A Estagiária escrita por Shelly Stewart


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Olá Leitores(as)!
Estou muuuuuuuuuuito feliz com os comentários, muito obrigada pela força, pelo carinho, pela paciência e moral. Vocês são leitores incríveis!
Justificando a minha demora na postagem, quem me tem no facebook sabe que eu estou sem internet por isso que eu não postei.
Desculpem-me a demora. Mas aqui estou.
Prontos para a reação do Edward? E prontas para ver o que a Bells vai fazer?
Vamos matar a curiosidade agora!
Boa leitura e divirtam-se.


XOXO

Shelly Stewart.



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Sei que estão a me odiar agora, mas bem, se eu não fizer o que aquela mulher quer eu ficaria sem o diploma, ou seja, quatro anos jogados fora e sem um emprego. Estou desesperada, entendem? Acho que não.

O mais difícil era encará-lo lá embaixo. Depois que desci para colocar o pacote na caixa de correio, ele estava lá na cozinha preparando nosso almoço, ele estava confiante, um pouco sorridente o que tornou tudo difícil para mim. Minhas mãos tremiam enquanto eu olhava para a caixa do correio, fechei os olhos e enfiei lá dentro fechando a portinha com força.

Voltei para dentro e fui a cozinha, abri a geladeira e peguei a jarra de água enchendo o copo e bebendo rapidamente.

Edward olhou de relance para mim, mas voltou ao que estava fazendo, ele estava cortando os legumes e o cheiro que vinha da panela era ótimo.

– Está quase pronto, se quiser ir escolhendo o filme seria ótimo. - ele diz quando me aproximo, beija minha testa demorando seus lábios lá. - Tem alguma coisa errada?

Ele se afasta me sondando com o olhar, balanço a cabeça na hora, eu não podia contar para ele agora, não era o momento certo.

Ele parece acreditar porque volta a cortar os legumes, vou até a sala e vasculho os dvd's a procura de algum filme que me chame a atenção.

Acho um e coloco no aparelho e espero ele se juntar a mim, ele traz a comida e o vinho para mim e suco para ele.

Franzo a testa ao vê-lo com o suco.

– Por que não vai beber o vinho comigo como sempre faz? pergunto.

Edward abre o vinho para mim e despeja na taça a deixando aos meus pés.

– Eu disse pra você que iria abrir mão de qualquer coisa para que me perdoasse, você disse pra eu não voltar a ser o que era, eu fui um alcoólatra e não vou voltar a ser isso.

Neste momento tenho uma grande vontade de chorar.

– Oh, Edward... - fecho os olhos sentindo as lágrimas descerem.

Edward deixa os pratos no chão e vem até mim ajoelhado enquanto me encolho como uma bola abraçando meus joelhos.

– O que houve? Fiz alguma coisa errada? ele se abaixa me abraçando como pode e eu me agarro a ele com força.

Agora estou sentindo o peso da minha decisão, meu coração está apertado.

– Não, você está sendo perfeito e eu... Eu fiz uma coisa errada. - sussurro em meio as lágrimas. - Muita errada, Edward, pelo amor de Deus, me perdoe.

Estou agarrando-o com força.

– Espera... O que você fez, querida? pergunta baixinho. - Perdoar por quê?

Eu o beijo ferozmente, tomando tudo dele enquanto ainda posso porque eu sei que ele vai me odiar depois, ele me deixa possuí-lo. Edward me deita sobre o tapete e a taça de vinho caí sobre o tapete deixando uma mancha vermelha enorme. Edward se aconchega entre as minhas pernas e segura o meu rosto.

– Calma, olhe para mim. - ele sussurra olhando-me fundo nos olhos. - Não feche os olhos, baby. Respire fundo e me conte o que houve.

Reunindo toda a minha coragem eu solto as palavras.

– Eu estava ouvindo a sua conversa e percebi que estava falando com Victoria então peguei o celular e gravei. - começo e depois jorro as palavras o mais rápido que eu posso. - Jane me ligou exigiu tudo que eu sabia sobre você e eu enviei o celular para ela, enviei seu segredo para a Jane Volturi.

Ele demorou para absorver isso, seus olhos iam de um lado a outro nos meus, seu rosto é desolado, surpreso...

Ele fica assim por um bom tempo e eu entro em pânico.

– Edward?

Edward aperta os dentes e suas mãos escorregam do meu rosto e ele se senta novamente.

– Edward? o chamo novamente.

E então ele levanta e leva as mãos à cabeça.

– Edward, por favor...

Edward vem até mim e segura meus braços me sacudindo.

– Por que você fez isso?! seus olhos estão arregalados em fúria, ele está fora de controle. - Porra! Como você pode fazer isso comigo?!

Então me soltou e se levantou.

– Edward... - choraminguei.

Ele deu um soco no vidro da janela e depois agarrou as bordas do batente ofegando.

– Eu não sabia o que fazer! Ela me ligou e eu entreguei. - começo a falar sem parar em desespero. - Eu iria perder meu emprego e o meu diploma, eu ia perder tudo!

Ele soca o outro vidro, seus músculos se comprimindo e voltando, os nós dos dedos manchados de vermelho.

– Então você escolheu me entregar do que perder o seu precioso emprego? Isabella não é algo simples! É a minha vida! Eu confiei em você, droga, eu confiei em você!

Ele estava furioso, mas além disso parecia muito magoado. Eu não conseguia encará-lo.

– Eu não tive escolha... - minha voz saí reprimida pelo choro.

Ele vira e me olha.

– Não me diga que não tinha escolhas porque você tinha! Mas escolheu a errada, nem sequer considerou... Poderíamos ter dado um jeito eu ia encontrar uma forma de te ajudar com a Jane, mas não, você resolveu entregar tudo a ela. Eu. Confiei. Em. Você!

Fico calada porque eu não tinha o que falar.

– Acabei de te contar tudo lá em cima, eu estava ajoelhado e você estava com uma droga de uma arma apontada para a minha testa, eu lhe contei todos os meus pecados, Isabella eu matei pessoas e você acabou de entregar isso para Jane Volturi, isso vai estar exposto para o mundo todo e eu vou ser preso por causa disso. Eu comecei a me redimir, a tentar conseguir o seu perdão... Mas isso tudo é em vão. Mas você não se importa. Você nunca vai me colocar em primeiro lugar, nunca vai me amar como eu amo você.

Me aproximo para tocá-lo, mas ele se afastou bruscamente.

– Eu te amo, Edward, me perdoe por favor... - Os soluços começam a tornar minha fala impossível. - Por favor... Por favor...

– Não me diga isso se não é verdadeiro. Você não é verdadeira nem consigo mesma, não consegue tomar decisões. Você me traiu, Bella.

– Mentira! Não diga isso.

Edward grunhi alto e começa a andar subindo para o quarto e eu começo a correr atrás dele.

– Edward, pare, por favor, me escuta... Edward!

Ele abre a porta e começa a abrir as gavetas jogando tudo no chão.

– Edward, pare com isso!

Ele puxa o braço que eu seguro.

– Não se aproxime de mim, Isabella. Se não, eu não serei responsável pelos que farei. - ele ameaça.

Me afasto dele.

– Não faça isso, por favor. Eu vou consertar isso, eu vou, eu vou... - começo a andar de um lado a outro. - Eu não queria ter feito isso, não sabe o quanto me arrependo agora, eu sinto muito.

Edward soca suas roupas na mala e fecha.

– Tarde demais para arrependimentos, Isabella. Tarde demais para qualquer outra coisa. Não há nada que possa fazer para reverter isso, amanhã eu estarei sendo caçado, provavelmente estarei preso e isso será sua culpa. E espero que valha a pena pra você.

Ele pega a mala e caminha para a porta.

– Não, não é tarde demais. Eu vou consertar, eu vou consertar isso. Não... Não. - Edward vai até o Volvo e joga a mala lá dentro. - Edward não!

Ele para e olha para mim.

– Você escolheu me perder, Isabella. Agora vou ter que me esconder e torcer para que você não faça um estrago muito grande.

Continuo implorando e ele continua duro, prestes a perder a cabeça.

–Pare com isso. – resmunga duramente. - Não vou ficar aqui fazendo de tudo por você e vendo você me destruir em troca, não posso fazer isso... - ele entra no carro. - Adeus, Bella.

Bato na janela pedindo para ele parar e então quando ele acelera começo a correr atrás do carro como se toda a minha vida dependesse daquilo porque toda a minha vida estava naquele carro.

E eu percebi isso tarde demais, ele estava muito longe, mas eu não parei continuei correndo até que ele virou a esquina e não o vi mais.

Fiquei ali no meio da rua recuperando o ar que eu não tinha mais, eu me sentia vazia e agora que eu percebi que cometi o maior erro da minha vida.

Do que adianta ter um diploma sendo que eu não teria mais Edward? Nem todo o dinheiro do mundo, nem todo o emprego do mundo traria ele de volta porque eu o perdi... Para sempre. E agora ajoelhada nesta rua que eu percebi isso.

Minha vida sempre foi baseada em decisões, eu tive que tomar a decisão de morar onde eu queria morar ou fazer minha mãe feliz, sair da casa do Charlie ou ficar e fazê-lo feliz, ir para a faculdade ou apenas trabalhar, namorar ou não namorar, Jake ou Mike Newton... E agora eu tive que escolher entre o diploma da faculdade e Edward Cullen e eu escolhi o diploma.

Eu sou muito idiota!

Voltei para a casa e desabei no chão atrás da porta xingando o universo por me deixar tomar uma decisão tão estúpida.

O celular estava tocando alto de algum lugar, mas eu não tinha forças para me levantar e atendê-lo, ele parou no quinto toque e o telefone começou a tocar.

Me rastejei até ele e o atendi.

– Bella? era a voz da minha mãe.

– Bella, querida, está tudo bem?

Balancei a cabeça mesmo que ela não visse.

– Não, não... - respondo baixinho.

– O que aconteceu, Bella? a voz de Renée estava em alerta máximo de preocupação. Mas eu não sabia ainda se poderia contar a ela o que aconteceu ou não.

Resolvi contar, eu precisava me abrir com alguém.

– Eu tomei a pior decisão da minha vida... - respondo aos soluços. - Eu o perdi, eu o perdi.

Renée suspira do outro lado, ela parecia estar prestes a chorar também.

– Jane me fez entregar a gravação e eu entreguei, eu perdi ele. Perdi, Edward, mãe. Ele foi embora.

Renée escutava tudo com cuidado.

– Querida, me escute. - ela sussurra carinhosamente. - Você ama esse rapaz?

Limpei os olhos que estavam embaçados pelas lágrimas.

– Amo, sim eu amo, mas ele não acredita em mim e está certo quanto a isso, não dei motivos para ele confiar... Ele não acredita que eu o amo, não como ele me ama.

Ouvi ela pedir para Phill abaixar a tv.

– Querida, então pare de choramingar e vá atrás dele. Se fez algo errado conserte isso, se enviou provavelmente o pacote chega amanhã de manhã, pegue o pacote antes que chegue nas mãos de Jane, não deixe o erro se propagar.

Isso, era isso, eu ia consertar isso, eu iria... Iria.

– Obrigada mãe, obrigada, obrigada. Eu te amo! - desliguei ao ouvir a risada e o "eu te amo também".

Me levantei e fui atrás de uma roupa nova e o meu celular.

Enquanto eu vestia a calça de moletom preta e uma blusa de moletom de zíper eu ligava para Edward.

Mas só chamava, chamava e caia na caixa postal.

Deixei o primeiro recado.

"Sei que a última coisa que quer ouvir neste momento é a minha voz, mas eu quero conversar, por favor me ligue."

Liguei de novo e deixei outro recado.

"Edward, por favor, fale comigo. Por favor".

E outro.

"Não vou parar de te ligar e nem de mandar mensagens, eu preciso ouvir sua voz, preciso falar com você. Eu te amo, por favor, me atenda".

Parei para recuperar o ar novamente segurando firme o celular nas mãos rezando para que ele me ligue de volta ou me mande uma mensagem, que me mandasse pro inferno... Mas eu precisava falar com ele. Amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo e fui para a internet.

No portal de notícias da BNW estava anunciando que amanhã teria uma notícia bombástica e palestra com o Dr. Cullen e família antes da notícia.

Ótimo, daria para pegar o pacote antes que chegasse a Jane e ainda usar a palestra.

Enfiei o celular no bolso e peguei a arma enfiando na cintura e cobrindo com a blusa.

Peguei a caminhonete e dirigi enquanto manobrava o tablet, dava para saber que horas a entrega seria feita, eles estavam a caminho então eu iria para a frente da BNW e esperaria lá.

Eu pegaria esse pacote, custe o que custar.

Estacionei em frente ao prédio meia hora depois e fiquei ali, eram pouco mais que cinco da tarde e fiquei lá olhando em volta esperando o momento de salvar Edward.




Luz...

Era sol que estava entrando pela minha janela? Acordei assustada e olhei em volta, droga eu tinha dormido! Bato no bolso em desespero e procuro o celular, acendo sua luz e os números saltam da tela.

8:15AM.

– Não, não, não!

Não podia ser essa hora, eu não posso ter dormido tanto assim, não podia.

Salto do carro, pisando firme no concreto corro até a recepção onde a moça está digitando furiosamente no teclado do fino computador, bato a mão no balcão e ela desvia a atenção da tela para mim.

– Posso ajudar? pergunta franzindo as pequenas sobrancelhas.

Bato as mãos no balcão novamente.

– O correio, o correio entregou um pacote aqui hoje? pergunto apressada e ela confirma com a cabeça.

– Quando? grito.

Ela se levanta olhando em volta, acho que a procura de um segurança.

– Agora pouco. - responde preocupada. - A senhora precisa se acalmar.

Balanço a cabeça.

– Não preciso de calma, eu trabalho para Jane Volturi. - respondo e ando apressada para as escadas já que o elevador havia acabado de subir. Corro escadas acima, o folego foge de mim diversas vezes, mas eu não deixo de subir.

Abro a porta no exato momento que vejo Jane pegar o pacote das mãos do entregador.

– Não! grito, mesmo com muito barulho e ninguém me escutando, ela fecha a porta e eu corro até lá abrindo a porta e entrando, trancando-a rapidamente.

Jane olha para mim surpresa voltando para trás de sua mesa.

Ela era baixa, mas era intimidante... Mas no momento nem Sam me assustava, aquele pacote seria meu!

– Bella? O que faz aqui? pergunta.

Olho para o pacote em suas mãos e depois para ela.

– Me entrega isso. - peço falando a verdade. - Eu cometi um erro, Jane.

Jane abaixa o olhar sobre mim, me olhando diabolicamente.

– Erro? Não querida, um belo acerto. Você conseguiu uma notícia de proporções enormes. Não vou lhe dar isso, é meu agora.

Droga, fecho os olhos minha respiração ainda está estranha. Mas eu tinha que concertar isso. Por Edward.

Abro os olhos, se ela era dura na queda, eu também era.

Estou pura fúria.

– Isso não pode ser divulgado, Jane. Não há nada ai, apenas uma ligação. Não faça isso. - minha voz sobe uma oitava. - Me entregue isso e consigo algo melhor para você, você sabe que eu consigo.

Jane fica imóvel como se ponderasse a opção, mas depois faz que não com a cabeça.

– Muito tempo já se passou, Bella. Não tenho mais tempo e a BNW precisa disso, eu preciso que isso seja divulgado, é assim que sobrevivemos em um jornal, precisamos de notícias que estraguem a vida alheia e choque as outras pessoas, entendeu?

Ela olha para baixo e volta o olhar para mim, já vi esse tipo de olhar uma vez...

– Isso é meu, se eu entregá-lo a você ficamos sem nada e você é demitida, não concluindo o estágio, você não tem diploma. Seja uma boa garota, dê meia volta e assume os créditos. Sua carreira iria decolar com essa, Isabella.

Mais uma vez ela olha para baixo rapidamente e eu sei que é hora de agir, era o botão de pânico que Charlie havia me contado uma vez, um botão de pânico era bom e salvava vidas porque chamava os seguranças do prédio e a polícia, o que no momento era péssimo para mim. Jane mantinha as mãos sob o pacote e na última vez que ela olhou para baixo, eu agi.

– Dane-se a porra da minha carreira. - saltei sobre a mesa e grudei em Jane, o pacote caiu no chão e o alarme soou.

– Ai! - ela gritou quando lhe acertei um soco me arrastando para pegar o pacote, quando o peguei ela já havia se levantado e me chutou nas costelas uma vez e me levantou pelos cabelos me dando um soco no olho.

Ai, provavelmente iria ficar roxo.

– Você está de-mi-ti-da! - ela grita e eu dou-lhe uma cotovelada no nariz.

Dou risada enquanto passo o braço na boca onde está sangrando.

– Acho que não vou ser a única, boa sorte com a sua notícia. Vaca. - pego o pacote e saio o mais rápido que eu posso, vou pelas escadas de emergência enquanto os seguranças chegam pelo outro lado, eles não me veem fugindo o que me dá uma ampla chance de fuga.

Chego ao saguão em tempo recorde, saltei as escadas de dois em dois degraus. Meus joelhos doíam pela pressão forte que eu estava fazendo.

Os seguranças reapareceram descendo as escadas e eu corri para a minha caminhonete, abrindo a porta e me jogando dentro. Liguei ela rapidamente, acertei a embreagem e pisei fundo, desculpe caminhonete, mas só você pode me salvar.

Ela coopera nos primeiros minutos, o sinal da esquina estava verde então passei por ele, olhando para trás para ver se não me seguiam e eles estavam lá atrás irritados porque eu consegui fugir. Eu iria para a cadeia e sabia disso, mas eu tinha que salvar Edward a qualquer custo e me redimir dos meus erros.

Dirijo pela I5 até o local onde a palestra da família Cullen aconteceria, Dr. Cullen contaria a história da família e de como alcançar o sucesso com responsabilidade, objetivo, força de vontade e união.

A palestra já havia começado e eu ainda estava dirigindo, a caminhonete já protestava... Desta vez acho que chegou ao fim dela e fico insistindo para ela chegar a sala de eventos do hotel antes de morrer.

Aos trancos e barrancos consigo estacionar e ela desliga, aliso seu volante por alguns segundos sentindo sua perda. Anos e anos de funcionamento e mais anos e anos comigo sendo reformada por Jacob antes de ele ir...

Ela havia partido, vá em paz caminhonete, você fez um bom trabalho.

Saio dela e entro no saguão indo até a recepcionista segurando o pacote nas mãos.

– Meu Deus. - ela exclama baixinho quando olha para mim. Cara eu devo estar horrível.

Meu cabelo deveria estar bagunçado, meus lábios estão machados de sangue e meu olho inchado... Pareço uma terrorista, mas eu não sou moça!

Só estou querendo salvar o homem da minha vida e pedir perdão a ele!

– Olá, meu nome é Isabella Swan, sou assistente de Jane Volturi e estou aqui para a palestra do Dr. Cullen e Família. - digo e sorrio, estou torcendo para que os meus dentes não estejam manchados de sangue e assustem essa mulher.

– A senhora está com a credencial? pergunta.

Droga, não tenho nada e minha aparência não ajuda.

– Sou namorada de um dos Cullens e jornalista da BNW, sei que minha aparência está horrível moça é porque acabei de lutar com uma mulher para salvar a vida do homem da minha vida, tem como você me dizer onde fica essa droga de auditório e me deixar entrar?

As palavras jorram, minhas emoções estão aflorando de novo e eu não estou conseguindo controlar, respiro fundo diversas vezes tentando fazer meu coração bater no ritmo certo.

– Sinto muito, Srta. Swan, mas só posso deixar entrar com a credencial. - responde.

Uma voz fraca e doce surge atrás de mim.

– Ela está comigo.

Olho para trás e a baixinha e totalmente estonteante Alice Cullen está atrás de mim em um vestido azul escuro rodado e sapatilhas rosa bem claro quase branco... Ela sorri para mim, um sorriso cúmplice.

– Srta. Cullen, tem certeza que podemos deixar ela entrar? a recepcionista pergunta.

Alice se aproxima segurando sua bolsinha de mão com força e a bate no balcão encarando firme a moça.

– Eu disse que ela está comigo, ela é a namorada do meu irmão... Acho que sua chefe não iria gostar nada de saber que anda contrariando os clientes... Acho que não aprendeu as duas regras do atendimento quando estava estudando, primeira regra: "O cliente sempre tem razão" e segunda regra "O cliente sempre tem razão". O que tem ela estar toda arrebentada e parecendo uma mendiga? Ela é da minha família, ela entra, capiche?

Alice se virou sem esperar uma resposta e jogou o braço por sobre o meu ombro e enquanto seguia para o saguão ela sussurrou no meu ouvido.

– Você tem pouco tempo antes do meu pai terminar a palestra, você tem que subir no palco e mandar ver. Edward está lá e ele está arrasado, mas eu sei que ele te ama e quero que meu irmão fique bem de novo. Eu gosto de você, você seria uma ótima irmã para mim, mas preciso que se resolva com Edward, por favor.

Estamos perto da porta principal e ela sorri para mim me dando sua coragem e então ela para me dando um empurrãozinho nas costas e eu caio para frente empurrando as porta com o meu corpo.

Ai! Nunca pensei que Alice era tão forte... Ela é tão magrinha, frágil e pequena.

Todos olham na minha direção, vejo surpresa, nojo, raiva... Em todos eles.

Caminho em direção ao palco segurando o pacote em mãos, Carlisle para de falar e vários seguranças aparecem vindo em minha direção.

Carlisle levanta a mão, pedindo para que eles fiquem em seus lugares então faz um aceno com a cabeça quase imperceptível.

Fui até o microfone e o posicionei deixando o pacote em cima do palanque.

– Err... Boa tarde. - digo e dou outro pigarro. - Sei que não vieram aqui para ver uma garota arrebentada e louca, mas preciso fazer isso.

Carlisle havia descido e tomado o seu lugar na fileira da família, meus olhos vagam cada cadeira até encontrar os dele, seu rosto é impassível como se ele não expressasse nada e aquilo destroçou o meu coração, ele estava magoado... Droga, droga.

Fungo para engolir as lágrimas.

– Desculpem... Eu sou Isabella Swan. - outro pigarro. - Estou aqui por um motivo, eu cometi um erro, um erro muito grave. Eu queria ser jornalista desde pequena, entrei na faculdade e com quatro anos eu tinha que conseguir um estágio, passei no estágio mais concorrido do meio, entrei para a BNW... Havia milhares de pessoas na faculdade de jornalismo que queriam trabalhar com Jane Volturi e eu consegui isso e fiquei feliz demais com isso.

Sorrio involuntariamente, mas depois meu sorriso vai sumindo.

– Logo de início ela me lançou um desafio, eu teria que trazer uma nova notícia daquelas pessoas que eu mais odiava no mundo... Os Cullens.

Burburinhos ecoaram a sala e eu levantei os braços e me apressei a falar.

– Eu sei que são vocês que estão me odiando agora e eles também estão, consegui uma entrevista com eles e depois disso tornei a vida deles um inferno... Deles não, do filho deles. Carlisle e Esme sempre foram um amor de pessoa e eu me arrependo muito de um dia tê-los odiado.

Esme sorri para mim da fileira principal.

– Edward entrou na minha vida como um furacão, nós éramos dois tornados gladiando para ver quem era o melhor. Ele me assustava, me intimidava, mas eu continuava correndo atrás de uma notícia dele. Edward tinha um segredo.

A sala ficou em silêncio e vi Edward respirando fundo e fazendo uma careta furiosa.

– Eu estava cega pelo meu trabalho, desesperada para terminar o desafio, mas ai... - eu tive que engolir diversas vezes para conseguir falar. - Eu me apaixonei por ele. Eu sempre fui fechada sentimentalmente então eu não sabia como lidar com isso.

Levo as mãos à cabeça para reorganizar as palavras, eu estava perdendo o controle.

– Ele foi verdadeiro, ele confiava em mim, ele me amava! - grito para o microfone. - E quando ele confiou o bastante para me contar, eu estraguei tudo. Eu entreguei tudo só para conseguir a droga do meu diploma.

Ergo o pacote.

– Foi o maior erro da minha vida, eu não quero um diploma, não quero um emprego, não quero nada se eu não tiver você, Edward. Percebi isso tarde demais e eu sinto muito mesmo, sei que nunca vai me perdoar, mas eu tinha que consertar isso.

Estou na beirada do palco olhando para Edward que está ainda me olhando impassível.

– Eu não sei por quanto tempo vou ter que te pedir perdão, mas não vou desistir. Você é o homem da minha vida e eu estou vendo isso agora, só agora que eu te perdi. - um tintilar suave na minha pele faz com o que eu desvie o olhar. A pulseira que Edward havia me dado ainda estava ali e eu não tinha percebido ela no meu braço desde que ele me deu.

Ergui o pulso apontando para a pulseira.

– Lembra disso? Lembra daquele dia? Foi o melhor dia da minha vida, os melhores dias da minha vida eu passei com você, Edward. Você pode brigar comigo, me aterrorizar, mas eu te amo mesmo assim.

Naquele momento as palavras não jorram apenas por jorrar, elas vem do coração, do mais profundo dele. Eu pertenço aquele homem e ele pertence a mim e não posso mais fingir que não sinto nada.

Eu te amo. - repito. - Sei que eu não mereço você, você é todo doce, gentil, engraçado, intenso... E eu sou uma pedra fria sem piedade. Mas agora nada mais importa, eu só quero você e estou aqui para te provar isso.

Ergo o pacote e o rasgo pegando o celular.

– Esse era o segredo de Edward Cullen, um segredo que ninguém nunca jamais irá saber porque primeiro não interessa a ninguém e segundo porque esse homem... - aponto para Edward. - É o melhor homem que já conheci e não quero perdê-lo nunca mais.

Taco o celular no chão e piso com força nele diversas vezes, depois pego ele e saio batendo no chão até não conseguir ligá-lo mais, até ele não ter mais nenhum sinal de vida. Retiro o cartão de memória, quebro-o como dá e piso nele rodando o pé.

Quando paro com o meu show de destruição os aplausos irrompem a sala e outra coisa também acontece. Jane aparece e policiais também vindo em minha direção, sou imobilizada e algemada.

– Isabella Swan, você está presa por invasão, roubo e ameaça. - uma policial diz e me revista tirando a arma de Charlie da minha cintura, examinando sob a luz, os suspiros surpresos são audíveis. - Você tem o direito de permanecer calada. Tudo o que disser pode e será usado contra você no tribunal.

– Espero que você apodreça na cadeia, vadia! - Jane grita pegando os pedaços da embalagem no chão. - Ela destruiu tudo... Levem ela logo daqui.

A policial me segura por trás e me empurra para frente me fazendo andar.

Eu disse que eu iria acabar na cadeia, mas pelo menos uma coisa eu fiz.

Eu me redimi pelos meus pecados e agora estou recebendo a sentença.


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Notas finais do capítulo

Bella e suas loucuras.
Os Cullens sempre amáveis ~~perfeitos~~.
Será que Edward vai perdoar a Bella? Será que ela vai consegui-lo de volta?
Aguardem o próximo capítulo!

Beijos, beijos.

Shelly Stewart.