, respira. – estendeu o copo de suco para ela – Toma um pouco. E, por favor, não surta. Quero que me ouça primeiro. Tudo bem.

Quinn não encontrava a voz. Estava com a filha de Hiram Berry. Tinha passado a noite com ela. E, a forma como tinha se conhecido, não era das mais apropriadas. Sentiu seu futuro descendo pelo ralo.

– É o seguinte... Ontem, quando você me contou sobre seu sonho e onde estudava, eu quase surtei. Quer dizer – a morena ponderava – Quais são as probabilidades, certo? E te achei tão encantadora, princesa. Quando você foi tomar banho, admito que mexi no seu casaco e vi seu nome na sua habilitação...

– Rachel, o que... Só vai direto ao ponto. Estou quase correndo daqui de tanta vergonha e...

A diva segurou a mão de Quinn que estava pousada em cima da mesa, com medo da loira sair mesmo correndo dali.

– Não. Você não precisa ter vergonha. Me escuta e juro que vai entender.

Quinn respirou fundo, segurando com certa força a mão de Rachel. Podia sentir seu corpo todo tremendo. Mas não saiu de onde estava.

– Depois que te deixei hoje cedo, fui até o escritório do meu pai – Rachel continuou – Questionei o que ele sabia sobre Lucy Quinn Fabray. E ele foi só elogio.

– Ele sabe quem eu sou? – a loira estava surpresa.

– Mais que isso, princesa. Parece que você é a melhor aluna a aparecer em Columbia na ultima década. E todos os seus professores te acham brilhante. – Rachel exibia seu melhor sorriso – E alguma coisa com você ter um QI acima da media.

– Algo assim – concordou tímida.

– Então, expliquei pra ele o que aconteceu com você. Sobre o que seus pais fizeram. E...

Rachel foi interrompida pelo toque do celular. Era Hiram.

– Por falar nele. Me dá um minuto? – pediu, levantando.

Quinn assentiu. Enquanto esperava, pensava no objetivo de Rachel com tudo aquilo. Queria entender o porquê de ter contato sua historia ao reitor. Conseguia ouvir o coração batendo em seus ouvidos. Pouco mais de cinco minutos depois, a morena voltou. Com o sorriso ainda mais iluminado, se é que era possível. Sentou-se ao seu lado.

– Era meu pai. Ele pediu pra passar no escritório dele quando voltarmos do almoço.

– Por que? – Quinn se assustou.

– Não entendi muito bem, mas é sobre sua bolsa de estudos. Parece que você vai ter que trabalhar para Columbia, ou algo assim. Não entendi muito bem.

– Bolsa? Como assim? Do que está falando? – Quinn tinha um meio sorriso no rosto, incrédula.

– Você é boa demais pra desperdiçar seu tempo... Fazendo o que estava disposta a fazer ontem a noite, Quinn.

– Não sei como agradecer, Rachel.

– Não tem o que agradecer, Quinn. – Rachel estava feliz com a reação da garota – E tem mais uma coisa.

– O que?

– Você vai se mudar lá pra casa. Tem um quarto sobrando e precisa de um lugar tranquilo pra estudar e descansar. Então...

– Como assim, Rachel?

– A casa é grande. Kurt e Mercedes, meus amigos, moram lá também. Meus pais adoram a casa cheia. – a morena estava extremamente animada – Então pensei... Você precisa de um lugar decente pra ficar, nós temos um quarto sobrando... O que me diz? – pediu esperançosa.

– Eu não sei... Eu... – Quinn estava tonta com tanta informação.

– Só diz que sim. Vai ser divertido. Eu prometo. – Rachel sorriu novamente – E se isso não te convencer... Vai morar com o seu ídolo. – brincou.

– Acho... sim. Sim, Rachel.

A morena ficou tão satisfeita que pulou da cadeira e abraçou Quinn.

Quinn por sua vez mal conseguia absorver tudo o que estava acontecendo. Em um dia sua vida estava uma bagunça e no outro uma bela morena aparecia e colocava tudo de volta nos trilhos. Como era possível?

Terminaram de comer e saíram do restaurante. Quinn estava pilhada, era coisa demais para pensar. E a morena ao seu lado parecia tão satisfeita.

Voltaram para o campus em silencio. Rachel aproveitava a companhia da loira por mais aqueles minutos. Parou em frente ao prédio do escritório do pai para deixar Quinn.

– O escritório dele é no segundo andar. É só dizer seu nome que a secretaria te acompanha até a porta.

– Você não vai subir comigo? – Quinn perguntou assustada.

– Não. Mas não precisa ter medo, meu pai é legal. Preciso ir pra a aula. Mas sábado de manhã voltou para te buscar. Deixa tudo arrumado.

Rachel deu um beijo demorado no rosto da loira. Ainda era quinta-feira. Sabia que sentiria falta da garota.

– Eu te ligo mais tarde, princesa. Tenha um ótimo dia.

Quinn ficou ali parada. A única coisa que sabia é seu dia já tinha sido ótimo simplesmente pela presença de Rachel nele. Era surreal o que aquela menina a fazia sentir em apenas algumas horas. Respirou fundo e entrou.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então? Algumas duvidas respondidas... O que será vem a seguir?
Espero que tenha gostado. Volto segunda com mais Rachel e Quinn.
E não esqueçam de comentar ;)
Bj