Angel whitout wings escrita por Ká Agron


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Oi de novo, lindas. Desculpe não ter postado ontem, não deu tempo.
Mas o cap tá grandinho, então espero que compense a demora XP
Quero agradecer todos os comentários, vocês tem deixado uma autora feliz.
Até as notas finais



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Rachel as serviu e se sentou ao lado de Quinn.

– Toma uma taça de vinho comigo? – pediu.

– Claro.

A diva serviu as taças e ergue a sua, oferecendo um brinde à garota. Notou o quão bonitos eram os olhos dela, de um castanho esverdeado desconcertante.

Comiam em silêncio. Era realmente incrível a beleza daquela garota. Prestava atenção a cada pequeno movimento dela. Pensava em quão encantadora aquela loira era.

– Então você estuda em Columbia - Rachel voltou a puxar assunto.

– Isso.

– Mora no campus?

– Desde que meus pais pararam de me mandar dinheiro, sim. É mais barato... Mas minha colega de quarto é um pesadelo – respondeu rindo – E você?

– Sou daqui mesmo. Moro com meus dois pais. Mas às vezes acabou vindo pra cá...

– Acho que não sou a primeira – Quinn brincou.

– É a primeira a sentar pra jantar e conversar – respondeu maliciosa – Eu gosto disso.

Quinn corou. Imaginava o que aconteceria depois do jantar. Sendo honesta consigo mesma, aquela morena a instigava. E até que não seria um sacrifício ficar com ela.

– Rachel, você disse que era diferente. O que quis dizer? – questionou, lembrando-se da colocação feita mais cedo.

– Hum... Você prestou mesmo atenção ao que eu disse – riu.

– Cada palavra, morena.

– Certo. – respirou fundo – Acho que como você é uma futura medica, talvez seja mais fácil de entender – começou um pouco sem jeito – Eu nasci diferente das outras meninas, Quinn.

– Diferente? Como assim? – perguntou curiosa.

– Digamos que... Eu nasci com algo que não deveria fazer parte do meu corpo.

– Você é hermafrodita, Rachel? – Quinn perguntou, tentando facilitar.

– Você é inteligente, loira – Rachel riu envergonhada, tentado ler a expressão no rosto da garota.

– Muito interessante. É a primeira vez que conheço alguém como você – sorriu.

– Você não me acha uma aberração? - Rachel perguntou surpresa.

– Claro que não. – Quinn respondeu horrorizada – Como alguém tão linda como você poderia ser uma aberração? Você só é diferente. Acho que não tem nada de errado nisso. É bom ser diferente.

– E você é a garota mais encantadora que já tive o prazer de conhecer, Quinn.

Rachel estava encantada com a reação da garota. Normalmente as garotas com quem ficava a olhavam com nojo, mas faziam o que ela queria já que estava pagando.

Mas Quinn era diferente. O modo como a olhava naquele momento, os olhos brilhando de curiosidade e entendimento. Aquilo aquiesceu seu coração.

– Sua comida está boa? – a morena perguntou, mudando de assunto.

– Está. Obrigada. – respondeu sem deixar de olhar nos olhos de Rachel.

Quinn gostava cada minuto mais da garota. Era segura de si, mas ao mesmo tempo parecia ser tão frágil. Como um bichinho de estimação. Notou que apesar da força que passava, Rachel precisava de alguém que cuidasse dela. E por um segundo, quis ser tal pessoa.

Terminaram de jantar em silencio. Apenas observando uma a outra. Ambas sentiam-se em paz na presença da outra.

Rachel levantou da mesa e puxou a cadeira de Quinn para trás quando a loira terminou de comer lhe estendeu a mão, trazendo o corpo dela para perto do seu.

Por um breve momento, Quinn sentiu o hálito quente da pequena em seu pescoço e arrepiou.

– Você está gelada, Quinn – a diva reparou – Toma um banho quente pra relaxar. Vou pedir pra tirarem a louça suja do quarto enquanto isso – sorriu – Pode usar o roupão que está pendurado no banheiro. É meu.

Rachel deu um beijo leve no rosto da loira e foi em direção ao telefone do quarto outra vez.

Quinn ficou parada no mesmo lugar, sem ação, por um minuto. Tentava absorver o que estava acontecendo. Sua noite com toda certeza estava sendo incrível.

Respirou fundo e foi para o banheiro. Ao sentir a agua quente escorrendo pelo corpo, se deu conta de que Rachel tinha razão. O banho a fez relaxar. Tentou colocar os pensamentos no lugar.

Era a primeira vez, em quase dois meses, que não sentia medo. Rachel, uma quase estranha, lhe passava mais segurança do que seus pais.

Eles a abandonaram. Não cuidaram dela como supostamente os pais deveriam cuidar. E aquilo a deixava com tanta raiva. Mas não podia ficar pensando sobre o assunto, não ali.

Voltou seus pensamentos para a bela morena que a esperava no quarto. A beleza da pequena diva chegava a deixa-la sem folego quando sorria. Em outra ocasião adoraria passar mais tempo com ela.

Rachel estava sentada na cama, pensativa. Parecia que, pela primeira vez na vida, estava tendo a chance de fazer algo por alguém. Alguém que realmente merecia. Se a situação não fosse tão, indiscutivelmente, surreal... Talvez quisesse aquela linda loira presente em sua vida.

Sem tentar impedir a si mesma do que estava disposta a fazer, a morena levantou e pegou o casaco que Quinn tinha deixado na poltrona. Procurou pelos bolsos até achar o documento da garota. Como era possível, até na foto 3x4 do documento, Quinn ter saído bonita? Ouviu o chuveiro ser desligado, devolveu o casaco no lugar e voltou a sentar na cama.

Quinn saiu do banheiro vestindo o roupão branco de Rachel, secando os cabelos com uma toalha.

– Com todo o respeito, você está simplesmente deslumbrante, Quinn.

O comentário fez a loira corar instantaneamente. Agradeceu timidamente e sentou ao lado de Rachel na cama, sem saber o que fazer. Notando o desconforto dela, a morena levantou.

– Vou me arrumar pra deitar. Já volto, princesa.

E entrou no banheiro. Levou quase vinte minutos para trocar de roupa e fazer seu ritual noturno de beleza. Quando voltou ao quarto, Quinn estava sentada no mesmo lugar, fitando os próprios pés, concentrada.

– Está congelada, princesa? – Rachel perguntou, achando um pouco de graça.

Quinn voltou sua atenção para a morena e ficou de queixo caindo com o que viu. Rachel vestia uma bermuda larga preta, uma regata branca colada ao corpo. Notou os seios perfeitos e as coxas bem torneadas. Era a visão mais perfeita do mundo. Sentiu a respiração ficar pesada e o coração acelerar. Não conseguia dizer nada coerente naquele momento.

Rachel achou engraçado o modo com a outra lhe analisava. Seus olhos pareciam scanear seu corpo todo. Gostou daquilo. Sentou novamente do lado dela e lhe segurou o queixo.

– Fecha a boca, princesa. Não precisa babar – brincou.

– Ow... Me desculpe... Eu... – Quinn gaguejou, o rosto queimando de vergonha.

– Tudo bem, loira. Você está perfeita com o meu roupão também. – sorriu, tentando acalma-la – Que tal se a gente deitar pra descansar, agora? Tenho aula de manhã, e se não me engano você também tem.

– É, eu tenho sim. Logo cedo – respondeu.

– Então deita princesa – Rachel pediu.

Quinn obedeceu. Seu corpo estava anestesiado. Sentiu quando Rachel deitou ao seu lado, e puxou seu corpo para o dela, fazendo com que deitasse a cabeça em seu peito. Pode ouvir o coração da morena batendo contra o seu ouvido.

– Tudo bem se te abraçar, Quinn? – Rachel perguntou com a voz já pastosa de sono, os braços em torno do corpo da loira.

– Sim. Está bom assim – respondeu se ajeitando melhor no corpo da morena.

– Boa noite, rainha Quinn. – deu um beijo leve na cabeça da menina e fechou os olhos.

– Boa noite, meu anjo.

Ambas dormiram quase que imediatamente. E foi a noite mais tranquila das duas em muito tempo.

–x-

O celular de Rachel tocou exatamente às seis da manhã. Abriu os olhos devagar, ainda estavam na mesma posição da noite anterior. Sorriu ao ver o quão em paz Quinn parecia estar. Sentiu a respiração da loira em seu pescoço e arrepiou. Frustrada, notou que algo mais nela tinha acordado. Era a parte que mais detestava. Mas ficou grata por Quinn ainda estar dormindo, não queria assustar a garota.

Levantou o mais devagar que pode para não acorda-la e foi para o banheiro tomar um banho e dar um jeito naquilo.

Deixou que a loira dormisse enquanto se arrumava. Vestiu seus jeans saruel, calçou o all star, e colocou o suéter. Foi até a loira e a chamou baixinho.

– Quinn. Princesa acorda. Já é de manhã.

Quinn se espreguiçou sem abrir os olhos. Rachel sorriu, a garota era perfeita até acordando.

– Bom dia, princesa. Dormiu bem? – perguntou.

– Melhor impossível morena – respondeu abrindo os olhos devagar.

Rachel parecia um anjo ali, sentada ao seu lado. E já estava arrumada para sair. Quinn sentiu o medo voltar. Tinha sido tão a companhia da morena, que acabará se esquecendo que seu tempo com ela era curto.

– Vou pedir nosso café da manhã. Acho melhor se apressar se não quiser se atrasar pra aula, princesa.

– Que horas são Rachel? – perguntou, tentando levantar da cama.

– Quase sete. Se arruma que te deixo no campus, princesa.

Quinn se arrumou e tomaram o café da manhã. Rachel repassava mentalmente tudo o que precisaria fazer naquele dia. Provavelmente faltaria nas aulas da manhã. Precisava falar com o pai o mais rápido possível.

Quarenta minutos depois, Rachel parava seu Lexus prata no prédio de dormitórios de Columbia. Quinn desceu do carro, deu a volta e parou na janela do lado de Rachel.

– Obrigada pela noite, Rachel. – sorriu – Adorei te conhecer.

– Você foi incrível, princesa. Será que a gente pode ser ver de novo? – pediu, quase implorando – Me passa seu celular.

– Claro. Adoraria te ver outra vez – Quinn sentiu seu coração acelerar outra vez.

Anotou seu celular no aparelho de Rachel, que fez o mesmo no de Quinn.

– Eu te ligo, Quinn. Não foge de mim, ok?

– Nunca fugiria de você, morena. – respondeu brincando.

Rachel ficou observando a loira entrar no prédio. Sentiu uma pontada no peito. Seria saudade? Mas de uma estranha? O que quer que fosse Rachel sabia que precisava daquela garota por perto. Precisava resolver as coisas. Pegou o celular e chamou pelo pai.

– Pai, já está no escritório?

– Acabei de chegar. Onde passou a noite, Rachel Berry? – perguntou serio.

– Precisamos conversar, pai. Posso ir até ai? – estava ansiosa.

– O que aconteceu, Rach? Onde você está? – o pai tinha a voz preocupada.

– Chego ai em cinco minutos, pai.

Rachel desligou o celular e acelerou o carro. Tinha certeza de que ainda veria Quinn aquele dia. Em cinco minutos exatos, estacionou em frente ao prédio onde ficava o escritório do pai. Subiu as escadas de dois em dois degraus, cumprimentou a secretária e entrou no elevador.

Hiram Berry a esperava na porta do escritório. Notou a agitação da filha, os olhos dela brilhavam.

A morena deu um abraço rápido no pai e disparou:

– Pai, o que sabe sobre Lucy Quinn Fabray?


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Notas finais do capítulo

E então, estou perdoada?
Espero que tenha gostado. Amanhã tem mais.
Ou quem sabe hoje? Tudo depende dos comentários XP
Até o próximo
Bj



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