Dragões: os guardiões da terra (livro 1) escrita por SpyroForever


Capítulo 17
Resgate.


Notas iniciais do capítulo

Bem grande uh? Espero que tenham gostado da nova capa. :3



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/452375/chapter/17

Assim que eu acordei percebi que Draco já havia acordado e estava olhando para mim. Eu levei um pouco de susto, pois o normal seria Draco se levantar quando acordasse, mas ele continuou debaixo do meu braço.

“Bom dia pai” Draco disse após lamber meus olhos.

Eu sorri para ele enquanto ele estava lambendo. Então acariciei atrás do chifre dele carinhosamente. “Bom dia filho. Hoje é o dia, certo?”

“Sim” Draco responde com os olhos fechados e entre ronronados. “Espero que nada aconteça de mal.”

Eu sorri para ele. “Não vai não! Não precisa se preocupar tanto, tá bom? Ahhh... Eu gosto tanto de você me filho.”

“E eu de você pai! Você é o melhor de todos nesse mundo!” Draco levanta seu rosto para me lamber no pescoço.

“Ei! Haha... Isso foi bom! Sua língua é quentinha!” Eu disse ao sentir a língua de Draco na minha pele. De fato a língua dele era bastante quente e aconchegante. Ainda mais no frio que estava lá. Eu fechei meus olhos e deitei minha cabeça, sentindo Draco me lamber no pescoço. Eu e ele estávamos ficando cada dia mais e mais próximos um do outro. Eu o amava mais que a minha própria vida. Queria fazê-lo completamente feliz.

Eu coloquei minha mão na nuca dele, sentindo a lã do agasalho que ele estava a usar, e comecei a acariciá-lo lá, pois eu sabia que ele adorava ser acariciado lá.

Eu acordei muito cedo mesmo Então decide ficar deitado mais um pouco, aproveitando o privilégio de ficar com meu querido filho, pois, mais tarde, eu poderia perdê-lo, ou morrer.

Visão de Draco.

Eu nunca fiquei daquela maneira antes com meu pai. Alguma coisa estava me falando para aproveitar cada momento com ele desde que eu saí da tenda de fear. Eu lambia com a maior delicadeza e gentileza possível, aproveitando também a carícia que ele estava a me dar atrás dos meus chifres.

Eu percebi então que começou a nevar quando caiu um floco de neve bem onde eu estava lambendo do meu pai. Eu olhei para o floco de neve e então olhei para cima. “Pai! Está começando a nevar! Thomas e Hadaliel vão ficar doentes!”

Meu pai olhou para mim, abrindo seus olhos. “Nevar? Ótimo! Era só o que me faltava para acabar com a minha paz.” Meu pai disse se levantando.

“Calma pai! Se quiser, depois que os aquecermos, eu posso continuar te lambendo! Eu gosto. Seu gosto é bom, hehe.”

Meu pai sorri para mim. “Ficaria agradecido. Sua língua é... Sei lá... É muito confortável.”

“Depois eu posso explicar porque.” Eu digo, indo em direção de Thomas e Hadaliel.

“Tem um porque? Não é o modo que você me lambe?” Meu pai pergunta, se deitando ao lado de Hadaliel.

“Também. Mas é mais a textura da minha língua. Ela é feita para... bem... hehe... limpar nossos filhos. Tem que ser macia.” Eu disse me deitando ao lado de meu pai e colocando a minha cauda atravessada entre os três.

“Como a natureza é linda, uh?” Willian pegou minha cauda. “O que está fazendo?”

“Corrente. Minha cauda está tocando em todos. Agora basta eu aquece-la...” Eu me concentro e começo a aquecer apenas a minha cauda. “E vocês estão aquecidos!”

“E quanto a Miguel e Rafael?” Meu pai pergunta, virando de lado para poder me olhar melhor.

“Rafael é de fogo, esqueceu?” Eu respondo e começo a lamber seu pescoço.

“Ah é! Verdade. Nossa... Como será que é ser um filhote de dragão?” Meu pai perguntou, fechando os olhos.

“É legal! Eu gostava bastante. Não tinha preocupações... era completamente inocente. Agora sei tantas coisas sobre... bem... sobre mim, que eu não sei de onde veio!” Eu disse colocando minha cabeça no peito do meu pai.

“Como assim?” Ele coloca os dois braços em volta do meu pescoço e eu olho para ele.

“Ahh... bem... eu não sei explicar direito. Eu comecei, em uma certa idade, a aprender, do dia para a noite, funções do meu corpo que eu não entendia porque acontecia. Por exemplo o fato da língua.”

“Será que Esmeralda teve alguma coisa com isso?”

“Mãe? É bem possível mesmo.”

“Gostaria muito de saber mais coisas sobre você, filho.”

Eu olhei para ele e sorri. “O que quer saber? Eu sei muito agora.”

“Mhhh... Deixa eu ver... Deixa eu ver sua boca?” Meu pai perguntou erguendo a cabeça.

Eu estranhei muito. Pensei que ele iria perguntar alguma coisa dos meus órgãos internos. “Minha boca? Mas... por que minha boca?”

“Quero ver seus dentes! Sempre fui fascinado pelos dentes e olhos dos dragões.”

Eu ri e abri minha boca. O que teria a perder? Quando a abri senti que meu pai tocou na minha mandíbula inferior. Eu comecei a salivar, naturalmente, pois minha boca estava aberta.

“Incrível! Seus dentes são mega afiados. Mas... como é que vocês pegam seus filhos?”

“Me dê seu braço!” Eu disse. Então meu pai ergueu seu braço e eu o mordi, erguendo-o, sem machucar. Então o soltei.

“Como?!” Willian olhou para seu braço.

“Nós temos controle pelas gengivas. Quando não queremos machucar, nossos dentes entram na boca. É simples.”

“E os seus chifres?”

“Ossos estendidos, a maioria. O meu é assim.”

“Há ossos na sua cauda?”

“Claro! Eu posso quebra-la, inclusive, e dói tanto quanto quebrar a perna.”

“Como você aquece seu corpo?”

“Faço minhas células se moverem muito rápido. Inclusive dentro de mim fica mais quente.”

“Por que vocês não ficam doentes quando comem carne recém morta?”

“Nossos ácidos da boca matam qualquer bactéria, incluindo HIV e H1N1.”

“NOSSA! Que ácido poderoso! Mas... para nós ele não faz nada!”

“Usamos a boca para pegar nossos filhos, esqueceu?”

“Oh! Sim. E suas asas?”

“Mais forte e resistente do que muitos metais.”

“Seus ossos?”

“MUITO fortes. Na força, só outro dragão consegue quebrar.”

“Vocês são demais! Caramba!” Meu pai me abraçou forte. Então olhou para mim. “Vocês tem ponto fraco?”

“Como todo ser.”

“Qual?”

Eu olhei para ele e sorri. “Qual você acha que é? O que é que nós apreciamos mais que tudo?”

Meu pai pensou um pouco e balançou a cabeça negativamente.

“Vocês! Nossos pais! Em outras palavras... nossa família! Se alguém da nossa família for capturado nós morreríamos para ele ficar bem!

Meu pai sorriu para mim e me beijou na testa. Eu lambi ele. Ele olhou para mim com cara de curioso e perguntou. “Dragões beijam?”

Eu olhei para ele assustado pela pergunta. “Por?”

“Eu pensei em Wendy e você... Hehe.”

“PAI!” Eu fiquei muito envergonhado.

“Haha! Só responde! Só estou curioso. Só isso! Não estou falando nada!”

Eu olhei para ele. “Sim! Nós beijamos sim! Se quiser pergunte para minha mãe. Ela sempre beija meu pai.”

“Tudo bem. Acho que eu não tenho mais perguntas por enquanto...”

“Tudo bem então! Se tiver mais alguma, apenas pergunte.”

Nesse mesmo instante Hadaliel acordou e olhou para minha cauda. “Draco? O que estão fazendo aqui se vocês dormiram lá?” Hadaliel olhou para onde nós tínhamos dormido.

“Começou a nevar e viemos aquecer vocês dois. Para não ficarem doentes.” Eu respondo.

Hadaliel sorriu para mim. “Obrigado! Eu vou acordar meu pai para começarmos a nos preparar, tá?”

“Tudo bem! Eu vou acordar Miguel e Rafael. Filho, reacenda a fogueira por favor?” Meu pai pediu e eu acendi, me levantando.

“Nós vamos ir com essas... roupas?” Pergunto.

“Não! Vocês vão tirá-las. Não se preocupe.”

Eu comecei a tirar no mesmo instante. Aquela roupa coçava muito mesmo! Eu gostava mesmo era do meu cachecol. Queria senti-lo na minha pele, não em cima daquela roupa. Então acabei de tirar e coloquei dentro da mochila do meu pai. “Ahh... Muito melhor!”

Meu pai riu bastante e acordou Miguel e Rafael.

Eu fui em direção de Rafael e cheirei a asa dele. “Como você está? Tá doendo?”

Rafael lambe a base da sua asa e dá uma rosnada. “Está doendo um pouquinho ainda, mas dá para lutar tranquilo.”

“Então tome cuidado com essa asa aí em! Levanta log que estamos nos aprontando para ir. Temos que marcar esse lugar para pegarmos nossas coisas depois.”

“Eu vou poder defender vocês ainda, está bem? Não pensem que só porque eu estou com as asas quebradas eu não posso fazer nada. Ainda sou forte, viu?!” Rafael disse se

“Eu sei, eu sei!” Eu disse rindo. “Por que você se preocupa tanto com a sua força?”

Rafael olhou para mim de um jeito que me deu muito medo. “Isso não é da sua conta.”

Eu arregalei os olhos e dei passos para trás. “Perdoe-me.”

Miguel olhou para Rafael. “RAFAEL! Ele é seu amigo! Não fale assim com ele, ouviu?”

Rafael olhou para mim. “Me desculpa Draco. Eu não queria... É só que... são lembranças que eu não gostaria de lembrar.”

“Está tudo bem! Sei como você deve estar se sentindo.” Eu me aproximo dele. “Está tudo bem, né?”

“Está sim!” Eu e ele então nos cumprimentamos e sorrimos um para o outro.

Não demorou mais de meia hora para acabarmos de arrumar tudo e partirmos. Depois eu descobri que as armas de Miguel eram duas... como é mesmo o nome? Desert Eagles! Achei demais, pois eram cheias de entalhes magníficos!

Uma hora e meia andando nós chegamos ao laboratório. Foi quando meu pai abriu o mapa da região e começou a falar. “Bem. Nosso equipamento é aqui, a, mais ou menos 50 metros daqui para o LESTE, não se esqueçam disso. Estamos aqui e este é o laboratório. Temos que achar uma entrada.”

Thomas olha o mapa e a planta do laboratório. “Talvez os dutos de ventilação! Talvez seja grande suficiente para conseguirmos passar.”

“É uma boa ideia, mas temos que ver onde irá dar. Bem... eles estão presos aqui, no laboratório de pesquisa. Há um duto de ventilação que dá algumas salas atrás dessa. Poderemos ir para lá e ir escondidos para o laboratório.” Meu pai disse. “Mas antes temos que achar a entrada de ventilação.”

“Aqui na planta está dizendo que é no teto, mas como chegaremos lá?” Thomas perguntou.

“Aqui!” Meu pai tira a mochila das costas e pega cordas. “Draco pode amarrar as cordas lá em cima e podemos subir.”

“Com toda a certeza!” Eu digo pegando um das cordas com a boca.

“Então está certo! Vamos lá galera! E no maior silencio possível! Hadaliel, ajude Rafael a subir pela corda!”

“Deixe comigo!” Hadaliel disse. Então todos se levantam.

“Vamos lá!” Meu pai disse e todos começamos a correr pelos arbustos, escondidos.

Chegando na grade eu abri um buraco grande o suficiente, derretendo a grade, para podermos passar. Nós passamos pela grade e eu voei para o teto com a corda na boca o mais rápido que eu podia. Pousei bem a tempo de um guarda olhar para a parede que eu iria jogar a corda. Assim que ele olhou para o outro lado eu joguei a corda e a amarrei. Para assegurar eu segurei ela conforme todos subiam. Quando Rafael e Hadaliel subiram na corda eu tive que fazer muito mais força, pois nossa estrutura óssea era duro, porém muito mais pesado. E também tem o fato que temos pele E escamas! Mas ocorreu tudo bem. Assim que todos subiram eu puxei a corda o mais rápido que eu pude.

“Ótimo!” Meu pai sussurrou. Para nós. “Agora Hadaliel irá nos liderar junto com Thomas pelos dutos de ventilação.”

“Com prazer!” Hadaliel diz tirando as grades da entrada do duto de ventilação e entrando.

Thomas entra logo em seguida, e depois Rafael, caso haja necessidade de defender alguém. Logo em seguida eu e meu pai. Miguel foi o último para poder ver a reta guarda. Conforme Hadaliel andava mais e mais rápido ele se distanciava mais e Thomas tinha que segurá-lo pela cauda. Demorou alguns minutos até conseguirmos chegarmos em segurança na sala esperada, pois algumas vezes passávamos por algum lugar onde havia um quarda e ele poderia nos ouvir.

Quando Hadaliel olhou por entre as grades do duto e olha para Rafael. Então Hadaliel e Rafael trocaram de lugar. Esse era o sinal. Havia guardas dentro daquela sala que não teria como descer sem ser detectado. Com muito cuidado Rafael desparafusou a grade com a garra, tomando cuidado para não derrubar os parafusos. Então ele coloca os parafusos na boca e começa a tirar a grade. Nesse momento Hadaliel me chamou para ajudar Rafael, pois eram muitos guardas. Eu segui em frente então senti alguém segurar minha cauda. Quando virei vi meu pai.

“Tome cuidado meu filho!” Ele mexeu os lábios sem emitir som, mas eu pude ver que era isso que ele estava falando.

Eu sorri para ele e assenti. Então eu virei para frente e continuei. Cheguei perto de Rafael e ele deu dois outros parafusos que ele tinha tirado da grade. Eu peguei os parafusos e olhei para ele. Rafael, então, abriu a boca e mostrou os dois parafusos em cima da língua dele. Eles estavam vermelho vivo, então eu entendi o que ele queria fazer: Usar os parafusos como balas! Então eu coloquei os parafusos na boca e comecei a aquecê-los bastante também.

Então nós dois nos posicionamos um de cada lado da entrada do duto. Meu pai e Hadalial seguraram nossas caudas e nós descemos. Doeu um pouco a minha cauda, mas eu estava concentrado. Eu estava bem acima de um guarda e Rafael de outro. Então nós olhamos um para o outro e, na mesma ora, tampamos a boca dos dois guardas com as patas e torcemos seus pescoços, matando-os. Olhamos ao redor e não havia nenhum guarda a vista ainda. Eles fazia ronda, então ficavam andando. Tínhamos um tempo certo para poder esconder aqueles dois corpos. Nos apressamos em mandar soltarem nossa calda e, assim, caímos no chão. Mordemos os braços dos corpos e os arrastamos para fora da vista dos guardas que estavam a patrulhar. O princípio da missão um completo sucesso!

Os outros então começaram a descer um por um. Percebemos então que com aqueles guardas de patrulha não conseguiríamos ir adiante, então essa era a deixa para Miguel.

Ele desembainhou sua faca de combate de prata e foi até a saída da sala. Ele ficou esperando o primeiro guarda passar pela porta para pega-lo, com a mão em sua boca, e o matar estrangulando-o.

“Deixe os outros dois conosco!” Eu disse avançando para a porta cuspindo os parafusos na minha pata.

Rafael veio logo em seguida com os parafusos na sua pata também. Assim que um dos guardas apareceu Rafael jogou o parafuso com toda sua força na cabeça do guarda, perfurando-a. O guarda caiu no chão, com o furo na testa, sangrando bastante. Rafael correu e o arrastou antes que seu sangue escorresse para o chão. Então ele o levou para os outros dois enquanto eu matava o outro com a mesma estratégia. Esse havia sido o último lá.

“Excelente trabalho!” Meu pai diz pegando a sua espada das costas. “Agora é para valer! Temos que agir rápido! Aqui é cheio de guardas. Então... vamos lá!” Meu pai sai da sala.

Eu logo me apressei para seguir ele. Quando olhei para trás vi que todos estavam nos seguindo de perto. Passamos por várias salas e guardas com sucesso, até chegarmos do lado de fora da sala que os dois estavam. Eu dei uma olhada dentro da sala e me arrependi.

O humano esta preso em uma sela, chorando muito, chamando por seu dragão, que estava deitado de barriga para cima em uma maca. O dragão tinha vários cortes costuras, o que significava que havia sido aberto diversas vezes. Ele era de uma cor azul escura com a barriga e os chifres brancos. Eu senti muita dó do dragão, pois ele estava acordado, pedindo por misericórdia em russo. Eu sabia que ele estava falando isso pois meu pai fala um pouquinho de russo e falou para nós o que estavam falando lá dentro, mais ou menos.

“Eu não posso deixar eles continuarem torturando esse dragão!” Eu disse quando parei de olhar. Eu queria desesperadamente entrar lá, matar todos os cientistas e os dois guardas que lá estavam da forma mais cruel possível e resgatá-los, mas não podia.

“Não filho! Temos que agir deva...”

Nesse exato momento um grito muito alto pôde ser ouvido de dentro da sala, interrompendo meu pai de falar. Cada um de nós olhou um para o outro e então subimos a cabeça para olhar dentro do vidro. Estavam abrindo a barriga do dragão, desta vez. e pior! Eles não usavam nenhum tipo de anestésico! O dragão gritava em plenos pulmões de pura dor. Ele podia fazer nada. Estava preso e muito fraco para ousar usar seu elemento. Seu pai começou a gritar para os cientistas também, querendo que eles parassem com aquilo que ele era muito jovem para tamanho sofrimento.

O ódio começou a se apoderar de mim. Eu comecei a ficar muito quente olhando a cena do cientista abrindo a barriga do dragão com um bisturi grande.

Meu pai percebeu que eu estava ficando nervoso e colocou a mão em mim. “Filho! Se acalme! Nós vamos ajuda-lo agora mesmo! Miguel! Silenciador agora! Atire no cientista que esta cortando a barriga dele.”

“Posso matar todos, se quiser!” Migueldiz girando a arma dele no dedo.

“É muito arriscado! Somente no que está o cortando.”

“Tudo bem então!” Miguel já estava colocado o silenciador nas armas. Ele se levanta e, pelo vidro, atira no cientista bem na nuca, fazendo-o cair no chão.

No mesmo momento que Miguel atirou ele já se abaixou e todos nós corremos para o outro lado da porta, querendo engana-los. Deu certo, pois os dois guardas saíram da sala com suas armas na mão e olharam para onde nós estávamos antes. Nesse instante eu e Hadaliel pulamos nas costas deles e mordemos seus pescoços. Foi a primeira vez que eu senti o gosto de humano. Era gostoso! Eu continuei o mordendo e sacudindo minha cabeça querendo quebrar o pescoço daquele guarda. Quando vi que ele morreu eu o soltei e lambi meus lábios. Então olhei para meu pai e vi ele sorrindo.

“Vamos! Rápido!” Ele disse entrando na sala com sua espada na frente do corpo.

Eu deixei ele ir na frente então entrei logo depois dele. Vi ele encravando a espada em um dos cientistas. Eu fui encarregado de soltar o menino humano. Quando eu comecei a derreter a fechadura um cientista me atacou por trás. Eu olhei para ele e vi que estava com um bisturi na mão, descendo em direção do meu olho. Foi por um triz. Thomas atirou na cabeça dele antes que ele pudesse me perfurar. O cientista foi jugado para trás com a flecha encravada bem na testa. Eu olhei para Thomas e assenti, sorrindo. Ele fez o mesmo então voltei a derreter a fechadura.

“Graças a Deus vocês vieram nos salvar!” O menino disse para mim enquanto eu derretia a maldita fechadura de aço.

Finalmente consegui derreter a fechadura e abrir a sela. O menino saiu em disparada para seu filho.

“FILHO!” Ele abraça o dragão, manchando sua camisa de sangue que estava saindo da barriga do dragão.

Eu olhei para aquela cena e sorri, então segui o plano. Fui até ele e quebrei as algemas que prendia o dragão na mesa, mas fiquei segurando ele na mesa. “Não saia daqui ainda! Temos que fechar isso ou irá sangrar até morrer.” Então o soltei.

Ele abraçou imediatamente o menino com as asas com toda a força que ousava usar.

Eu me apressei em pegar bandagens. Então fui até o dragão e coloquei nele, fechando a abertura em sua barriga. “Não faça muito esforços. Pode levantar agora!”

Ele levantou e testou suas patas. Por sorte ele estava forte o bastante para conseguir andar, mas seu pai o ajudou a manter o equilíbrio.

“Rápido! Os guardas estão vindo!” Miguel diz tirando os silenciadores das armas.

“VÃO! Eu vou atrasar eles.” Hadaliel diz se postando em direção do corredor oposto da saída.

Todos nós começamos a correr. De repente pôde se ouvir tiros de metralhadora e um terremoto aconteceu. Eu engoli em seco e olhei para trás. “Hada.”

Nesse momento Hadaliel aparece correndo pela curva do corredor, para o alívio de todos. Então continuamos correndo o mais rápido possível para a saída.

Começamos a ouvir vozes vindo bem da nossa frente. Eu gelei ao ver cinco soldados enfileirados apontando as armas para nós. Eu agi rápido e fiquei na frente de todos, me defendendo com as asas. Os soldados começaram a atirar, fazendo as balas baterem dolorosamente nas minhas asas. Podia se dizer que pareciam bolas de paintball na pela humana, mas eu mantive firme. Eu comecei a dar passos para frente, ainda me defendendo e defendendo os outros atrás de mim. Mas... não durou muito. Eu levei um tiro certeiro no ombro direito.

“DRACO!” Meu pai grita e da um passo para frente.

“Não! Não se aproxima! ARRG!” Eu estava morrendo de dor no ombro. Minha perna dianteira direita caiu, mas eu continuei com as asas na frente. Eu me fiz levantar e continuar andando, mancando desta vez e gemendo de dor. Assim que cheguei perto o suficiente eu abri um minúsculo espaço entre minha asas para minha boca e lancei o maior jato de fogo que eu já havia lançado, queimando os soldados quase que instantaneamente. Então eu tiro minhas asas da minha frente e caio no chão. Minhas asas queimavam! Estava doendo demais! E meu ombro estava com uma dor pulsante que ia e vinha. Eu coloquei minha pata esquerda no buraco da bala para tampar o sangue.

Então meu pai correu e escorregou no chão para me socorrer. Ele pegou sua mochila e tirou um kit de primeiros auxílios. Ele enfaixou meu ombro e me ajudou a levantar. “Você está bem, filho?”

“Estou sim! Só está... doendo. Ahhhr minhas asas!” Eu disse mexendo minhas asas. “Estão ardendo muito!”

“Calma filho! Quando estivermos no acampamento eu vou passar uma coisa que vai melhorar, tudo bem?” Ele me abraçou com carinho e eu retribui.

Então o soltei e me levantei com um pouco de dificuldade.

Todos nós continuamos correndo, eu com dificuldade mas me esforçando a não atrasar ninguém, para a saída. Chegando na saída uma grande tropa de soldados estava nos esperando do lado de fora. Devia possuir uns 50 ou 60 soldados.

Achei que estava tudo perdido, que iríamos morrer lá. Mas Hadaliel deu alguns passos adiante. “Hadaliel!” Eu disse olhando para ele.

“Não se preocupe!” Hadaliel disse olhando para mim então olha para os soldados e ruge alto, algo que eu nunca havia o ouvido fazer.

Nesse momento a terra começou a tremer. Os soldados de desiquilibravam e paravam de mirar para nós e começam a cair no chão. Hadaliel ruge outra vez, ainda mais alto que antes. A terra começa a tremer ainda mais e a estrutura do prédio atrás de nós começa a ranger. Nesse momento eu me desiquilibrei também, mas meu pai me segurou.

Os soldados não conseguiam mais levantar, o que fazia ser óbvio que a fonte do terremoto era lá.

Então Hadaliel fica de pé nas patas traseiras e cai no chão com um baque gigantesco. A terra debaixo dos soldados começa se erguer e abaixar como se fosse lama e engole todos os soldados de um só vez. Eu fiquei bobo vendo o tamanho do poder de Hadaliel.

Mas... coitado. Usou muito poder vital. Ele acabou desmaiando. Ele caiu no chão logo depois de fazer a abertura na terra. “HADALIEL!” Eu gritei e fui até ele. Eu empurrei ele com a cabeça e percebi que estava mole. Eu me desesperei, pensando que estava morto. Então coloquei meu ouvido no peito dele e me senti muito aliviado.

Thomas chegou logo em seguido e o pegou e colocou nas costas, arrastando as patas traseiras e a cauda no chão, atrás de Thomas. Foi uma cena magnífica!

Eu e Rafael ficamos, o caminho todo, observando em volta e farejando o ar para sabermos que estávamos sozinhos, a não ser por alguns animais, claro. Foi muito mais demorado que antes para chegarmos no acampamento, pois estávamos completamente feridos. Não... Nós dragões estávamos feridos. Mas, como dizemos, melhor nós morrermos que nossos queridos pais.

Quando chegamos eu logo acendi a fogueira e me deitei, pois não aguentava mais. Só não deitei de barriga para cima pois não queria que a neve caísse nos meus olhos. Meu pai logo se aproximou de mim com um pote com um creme roxo escuro dentro. “O que é isso?”

“Para suas asas. É para queimaduras. Eu passei isso quando Rafael me queimou e melhorou bastante. Talvez melhore suas asas também, pois isso tira a ardência.”

Eu sorri e estendi uma das minhas asas. Naquele momento eu percebi que minhas asas estavam cheias de marcas. Meu pai pegou o creme e começou a passar na minha asa. Doeu um pouco e era gelado também, o que diminuiu bastante a sensação de ardência. Então depois eu estendi a outra asa e ele passou nela também. “Ahhh... muito melhor!” Eu disse e tirei a bandagem do meu ombro.

“Não! Oque está fazendo? Você precisa ficar com isso!” Meu pai diz olhando para a ferida.

“Não preciso não! Eu só preciso... lamber!” Eu olhei para o buraco da bala e vi que ela continuava lá. Então coloquei minha garra dentro e comecei a tirá-la de lá. Doeu muito mesmo. Ardeu como eu nunca senti antes! Assim que tirei eu olhei para baixo, fechei os olhos, comecei a respirar e contar até 10. Então depois eu comecei a lamber minha ferida, reclamando um pouco.

Meu pai não entendeu muito bem o que eu estava fazendo, e eu percebi, então expliquei.

“Lembra? Nossa saliva mata os germes e vírus! E também é cicatrizante. Vai demorar alguns dias, mas vai cicatrizar mais rápido. Mas vai deixar cicatriz.”


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Dragões: os guardiões da terra (livro 1)" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.