Se você não entendeu porque a barra entre os dias, se joga de um penhasco e morre (não faz isso, seu imbecil. Vai que você tá deprimido aí e leva a sério o que eu disse, aí você inventa de deixar uma carta suicida nos comentários e a culpa vai ser minha. Então acalma as tetas tá? A vida de todo mundo é uma merda. Só que tem gente que tem bolas pra enfrentar e tem gente tipo você que gosta de abraçar o urso velho do jardim de infância e chorar de noite feito um babaca. Boa sorte com isso aí. Só quero que Deus de abençoe e te faça ver como isso é coisa de perdedor.)

Me fizeram trabalhar ontem.

Pois é, os caras não podem fingir ser legais um com os outros nem no natal. E quem tem que sair da cama? Zachary aqui. Ultra divertido. Vão se foder. Na real.

E agora estou no restaurante do Tom. Tenho que investigar um cara chamado Irlon Goldman. Que tipo de nome ridículo é esse? Acho que a mãe desse cara odiava o coitado porque, Irlon? Que nome merda.

To com fome, então vim comer aqui no Tom. Melhor torta de morango da cidade. Pode ter certeza.

E para passar melhor o tempo, decidi continuar minhas notas aqui. Não estou muita afim de trabalhar mesmo. E quando você digita, parece alguém importante e tudo. Faz as pessoas terem certo respeito. Os carinhas na minha frente começaram até a falar mais baixo depois que eu comecei a digitar essa merda aqui. Acho que vou fazer isso com mais frequência. Tem gente que me irrita quando fala.

Não que tenha poucas coisas que me irritem, mas tem umas pessoas que eu quero costurar a boca, prender a cabeça dentro de um saco, amarrar uma pedra grande no pé e jogar dentro da baía de Santa Mônica porque olha, puta que pariu.

–Ei, Zach, tudo bem?

–É... Mais ou menos. Trabalhando. –digo. –E você Henrietta?

–Ah, estou ótima.

–Você está trabalhando no Natal. Como isso é ótimo?

–Ah, fofocas! –ela pisca para mim. –Só tem as melhores fofocas do ano aqui. Sabe, gente que perdeu tudo, que está apaixonada e tudo. Você ouve as melhores histórias no dia de Natal. Por que você está escrevendo o que estou dizendo?

–Projeto. E me ajuda a pensar.

–Vai começar a escrever o que acontece no seu dia?

–Acho que vou.

–Isso é bom, Zach. Você tem agido estranho ultimamente.

–O que quer dizer?

–Quero dizer que você tá estranho. Quieto. Sei lá. Me dá arrepios.

Os arrepios legais? (mas é claro que não digo isso)

–É como se você estivesse se perdendo. Não quero que isso aconteça. Você é um cara legal.

–Não sou legal. Sou incrível. Em todos os aspectos. –sorrio largamente. Ela faz careta.

–Exceto social.

–Ah, qual é, sou um cara ótimo de papo.

–Esse não é o aspecto que estou falando.

– Você é uma garota inteligente, Henrietta. Por que está num restaurante servindo de garçonete? Não que eu não goste de ver você nessa roupinha legal, eu só acho que você poderia fazer mais. –viu como eu não sou um canalha o tempo todo? Sou um cara legal também!

–Você tem algo que eu não tenho, Zach.

–Pênis?

–Não, idiota. Dinheiro.

–Você tem um pênis?!

–Cale a boca.

Dsaiojapdiasdpasijdpasipdijsapidasjdpasidjapijehffhuvbsydhbfysdgchbdvgsdieu ebfue9283r48 8dsvuhsvodush

Isso foi o que a Henrietta fez quando esfregou minha cara no teclado. Não vou apagar. Ficou até estiloso. Olha como os D’s e S’s ficaram legais.

–Vai querer café, Zach?

–Preto, com açúcar e leite.

–Já te disse que, se tem leite, não é preto.

–Mas eu adoro quando você repete.

–Mas você está olhando para a tela do seu computador. E eu estou lutando para não ver as porcarias que você está escrevendo sobre mim aí. –ela diz fechando os olhos com força.

Caralho, pensei que só teria esses problemas de “Você nem está olhando para mim!” quando eu casasse. Mas eu não sou assim tão sortudo. Mas não se pode ser lindo, inteligente e sortudo, não é?

–Nenhuma porcaria. Juro.

–Lindo e inteligente? Oh, claro. Vai em frente, Zach. Não vou te tirar das suas ilusões. Dizem que não se deve contrariar malucos. Só faz o problema ficar pior. –ela bate no meu ombro e vai embora.

Mas que merda hein? Ela disse que não ia ler. Sacanagem, Henrietta. Puta sacanagem.

Bem, eu dei esse espaço todo porque minha secretária apareceu aqui e eu não queria que ela soubesse o que eu estava fazendo, então fechei o notebook.

Ela queria me apressar porque o nosso chefe está pressionando ela.

Mas que porra né? Acabei de começar o trabalho e já querem que eu tenha todos os podres do cara digitados em uma pasta.

Mas pelo menos a secretária foi embora logo. Eu xinguei ela toda e então me voltei para o notebook.

Porém, teve um lado bom em ver Nina. Ela tem uma cara de bunda que sempre me faz ficar com vontade de rir. E por alguma razão, liguei isso à conversa que tive com Henrietta sobre pênis. E então descobrir como ferrar o senhor Nome de Bolo Fecal.

Ele está trabalhando em uma campanha publicitária para roupas intimas da Victoria Secret e eu sei exatamente qual vai ser a trilha sonora.

Fui para a casa do Irlon (que está em um jantar importante com o meu contratante, que é completamente secreto *cof cof Earl Borbs cof cof velho pelancudo que quer a gravação em VHS cof cof*) e peguei seu computador. Ele tinha deixado o arquivo da campanha encriptado, mas foi fácil resolver isso.

Comecei a editar tudo e troquei a música da Katy Perry por uma de um grupo/banda, sei lá, chamado Da Vinci’s Notebook. O melhor é que a propaganda sai amanhã em rede nacional. Isso vai ser épico. Vou agora colocar uma câmera em sua sala de reuniões, onde ele vai assistir a propaganda e assim meu contratante vai poder assistir. Quantas vezes quiser. Sério, essa ideia foi tão brilhante que eu vou fazer um GIF com a cara do Irlon. Na boa. Vai ser épico. Meu melhor trabalho.

Ok, mentira. Eu sou genial. Todos os meus trabalhos são divinamente divinos e divos.

E não sou convencido.

Eu estou em casa agora. Tudo pronto para amanhã. Vou dormir agora e dar comida para Arlo (não necessariamente nessa ordem).

Então, grande dia!

A propaganda sai em dois minutos.

Quando as mulheres apareceram naquelas roupinhas transparentes e sutiãs com diamantes (como se homens ligassem pra diamantes. Eles ligam pra peitos. E eu não ligo para o que você liga. Se você liga para as porras dos diamantes, foda-se) e então a música começou:

Whenever life gets you down
Keeps you wearing a frown
And the gravy train has left you behind

And when you're all out of hope
Down at the end of your rope
And nobody's there to throw you a line

If you ever get so low that you don't know which way to go
Come on and take a walk in my shoes
Never worry bout a thing, got the world on a string
'Cause I've got the cure for all of my blues

I take a look at my enormous penis

Eu não me aguentei de tanto rir quando ouvi a frase “Enormous penis”, eu morri.

A cara do Irlon.

De toda a empresa dele.

A minha cara.

A televisão saindo do ar de repente.

Foi tudo tão incrivelmente divino que... não me aguentei. Quase mijei nas calças. Até o Arlo riu.

Cantei o resto da música:

–And my troubles start a'meltin' away
I take a look at my enormous penis
And the happy times are comin' to stay

I gotta sing and I dance

When I glance in my pants

And the feelin's like a sunshine-y day

I take a look at my enormous penis

And everything is goin' my way

I take a look at my enormous penis

And my troubles start a'meltin' away

I take a look at my enormous penis

And the happy times are comin' to stay

Yeah, I got great big amounts

In the place where it counts

And the feelin's like a sunshine-y day

I take a look at my enormous penis

And everything is goin' my way (my trouser monster)

Everything is goin' my way (my meat is murder)

Everything is goin' my way (…size doesn't matter…?)

Everything is goin' my way

E depois que a alegria de um trabalho bem feito e um cheque bem gordo passaram, eu voltei para o restaurante do Tom e pedi um café preto com açúcar e leite.

Tinha perdido a graça.

Bem, agora vou dormir de novo.

Tenham um bom dia.

E vejam a cara do Irlon