Dragões: os guardiões da terra (livro 1) escrita por SpyroForever


Capítulo 16
Missão urgente


Notas iniciais do capítulo

Capítulo longo e início do perigo uh!



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Eu estava acabando de arrumar as coisas de Draco quando o vi correndo com um sorriso de orelha a orelha, ou melhor, de chifre a chifre, e sem Argus ao seu lado. Eu não entendi muito bem.

Eu estava colocando alguns agasalhos que Daphine havia feito para Draco e para Hadaliel, pois a Rússia costuma ser fria, mas acho que Draco não vai precisar usar... Não! Ele precisa sim! Ele aquecer o corpo dele faz ele gastar energia vital, e lá é muito frio.

Assim que Draco parou na minha frente eu perguntei. “Onde está Argus e por que você está tão contente?”

“Pai... Você não acredita! Eu consegui fazer o pai de Argus, Fear, fazer as pazes com ele! Foi tão... emocionante quando Argus abraçou seu pai chorando.” Ele disse, eufórico.

Eu fiquei tão feliz em ouvir aquilo. “Nossa filho! Que coisa boa! Estou tão orgulhoso de você! Vem aqui me dar um abraço.” Abri meus braços, abrindo um gigante sorriso.

Draco sorriu ainda mais e me envolveu em suas grandes e magníficas asas. “Pai... Nunca morra.” Ele disse com sua cabeça acima do meu ombro.

Eu me surpreendi com aquilo. Por que ele me perguntou aquilo? Eu afastei ele e percebi que seus olhos estavam brilhando “O que foi filho?”

“A história de Argus... me emocionou. Nunca quero te perder pai. Eu te adoro muito mesmo!”

Eu sorri para ele e coloquei minha mão em seu peito. “Você nunca vai me perder. Eu sempre vou estar aqui, não vou?”

“Com toda a certeza!” Ele lambe meu rosto e enxuga as lágrimas.

“Agora se acalma. Olhe aqui o que Wendy trouxe depois que você saiu.” Peguei um dos agasalhos que Daphine havia feito para Draco e o mostrei.

“O que é isso?” Ele entorta a cabeça, com expressão de confusão.

“Um agasalho. Deixe eu colocar em você para ver como você fica.”

“Mas eu não preciso disso! Posso me aquecer, esqueceu?” Ele estende sua cabeça para frente, facilitando para mim colocar o agasalho de lã branco.

“Mas você usa sua energia vital aquecendo-se. Quer morrer?” Falo colocando o agasalho, tomando cuidado com seus chifres.

“Mas gasta tão pouco...” Draco começa a passar uma das patas pela primeira manga dianteira.

“Mas de pouco em pouco a galinha enche o papo!” Falo indo para trás dele e o ajudando a colocar nas patas traseiras.

Assim que o agasalho estava posto Draco olhou para suas pernas e para seu quadril. “A... nada mal! É confortável. E quente!”

“Claro! Você está num deserto com um agasalho de lã e não queria que estivesse quente?” Falo dando um pequeno tapa no quadril de Draco.

“Ei!” Draco semicerra os olhos para mim em tom brincalhão. Então olha para eu inteiro. “Você também tem?”

“Eu trouxe de casa. Não se preocupe.” Então volto a arrumar a mochila que Draco carregaria.

Draco começou a tirar o agasalho com ajuda de sua cauda e devolveu para mim. “Daphine fez mais alguma coisa?”

“Luvas com as pontas cortadas para suas garras...”

“Deixa eu ver?!” Draco me interrompeu.

“Estão ali. Aproveite e pegue 2 conjuntos, sim?”

“É para já!” Draco corre para onde eu apontei. Ele olha para as luvas e pega 8 delas, como eu falei. “Nossa! É demais! A sola é de couro!”

“Legal né?” Falei pegando 4 e deixando 4 para ele experimentar.

Draco coloca todas as luvas. Para colocar as traseiras ele deitou de barriga para cima, foi cômico. Quando acabou de colocar ele desfilou um pouco se achando. As luvas eram brancas, assim como o agasalho. Então as tira com mais facilidade do que teve para coloca-las e me devolve. “Algo mais?”. Ele pergunta espionando dentro da mochila.

“Aqui.” Eu ti de dentro um agasalho para a cauda e outro para o pescoço dele. “Isto aqui vai no seu pescoço e este vai no seu rabo.”

“Nossa! Vou virar um dragão branco! Hahaha!” Draco brincou, pegando as luvas novamente e as colocando, assim como o agasalho. Ele tirou o cachecol e colocou o... “colar” de lã, então voltou a enrolar o cachecol em seu pescoço. Então colocou seu agasalho de calda. “Olha isso! Tudo branco! Que demais.”

“E ainda tem mais uma coisa!” Eu disse procurando dentro da mochila.

“Mais?! O que?”

Puxo uma toca em forma do crânio de um dragão, com buraco para os chifres e no caso de Draco, para o chifre do nariz também.

Draco pega a touca e a coloca. Serviu certinho! Os olhos ficaram no lugar que tinham de ficar e tudo mais. “Agora sim eu virei um dragão branco!”

Eu inspecionei o corpo inteiro de Draco. Ele se sentiu meio incomodado quando eu quis olhar debaixo dele, hehe. “O que foi?”

“Ah, pai... aí não né!”

“Ah Draco. Da licença né! Como você acha que eu descobri que você era macho, uh?” Pude não ver, mas senti que Draco tinha corado bastante.

Draco ficou sem graça e olhou para o outro lado, tirando os agasalhos. Quando tirou a touca eu vi que ele de fato ficou corado.

Eu não pude me conter e ri dele. “Seu bobo!”

“Para de rir de mim, pai!” Ele senta no chão e vira de costas para mim, com a cauda enrolada em suas patas dianteiras.

Eu encostei minha mão na lateral do pescoço dele e o derrubei no chão. Então comecei a fazer cócegas em sua barriga e na lateral do peito.

Draco começou a rir bastante. “Hahaha! Para pai! Para! Para!”

Então eu paro e o abraço, beijando sua testa. “Te adoro muito meu filho.” Então levantei e peguei os agasalhos dele do chão e comecei a guarda-los na mochila.

Draco continuou deitado com a barriga para cima por um tempo, olhando para o céu com as patas dianteiras dobradas em cima de seu peito.

Eu olhei para ele e ri da posição que ele estava. Era tão fofo ver ele com as patas dobradas em cima do corpo. “Ei Draco.”

Ele apenas vira a cabeça para mim.

Eu percebi que ele havia virado para mim e continuei. “Teremos que nos concentrar lá em! Vai ser nossa primeira missão com risco de...”

“Morte?” Draco pergunta, ainda olhando para mim.

Eu assenti. “E ainda mais. Nossos guardiões não vão estar conosco. Teremos que contar com nossas habilidades!”

Draco se levanta e se senta ao meu lado. “Nós vamos conseguir pai. Vai ser moleza, você vai ver!”

Eu olhei para Draco e sorri. “Sua positividade me emotiva.”

“Hehe. O que posso fazer?” Draco me empurra com a lateral de seu corpo.

Eu perco o equilíbrio e só não caiu pois me seguro no pescoço de Draco. “Nossa Draco... Você ficou mais forte!”

“Obrigado!” Draco infla o peito, orgulhoso de si.

Olho no relógio e percebo que já estava na hora de nos encontrar com Richard e Erick no lado de fora dos limites do acampamento, onde estava o avião que íamos ir. “Vamos Draco?”

“Sim! Thomas, Hadaliel, está na hora!” Draco entra correndo na tenda e volta um pouco depois com Hadaliel e Thomas o seguindo de mochila.

Eu coloca a minha mochila e coloco a mochila de Draco nele. Ao colocar eu acaricio a cabeça de Draco, fazendo-o ronronar e então começamos a andar. Passamos pela área do Brasil, onde encontramos com Miguel e Rafael, já prontos para ir. De lá nós fomos para a cabana do meu pai, nos despedir.

Ao chegarmos lá vi que Esmeralda estava muito preocupada, pois estava batendo a cauda no chãos, assim como as garras.

“Mãe?” Draco entra, olhando para ela.

“DRACO!” Esmeralda vira a cabeça e sorri muito ao ver ele. “Graças a Deus você está bem!”

“Eu disse que iria ficar bem!”

“Sim... Você disse.” Esmeralda ri um pouco. “Vocês vieram se dispedir né?”

Eu assenti, assim como todos.

Então meu pai se levanta da cadeira e anda até o lado de Esmeralda, onde começa a acaricia-la na coxa direita. “Desejo toda a proteção do mundo para vocês. Que Deus proteja vocês.”

Eu sorri e imitei todos, batendo continência para meu pai e para Esmeralda. Draco, Hadaliel e Rafael bateram continência com uma das asas na testa. Foi bonito de ser ver.

“Estão dispensados. E tomem cuidado! Draco, proteja-os!”

“Com a minha vida!” Draco fala imotivadíssimo.

Então nós seis saímos da tenda e vamos para a saída do gigante acampamento. Não demorou muito desde a tenda do meu pai até encontrarmos o avião de Richard e Erick. Fiquei maravilhado ao ver aquele incrível avião na minha frente. “Uau!”

“Incrível uh?” Richard sai da aeronave com um colete verde, típico do exército e com Erick o seguindo, sempre com seus óculos de aviação. “Este é um C-5M. Meu pai me deu este grandalhão aqui quando descobriu sobre os dragões. Ele disse que eu poderia precisar. A capacidade dele é de 7 passageiros mais...” Ele olha para Erick. “...Dois pilotos.”

“Erick sabe pilotar avião?!” –Draco olha para Erick.

“Sei sim! Mas meu pai me ajuda no que eu preciso. Sempre precisamos de copilotos. EU sou esse copiloto.” Responde Erick.

“Vamos entrar! Precisamos partir o mais rápido possível!” Richard entra correndo no avião, junto com Erick.

Todos nós seis entramos também e nos acomodamos nos bancos que haviam dentro. No avião era ainda mais impressionante que fora, ainda mais para mim, que sempre vivi com coisas do exército. Algumas cadeiras estavam faltando, que era onde os dragões iriam ficar e se prender. Não se podia ficar solto dentro de um avião e disso eu sabia.

Prendemos todas nossas mochilas em um lugar antes de colocar os cintos. Então Richard e Erick começaram a falar conosco sobre o que iria acontecer.

“Olhem aqui, soldados! Espero que vocês não tenha medo de altura. Os humanos iram pegar, além de suas mochilas onde estão seus equipamentos, uma mochila de paraquedas, pois não queremos que percebam que estamos lá. Iram pular de paraquedas. Todos aqui sabem como se pula de paraquedas?”

“Eu posso ensinar!” Eu falo. Eu já havia pulado de paraquedas algumas vezes com meu pai, então sabia bastante.

“Excelente! Quanto aos dragões... bem... não preciso nem falar! Quero que vocês guiem seus pais para pousarem em um lugar seguro e sem serem vistos! Posso contar com vocês?”

“Sim senhor!” Os três dragões falam.

“Iremos soltá-los perto do laboratório que os dois estão sendo mantidos.” Erick começa a falar e abre um mapa. “Vamos despejá-los aqui. O laboratório é aqui. Deverão encontrar algum jeito de entrar no laboratório, sem serem percebidos, de preferencia e resgatar os dois. Se vocês forem vistos, tentem ao máximo ficarem seguros! A última coisa que queremos é perder mais escolhidos. Ainda mais escolhidos tão especiais quanto vocês!”

“Enfim... vocês terão três dias para resgatá-los! Para buscar vocês será muito, MUITO arriscado. Iremos vir de Boeing-Vertol CH-47.” Richard diz.

“O que é isso?” Thomas pergunta.

“É aquele helicóptero que tem duas hélices, sabe?” Respondo para Thomas.

“A ta! Sei!”

“Continuando... Iremos vir de helicóptero militar, ou seja, fará barulho. Vocês terão, na mochila dos paraquedas, um sinalizador cada um. Ao visualizarem o helicóptero deverão sinalizar onde estão.”

“Caso vocês os resgatem antes do prazo de três dias, deverão ir para as florestas e sobreviver até nossa chegada.” Erick começa a dizer. “Cada um de vocês receberá um mapa da área que estarão. Haja o que houver, não ultrapassem a fronteira que os mapas indicam, ou não vamos poder garantir que conseguiremos resgatá-los.”

“Sim senhor!” Todos nós falamos.

“E lembrem-se: Isso é vida real! Quem capturou os escolhidos de Moscou estão pouco se lixando se vocês são crianças ou não! Eles irão atirar com tudo possível!” Richard diz, indo para a cabine do avião.

Eu engoli em seco e olhei para Draco, ao meu lado direito.

Ele percebeu que eu olhei para ele e virou para mim. “Eu vou proteger todos aqui pai. Não se preocupe.”

“ISSO, é o que me preocupa, filho! Você se tornou a razão do meu viver. Se eu te perder... o que eu faço?”

Draco lambe minha bochecha. “Viva!”

Aquilo pareceu tanto com uma despedida que eu não consegui me conter e comecei a chorar.

Rafael, que estava do meu lado esquerdo, me viu chorando e olhou para Draco. Então olhou para mim e sussurrou em meu ouvido. “Vai ficar tudo bem Willian. Todos nós iremos voltar para o acampamento em três dias, COM os dois!”

Eu olhei para Rafael e sorri. “Obrigado.”

De repente o barulho do motor do avião começou. Começamos a decolar. Nunca estive tão nervoso na minha vida! E uma pergunta não me saia da cabeça: Como eu iria lutar de espada contra armas de fogo?!

Passaram-se várias horas até eu ouvir Richard falar no rádio do avião. “Retirem seus cintos e peguem seus equipamentos o mais rápido possível! Estamos chegando no local de despachassem.”

Aquilo serviu como um choque. Retirei o cinto e corri para pegar minha mochila. Quando a peguei e coloquei na minha frente, pois a mochila do paraquedas estava nas minhas costas, percebi que Draco estava com dificuldades em tirar o sinto. Corri e o ajudei.

“Pronto filho!”

“Ei Willian! Como é que usa o paraquedas?” Miguel pergunta e Thomas me olha como se fosse perguntar também.

“Primeiro deverão atingir uma altitude longe o suficiente do avião e longe o suficiente do chão, então devem puxar esta correia azul. A vermelha é caso o primeiro paraquedas falhar.”

“E quando é essa altitude?” Pergunta Thomas.

“Quando eu puxar vocês dois puxam!” Respondo.

“E para controlar?” Miguel pergunta.

“Quando o paraquedas abrir vão descer duas alças. A da direita, quando puxarem, vocês irão para a direita. O mesmo para a alça da esquerda.”

“Abrindo portas!” A voz de Erick pôde ser ouvida no rádio do avião.

Engoli em seco e me segurei em Draco quando a porta do avião começou a abrir, fazendo o vento entrar. Draco cravou suas garras no chão do avião para não ser arrastado. Quando olhei para a porta vi que estava de noite.

“Que Deus esteja com vocês!” Erick e Richard dizem na mesma hora assim que a porta acaba de baixar.

Respiro fundo e olho para trás, vendo Thomas e Miguel segurando em seus filhos, assim como eu. Eu assenti e eles também. Olhei para Draco e sorri. “Vamos voar juntos, filhão!” Então começo a correr, seguido por os quatro atrás de mim, com a minha mão entre os chifres de Draco. Assim que os meus e os pés de Draco encostam na ponta da porta do avião nós saltamos. Eu saltei e olhei sorrindo para Draco, como se soubesse o que ele estava pensando. Então olhamos para baixo e disparamos, juntos, para baixo como balas.

“SEGURA A MINHA CAUDA!” Draco grita olhando para mim. “VOU TE GUIR PARA LÁ!” Então ele olha para uma clareira.

“ÓTIMA IDEIA DRACO!” Olho para trás e vejo os quatro. “SEGUREM NA CAUDA DOS SEUS DRAGÕES! E VOCÊS, SIGUAM DRACO!” Então eu segurei na cauda de Draco.

Com um movimento das asas Draco dispara em velocidade altíssima. Eu semicerrei os olhos devido o vento. Então a hora de abrir o paraquedas chegou. Larguei a cauda de Draco fazendo-o para de mergulhar no mesmo instante. Então abri o meu paraquedas. Sempre dói um pouquinho ao sentir o incrível baque do vento batendo no paraquedas. Assim que segurei nas alças de controle do paraquedas eu olhei para trás. Thomas avia puxado o paraquedas sem problemas, mas Miguel estava com sérios problemas e disparou na minha frente.

Eu vi que Rafael se posicionou debaixo de Miguel. Quando ele começou a abrir as asas eu escancarei os olhos. “RAFAEL NÃO!”

Já era tarde. Rafael abriu as asas e suas asas foram impulsionadas para trás devido o vento. Com toda a certeza ele havia quebrado as asas.

“DRACO! PARE OS DOIS AGORA! VOCÊ SABE O QUE FAZER!” Quando vi que Draco disparou eu direção de Miguel e Rafael eu olhei para trás. “HADALIEL! QUERO QUE VOCÊ POSE URGENTEMENTE NO LUGAR ONDE...” Parei para tomar fôlego e continuei. “ONDE MIGUEL VAI CAIR E AMACIE A TERRA O QUANTO POSSÍVEL!” Então voltei minha visão para Draco, que já estava fazendo o que eu falei.

Assim que Hadaliel disparou na minha frente e pousou no chão percebi que o que Draco estava fazendo causou efeito, diminuindo a velocidade de Miguel.

Draco estava rodando abaixo de Miguel e Rafael e disparando pequenos chumaços de fogo para aquecer o ar e diminuir a velocidade de Miguel.

Conforme me aproximava de Miguel eu comecei a ouvir Rafael gritando do que parecia ser de dor. Senti muita dó. Um dragão com as asas quebradas? É a mesma coisa que uma pessoa com as duas pernas quebradas! Eu pude ver que Miguel estava acariciando a cabeça de Rafael, que estava abaixo dele, AINDA TENTANDO AO MÁXIMO PARÁ-LO! A determinação daquele dragão era fantástica! Mesmo com tamanha dor ele soltava pequenos jatos de fogo, ajudando na estratégia de Draco.

Mesmo com a ajuda de Draco, Miguel e Rafael estavam muito rápido. Com toda a certeza, se Miguel não conseguisse puxar aquela alça rápido, os dois morreriam. Então desisti da estratégia que havia falado para Draco. “DRACO! AJUDE MIGUEL A PUXAR A ALÇA AZUL!”

Draco olhou para Miguel e subiu o mais rápido possível. Vi ele segurando a alça e falando para Miguel uma coisa antes de puxar com toda a sua força, abrindo a mochila e soltando o paraquedas, para o alívio de todos.

“Graças a Deus!” Suspirei ao ver que Miguel estava seguro.

Draco ficou um tempo mais lá, com Miguel e então subiu para mim, assim que Hadaliel passou por ele. Ele parou ao meu lado e começou a me acompanhar. “Parabéns meu filho!”

“Que isso pai.” Draco sorri, sem jeito.

“É sério! Você foi fantástico! O que você disse para Miguel antes de puxar?”

“Para segurar Rafael. Ele quebrou as asas quando tentou segurar Miguel.”

“Sinto pena dele. Mas, temos que admitir. Aquele dragão é forte!”

“Com toda a certeza! E ele ainda me ajudou um pouco!”

“Eu vi. E... você acha que o fogo chamou a atenção de alguém?”

“Creio que não. Nosso fogo não foi tão... claro assim.”

“Tudo bem então. Pode me ajudar a descer mais rápido?”

“É para já!” Draco começou a voar para baixo e segurou no meu pé com sua cauda.

A velocidade aumentou bastante, até nós pousarmos no chão. Eu juntei o paraquedas bem rápido para na enroscar nas árvores e me alonguei. Olhei para Draco e o acariciei debaixo do queixo, fazendo-o ronronar. “Você foi espetacular! Quero só ver como vai estar durante a missão, em!”

“Pode deixar comigo! Se for preciso mato 500 para te deixar seguro, pai!” Ele se esfrega em mim, com os olhos fechados.

Eu não sei o que deve ter acontecido, mas desde que ele saiu com Argus ele voltou estranho, sentimental, se importando ainda mais comigo do que jamais importou. Eu me sentei no chão ao lado dele e perguntei. “Filho, o que houve com você?”

Draco olhou para mim e se deitou no chão. “Nada não, pai. Só... não quero te perder.”

“Desde que você saiu com Argus você está assim. Não foi só a história dele. Fale para mim filho! Por favor!”

Ele suspira e olha para mim. “O pai dele, Fear. O elemento dele é medo. Ele entra na mente de qualquer ser, só de olhar para seus olhos, e identifica seu pior medo, então faz uma ilusão que é quase impossível saber que é uma ilusão.”

“Nossa! Nunca vi isso antes! E... ele te pegou em uma ilusão?”

Draco assente e olha para baixo. “Ele me fez ver você, pai, entrando na cabana. Então olhei para Fear e ele pulou por cima de mim e te pegou com a boca. Então te mordeu e te dividiu, espalhando sangue em todo lugar. Eu fiquei tão horrorizado! Mas, felizmente, Argus conseguiu me tirar da ilusão.”

Aquilo me chocou tanto. “Então... é por isso que você está tão agarrado em mim?”

“Sim pai. Eu... não quero te perder!” Draco olha para mim e vi que ele estava chorando.

“Calma filho! Eu já disse que nunca vai me perder! Mesmo se eu morrer, não descansarei até que sua vida também acabe. Te protegerei sempre, meu filho! Sempre estarei com você!”

“Pai!” Draco pula em mim, me fazendo cair no chão e me abraça apertado com as asas e fica lambendo meu rosto.

Draco nunca havia feito aquilo, mas eu gostei tanto. “Filho! Haha! Para com isso!”

Draco para e se deita em cima de mim! “Nunca vou deixar que você morra!”

Eu abracei o pescoço dele e beijei sua testa. “O mesmo digo eu!”

Então, nesse momento, Miguel desceu com Rafael seguro entre suas pernas. Draco se apressou em sair de cima de mim para eu poder me levantar. Fui direto para Miguel e segurei Rafael, com a ajuda de Draco, para que ele não caísse muito forte no chão. “Você está bem, Rafael?”

“Grr... Cuidado minha asa por favor! Não consigo mexe-las! AHHH! Não! Não toca! Dói muito!” As asas de Rafael estavam largados, como se fossem folhas de papel.

Eu olhei para as asas dele e tirei as mochilas das costas. Peguei a minha e abri, tirando uma maleta de primeiros auxílios.

“O que você vai fazer?” Rafael, que estava deitado, pergunta afastando sua cabeça.

Nesse momento Thomas e Hadaliel chegam.

“Calma Rafa! Eu preciso imobilizar suas asas, ou só irá piorar. Aguente firme, Rafael! Preciso colocar os ossos no lugar também!” Peguei o rádio da asa de Rafael, fazendo-o gemer. “É agora Rafa! Miguel, segure ele, está bem? Rafael, pelo amor de Deus, Não grite! Estamos em perigo aqui!”

“Vou... Vou tentar! Mas... quantos são?”

Eu olho para as duas asas dele. “Parece que são só os rádios das duas e a omoplata daquela. Mas aguente firme! Sei que você consegue! Vamos lá... 1, 2 3...” Dou um tranco na asa dele, colocando os ossos nos lugares certo.

“AH! GRRR! Não! AHH! ARG! GRR!” Pude perceber que Rafael estava se esforçando muito para não gritar. Ele se contorceu no momento que eu dei o tranco. Miguel o segurou para que não se mexesse muito. “Willian! Para! Isso... dói muito!”

“Sei que dói! Já quebrei meu braço antes! Mas se eu não fizer isso, você ficara com a asa torta para sempre! Em outras palavras... nunca mais vai voar!”

Rafael escancarou os olhos. “Faça o que for preciso fazer! Não vou poder ajudar em nada se não puder voar!”

“Esse é o espírito, Rafael! Mas agora vou imobilizar esta asa. Draco, pegue as talas lá na maleta por favor?”

“Sim pai!” Draco estava ajudando Hadaliel e Thomas com o paraquedas. Então ele vai até a maleta e pega algumas talas que estavam lá. Eu já havia explicado isso para Draco, então ele também pegou a gaze.

“Obrigado filho!” Pego a tala e a gaze e começo a colocar na asa de Rafael. "Você consegue mexer o resto da asa?"

“Não! Não consigo mexer nada. Dói muito!” Rafael responde olhando para sua asa. “Eu vou ficar bem?”

“Claro que vai seu bobo! Só vou ter que imobilizar a asa inteira. Ou melhor... AS asas.”

“Tudo bem.”

Então eu enrolo a gaze na asa dele e amarro. “Agora a outra! E desta vez são dois lugares! Você é um dragão magnífico em! Não quero ouvir choramingo!” Brinco com Rafael, pegando a outra asa. A situação daquela era ainda pior. A asa havia se quebrado quase na base! Aquilo era perigosíssimo. Eu peguei com todo o carinho possível e coloquei no lugar.

“Ah! GRR! RAAWWR!” Desta vez Rafael deu um rugido de dor. Felizmente foi baixo.

Eu comecei a acariciar a cabeça de Rafael. “Calma... Só falta um, está bem? Continue assim! Você está se saindo muito bem! Agora é um é...” E coloquei no lugar antes de acabar a contagem.

“AHHH!” Rafael lançou um pequeno jato de fogo para frente, queimando minha mão.

“Ai ai!” Eu olhei para minha mão e ela estava vermelha. Felizmente tinha sido a esquerda, e eu sou destro. “Droga! AARRRG! Que dor!” Assoprei.

“Me desculpa Willian! Eu não quis! Juro por Deus!” Rafael olhava para mim muito preocupado mesmo.

“Não se preocupe com isso, Rafa! Sei que não quis. Você está melhor?”

Draco correu para mim assim que eu me aproximei de Rafael. “Quer ajuda com isso pai? Aqui.” Draco pegou a gaze.

Eu estendi minha mão esquerda e Draco começou a enfaixa-la. “Arg... Obrigado filho!”

“Se precisar de algo apenas me avise em!” Draco amarra a gaze e corta a ponta com a garra.

“Já que você se qualificou, eu vou precisar de ajuda para colocar a gaze na asa de Rafael.”

“Ta!”

Juntos, eu e Draco enfaixamos a outra asa de Rafael. Quando acabamos eu acariciei mais um pouco Rafael. “Prontinho Rafa! Agora vai ficar tudo bem viu! Estou honrado em conhecer um dragão tão corajoso como você! Parabéns mesmo!”

“Obrigado Willian!” Rafael lambeu minha bochecha e depois lambeu muito o rosto de Miguel.

E me levantei e mexi minha mão enfaixada. Tava doendo um pouco, mas, talvez, ao amanhecer, estaria melhor. Olhei para Draco ao meu lado e dei um beijo na sua testa. Então voltei a olhar para meus amigos. “Vamos dormir aqui. Hadaliel e Draco, coloquem seus agasalhos. Miguel, ajude Rafael a colocar o dele.” Nós já havíamos descido agasalhados. “Eu vou asceder a fogueira e arrumar os sacos de dormir.”

E foi isso que aconteceu. Enquanto Draco e Hadaliel vestiam seus agasalhos, Miguel ajudava Rafael e Thomas me ajudava.

Assim que Tudo acabou nós fomos dormir. Draco se deitou ao meu lado, como se estivéssemos em casa. Foi bom sentir o corpo quente de Draco encostado em mim novamente. Eu adorava ele mais que tudo. Me abracei nele e beijei seu pescoço, puxando a touca dele para cima.

Draco começou a aquecer seu corpo. “Não Draco! Não precisa fazer isso! Eu estou muito bem aquecido aqui!”

“Tem certeza?” Draco pergunta parando de se aquecer e se aconchegando para mais perto de mim.

“Absoluta meu grandão!” Então encostei minha testa na dele e adormeci tranquilo.


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Notas finais do capítulo

Essa foi quase Miguel e Rafael! QUASE!



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