Okay nada está normal, Cato querendo ser meu amigo? Isso é definitivamente a coisa mais louca que eu já ouvi, e ainda por cima me abraçando? Eu não era uma rata de esgoto? Ele não sentia nojo de mim? Do nada ele estava pedindo para ser meu amigo?

Eu não vou ser amiga dele, definitivamente não vou, não me venha com essa chatice, eu nunca, jamais que seria nem colega dele, posso respeitá-lo se ele fizer o mesmo, mas ser amiga? Fora de cogitação.

Tentei resistir ao abraço de Cato, mas não adiantou ele não me soltou então eu cedi e o abracei de volta, mas se não fosse por isso eu realmente não teria abraçado-o.

–O que é isso? –Perguntou Katniss, e eu e Cato desfizemos nosso abraço que já havia durado tempo demais.

–Estávamos fazendo as pazes Bat. –Falou Cato sorrindo de canto e subiu as escadas, e só agora eu me dei conta que abracei Cato enquanto ele estava de sunga.

–Katniss, bem, eu não queria... mas eu não quero ficar brigando não é mesmo... eu não serei amiga dele nem na morte. –Katniss me encarou.

–Clove. –Eu encarei o chão. –Cuidado, Cato não é dos melhores tipos e ele pode quebrar você de qualquer forma, não somente seu coração, sua mente, seus instintos. –Eu gargalhei e ela me olhou com raiva.

–Do jeito que você fala parece que ele é um assassino. –Falei sarcástica.

–Assassino de coração e de mentes, sim, ele é Clove. –Eu vi que ela estava falando sério.

–Okay, eu vou tomar cuidado! Juro com o dedinho do meio. –Ela riu.

–Dedinho do meio? –Perguntou ela curiosa.

–Sim, dedinho pequeno não vale nada, tem que ser o maior, e adivinha quem quebra a promessa está destinado a tomar no cu futuramente. –Comecei a rir e Katniss me acompanhou.

–Você é completamente louca, agora vamos Annie está na piscina nos esperando. –Falou ela pegando minha mão.

–Pera temos que dar o dedo do meio. –Ela me olhou com aquela típica cara de “sério?” e cruzamos nosso dedo do meio saindo andando.

(...)

Nossa tarde havia sido legal, Annie emprestou biquíni para mim e para Kat, e digamos que ficou meio apertado em nós pelo fato de Kat ter mais corpo assim como eu, e Annie ser completamente magra, não que ela não fosse bonita okay? Ela só era mais magra que nós duas.

Cato ficara em seu quarto e não apareceu, nesse lindo momento eu ia para minha casa sozinha, eram quase sete da noite, eu deveria ao menos ter ligado para Lena falando que não iria almoçar lá, quando estava quase chegando a casa meu celular começou a tocar, eu nunca havia visto aquele número na minha vida.

–Alô? –Falei.

–Sou eu Cato! –Como aquele filho da puta conseguiu meu número?

–Como conseguiu meu número? –Perguntei.

–Insisti para Annie me passar. –Droga An!

–E por que merda ela passou? –Falei com raiva.

–Porque ela é minha irmã? –Não idiota ela não é não. –Enfim não é para isso que eu liguei, eu queria saber se estava afim de ir ao cinema comigo, e não aceito não como resposta.

–Vai me obrigar a ir então? –Babaca nem fodendo que eu iria com ele no cinema, quem ele pensa que é?

–Qual é? Eu não vou parar de te encher enquanto você não aceitar, Clove, sério cara, só ver um filme... –Já chega! Ele está me irritando.

–O que você está aprontando, você me odeia tem nojo de mim, qual seu problema? –Ele bufou do outro lado da linha.

–Aceita por favor! –Insistiu.

–Vai parar de me encher o saco se eu aceitar? – Perguntei encarando o chão.

–Sim eu vou.

–Me veja no Shopping “M” as oito e meia ainda vou para casa trocar de roupa. Tchau.

–Pera, não desliga! Quer que eu te pegue em casa? –Jamais! Imagina ele descobrir onde eu moro?

–Jamais! Tchau. –Desliguei o telefone e continuei andando.

Continuei andando o mais depressa possível eu ainda tinha que tomar banho e trocar de roupa e agüentar o xingo que Lena me daria, chegando na porta de minha casa bufei e abri-a.

–Onde diabos você estava Clove? –Perguntou Lena preocupada, ela não estava brava ela estava preocupada.

–Desculpa Lena, eu iria vir para cá, mas a Kat deu a idéia de irmos para casa de Annie e eu aceitei. Deveria ter ligado eu sei. –Ela me encarou e me deu um abraço.

–Seu pai ligou, eu disse que você estava ocupada estudando. –Lena é demais! Desfiz meu abraço com ela.

–Lena, se incomoda se eu sair hoje? –Lena sorriu.

–Com quem? –Ela estava mais empolgada que eu.

–Um cara idiota! –Os olhos de Lena brilhavam.

–Meu Deus! Olha, você ai... Vai ter um encontro. –Ela deu um pulinho de alegria, Lena parecia uma criança literalmente.

–Okay, vou me trocar combinei de estar lá as oito e meia. –Ela assentiu e eu saio correndo para meu quarto.

Peguei primeiramente minha roupa, uma bata preta com os disseres: “Good Girls Like Bad Guys” peguei meu short jeans claro e para finalizar meu all-star azul, sai correndo no quarto e peguei minha calcinha e sutiã e fui tomar meu banho calmamente, me troquei e penteei meus cabelos, não faria maquiagem eu nunca gostara de usar mesmo. Meu tempo foi de pegar meu iPhone que já marcava oito horas e sair voando de casa.

Ouvi Lena dizer um “TCHAU”, mas eu não respondi, alias eu estava atrasada, por que estou preocupada em atrasar ou não? É só o babaca do Cato!

Fui até uma estação de táxi e entrei em um que veio rapidamente e eu fiquei literalmente muito agradecida.

–Shopping “M”. –Falei e ele assentiu.

O taxista tinha no máximo cinqüenta anos, era careca e possuía olhos castanhos, tinha aquela típica banha para fora da blusa que chegava a ser nojento, nada contra gordos, mas poderia usar uma camiseta maior não é mesmo?

Chegamos ao Shopping e eu notei que eram oito e quinze ainda, paguei o cara que resolveu me dar uma piscada de olho não me pergunte o porquê, ele era estranho além de tudo tinha cara de pedófilo, enfim não importa, eu avistei Cato sentando em um banco ao lado de fora do shopping, e não me pergunte porque diabos ele estava aqui mais cedo, ele olhava para o celular.

–Hey babaca! –Dei um tapa em sua cabeça ele me olhou.

–Você não tem muitos encontros não é mesmo Clove? –Ele sorriu sarcástico e eu dei língua.

–Primeiro isso não é um encontro, segundo eu não sei nem o que eu to fazendo aqui, terceiro depois de hoje eu quero que você me deixe em paz. –Seu sorriso sumiu e ele se aproximou do meu rosto indo em direção ao lado, achei que ele ia me dar um beijo na bochecha ou sei lá.

–Calma esquentadinha. –Olha aqui produção esquentada é só a Katniss beleza? Ela é a garota que curte ver o circo pegar fogo não eu. Enfim ele me causou arrepios porque falou isso bem no meu ouvido, e o pior ele beijou meu pescoço depois.

–Vai se foder! –Me esquivei para trás. –Vamos ver a porra do filme ou eu vou ter que ir embora antes que você me irrite mais um pouco? –Ele me encarou sarcástico novamente.

–Eu fui ao cinema ver o que tava passando e o cinema ta fechado, não sei o porque. –Puta que o pariu! PUTA QUE O PARIU!

–E o que vamos fazer aqui? –Perguntei com raiva, ele sabia que o cinema não ia estar aberto, por que diabos ele fez isso?

–Dar uma volta por ai? –Ele sugeriu.

–O que você ta aprontando? Fale agora ou cale-se para sempre. –Meu joelho estava levantado para ir em direção aquele lugar.

–Nada, literalmente nada! Abaixa isso. –Eu abaixei. –Vamos pelo menos tentar nos tratar bem o que você acha de ir comer alguma coisa, eu adoro Mc Donald’s. - O que custa ir comer alguma coisa não é mesmo? Já que eu estava roxa de fome porque só tomei sorvete na casa dele.

É tão estranho falar que eu passei à tarde na casa do Cato.

–Okay, vamos!

Chegamos lá e fizemos nossos pedidos e eu e ele sentamos numa mesa para dois, meu Deus como isso soa gay. Enfim, ele não ficou me perturbando a cabeça nem falando merda.

–Clove... Me perdoa! –Como assim?

–Cadê as câmeras, isso é para uma pegadinha? Você me pedindo perdão... Só pode ser brincadeira não é? –Dei uma mordida no meu lanche e ele me encarou.

–Não, não é, olha você não tem motivos para acreditar em mim, mas deveria tentar, serio mesmo.

–O que te leva a pensar que eu vou acreditar em você? –Perguntei. –Convença-me! –Tenho certeza que nessa hora meu olhar saiu assassino.

–Convencerei aos poucos. –Ele falou. –Escuta! –Voltei minha atenção para o lanche. –Amanhã tem uma festa, é de um amigo da universidade por que não vai comigo? –Armação!

–Não. –Foi tudo que eu disse.

–Você vai ver que nada que eu estou te falando é mentira.

–Como posso ter certeza disso agora? –Cato bufou tentando pensar em algo para me dizer.

–Simples! Confia em mim, vai ver que não estou mentindo em nada que estou falando. –Ele parecia convincente.

–Percy confiou em Luke! –Rebati.

–O que? –Ele fez uma cara de cu universal.

–Você não lê muito não é mesmo? –Ele negou com a cabeça.

–De qualquer modo não estamos em um livro, por favor, aceita!

–Se Katniss for junto! –Falei, pois eu sabia que Katniss não iria deixar eu me meter em nenhuma confusão.

–Ela estará lá.