A Estagiária escrita por Shelly Stewart


Capítulo 11
Capitulo 11.


Notas iniciais do capítulo

Olá Leitores(as)!
Primeiro vou explicar a minha demora em postar, meu pen drive entrou vírus e apagou tudo que estava lá dentro inclusive o capítulo 11 que eu ia postar, então tive que refazer tudo.
Demorei, mas aqui está.
Bem, o tão sonhado dia chegou... HORA DE DESCOBRIR QUEM É EDWARD CULLEN!
Prontas? Prontas? Prontas?
Let's go!


XXXX

Shelly Stewart.



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Edward não tinha acordado ainda, era começo de tarde e já era domingo, ou seja, nossa semana juntos estava chegando ao fim. As única coisas que eu consegui nesses dias foi irritar Edward e me apaixonar por ele... Estou vestindo o suéter preto dele preparando um chá para nós. Ontem fomos ao cinema, jantamos fora (apesar de eu ter ficado bêbada e ele bravo), foi incrível.

– Bom dia. - seus dedos agarram minha cintura me puxando para trás colando meu corpo no seu.

Olho para o relógio.

– Boa tarde, não é? Você sempre dorme tanto assim? pergunto me virando e entregando-lhe a xícara.

Seu peitoral pálido está amostra e nele tem um traço de pequenos pelos negros que vão até onde o elástico de sua calça do pijama começa.

Mordo os lábios me afastando para olhar ele.

– Gosta do que vê, querida? - assenti e ele riu se divertindo com a minha expressão.

–Dormir é a segunda melhor coisa do mundo, perde apenas para o momento em que tenho você nos meus braços. - responde acariciando minha bochecha com a ponta dos dedos e dando aquele sorriso fraco que me rouba o ar sempre.

Estremeço, sinto minha pele se arrepiar ao seu contato.

Oh Deus, ele dizendo essas coisas amolecia meu coração.

– Você vai embora hoje, não é? pergunto baixo.

Ele assente.

– Você quer que eu vá embora? pergunta.

Não tenho coragem de dizer as palavras então só balanço a cabeça como um não, ele se inclina e encosta os lábios nos meus para se afastar depois deixando sua testa encostada a minha.

– Então não irei. - conclui. - Vamos ficar em casa hoje, tudo bem?

Faço que sim com a cabeça e ele segura meu queixo com uma ligeira força, ajustando até estarmos olhando um no olho do outro. A potência daquele olhar era realmente de arrancar a respiração de qualquer uma.

Era o Edward Psicótico naquele momento.

Ele analisa meus olhos por um momento procurando por algo, conclui rapidamente e me solta.

– Eu peço pizza e podemos ver um filme de garotinhas. - ele diz e ri.

Reviro os olhos e o vejo partir. Não suporto mais isso, ontem tive um noite perfeita depois de ele ter ficado puto porque vi Victoria... Não quero estragar as coisas, mas também não quero largar meu trabalho.

Pego meu celular e ligo para Jacob.

– Oi Bella...

– Esqueça o "oi" me ouça... Se você tivesse que tomar uma decisão entre duas coisas que você ama o que você faria?

Jacob tosse do outro lado.

– Mas...

– Responda a pergunta, Jake. -- eu o interrompo novamente.

Ouço outro pigarro, mas desta vez de raiva.

– Primeiro, quando se fala com os amigos depois de muito tempo você pergunta como eles estão, segundo que raios de pergunta é essa? - esse era o Jake bravo, sua voz era grossa e Jake também era famoso por ter um gênio forte e uma paciência curta. - Não me enrole, Bella conta logo o que quer dizer com isso.

Suspiro.

– Emprego e coração... Qual dos dois?

Jogo essa para não ter que entrar em algo constrangedor, o "Ahh" de Jacob me fez ficar como um pimentão.

– Sofri por tempo demais para saber que os desejos do coração devem ser realizados antes de qualquer outra coisa. Se está apaixonada, Bells, ame com força... Não deixe isso escapar.

As palavras de Jacob me atingiram com força porque nós tínhamos algo em especial, Jake tinha algo especial por mim que eu nunca consegui retribuir a altura e isso me torturava por dentro. Ele sabia o que estava falando.

– Desculpe. - sussurro comprimindo o nó na garganta.

Jake estava sorrindo do outro lado e eu sabia disso eu podia sentir seu sorriso pela sua respiração.

– Não se apavore. Tudo vai acontecer naturalmente, Bells. Só não deixe isso escapar, não quero que machuque seu coração porque se isso acontecer eu vou até Seattle quebrar o nariz desse cara.

Eu ri pensando em como seria Jacob confrontando Edward Cullen ou o Edward Psicopata... Jacob se feriria com toda a certeza.

– Obrigada, Jake. Eu te amo. - sussurro. - Eu tenho que ir, tchau.

Ele sussurra um "eu também te amo" e desliga.

Suspiro fortemente e vou atrás de Edward.

– Edward eu... - começo a falar antes de entrar no quarto, mas ai paro na porta porque ele está ao telefone no viva voz a voz com o que parece ser uma mulher.

– Escuta aqui você, você não tem noção do que está falando não é? Não vou medir esforços para achar você e queimá-la como um arquivo morto... Fique longe da Bella, ela nunca jamais pode saber o que eu fiz, se ela soubesse seria pela minha boca, não por meio de vadias que eu comi tempos atrás. - ele está muito bravo, está de costas e tinha acabado de sair do banho pelo visto, suas costas estavam molhadas e o cheio do sabonete liquido enchia o ar misturado ao cheio másculo de Edward Cullen.

Escutei com atenção me esforçando para me esconder.

– Você sabe como eu sou Victoria, tudo o que eu já fiz... - ele escutou por um tempo, meu coração estava acelerado, como se estivesse antecipando a expectativa.

Estremeço.

Ele estava falando com Victoria. E não sabia que estou ouvindo então o risco de ele revelar algo seria alto, vasculho o bolso do suéter e acho o meu celular, então aperto o modo gravação.

– Não me interessa se ela a procurou ou não, você não deveria ter aceitado Victoria...- ele abaixou a voz. - Para com isso! Pare agora!

Sua voz era autoritária e os gritos raivosos dela no telefone denunciavam que ela não ficaria calada e Edward estava quase socando a parede.

– Cale a porra da boca! - ele ruge. - Tenho que te lembrar do que passamos, do que eu fiz você passar naquela noite, não pensaria duas vezes em fazer o mesmo com você, Victoria.

Ela continua a discutir com ele, parece que seu medo, aquele que presenciei havia se dissipado porque ela estava em uma distância segura.

– Você é um canalha assassino! Você é um monstro que destruiu diversas pessoas apenas pelo poder, apenas para ser respeitado, você arrancou o coração de pessoas inocentes só para ter o prazer de ver o sangue derramado por você! Você merece o inferno! Você tem que morrer e espero que todos os que vivem com você vejam o monstro que tem junto a si e espero que eles lhe façam sofrer cada segundo do que você me fez passar olhando aquilo!

Meu sangue gela ao ouvir isso, cada palavra se repetindo na minha mente, era isso... Era isso que Victoria queria me contar, mas ele a interrompeu. Edward não era só um homem mau, ele era um monstro sem piedade alguma... Uma fachada de homem.

Quando ele pronuncia as palavras de modo apavorante para o telefone, eu sinto as lágrimas no canto dos meus olhos.

– Sou a porra de um assassino e a próxima pessoa que eu vou arrancar o coração será você. Você está morta, Victoria, morta!

E então o celular que eu tinha nas mãos cai no chão, se despedaçando enquanto eu tapo a boca horrorizada.





Edward olha para trás, seus olhos arregalados segurando o celular como se estivesse paralisado.

– Bella... - ele joga o celular no chão.

Balanço a cabeça e estendo a mão para ele ficar onde está.

– Agora entendo porque você queria que eu ficasse longe. Acho que qualquer ser que tenha o mínimo de auto-preservação deveria ficar longe de você.

Ele assente como se já tivesse ouvido isso e aceita numa boa.

– Todas essas semanas em que eu insistia para saber alguma coisa, tudo o que passamos juntos... Meu Deus o que eu fiz?! - levo a mão a testa como se sentisse enjoo, como se eu sentisse nojo de ter deixado aquelas mãos me tocarem com carinho quando elas já marcaram a morte de alguém.

Edward enfim se mexeu e resolveu falar alguma coisa.

– Eu deveria saber que você ouviria, não posso mudar o que ouviu porque é a verdade, Bella. É realmente isso. É o que eu sou... O que eu fiz... - ele abre os braços como se estivesse contando algo normal.

Tenho vontade de espancá-lo só por se atrever a falar com essa naturalidade.

– Como pode dizer isso, Edward? Você mata pessoas! Pessoas como eu! - grito com ele. - Acha isso normal? Você tem sérios problemas! Você é louco!

E então ele começa a se aproximar, mas meu medo se torna palpável e eu rapidamente procuro pela arma que Charlie me deu anos atrás, estava dentro da gaveta na mesinha do abajur. A puxo rapidamente da gaveta e aponto para ele.

– Se aproxime mais um passo e eu coloco uma bala dessas no meio da sua testa e você sabe que eu não erro. - ameaço ele.

Edward leva as duas mãos para o alto e dá dois passos para trás se afastando, inteligente da parte dele.

– Bella, me deixe explicar! - ele pede baixinho olhando para a arma em minhas mãos.

Meus dedos engatilham a arma, o dedo no gatilho.

– Explicar? O que quer explicar, seu cretino desgraçado? Por isso que se mete com gente como Sam, eu deveria imaginar isso. Tudo foi uma mentira, você estava me manipulando o tempo todo! Por isso eu odeio a sua família, vocês são tão sujos! São monstros!

Edward balançou a cabeça.

– Não! Claro que não! Me deixe explicar pelo amor de... - o berro que eu dei o interrompeu na hora.

– Pare agora! Não quero ouvir, não quero ouvir nada... - tagarelo sem parar.

Eu nunca imaginei que seria assim, nunca... Meu coração está despedaçado em algum lugar do meu peito e eu não estou conseguindo sustentá-lo o bastante para fazer ele bater como um coração normal. Não consigo respirar direito porque a bola de lágrimas de raiva está lotando minha cabeça, olhos e garganta.

– Mas era isso que você sempre quis, Isabella. Eu te avisei desde o começo, mas você quis fazer isso, você que começou tudo isso... Deus sabe o quanto eu queria ficar longe de você pra não trazer essa merda toda e manchar você com a minha sujeira, mas você estava cada vez mais próxima e eu não conseguia ficar longe. - ele tagarela mesmo aos meus protestos de "pare". - Me deixe explicar, por favor, por favor, Bella.

Meu dedo está firme no gatilho por mais que eu esteja tremendo por dentro. Mantenho a arma apontada para a testa dele, qualquer passo em falso, ele seria um homem morto.

– Não sabe a vontade de acabar com você que eu tenho agora, eu quero saber a verdade, toda a sua sujeira, sem rodeios e sem joguinhos! - aponto com a arma para o chão.

De joelhos! Quero você no chão agora!

Edward então curvou os ombros e desceu um joelho e depois o outro, olhando para o chão, mas sua cabeça não estava baixa, só seus olhos.

– Eu nunca pensei que eu faria isso um dia, mas... Com você não dá para ser meio Edward, não dá pra ter meias palavras, você não pode ter meio homem. Eu não mereço você e sei disso, não mereço nada do que eu tenho e não mereço tudo o que fazem por mim.

Afasto uma das pernas e ergo um pouco o cotovelo posicionando a arma para continuar com a mira direto na cabeça dele. Não me abalo porque ele está de joelhos diante de mim, como um homem a ser executado.

– Eu nunca saberia que você era esse monstro que acabei de ver... Você fingiu ser outra pessoa comigo, carinhoso, gentil, sexy... Mas falando com Victoria agora eu realmente vi quem você é, frio, impiedoso, assassino...

E então ele dá uma risada triste, como se achasse algo em particular engraçado.

– Do que está rindo? pergunto entre os dentes.

Edward para de rir aos poucos, o rosto já cansado, como se não quisesse mais ser aquele homem forte que se mostrava antes. As manchas arroxeadas embaixo daqueles olhos dourados, que no momento pareciam negros, estavam mais evidentes na sua pele pálida.

– É irônico isso, eu estar aqui e assim. - ele aponta para si mesmo. - Sempre achei que esse dia iria chegar, mas não imaginaria que seria justo você. É irônico estar do outro lado e ter uma arma apontada para a minha cabeça.

Ele suspira profundamente, em nenhum momento olha diretamente para mim ele fala como se fosse para si.

– Tantos que já estiveram nessa mesma posição... Mas eu nunca me importei. No começo quando entrei nessa eu pensava que seria invencível. Mas no começo ninguém respeita um novato.

Continuei ouvindo com cuidado.

– Eu fui adotado por Carlisle e Esme e na época tive tanta raiva por ser adotado, geralmente ser adotado e ter uma família é o que todo mundo quer, mas eu não queria isso. Eu queria minha mãe de verdade, não era para ela morrer. - a voz saí um pouco mais aguda. - Eles me colocaram na escola, mas eu não queria estudar, não queria que eles fizessem nada por mim. Fui expulso de várias escolas e nos mudamos diversas vezes... De cidade em cidade, nunca tínhamos uma casa fixa porque eles estavam sempre querendo me agradar.

Imagino Edward na adolescência com raiva e ferido e Carlisle e Esme sempre o resgatando. Esme sempre com sua doçura e Carlisle com sua graça e paciência.

– Rose e Emmett estavam afastados de mim, Emmett sempre se aproximava pra me fazer sentir que era parte da família, mas não dava muito certo. Eles mantinham Rose longe de mim porque sempre que eu surtava ela ficava assustada demais. - ele suspira forte mais uma vez. - Me envolvi com as bebidas, mas depois de chegar bêbado em casa e apanhar de Emmett porque quase bati em Rose, Carlisle me colocou em uma clínica de reabilitação, não bebo mais como bebia antes.

Lembro de ele recusando bebida tantas vezes e ficando bravo quando no jantar eu bebi um pouco a mais do que deveria.

– Alice e Jasper chegaram depois, Alice foi a minha salvação de todo o mal, ela toda frágil e cheia de alegria e amor, eu me apaixonei por ela, não é o que está pensando... - ele sorri para mim. - É amor de irmão, eu queria ser o irmão que ela queria, eu estava onde ela estivesse e estava sempre fazendo as suas vontades, passei a amar minha família depois que ela chegou.

A doce Alice, sempre animada, dançante e amorosa, Edward falava com tanto amor dela que me permiti sorrir rapidamente.

– Conheci Sam e Victoria. - sua voz saí mais cansada. - Namorei com Victoria por muito tempo. Eu queria ter dinheiro fácil para ajudar minha família já que eu não tinha uma profissão e nem um diploma aderi a criminalidade. Sam era amigo do James na época, James controlava o tráfico das armas, Sam me ofereceu para trabalhar para James e ele aceitou, eu fazia um bom trabalho parecia que eu nasci para fazer as coisas erradas.

Ele sorri novamente como se isso fosse uma qualidade sua. Ele não levanta o olhar para mim, mas sua cabeça nunca se abaixa, ele a mantém erguida.

– As pessoas sempre caçoavam de mim por eu ser novo, mas um dia eu perdi a paciência e atirei na cabeça de um deles. - ele dá de ombros como se isso fosse uma reação normal. - James começou a me idolatrar depois disso e o poder subiu a minha cabeça, ninguém ousava a me desafiar, me tornei o braço direito de James e comecei a comandar as coisas sozinho sem ele me dar ordens.

Imagino Edward com um arma em punho atirando em qualquer um que ousasse lhe desafiar... Estremeço, era apavorante até de imaginar.

– Até que ele foi morto e eu assumi tudo, comecei a comandar todos e o mercado inteiro. Só que quando você é o líder acaba tendo que passar por cima de algumas pessoas e acaba tendo inimigos. Adquiri alguns, o que me fez ser um assassino em série. Matei muita gente é muito mais do que posso contar.

"Quando matei pela primeira vez, foi como se matar fosse a minha válvula de poder, eu caçava um por um, depois que eles faziam algum trabalho para mim eu fazia eles se ajoelharem apontava para a cabeça deles e esperava que eles implorassem para viver. "

Edward olhou de relance para mim para ver como eu estava reagindo a tudo isso, não sei o que ele viu, mas o fez franzir a testa e voltar a olhar para baixo.

– Eu era um matador, Bella. - desta vez ele olhou para cima olhando para os meus olhos. - Sim, era. Tenho mais erros do que posso contar e mais pecados do que eu posso me redimir, sei que vou pro inferno mesmo, mas estou tentando ser certo agora, Bella. E você está sendo o meu único acerto.

Mantenho-me firme, segurando ainda a arma.

– Isso tudo mudou, quando saí de tudo isso e recomecei nunca mais segurei uma arma, nunca mais me envolvi com o tráfico, você mudou isso. Por isso que aquele dia em que vi você atirando agi daquele jeito, você com uma arma me lembrava tudo o que eu fiz, como está fazendo agora. - ele olha para a arma. - Eu havia decidido acabar com tudo no dia em que fez a entrevista com a minha família, Carlisle estava me encobrindo e me ajudando a sair dessa.

Ele volta a me olhar firme sem desviar o olhar.

– Então você cutucou exatamente aquilo que estávamos querendo evitar. - ele parecia frustrado agora, sua testa se franzindo. - Eu ainda tinha contato com Sam e você foi querendo se aproximar cada vez mais de mim e eu estava gostando disso parecia um jogo e eu estava gostando de apavorar você.

Ele abaixa o olhar e depois levanta... Sorrindo daquele jeito.

– Depois que você descobriu Sam eu me senti perdido porque eu estava afim de começar algo do zero, mas não, você queria saber de todo o meu passado, da minha sujeira, eu não conseguia tirar essa ideia da sua cabeça e iria acabar estragando tudo aquilo que eu estava tentando deixar para trás.

Desta vez eu tive que rir, eu não estava acreditando no que eu estava ouvindo.

– Então agora a culpa é minha? perguntei incrédula. - Faço o meu trabalho, Edward e querer saber com quem estou me envolvendo não é só um dever profissional, mas pessoal também. Foi você que começou tudo isso não respondendo as minhas perguntas como deveria, você que me arrastou para os seus braços como uma armadilha e eu fui trouxa e caí.

O sorriso torto dele ficou mais evidente.

– Você também não resistiu nenhuma vez, eu te beijei e você me beijou, dormimos juntos, nos amamos, Bella e não pode negar isso. - ele sussurra. - No dia em que me viu com Sam foi porque eu estava tentando desatar os laços com ele de vez, mas ai você cutucou ele e a coisa começou a alcançar um nível extremo. Te levei pra minha casa, lá foi a primeira vez que me senti humano de novo porque você estava lá, foi uma noite perfeita. Tive que ir embora porque Sam estava com raiva e eu tinha que consertar isso. Ai fomos ficando cada vez mais próximos e eu comecei a realmente gostar de você, a querer você sempre por perto.

Seus olhos eram intensos, eu não conseguia desviar nenhum segundo porque eles estavam transmitindo tudo o que ele não conseguia colocar em palavras e eu estava sentindo que aquilo era realmente real.

Ele estava vendo algo em meu rosto e começou a soltar as palavras com uma força e rapidez impressionantes.

– Você me mudou, Bella. Me transformou em humano novamente, você me faz imaginar que há alguma esperança de salvação, que há algo de bom em mim. Por favor, eu preciso de você. Meu passado é uma merda, mas é passado eu não sou mais aquele homem, eu sou o seu homem, o homem que faz amor com você, o homem que te abraça, que te leva pra jantar, que leva você a clareira...

Minha mão começa a tremer e eu sinto o que está por vir antes que aconteça, estou desabando, é aquela sensação...

– Eu quero você, Bella e sempre vou querer, eu nunca mais me meto em nada, nunca mais faço você chorar, nunca mais fico puto, mas pelo amor de Deus não faz isso. Não me expulse de sua vida, não me trate com nojo, não sinta medo de mim, por favor eu não aguentaria perder você! - ele pressiona as palavras entre os dentes, usando toda a sua força física em palavras.

Fecho os olhos ponderando tudo, o homem que está aos meus pés é o homem que matou pessoas, que bebeu, que foi traficante, que fez sua família ter medo, que fez outras pessoas terem medo... Mas ele também foi o homem que me levou para sua casa quando um traficante me perseguiu, que me levou para sua clareira, que me alimentou, me levou ao parque...

Edward não era o traficante de armas assassino comigo. Ele era apenas Edward... E eu estava apaixonada por ele.

– Eu não sei se eu poderia te perdoar um dia, eu não sei como me sinto agora. Sei que perdoar é divino. Você me disse uma vez aquele dia que teríamos que ter confiança. Me diz como vou amar ou ao menos confiar em uma pessoa que matou por poder, Edward? pergunto a ele sentindo as lágrimas descerem por meu rosto.

Seu rosto se franze como se sentisse dor.

– Passamos uma semana inteira juntos, brigamos algumas vezes mas tivemos outros momentos maravilhosos, Bella. E o dia no parque não significou nada pra você? Sei que não te mereço, Bella e você não quer um cara psicótico matador ao seu lado eu deveria deixar você ir, mas não consigo... - ele fecha os olhos respirando fundo. - Sou egoísta demais para deixar a melhor coisa que já me aconteceu ir embora por eu ser um merda. Por favor, me dê uma chance de provar que eu posso ser bom para você.

Fungo, agora segurando a arma com as duas mãos. Ele estava me quebrando, derretendo meu coração.

– Eu te odeio. - sussurro baixinho de olhos fechados.

Edward ofega.

– Abra os olhos, olhe para mim e repita isso. - ele pede baixo.

Abro os olhos.

– Eu. Te. Odeio. - falo as palavras pausadamente.

Edward está com os olhos dourados em chamas por dentro, me olhando ardentemente.

– "Quando eu digo que te odeio, na verdade estou dizendo que te amo". - ele repete minhas palavras daquele dia em que eu soube que estava apaixonada por ele.

Sacudo a arma ainda apontada para a cabeça dele, mas agora encosto na testa dele.

– Eu deveria matar você, eu deveria... Deveria. - meu choro está preso na garganta.

Edward fecha os olhos como se esperasse pela morte e a aceitasse de braços abertos.

– Eu te amo, eu amo você, Bella. Com toda a minha força, você é tudo o que eu tenho, tudo o que eu sou, não há nada que eu não faça e que eu não diga para te manter aqui comigo. Eu sou seu para sempre. Vou te recompensar, vou me redimir... Farei tudo o que estiver ao alcance para que me perdoe um dia.

Eu abaixo a arma lentamente e recoloco a trava.

Ele abre os olhos quando o barulho não vem.

– Não está perdoado, mas tem algo em mim que é mais forte do que a raiva que estou sentindo de você, eu te amo Edward. - respiro fundo. - Se um dia voltar a ser o que era, vou pegar essa arma e desta vez ela vai disparar e terá que ir pessoalmente a Deus pedir desculpas.

Edward sorri fraco, fechando os olhos e sussurrando várias palavras.

– O que está dizendo? pergunto franzindo a testa.

Edward abre os olhos.

– Estou pedindo desculpas a Deus e agradecendo pelo que ele fez por mim. - murmura.

Depois ele se mexe desconfortavelmente.

– Hmm, Bella?

Olho para baixo.

– Vai me deixar levantar? Meus joelhos estão dormentes. Não estou reclamando, se quiser me deixar assim por um bom tempo, tudo bem. - ele dá de ombros, mas sei que está desconfortável demais.

Coço o queixo e deixo a arma em cima da mesinha ao lado do abajur.

– Seria interessante te deixar assim, mas ter uma arma apontada pra cabeça e de joelhos já é o bastante por hoje. - digo. - Levanta daí.

Edward se ergue dos joelhos e em um passo está cara a cara comigo, me olhando nos olhos me pede permissão baixinho, assim que assenti ele me pega nos braços colando sua boca na minha, acariciando meu rosto e devorando minha língua com a sua, depois disso ele se afasta não querendo exigir muito de mim e eu o agradeço baixinho.

Ele assente se afastando.

– Vou te dar um tempo para se acalmar, tome um banho. Vou esperar lá fora - ele diz e beija minha testa saindo do quarto.

Respiro fundo assim que ele se vai, caio na cama tapando os olhos quando eu ouço um toque abafado, ergo a cabeça e noto o meu celular caído sobre o tapete do quarto, vejo que só a tela está rachada, ergo o celular e tento enxergar pela tela rachada.

Aperto o botão e levo a orelha.

– Alô?

A voz de comando surge do outro lado.

– Bella? Estou há horas querendo falar com você, preciso de você agora. Quero qualquer coisa que tenha conseguido de Edward para hoje, quero concluir esse desafio até segunda feira. Envie pelo correio. Espero que esteja na minha mão rapidamente porque se não estiver com nada, dê adeus ao seu diploma.

E então ela desliga, sem nem esperar uma resposta. Estou paralisada porque ela quer algo meu, meu diploma está em risco!

Começo a andar de um lado a outro, é o meu diploma... Estou lutando por ele há anos, preciso de algo, preciso de algo...

Estou em desespero porque não tenho nada! O celular vibra na minha mão e as coisas voltam a minha mente, a ligação para Jacob e eu indo atrás de Edward... E então a ligação.

A ligação, é isso!

Vasculho o celular e lá está ela pelas linhas rachadas da tela do celular.

– Edward, por favor, me perdoe... Me perdoe meu amor. - sussurro baixinho. - Mas é o meu diploma, eu preciso me formar, preciso disso e Jane precisa disto aqui.

Ergo o celular e então vasculho a minha mesinha até achar um envelope pequeno colocando o celular lá, lacro ele e pego a caneta.

"To: Jane Volturi."

Beijo o envelope, orando a Deus para que os estragos não sejam grandes demais.


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Notas finais do capítulo

Agora que Edward revelou as sujeiras de seu passado e Bella está engolindo a história porque o ama,
mais um desafio para Bella surge... Jane quer porque quer as notícias e sem escolha, Bella vai mandar a gravação para Jane para conseguir ganhar o desafio e pegar o seu diploma, mas como tudo vai ficar depois que o mundo todo souber o que o filho do renomado Cullen fez no passado?
Aguardem o próximo capítulo e vejam o que acontece!

Beijos.

Shelly Stewart.