Paradiso escrita por Olive Dunham Kenway


Capítulo 3
Dia 01/02 de Janeiro de 2014


Notas iniciais do capítulo

terceiro, pq estou super in love pelo Zach! Aproveitem!



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Então, eu bebi pra caralho durante o Ano Novo. Acordei hoje com uma ressaca do cão e com a música Enourmous Penis tocando muito alto. Tinha uma mulher que nunca vi na vida na minha cama e outras duas largadas na minha sala de estar. Eu só torci o nariz para elas. Nada demais.

Só que tinha uma mulher que eu conheço. E foi isso que me fodeu.

Não queria que ela me visse daquele jeito.

Quando digo isso, não quero dizer com as calças na mão. Quero dizer naquela situação toda. Eu não quero que ela pense que eu sou um canalha. Qualquer um pode pensar isso de mim. Mas não Henrietta. Não ela.

Eu me lembro perfeitamente do que ela disse.

Ela primeiro suspirou. Me olhou de cima a baixo. Outro suspiro.

—Você me ligou às cinco da manhã. Você só disse o meu nome. Eu fiquei preocupada então vim aqui. Não sei porquê raios eu fiquei preocupada com você.

E ela riu e, Deus, aquilo machucou.

—Eu tinha feito chá para aquelas duas. Elas não parecem bem.

—E para mim? Fez chá? eu tentei parecer normal.

—Não. Não fiz. Por mim você pode ir se foder, senhor Russell. - ela colocou o casaco e passou por mim. Senti cheiro de café fresco. Henrietta tem esse cheiro. Eu amo isso.

Henrietta pegou algo no seu bolso e jogou no chão.

—Quase esqueci.

Eram minhas chaves.

—Ache um lugar melhor para elas, seu idiota.

—Etta...

—Ah, pare, você está me deixando enjoada.

E ela foi embora.

Ela podia ter me dado um soco nas bolas que daria no mesmo.

Eu conheço Henrietta desde que nós dois erámos duas bolas dentro das barrigas das nossas mães. Trinta anos. Sou só três semanas mais velho do que ela. Não sei sobre você, mas eu não gostaria de que a única garota que me suporta começasse a me odiar. Não seria legal entende? Henrietta é a minha garota, sacou? Ela é minha garota antes de eu saber o que eram garotas.

E agora vou ter sorte se ela olhar na minha cara.

Isso é uma merda.

E logo no ano novo.

Ai fode tudo né?

Eu expulsei as mulheres da minha casa.

Eu estava com raiva. Espumando de raiva. Não queria que ninguém visse minha cara. Eu não quero ver a cara de ninguém. Nem a cara do Arlo. Ou o balão dele. Que eu já vou ter de trocar.

Eu deveria escrever algo para Henrietta? Acha que sim? Ela não me acharia um covarde, certo? Não, ela provavelmente meteria um soco na minha cara se eu mandasse um e-mail... Eu não quero que as coisas fiquem assim.

Ah, chega disso. Vou atrás da minha secretária. Preciso ver se tenho trabalho a fazer. Ela sempre avisa ou vai atrás de mim, mas não quero ficar em casa.

Então... não tenho trabalho a fazer. Tínhamos um caso, mas foi passado para o melhor no ramo e acontece que não sou eu.

Eu sei! Absurdo, certo? E a cara ainda se acha incrível. Se acha melhor que todo mundo. Mulher sem noção. Eu sou o melhor em tudo! Por favor.

De qualquer forma, eu não tenho nada para fazer, por isso estou escrevendo. E como eu tenho tempo de sobra, decidi trabalhar em um software que digite o que eu diga. Assim eu não preciso digitar quando estiver em casa.

E se você está ai pensando: não, não estou no restaurante do Tom.

Eu parei para pensar e, hei! Ela foi super rude comigo! Ela me conhece bem o suficiente para saber que eu passaria meu ano novo daquele jeito. E o que raios ela tava fazendo lá na minha casa? Tá, eu liguei pra ela, mas conhecendo Henrietta ela me xingaria e desligar na minha cara. O que me faz achar que eu não disse só o nome dela. Ela não iria vir até a minha casa no meio da madrugada para me ver se eu não tivesse dito alguma coisa realmente preocupante. Sério. Do tipo Henrietta, se você não aparecer agora eu vou enfiar uma bala na cabeça da minha vizinha gorda e do marido dela e depois vou me matar.

Mas que merda eu falei pra ela?

E agora eu tô curioso. Quero ir lá falar com ela, mas sei que hoje não vou conseguir nada. Ela vai me lançar aquele olhar frio de novo. Vai dizer que eu a deixo enjoada. Vai me mandar embora. Vai me mandar ir me foder. Eu já tô fodido, não preciso piorar a situação.

E se você acha que eu reclamo demais, vai ver se eu tô na casa do caralho (o que me faria estar na sua casa), você não sabe da minha história, você não sabe o que eu vivi e você não sabe nem como fazer meu achocolatado!

Ah! Consegui fazer meu novo Software funcionar!

—Zach?- Sotaque italiano inconfundível. Sempre fala ZAch.

—Tom? O que está fazendo aqui?

Tom é italiano. Ele é meio gordo, mas tem boa pinta. Tem olhos de cachorro. Sorriso de sacana. Pior que o meu. Cabelo preto e ralo. Ele já está meio velho. Eu amo esse cara. Mas não tava a fim de ver ele naquele momento específico do meu período de terror existencial nessa Terra.

—Henrietta está soltando chamas no meu restaurante! Ela nunca é assim. Quando perguntei o que havia acontecido ela disse que era tudo sua culpa. O que aconteceu entre vocês?

—Eu não sei explicar. -viu como o meu programa é bom? Ele ainda escreve tudo direitinho sem os meus tô e tava. -Eu passei meu ano novo como sempre...

—Com putas?

—Nem sei se eram realmente putas, acho que as encontrei numa festa qualquer. Não me lembro. E não sei porque Etta estava lá em casa quando acordei. Ela disse que eu liguei pra ela e disse seu nome.

—Etta não iria na sua casa só por causa disso. Ela desligaria na tua cara e iria dormir.

—Eu sei, esse é o tipo de garota que a Etta é. Ela iria me mandar pra puta que pariu, mas não iria lá em casa. Eu não acho que eu tenha dito só aquilo pra ela. Tem que ter algo a mais!

—Pergunte pra ela, criança!

—Ela vai me socar nas bolas se eu chegar perto dela agora!

—Ah, Etta não é assim. Ela é um bebê doce. Como a mãe.

—Ah, Seu Tom, Etta não é um bebê doce. Ela é um dragão cuspidor de fogo que o Diabo mantém debaixo do pé dele lá nas profundezas do inferno.

—Ah, que isso Zach. Não é pra tanto. ele ri.

—Ela disse pra eu ir me foder hoje cedo!

—E você é inocente e nunca mandou ninguém ir se foder. Ah, certo, pinoccolo.

—Não, também não é assim. Mas ela sabe exatamente onde me acertar. Ai fica foda né, Tom? Sério, ela me machucou hoje.

—E você não fez nada pra merecer isso. -vocês deviam ter visto o olhar de acusação na cara dele. Filho da puta. Eu amo esse cara.

—Talvez.

—Vá falar com ela.

—Nem fodendo!

—Merda de moleque covarde.

—Não sou covarde! Eu só... não quero piorar as coisas com Etta ok? Ela é uma das poucas pessoas que importam de verdade.

—Eu não?

—Claro que sim, Tom. Você é o meu bastardo favorito, seu italiano de merda.

—Também te amo, Zach. Você é um bom garoto.

—Oh, sim, sou sim. -ri alto.

—Ei, vou voltar para o restaurante. Se arranje com Etta, meu filho.

—É o que eu quero.

Meu celular tocou. Minha secretária.

Tenho trabalho a fazer. Eu vou lá amanhã. levantei e peguei o notebook. Eu o abracei. -Cuidado por aí, Tom.

—Você também, garoto. Você também.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Comentem hein?
E podem fazer perguntas para o Zach se quiserem, não garanto que ele irá responder feito gente ;D
That's All Folk's!