Quebrando as correntes do destino escrita por Jose twilightnmecbd
Notas iniciais do capítulo
POV Edward
Edward
14/07/1883. Sábado.
Corro contra o tempo. Preciso chegar à chácara em tempo de impedir este casamento. Passei esses últimos dias sendo sedado por Rosalie, nunca a perdoarei por isso. Se não fosse Jasper, desconfiado, seguir Rosalie e descobrir que ela misturava entorpecentes no meio dos meus remédios, jamais levantaria daquela cama.
Jasper vem comigo, arrumamos uma diligência pequena e dividimos a viagem até a corte. Somente nós dois, eu tenho aval para ir e vir entre o Engenho e a Chácara e Jasper deu uma desculpa para o feitor para não ter que sair fugido.
Meus ferimentos ainda doem, alguns já cicatrizaram, outros ainda estão em processo e ainda sangram um pouco. Mas a maior ferida só será curada quando eu tiver Isabella em meus braços novamente.
Sei que ela está se casando obrigada. Mas por quê? Talvez o Comendador tenha tido coragem para falar de suas dívidas de jogo, mas não acredito que isso a faria se casar com Mike. Ainda posso sentir seu cheiro e a lembrança de seu toque me causa arrepios gostosos por todo meu corpo. Isabella me ama, e é comigo que ela se casará.
─ Oras, o que é isto?
Jasper puxa as rédeas dos cavalos e eu pulo da diligencia antes mesmo que pare totalmente. Há uma barreira de homens e cachorros enormes, armados, impedindo a passagem de entrada na chácara.
─ Senhores. – cumprimento ainda tentando ser cortês. – Gostaria de pedi-los que gentilmente abrissem caminho para nossa diligencia.
─ Eu sei quem tu é. – um homem de aproximadamente uns 40 anos, barba grossa, olhos enevoados, corpulento, me dirige a palavra. Franzo o cenho e quando ele sorri mostrando seus dentes tortos e amarelados, eu reconheço. Feitor Marcus. O comendador só poderia tê-lo trazido aqui por um único motivo. – E é tu mesmo que não pode e não vai passar.
─ Feitor. – Jasper desce da diligencia e fica ao meu lado. – Precisamos passar. Edward é afilhado da dona Esme...
─ Eu já sei de toda essa conversa. E to cheio dela. A minha ordem dessa vez – ele aponta a espingarda em nossa direção – é só não deixar passar. Essa coisa de afilhadinho me impede de fazer o que eu quero. Então não dê mais nenhum passo ou serei obrigado a usar essa belezinha aqui. – ele dá um beijo na ponta da arma. Os seus companheiros riem. Nenhum deles é negro, não há escravos ali, só criados.
Penso que eu deveria ter usado um atalho, mas como iria imaginar? Este era o caminho mais rápido. Olho além deles e consigo ver a casa grande mais acima um pouco, uma folhagem esconde a parte de baixo. Estou tão perto. Olho para eles novamente, eles são cinco, nós, dois. Jasper me olha e faz um leve aceno de cabeça. Sei o que ele quer, é arriscado. Mas não viemos até ali para desistir.
Com um gingado leve começamos a dançar capoeira. Foi tudo muito rápido, conseguimos desarmar quatro deles e derrubá-los no chão, enquanto Jasper distrai um deles, eu aproveito para correr em direção a casa grande e então um tiro é disparado. E eu caio. Acabo de levar um tiro na perna direita e neste momento estou sendo arrastado.
─ Solte-me! Solte-me! Os senhores não entendem! – olho e vejo Jasper apanhando com a coronha da arma do feitor Marcus, ele está espumando sangue, Jasper também o acertara. Dois continuam no chão se contorcendo de dor do chute que demos bem no meio de seus tórax.
─ Agora vão! – feitor Marcus grita. – Ou eu atiro de novo. – ele mira a espingarda.
─ Vamos Edward. – Jasper bufava, mas estava mais preocupado com o tiro que eu tinha levado. Quase me pegou no colo para me colocar dentro da diligência.
─ Não, Jasper! Não! Isabella... Alice! – tento lembrá-lo, em vão. Ele já está contornando o caminho e botando os cavalos para correrem.
Olho pela lateral da diligência e ainda consigo ver a ponta da casa. Meu amor está se casando com outro. E eu não posso fazer nada. Não consigo impedir as lágrimas que começam a jorrar dos meus olhos. Sou um inútil. Sou um escravo e estou acorrentado.
─ ISABELLAAAAAAAA...!
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