Influência Shakesperiana escrita por Fernanda


Capítulo 3
Use somebody


Notas iniciais do capítulo

Olá meninas;
Feliz ano novo, bom 2014 pra todo mundo e que seja um ano repleto de sucesso, felicidade, paz, amor e saúde!
Trago mais um capítulo, espero que gostem! Comentem o que pode ser melhorado e me deem opiniões e tudo mais.
Boa leitura
=D
Beijos



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"Off in the night, while you live it up, I'm off to sleep

Waging wars to shake the poet and the beat

I hope it's gonna make you notice"

(Use somebody)

Kings of Leon

Austin's part

–Puta merda!

Cocei os olhos tentando me lembrar do que eu fizera na noite passada. Nada se passava na minha cabeça. Acordei em um quarto que não era o meu, passei a mão pelo corpo e dei graças a Deus que estava vestido com o mesmo smoking que vestira no baile do dia anterior. Me levantei apressado, passei pela porta daquele quarto em silêncio e procurei algum vestígio de saber aonde estava. Peguei um porta-retratos e o aproximei do meu rosto, não estava enxergando direito.

–Se sentindo melhor? -Anabelle falou com um sorriso nos lábios a me ver com o porta-retratos grudado no rosto.

–Não.

Anabelle vestia uma camisola de seda preta na altura da metade do joelho e usava um roupão branco para se proteger do frio que o ar condicionado projetava dentro da casa. Ela estava realmente muito atraente com aqueles trajes, mas estava mais interessado em saber onde estava do que comentar sobre o que ela vestia.

–Eu poderia te matar agora, sabia? -Ela falou, oferecendo sua xícara que continha um chá de coloração escura.

–Como assim? O que eu fiz ontem?

–Obviamente você não se lembra das baboseiras que disse e do que fez.

–Foi tão ruim? -Peguei a xícara e dei um gole no chá, na esperança que ele me trouxesse alguma memória perdida em minha mente.

–Péssimo. -Ela se interrompeu, pedindo a xícara de volta. -Bom, depois que dançamos você sumiu e se enfiou em algum canto com Peter, seu melhor amigo.

Peter, velho amigo de infância.

–Continue.

–Então, quando sumiu com ele, você foi encontrado pelos meus pais três horas depois e para a sua sorte o baile não tinha acabado. - Ela disse sarcástica. -Você estava muito bêbado, começou a beijar todos naquela festa, incluindo homens, menos eu.

–Deus. -Falei, sentando em um pequeno sofá localizado em um canto do corredor.

–E então, você se ajoelhou aos meus pés e pediu que nós morássemos juntos que não viveria sem as mulheres. –Ela se interrompeu para observar a minha expressão. Horror. -Essa não foi a parte pior, você disse que as nossas mães, sua irmã, minha irmã e eu estávamos ridículas naqueles vestidos e arrancou cada um conforme andava e, aliás, segurava uma garrafa de grinch.

Grinch era tipo uma bebida de esquecimento, mas forte que whisky ou vodca. Eu não conseguia mais olhar para Anabelle e ver que ela se divertia a me ver naquele estado.

–Me desculpe. -Eu falei.

–Não tem problema, eu continuo te odiando. -Falou. -Ah, te odeio muito mais agora, porque além de ter arrancado meu vestido fora em público e ter insultado a minha e a sua família, você e eu estamos trancados nessa casa.

–O que?!

–Você disse que queria morar comigo, seu idiota. -Ela respondeu nervosa. -Nossos pais deram um jeito para que isso acontecesse, e sabe aquele acordo, seu pai descobriu tudo e falou com o padre e um monte de gente do clero avisando que este meio para fugirmos do casamento estava cancelado, ou seja, nós TEREMOS que casar.

–Anna, me perdoe.

–Te perdoar? Te perdoar por ser um bêbado ou por ser um garoto inútil que não serve nem para colaborar com coisas que nos livrariam um do outro?!

–Eu realmente sinto muito e queria te pedir desculpas!

–Desculpas não adoçam o meu café!–Ela andou até seu quarto e bateu a porta com força.

Eu estraguei tudo.

Narrator's part

Os dias naquela casa foram passando. A convivência entre Anabelle e Austin foi piorando cada vez mais. Ás vezes seus pais vinham visitá-los, outras vezes recebiam amigos e raramente apareciam em público. O plano das famílias do casal era que eles se exilassem ao máximo do público, para que os comentários sobre o comportamento de Austin fossem cessados totalmente.

Austin se resolvera e se desculpara com a sua família e a família de sua prometida. E, além disso, pediu perdão a todos os cidadãos de Vacancyville, numa transmissão televisiva estúpida. Depois de muito tempo se passar, a primavera já se despedira e chegavam às festas de final de ano.

A cidade ficava toda decorada, literalmente. Todas as casas tinham algum enfeite, até aquelas famílias que não gostavam muito dessa época, enfeitavam minimamente suas casas. A data marcada para o noivado seria o natal, então conforme o planejado, as famílias do casal planejavam um baile natalino, só que dessa vez Austin não se desgrudaria de sua prometida.

Anabelle's part

–Eu poderia tentar me suicidar, assim como Julieta fez. -Disse a Emma, enquanto algumas mulheres fechavam meu vestido. -Só que no meu caso, eu não teria a ajuda de ninguém para me dar ou fazer um veneno pra me matar.

–É só um noivado, Anna.

–Estou sendo usada. -Eu me interrompo e aliso o vestido. -E pior, estou sendo usada pelos meus próprios pais.

–Anna. -Emma se levanta e me abraça. -Todos os filhos de famílias poderosas aqui dessa cidade, são submetidos a isso, sempre foi assim.

–Não é justo. -Falo, me sentando. -Sou obrigada a casar com um cara inútil que só prejudica a minha vida.

–Austin não é isso, você não o conhece.

–Realmente, essa sua apaixonite me preocupa. -Falei rindo.

As mulheres que amarravam e me ajudavam a fechar meu vestido, me alertaram para não realizar movimentos bruscos como pular na cama ou ficar sentada por muito tempo, isso amassaria o meu vestido, como se isso me importasse.

–Obrigada. -Disse a elas sorrindo.

Depois de saírem do meu quarto, caminhei até o closet e me vi no espelho. O vestido era magnífico, tão bonito quanto o outro que usei naquele baile desastroso.

–Você gostou dele, não é? -Falou Austin, que invadira meu quarto, novamente. -Fui eu quem o comprei pra você.

–Obrigada. Quem o deixou entrar aqui? -Perguntei grossa.

Era a primeira vez que estava fora de casa, depois de meses, então vê-lo não era uma das minhas prioridades.

–Ninguém, apenas passei pela porta e entrei aqui. -Ele riu. -Desculpe de novo, mas já faz tanto tempo, Anna.

–Não me chame de Anna.

–Anabelle! -Disse minha mãe, invadindo meu quarto. -Não fale assim com o seu futuro marido.

–Então não me lembre de que isso será meu marido. -Retruquei apontando para ele.

–Enfim, só vim lhe entregar isso, é para ser usado com o vestido. -Ele me estendeu uma caixa.

–Adoráveis! -Minha mãe gritou.

A caixinha preta de veludo continha um par de brincos brilhantes pequenos.

–Obrigada. -Falei, dando um sorriso torto. -Achei que só o prometido só deveria dar uma joia no dia do noivado

–Quis inovar um pouco. -Riu pelo nariz, Austin se despediu e saiu do meu quarto.

–Austin! -Gritei, antes de ele terminar de descer os degraus da escada. -Eu também tenho uma coisa pra você.

Voltei para o meu quarto sendo seguida por ele. Parei em frente a porta do meu closet esperando ele entrar. Fiquei frente a frente com ele me encarando, seu rosto estava calma, mas os olhos enigmáticos agora pareciam confusos.

–O que é? -Perguntou.

Eu me aproximei dele. Seu rosto estava a centímetros do meu. Ele cheirava a canela, um cheiro agradável para alguém que eu odiava. Me aproximei ainda mais, encarando seus olhos. Dei um selinho rápido nele, porém suas mãos delicadas tocaram minha cintura, fazendo com que eu me aproximasse ainda mais dele. Ele pediu passagem e eu cedi, ainda não sei o por quê. Minhas mãos acariciavam sua nuca, fazendo movimentos leves, tocando aqueles fios e desfazendo seu topete. Saímos do beijo, ambos confusos.

Eu ainda continuava a odiá-lo.

GENTE!!!

A parte da frase em negrito: "Desculpas não adoçam o meu café" eu peguei "emprestado" para colocar nesse texto porque achei legal, mas originalmente elas são da série "Drake e Josh", não sei o capítulo.

Obrigada pela atenção.

=D


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Notas finais do capítulo

Look da noiva revoltada:
http://www.polyvore.com/noivado_natalino/set?id=109031503
Beijos



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