Paradiso escrita por Olive Dunham Kenway


Capítulo 4
24 de fevereiro de 2014


Notas iniciais do capítulo

Capítulo 4! Está meio parado, mas é porque eu tenho que construir um cenário para algo especial! Aproveitem!



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Ainda não falei com a Henrietta.

Eu não estou com medo. E se você discorda pode enfiar sua opinião no seu orifício anal (esse software não reconhece a palavra c-u, mas reconhece puta e porra. Vai entender essa merda). Eu andei ocupado. Meu cliente quer se vingar de uma Empresa inteira. Todos os funcionários. Menos um zelador chamado Luke Goli. Aparentemente o nosso amigo Luke foi o único legal com o frango do meu cliente.

Meu cliente é um viado. Sério. Eu quase dei um soco nele durante a entrevista. O homem é insuportável. Não me admira que ele tenha sido maltratado pela empresa lá. Pra mim, só prova que os funcionários são humanos e percebem quando alguém não merece o tempo e respeito deles.

Mas eu morri de rir quando Nina chamou ele de “babaca”. Babaca. Ela não tinha nada melhor não? Porém, ela está começando no caminho da Arte de xingar, então relevei dessa vez.

E ela me chamou de “babaca” quando eu ri dela, o que me fez rir mais ainda.

Calma gente, eu tenho um bom motivo pra estar escrevendo agora (sim, tô digitando agora. O software deu pau), não é só pelo “babaca” da Nina ou pelo viado do meu cliente.

Tem um cara estranho me seguindo.

Ah, você deve tá pensando “Porra hein? Mas você é um frango mesmo, Zach! Fala do cliente, mas olha você ai, entocado em casa, abraçado numa tartaruga, tendo um episódio de Síndrome de Perseguição. E ainda por cima não falou com a Henrietta.”

Ah, merda, voltei pro assunto da Etta (só eu chamo ela assim, ok? Pra você é Henrietta). Depois falo sobre ela. Vou no restaurante hoje. Vou dar os detalhes depois. Vou até levar um gravador. Sei que leitor ama quando o protagonista toma no cu. Bando de “babaca”.

Ah, Deus, nunca vou esquecer dessa.

Não, agora sério. Tem um cara atrás de mim. Eu vi ele três vezes na banquinha do pastel e ele só fica lá. Olhando. Pra mim. Quando eu vou embora ele vai também.

E eu vi o safado no caminho pra minha casa!

O Arlo é minha testemunha!

Mas não estou com medo sabe? Não é a primeira vez que isso acontece. Tem algumas vezes que alguém me descobre e vem atrás de mim. Já tentaram me bater, sequestrar, torturar, coisa do gênero. Nunca conseguiram. Minha empresa sempre me manteve seguro. E além do mais, não sou uma garotinha. Eu posso me defender. Eu tenho uma Micro. E a empresa nos força a aprender a lutar. Eu vou ficar bem, mas outra coisa que a empresa nos obriga a fazer é delatar qualquer atividade suspeita ao nosso redor. Somos muito valiosos para cair nas mãos erradas. Temos muitos segredos dentro de nossas cabeças. Como se eu não seja valioso simplesmente ter nascido!

Mas de qualquer forma, é irritante. E é muita papelada pra escrever. E eu tenho que escrever. Se o diretor pensar que a Nina fez o relatório 94 ele vai me infernizar e eu não quero ser infernizado por alguém que ganha a vida infernizando as pessoas por aí.

Então decidi não falar nada dessa vez. Vou ver o que acontece.

Vou aproveitar o tempo que não vou gastar fazendo o relatório 94 e ir ver Henrietta.

Eu vou gravar tudo e passarei pra vocês em depois.

***

Boas notícias: Eu não morri!

Más notícias: eu descobri o que eu disse pra Henrietta que fez ela ficar preocupada e vir atrás de mim.

Bem, vou escrever toda a situação aqui.

Eu cheguei no Tom, sentei no meu lugar de sempre e esperei Henrietta vir.

O olhar que ela me lançou... parecia a porra de dois sabres de luz vermelhos.

–Eu... hã... quero um café preto.

–Com leite?

–Não, só com açúcar.

–Hum, parece que pelo menos isso aprendeu.

–Etta, eu queria te pagar um café.

–Estou ocupada. –ela diz sem olhar para mim. –Torta de morango?

–Não, eu quero pêssego hoje.

–Ok.

Ela foi embora. Pensei que ela fosse falar algo sobre minha mudança de hábitos. Acontece que não foi assim.

Henrietta trouxe minha comida e foi embora. Eu a segui até a cozinha.

–Ei, Zach!

–Ei, Tom, pode nos dar um segundo?

–Ah, claro, claro. Molto bene.

Etta ficou possessa.

–O que você quer?

–Eu só quero conversar com você, droga.

–Ah, claro. Agora você quer conversar. Em fevereiro.

–Eu sei, estava ocupado.

–Você sempre está ocupado demais. Ocupado demais para tudo, o tempo todo!

–Eu nunca fui ocupado demais para você! Eu vim aqui hoje e não antes porque não queria discutir com você. Eu quero conversar!

–Conversar? Então vamos! Converse, Russell.

–Por que você está com tanta raiva? Eu sempre faço merdas como aquela no ano novo. Você sabe. O que mudou esse ano?

–Pare...

–O que eu disse pra você naquela ligação? O que eu falei que te fez ficar preocupada o suficiente para sair da sua cama para vir me ver no ano novo quando sabia a porcaria que ia encontrar?

–Eu não sabia que ia encontrar putas na sua sala de estar.

–Sabia sim. Eu sempre faço essas merdas. Você foi a primeira a saber.

–Eu pensei que poderia ser diferente. –ela tentou sair, mas eu a segurei. –Me solte, Zachary!

–Me responda!

–Não importa mais! Já faz um mês, Zachary! Mais de um mês. Cansei

–Diga de uma vez, Etta.

–Não me chame de Etta, isso é para as pessoas próximas de mim.

–Etta, não faça isso. Por favor, você é uma das únicas pessoas que importam de verdade para mim.

–Oh, sim, mas é claro que isso é verdade. –ela rolou os olhos e puxou seu pulso da minha mão. Eu a libertei.

–Por favor, Etta, o que eu disse naquela noite? O que eu disse que te deixou assim tão... puta?

–Você disse meu nome.

–E?

–Você disse... –vejo os olhos dela se encherem de lágrimas. Etta tem olhos bonitos. Não ficam bonitos com água neles. Água que está ali por minha culpa. Ela pegou o celular do bolso e abriu o correio de voz. Eu soava bêbado. Um idiota falando lentamente.–“Etta, eu não te vejo mais como a garotinha que eu colocava sobre meus ombros. Eu quero te ver. Etta eu... eu te amo.” –e eu comecei a tossir e desliguei.

–Feliz?

–Etta, eu...

–Ah, por favor, como se eu fosse acreditar na baboseira que sai da boca de um bêbado, Russell. Ainda mais você. Eu estou irritada pela forma como você tratou aquelas mulheres. Você sempre faz isso. Agora se você me permite, eu tenho trabalho a fazer.

–Você precisa de gorjetas, certo? Pegue. –dei-lhe trezentos dólares. Tudo que tinha dentro da carteira. –Agora fique e fale direito.

–Eu não sou uma puta, Russell, você não pode comprar meu tempo. Pegue essa merda de volta. –ela enfiou o dinheiro no meu bolso. –Vá embora. Você está atrapalhando meu pai. Ele precisa dessa sala para trabalhar.

–Etta, eu não queria que nada disso tivesse acontecido.

–Só vá de uma vez, Zachary. Você está me deixando enjoada novamente. –ela cruzou os braços.

Eu a abracei e pedi que não fizesse isso. Ela deu um tapa na minha cara e eu finalmente fui embora.

Quando sai do restaurante, uma mulher da minha empresa estava me esperando. Ela era da divisão de segurança. Estava preocupada com alguns problemas na minha rotina. O que quer dizer que ela estava me espionando, então sabe sobre o cara me seguindo e, provavelmente também sabe sobre eu e Henrietta, nossa briga. Isso é irritante.

–Não há razão para se preocupar. Não é nada. Agora, se você me permite, eu quero ir embora.

–Sua casa não é segura, senhor Russell.

–Foda-se. Vou indo. E é melhor que eu não te veja de novo.

Eu fui embora. A mulher não me seguiu.

Mas o cara esquisito me seguiu.

Como sabia que era um homem e não a mulher de antes? O tamanho. O maldito deve dar dois de mim. E isso é uma merda.

Eu vou trancar as portas. E janelas também. Só por precaução. Parece uma boa ideia.

***

Estou assistindo/ouvindo televisão. Estou bebendo cerveja. Aquela mulher vindo atrás de mim, esse cara bizarro, meu cliente e... e Etta... Meu Deus, agora eu consegui fazer ela me odiar. Eu não queria isso. Deus... não queria que acabasse assim.

Não consigo mais dormir e escrever está me dando nos nervos. Vou andar um pouco com Arlo. O ar noturno pode nos ajudar.

Tenham um bom dia.


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Notas finais do capítulo

Comente ;D
Tha't All Folks



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