Depois de três semanas de trabalho, Hiccup finalmente teria seu primeiro fim de semana livre a onde finalmente poderia ter paz, sem Jack e Rapunzel no seu pé, ele pensava. Hiccup dormia tranquilamente mas seu momento de sono foi interrompido por um certo cara de cabelos grisalhos.

– Ei Hic... – Sentiu o dedo gelado cutucar-lhe o rosto delicadamente. – Acorda...

– Céus, São cinco da manhã você pode me deixar dormir em paz? – O moreno falou irritado.

– São cinco da tarde, espertalhão... – O grisalho deu uma risada sarcástica.

– O QUE? – Levantou-se num pulo abrindo as janelas escancaradamente. – C-como...

– Você estava dormindo como um anjo, eu não quis te acord... – Foi interrompido pelo moreno.

– COMO VOCÊ ENTROU NA MINHA CASA? – Falou, ou melhor, berrou.

– Você está na minha casa. – Ele continuava a dar risadas. Logo Hiccup notou que estava sem blusas e que aquele não era o seu quarto. – Não se lembra de nada que aconteceu ontem? – Hiccup ficou vermelho da cabeça aos pés. – Caramba, não sabia que era assim tão pervertido, Hic. – Continuou a gargalhar.

– O-o que aconteceu? – Cobriu-se todo com os cobertores embaraçado.

...

Flash Back on:

Hiccup havia acabado de terminar suas atividades na editora, estava exausto. Havia trabalhado três semanas sem descansar direito uma noite sequer. Jack havia notado o quanto estava cansado esses dias, e que boa parte desse cansaço era culpa sua. Além de ter que editar a história de outros autores além de Jack, Hiccup também tinha que fazer absolutamente tudo para Jack, era como uma esposa, e isso sempre o cansava. Jack arrombou a porta de da casa do moreno. Nunca havia entrado lá, mas era bem organizada, fora as roupas jogadas para todo o canto e um defunto no chão.

– Ei Hic. – Sacudiu o corpo morto do moreno. – O que acha da gente sair para beber?

– Tanto faz. – Virou a cara. Tinha tantas olheiras embaixo dos olhos que até suas olheiras tinham olheiras.

– Hey Hic, se anima um pouco. – Tentava animar o menor que continuava esparramado no chão. – Você precisa sair para relaxar. – O moreno não respondeu. – Se você continuar assim eu vou ter que te beijar.

– Vamos! – Levantou-se num pulo pegando a chave do carro.

– Guarda essa chave ai. Eu chamei, portanto, eu dirijo. – Pegou a chave do bolso. Hiccup não protestou apenas entraram logo na Mercedes-Benz de Jack (eu já disse que o Jack é rico? Pois é ele é, mas o Hiccup também é) embora Hiccup ainda estivesse meio indeciso com a idéia de beber com Jack, ele nunca foi muito de beber e tinha a certeza absoluta de que com algumas poucas taças e já estaria bêbado, mas resolveu não recusar afinal, ele precisava mesmo descansar e não tinha amigos para chamar.

– Para onde vamos? – Finalmente abriu a boca inquieto.

– Já estava achando que você tinha morrido. – Ele deu uma risada sarcástica, Hiccup revirou os olhos. – Para algum bar qualquer, tem algum lugar que você queira ir em especial?

– Na verdade não. – Disse em resposta. E o silencio predominou dentro do carro. Hiccup estava começando a ficar inquieto, até que finalmente percebeu o que era aquilo tudo... Ele estava indo sozinho, com um cara, que não era seu amigo e que já haviam se beijado e feito outras coisas, para um bar... Aquilo era um... Encontro? Hiccup estava saindo com Jack? Sentiu seu rosto ferver só de pensar nessa possibilidade, mas estava apenas saindo com um colega de trabalho para relaxar, um colega de trabalho que o assediava sexualmente, mas era um colega de trabalho, portanto não era um encontro, de jeito nenhum!

– Ei, Hic... Hic! – Tirou o moreno do transe. – Já chegamos. – Jack abriu a porta para o menor que olhou bem o lugar para onde o havia levado. Era um bar daqueles bem elegantes, havia alguns velhos, daqueles bem cheios da grana, jogando poker numa mesa e no outro lado havia alguns casais e um grupo de amigos, bêbados. Os dois se sentaram num lugar reservado, Hiccup tentou entender porque Jack escolheu aquela mesa, não quis questionar. – Hic, me conta mais sobre você. – O grisalho o encarou fixamente. Hiccup sentiu seu rosto ferver ainda mais, quer dizer, era isso que as pessoas faziam em encontros não é? Falavam sobre elas! Mas isso não era um encontro, não era!

– O que? – Olhou para baixo tentando esconder a vermelhidão.

– Trabalhamos juntos há quase um mês e não sabemos muito um do outro, bom pelo menos você não sabe muito sobre mim. – Um garçom serviu a bebida para os dois, Hic encarou a taça vendo Jack virar tudo de um vez só, deu apenas uma golada.

– O que você quer saber exatamente. – Ainda estava um pouco envergonhado, ainda encarando a taça.

– Deixe-me ver... – Encheu o copo mais uma vez. – Acho que já sei demais de você. Bom, mais do que você imagina. Porque não me pergunta uma coisa que você quer muito saber. – Hiccup ficou surpreso com a sua resposta.

– Esse seu cabelo, é natural? – Jack deu uma risada bem alta.

– É sim, incrível não? Mas você gosta dele? – Hiccup corou dos pés a cabeça, Jack continuou a rir. – Nossa você é sem graça Hic! Não esta bebendo nada, nunca bebeu na vida é isso?

– Hey, consigo beber muito mais do que você! – Irritou-se.

– Nesse caso eu te desafio. – Sorriu sarcasticamente.

– Feito! – Os dois apertaram as mãos.

...

– Hey Jack o que acha disso! – O rosto de Hiccup estava completamente bêbado, ele subiu só de calças no balcão e começou a dançar. As pessoas aplaudiam e davam risadas.

– Hic desce já daí. – Pegou o menor no colo e o tirou de cima.

– Me solta Jack! Você não sabe se divertir! – Ele se sacudia como uma criança fazendo birra.

– Você devia ter me dito que ficava bêbado com facilidade. – Tentava o fazer ficar quieto.

– Eu não estou bêbado! Agora me solte! – Continuava a se sacudir. Jack não escutava apenas o colocou no carro e os dois foram para casa mesmo com Hiccup ainda protestando.

– Hey Jack. – Hiccup o abraçou pelas costas. – Eu me lembro. – Os olhos do grisalho se arregalaram.

– Do que você se lembra? – Por um momento sentiu-se feliz.

– Me lembro que era pra você estar terminando o manuscrito hoje. – Jack sentiu uma enorme vontade de dar um soco no moreno, que começou a rir descontroladamente enquanto soltava pequenos arrotos. – Mas ta tudo bem Jack! Eu te perdôo.

– E porque você me perdoa? – Continuava a dirigir ainda irritado.

– Porque eu te amo. – Jack encostou o carro de imediato. Ele estava assustado, surpreso por ter ouvido isso. Passou seus braços por cima de Hiccup, seus corpos estavam perto um do outro. O rosto do moreno se enrubesceu de imediato.

– Repete... Por favor. – O grisalho o encarou nos olhos. – Você sabe o quanto eu esperei para ouvir isso de novo?

– E-eu te... – Jack saiu de cima dele.

– Não... Não pode ser com você assim. – Irritou-se.

– Jack, eu te amo. – Ele o abraçou por trás.

– Você está bêbado droga! E também não se lembra de mim nem de tudo que passamos juntos. – Gritou, fazendo o moreno ficar assustado. – Você não me ama...

– M-mas e-eu... – Jack voltou para o volante voltando a dirigir, o moreno não se atreveu a dizer mais nada. E quando chegaram Hiccup estava apagado.

Flash Back off.