A última semana de férias e as primeiras semanas de aula passaram de forma arrastada para Draco Malfoy.

O motivo?

Valerie Lestrange, sua prima, não estava mais falando com ele. Nem ficar no mesmo cômodo que ele por mais de cinco minutos ela ficava. Exceto nas aulas e isso porque ela era obrigada.

Por que a garota estava agindo dessa forma?

Porque ele havia sido o maior idiota da face da Terra. Pouco tempo de ter se declarado para Valerie, ele ficou com Pansy Parkinson, a inimiga de infância de sua prima. Ele tentava se convencer de que toda aquela situação era culpa da própria Valerie. Se ela tivesse ficado com ele, mas não. “Precisamos de mais maturidade. De outras experiências”, foi o que ela falou.

Pansy sempre se ofereceu para ele. Daí as coisas foram acontecendo quando estavam jogando “verdade e desafio” e quando deu por si Valerie estava parada na porta do quarto dele olhando a garota que mais odiava no mundo beijando o garoto que amava. Draco queria culpar Valerie, mas sabia que era mentira. Sabia que ela não teria ficado tão chateada se ele tivesse ficado com outra garota. A maior traição era ele ter ficado com sua arqui-inimiga.

Na mesma noite, Draco tentou conversar com a prima. Bateu na porta do quarto dela por muito tempo. Ela não atendeu. O loiro não conseguiu dormir. Quando todos já estavam deitados em seus respectivos quartos, ele foi para a cozinha. Se sentou no balcão enorme com um copo de água nas mãos. Ficou um bom tempo sozinho pensando até que ouviu passos no corredor. Pensou que fosse sua mãe – ela tem o hábito de acordar de madrugada. Porém, se enganou e seu coração bateu mais forte quando reconheceu os longos cabelos negros.

– Ah você tá aqui – ela disse com a mão ainda na porta como se decidisse se entrava ou virava as costas. Entorno dos olhos estava avermelhado. Ela tinha chorado. Draco apertou o copo com força para controlar a vontade que estava de se bater. Queria se punir por ter feito Valerie chorar. Parecia um maldito elfo domestico!

– Não precisa ir embora. Não vou fazer nada.

– Esse é o problema – ela finalmente entrou na cozinha. Passou direto por ele indo até o bote de chocolate.

–Vai começar com as indiretas? – ele falou se colocando de pé.

– Não, Malfoy, não vou começar com nada. Só quero pegar a droga do chocolate. Posso? – ela lhe lançou um olhar irritado e choroso ao mesmo tempo.

– Malfoy? – ele estranhou – Você nunca me chamou pelo sobrenome. Por que isso agora? Até parece que somos completos estranhos!

– Você é um estranho para mim, Malfoy – os olhos delas estavam cheios de lágrimas, mas ela continuava firme. Não ia chorar na frente dele – Você se tornou um completo estranho a partir do momento que eu te vi aos beijos com a Parkinson. O que você tinha na merda da sua cabeça?! – ela disse exasperada. Ele tentou falar alguma coisa, mas ela não deixou – Quer saber, não me importa!

A morena ia saindo da cozinha com as barras de chocolate na mão. Antes que ela chegasse à porta, Draco a segurou pelo braço a fazendo virar de frente para ele. Valerie se arrepiou com a proximidade.

– Pode me bater se quiser. Me xingar. Só não me trata como um estranho, Valerie. Posso aceitar tudo menos isso. – o loiro falou olhando fundo nos olhos dela. No entanto, Valerie é uma Lestrange não se deixa intimidar com tanta facilidade.

– Sinto muito, Malfoy. Você me perdeu no segundo em que pensou em ficar com aquele projeto de bulldog. – Draco a apertou com mais força ainda.

– E a senhorita me perdeu quando fugiu de mim quando eu te beijei – isso foi golpe baixo.

– Ótimo – a garota respondeu sem pestanejar.

– Ótimo – eles ficaram se encarando. Se desafiando com o olhar. A tensão entre eles podiam ser cortada com uma faca. Até que nenhum dos dois aguentou mais e se beijaram com todo o orgulho, raiva e paixão que sentiam naquele momento.

Valerie correspondeu ao beijo no inicio. Então, a imagem de Pansy veio a sua cabeça e ela empurrou Draco para longe. O garoto ficou parado no lugar sem reação. A morena limpou os lábios com as costas das mãos antes de ir embora. Ao chegar a porta da cozinha deu de cara com Daphne.

– Se não é a outra cobra traira – ela disse de forma irônica olhando sugestivamente para Draco – Divirtam-se com o veneno de vocês – e saiu apressada em direção ao próprio quarto.

– O que deu nela? – Daphne perguntou indo na direção de Draco que revirou os olhos e ia se retirando quando se lembrou de uma coisa.

– A Lexi é sua melhor amiga. Você sabia que ela gostava do Blasio. Não se arrepende de ter ficado com ele?

– Nem um pouco – respondeu Daphne com um sorriso enorme.

Desde essa noite Draco e Valerie não trocaram mais nenhuma palavra. Ela ignorava a presença dele a todo o momento. Só andava na companhia de Lexi, Hermione e Nott que havia se aproximado mais das meninas e ficado mais maduro depois dessa ruptura no grupinho da Sonserina.

Na verdade, Nott havia se aproximado mais de Lexi. A loira ficou muito abalada durante muitas semanas, ainda mais depois da briga feia que teve com a Daphne no dormitório das meninas. Draco suspeitava que Nott estivesse interessado em Lexi. Só isso explicaria tantas mudanças no rapaz. Lexi merecia que tivesse alguém do lado dela nesse momento além das amigas. Afinal, Blasio estava sendo um completo idiota. Parecia gostar tanto da menina até que do nada fica com a (ex) melhor amiga dela e começa a agir como um idiota. Ele e Daphne se mereciam.

Draco não tinha como confirmar suas suspeitas sobre Nott já que eles estavam meio afastados. No bem da verdade, Draco estava afastado de todo mundo. De um lado, as meninas não queriam falar com ele e Nott, em solidariedade a elas, não faziam de falar mais do que o necessário com o loiro. Por outro lado, ele não suportava ficar perto de Zabini, Daphne e Pansy. No quarto ano eles já eram o pior tipo de pessoas do universo.

Tudo que o jovem Malfoy queria era a amizade de Valerie de volta. Mas o que ele podia fazer para reconquista-la?