Dramione escrita por The Dark Passenger


Capítulo 4
Capítulo III -Partida


Notas iniciais do capítulo

Desculpem se ficou desorganizado, mas eu não tive muito tempo pra escrever, e estavam me apressando para desocupar o computador...



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Meia hora após a chegada da coruja de Lupin estávamos todos reúnidos na porta de entrada d' Toca. Neville, Fred, Jorge, Arthur e Molly pareciam apreensivos. Aquele silêncio estava pairando sobre nós, do tipo que sempre surge nas despedidas. Na verdade, o silêncio era como vários apelos mudos. Podia ouvir Molly implorar-nos para trazer seu filho, e o mesmo suplicava Arthur. Fred e Jorge pediam-nos para manter Gina segura, e, se possível, buscar o corpo de Ron para casa, mesmo que morto. Neville pedia para vir conosco. Harry assegurava que voltaria somente com Ron, e que nunca deixaria nada de ruim acontecer à Gina. Gina queria que parassem de tratá-la como criança, e Malfoy estava desconfortável em ter que pôr sua própria vida em risco para ajudar pessoas pelas quais sentia somente desprezo. E eu não pensava nada. Simplesmente não queria pensar. Após todos os outros dizerem adeus chegou a minha vez. Abracei o senhor e a senhora Weasley e murmurei palavras tranquilizadoras em seus ouvidos, mesmo sem acreditar em nenhuma delas. Apertei a mão de Neville e o consolei por não poder se juntar a nós na busca. Baguncei os cabelos de Fred e Jorge e dei um beijo na testa de cada um. Lançamos um último olhar aos que ficavam antes de fechar a porta e partir.

[...]

Eu nútria um ódio doentio por vassouras. Eram difíceis de montar e sempre que tentava voar sozinha, caía. Por isso que, para mim, aquela missão já começara mal. Nós não poderíamos aparatar até nosso destino, a Mansão Black, porque o Ministério monitorava tudo. Não nos atreveríamos a usar uma chave de portal para chegar até Londres, e não conseguiríamos utilizar qualquer tipo de transporte trouxa. E então Gina sugeriu que fossemos voando com as vassouras de Fred, Jorge e Ron. Gina tinha a dela, Harry pegou a de Jorge, uma que aparentemente se desfaria a qualquer toque, Malfoy a de Fred, e para mim sobrou a de Ron. Quando puxei-a para fora do ármario onde estava guardada ela fez um estalo agúdo e partiu-se ao meio. Senti um misto de alívio e preocupação. Estava livre do voo, mas como chegaria até Londres?

— Pode usar minha vassoura, Mione. Eu vou com Gina.— falou Harry, já desmontando.

— Não, Potter, fique com sua vassoura e guarde seu altruísmo para depois. Se os Weasley perceberem que você e ela estão voando na mesma vassoura, podem querer que a garota fique. Granger virá comigo.

Fiquei surpresa. Malfoy não era adepto a gentilezas, e como eu era, em suas palavras, uma sujeitinha de sangue-ruim, por que haveria ele de querer que eu montasse a mesma vassoura que ele? Também não queria ter tanta proximidade física com alguém tão repugnante, mas que escolha eu tinha? Montei a mesma vassoura que ele, boa distância separando nossos corpos.

— É melhor se segurar, Granger. Se você caísse todos culpariam a mim. — avisou Malfoy.

Bufei, não ligando para seu alerta. Harry e Gina já estavam no ar, olhando para nós e esperando com impaciência. Malfoy inclinou o cabo da vassoura para cima e senti meus pés saírem do chão. A velocidade que a vassoura atingiu não era muito grande, mas mesmo assim quase me lançou no ar. Procurei algo ao qual me agarrar, e só encontrei Malfoy. Segurei com firmeza sua cintura, meu coração martelando no peito. Acho que ele sentiu, porque gargalhou.

[...]

As ruas de londres à noite eram cheias de vida. Várias pessoas andavam como formigas em um formigueiro, de boate em boate. As luzes alaranjadas dos postes elétricos faziam tudo parecer surreal.

Com todos aqueles trouxas, não conseguíamos encontrar um lugar para pousar. Finalmente vimos uma viela deserta e descemos. Deixamos as vassouras escondidas em uma caçamba de lixo e partimos em direção ao Largo Grimmauld n°12.

Se as ruas pareciam surreais, o Largo era fantasmagórico. Neblina cobria o chão, e a maioria dos postes estavam apagados, deixando que a escuridão cobrisse a tudo como um manto negro. Estranhamente, o n°12 estava visível. Aparentemente, sua nova dona, Belatriz Lestrange,retirara o feitiço que escondia a casa. Isso me cheirava a emboscada. Era como se ela quisesse que encontrassemos a mansão.

Avançamos até a porta. Harry tocou a maçaneta, girou-a, e com um rangido a pesada porta de madeira se abriu. Era, com certeza, uma armadilha. Malfoy parecia sentir o mesmo. Ele olhava com apreensão a entrada.

— Fiquem atentos — sussurrei — Isso não parece certo. É próvável que seja uma armadilha.

Entramos. O corredor com o retrato da senhora Black continuava lá, coberto pela cortininha de veludo empoeirado. Por sorte, ela não começou a gritar quando passamos. Harry achou melhor nos dividirmos. Pegou Gina e disparou para a cozinha, varinha em punho, antes que eu pudesse discordar. Saquei minha varinha e olhei para Malfoy. Ele parecia estar perdido em memórias, que não deviam ser muito boas pela expressão que fazia. Aquela casa pertencia à sua tia, e sua mãe vivera nela na infância. Era natural que ele já a tivesse visto, e não gostasse nem um pouco de estar nela novamente.

Malfoy e eu subimos as escadas e inspecionamos os cômodos do segundo andar. Nada. O mesmo ocorreu no terceiro. Voltamos para o primeiro andar e procuramos Harry. O encontramos com Gina na biblioteca.

— Encontraram alguma coisa? — perguntei.

— Sim. Isso estava em cima daquele livro, com a capa de couro.—Harry me entregou um pequeno papel amarelado dobrado muitas vezes.Desembrulhei-o e li o que estava escrito. Era uma lista de palavras, mas a que me chamou a atenção foram as últimas. Cerca Trova. Busca e encontrarás, em latim. Isso significava alguma coisa, com certeza. Será que o Comensais deixaram isso para nós? Mas por que latim? E por que as outras palavras? Não tive mais tempo para pensar. Um estampido foi ouvido vindo da cozinha, e então o mundo se tornou um caos.

Corremos até a origem do som, e encontramos cinco Comensais parados com as varinha levantadas, prontos para atacar. Entre eles estava Belatriz, com aquele sorriso de divertimento esculpido na cara. Vi que Malfoy empalidecera e olhava para a tia como se ela fosse um monstro. O que de fato era.

—Ora,ora, ora! Que bela surpresa, vocês vieram me fazer uma visitinha? — a voz de Belatriz era aguda, e o prazer que sentia com aquela situação estava evidente nela. — Draco, meu sobrinho querido! Está tão pálido, não ficou com medo da sua própria tia, não é? Você baixou o nível, Draco. Sua mãe não se orgulharia de ver que está andando com dois traidores do sangue e uma sangue-ruim.

O tom trocista na voz de Belatriz ao falar da mãe de Draco o enfureceu, mas ele se controlou e rebateu com um tom tão gélido que tive a impressão de ver Belatriz se encolher:

— Minha mãe já não pode se orgulhar de nada, não é, tia? Acho que deveria saber, já que contou onde ela estava e viu o sangue dela escorrer. O seu sangue. Sempre soube que você é desprezível, mas assassinar a própria irmã? Será a primeira a ser morta, e garantirei que sofra tanto quanto fez meus pais sofrerem. A matarei com minhas mãos. Mereço esse prazer, depois de tudo. — ele sorria, mas seus olhos eram tão frios e cortantes que me causavam arrepios — E ando em companhia melhor do que a senhora, pelo que vejo.

Foi a vez de Belatriz se enfurecer. Ela levantou a varinha e lançou um feitiço contra Draco, mas eu o rebati. Ela olhou para mim de um jeito assassino e ficou claro que atraíra sua fúria. A batalha começara. Os outros Comensais atacavam Harry, Gina e Draco, e Belatriz concentrava todos os seus feitiços em mim. Draco me ajudava a desviar a maioria, mas ele não podia lutar contra todos. Tomei a única decisão sensata: decidi fazer uma retirada estratégica.

Agarrei Malfoy e corri com ele até a cozinha, em meio a todo tipo de maldição que os Comensais lançavam.

— Temos que sair daqui. Não temos chance contra eles - falou Malfoy.

Assenti, ofegante.

— E os outros? — perguntei. Não sabíamos onde estavam, e se procurássemos seríamos abatidos.

— Não há tempo. Vamos!

Corremos até a entrada, onde trombamos com Harry e Gina. Harry se apoiava em Gina, e fazia uma cara de dor horrível.

—Maldição Cruciatus — murmurou ele — Temos que ir! Agora!

No momento em que terminou te falar, um clarão cegou-nos por um momento. Puxei o braço de quem estava a minha esquerda e me joguei no chão. Após a visão se restabelecer, vi Gina caída e Harry tentando acorda-la, e Malfoy estava sangrando ao meu lado. O mesmo feitiço que me atingira caíra sobre ele. Seu sangue escorria pelo piso empoeirado, deixando um rastro rubro que se alastrava com rapidez alarmante. Olhei para nossos agressores e vi Belatriz com um sorriso triunfante no rosto hediondo. Aquilo me encheu de uma fúria selvagem que nunca havia sentido. Sem pensar no que fazia, agarrei os pulsos de meus amigos e aparatei. Antes de partir, vi o sorriso de Belatriz se desmanchar e se transformar em uma careta de surpresa quase cômica. Aquilo me deu uma satisfação inexplicável.

Desaparatamos na viela onde escondemos nossas vassouras. Vi que Harry estava acordado e disse para nos dividirmos, era mais fácil. Ele assentiu e montou em uma vassoura com Gina e partiu. Acomodei Malfoy do melhor jeito que pude e imitei Harry. Precisava sair dali rápido. Os Comensais deviam estar em nosso encalço naquele instante. Planei em direção as estrelas, que estavam incrivelmente bonitas, com um garoto moribundo na garupa e assassinos malucos me seguindo.


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