Dragões: os guardiões da terra (livro 1) escrita por SpyroForever


Capítulo 15
Fear


Notas iniciais do capítulo

Capítulo longo para vocês, meus leitores queridos!



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Eu estava na cabana, um pouco preocupado com Draco por sua demora, mas algo me dizia que ele estava a salvo, e estava certo, pois assim que eu estava saindo da cabana para ir procura-lo, eu o vi vindo com aquele dragão negro ao lado. Eu sorri ao ver Draco se relacionando com outro dragão. Aquilo era muito bom para ele. Então eu voltei para dentro e me sentei junto à pequena fogueira que eu havia acendido, onde Hadaliel e Thomas também estavam.

Assim que Draco entrou eu percebi que o dragão ao lado dele tinha pelo entre os chifres e ao longo da coluna. “O... Oi” Eu disse.

O dragão olha para mim e sussurra alguma coisa com Draco, então sorri para mim. “Oi. Você é o... o pai de Draco, certo? É um prazer te conhecer.”

“O prazer é meu!” Me aproximo do dragão e olho os pelos. “Você tem pelos em vês de crista. Que legal. Posso tocar?”

“Claro!” Ele balança a cabeça fazendo os pelos balançarem de um lado para o outro.

Quando eu toquei senti que não era bem pelos, e sim cabelo! Era muito macio. “Nossa! Não é como eu imaginei que...” Nesse momento senti certa pressão na minha mão. Quando olhei para o rosto do dragão vi que ele estava com os olhos fechados e com uma das patas levantada. Vi uma lágrima sair do olho dele, o que me deu muita pena. “Ei. O que houve? Por que está chorando?”

Ele abre os olhos e olha para mim com os olhos brilhantes. Ele era um pouco maior que Draco, sendo assim, um pouco maior que eu, o que facilitou para ver seus olhos azuis brilharem pelas lágrimas. “Não..... não é nada.” Ele diz abaixando a cabeça e enxugando as lágrimas.

“Pode falar. Não fique apreensivo.” Foi quando senti Draco me cutucar com o focinho no meu ombro. Eu olhei para ele e o vi negativando. Isso então me deixou muito impressionado. Algo muito grave havia acontecido com aquele pobre dragão e Draco não queria que eu perguntasse para ele. “Ei. Está com fome?”

O dragão olha para mim e nega. “Não quero incomodar.”

“Incomodar? Pare de ser bobo! Anda, sente-se conosco!” Thomas diz ao lado de Hadaliel, na fogueira.

“Obrigado.” Então o dragão se senta ao lado de Hadaliel. Draco senta ao lado dele e eu ao lado de Draco. Eu já havia começado a cozinhar carne que meu pai havia dado para nós. Ele também deu salada, mas eu iria prepara-la apenas quando a carne estivesse quase pronta, pois o tempero poderia deixar as folhas murchas.

“Qual é o seu nome?” Hadaliel logo perguntando, quebrando o gelo terrível que estava.

“Argus.” Responde ele.

“Igual o herói grego, uh? Belo nome Argus!” Thomas sorri. “Meu nome é Thomas, e esse enxerido aqui é o Hadaliel.”

Argus da uma pequena risada ao ouvir Thomas falando de Hadaliel. “É um prazer conhecer vocês.”

“Meu nome é Willian, e acho que você conhece Draco né?”

“Sim sim. Olha, ele foi o único que se importou de ver como eu estava lá. Cuide bem dele viu!”

“Ah. Só fiz minha obrigação.” Draco olha para o nada, na fogueira.

“De qualquer maneira... qual o seu elemento?” Pergunto.

“Sombra, ou trevas se quiser chamar assim.”

“Sombra! Uau! Igual meu guardião e pai de Hadaliel!” Thomas comenta.

“Seu guardião é Scarux? Espera aí... Scarux é pai de Hadaliel e Esmeralda é mãe de Draco. Esmeralda e Scarux são um casal, assim... vocês são irmãos?”

Os dois assentem com um sorriso idiota no rosto.

“Não me admira vocês terem sido escolhidos para a missão de amanhã na Rússia.”

Todos riem um pouco, animando Argus.

“Você é de onde?” Hadaliel corta o silêncio novamente, depois de mais uns cinco minutos no silêncio.

“Sou de Karori, na Nova Zelândia.”

“E o seu p...” Thomas começa a dizer mas é brutalmente interrompido por Draco.

“Acho que a comida já está pronta!” Diz ele.

Todo mundo olhou para Draco como se estivessem falando “Você está louco ou é sego?”, pois a carne ainda estava perceptivelmente crua!

“Do que você está falando filho?”

“Está tudo bem Draco. Aprecio sua consideração, mas... está tudo bem.” Argus diz, deixando todos muito intrigados.

“Tem certeza que quer falar?” Draco pergunta.

Argus assente olhando para Draco. “Tenho sim. Bem, Thomas. Respondendo sua pergunta. Meu pai... ele... eu... eu matei ele.”

“Que?! Você matou seu pai?! Como isso?” Thomas levantou olhando para Argus.

“Foi um acidente. Eu nunca quis mata-lo. Eu o amava. É tudo minha culpa.” Ele bate a pata no chão, fazendo um pouco de poeira levantar, me assustando.

“Ei. Se acalme. Não se culpe, se foi um acidente.” Eu disse. “Pode nos contar o que houve?”

“Claro.” Ele suspira e começa. “Há pouco tempo eu perguntei para meu pai se eu podia ir em um lugar na nossa cidade porque estava curioso. Ele não deixou porque disse que era perigoso. Nós discutimos, até que eu empurrei ele.” Eu vi que ele abaixou a cabeça até as patas e levantou uma pata até os olhos. Presumi que estava chorando. “Quando eu empurrei ele, uma cadeira estava caída, por minha causa, atrás dele, e ele estava perto da mesa. Ele tropeçou na cadeira e caiu para trás, batendo a nuca na ponta da mesa. Eu não tinha visto que ele tinha batido a cabeça, mas quando ele não se mechia no chão eu comecei a me desesperar. Nem mesmo meu pai de verdade conseguiu salvá-lo. Eu falhei como filho. Matei meu pai.” Ele não resiste e desaba em choro.

Aquela história me deixou tão triste que lágrimas começaram a cair dos meus olhos. Na verdade, nos de Thomas também. Hadaliel colocou uma asa em volta do ombro de Argus e o abraçou de lado.

“Foi por isso que eu o trouxe aqui. Não podia deixar ele sozinho, com fome, no escuro e no frio lá. Ele já sofreu demais. E não se culpe por isso, Argus. Como eu disse antes, se ele morreu, era porque era pra ser assim. Mas ele te ama. Seja lá onde ele esteja ele olha por você. Não fique assim. Ele não vai ficar feliz de te ver sofrendo tanto.”

‘Belas palavras’ Pensei. “Lamento por isso, Argus. Eu realmente estou muito triste por você. Mas olhe aqui. Ande. Olhe!” Eu estendi minha mão para ele.

Argus levantou a cabeça e olhou para minha mão.

“Você não estará sozinho enquanto estivermos aqui.” Sorri para ele, aproximando mais a minha mão dele.

Finalmente, pela primeira vez, ele sorriu e tocou com a testa na minha mão. “Obrigado Willian. Obrigado todos vocês.”

“Não precisa agradecer por isso.” Falei e olhei a carne. Estava pronta. Então tirei ela do fogo e coloquei em cima da mesa.

Nossa cabana era bastante grande até. Aquela seria nossa primeira noite dormindo lá. Peguei o saco em que a salada estava e o abri. Coloquei em uma tigela e temperei com azeite, limão e sal. Coloquei na mesa também e peguei pratos para todos.

“Prontinho! Podem vir comer!” Eu disse. “Venha Argus. Sinta-se a vontade a comer o que quiser, antes que Hadaliel coma, claro!”

“Ha, ha, ha! Muito engraçado!” Hadaliel diz sarcasticamente enquanto levanta.

Todos vem até a mesa e começam a comer. Fiquei feliz em ver Argus comendo. Sabia muito bem o que ele estava passando, pois perdi meu pai por um tempo. Mas... matar, por acidente seu pai? Deve doer tanto... Sinto pena dele.

Visão de Hadaliel

Haha! Conversamos bastante durante a janta. Rimos também. Argus era engraçado, apesar de estar triste. Mas, como eu digo, rir é o melhor remédio!

Depois da janta fomos todos dormir, uma coisa que deixou eu e Draco tristes, pois as camas eram pequenas demais para dormirmos juntos com nossos pais, então tivemos que dormir no chão, Mas nossos pais colocaram três coxões no chão para nós. Ficou muito parecido com uma cama. Draco dormiu entre eu e Argus, pois, de noite, lá era muito frio mesmo, e Draco nos mantinha aquecido, pois era de fogo e podia aquecer seu corpo. Eu adoro tanto o meu mano. Ele pode não ser ativo, mas é amoroso comigo. Ele sempre está perto de mim, me ajudando no que eu preciso. Eu o amo. Sim... eu o amo.

Não foi muito difícil adormecer com o calor de Draco e as músicas que Willian colocava no seu celular. Eu gostava muito de dormir com música. Me fazia... sonhar mais.

Logo a manhã chegou e o barulho de todos lá fora nos perturbaram. Mesmo assim eu acordei junto com Draco ao o sentir levantando.

“Uh? Já é de...” Bocejei, interrompendo minha fala. “Já é de dia?”

“Sim senhor seu dorminhoco! Levanta logo! Temos que nos aprontar para a missão, esqueceu?!”

Eu resmungo e começo a levantar. “Tô levantando, tô levantando!”

Visão de Draco

Até que foi mais confortável do que eu pensava dormir aqui. Eu raramente sinto frio, apenas quando estou sem energia vital para poder aquecer meu corpo, então todo lugar é confortável para mim. Se bem que na minha casa eu não precisava usar meu elemento para me aquecer, pois dormia na cama, coberto, ao lado de meu pai.

Quando levantei e acordei meu irmão, meu pai estava do lado de fora do quarto, preparando sua mochila. Peguei meu cachecol de onde eu o tinha pendurado e o enrolei no meu pescoço. Argus, que estava ajudando Thomas a levantar uma coisa, me viu colocando o cachecol e veio para perto de mim.

“Bonito cachecol, Draco! Eu não reparei nele muito ontem. Mas... está tão quente e...”

“Eu não sinto calor!” Respondi, o interrompendo.

“Ah, sim. Seu elemento é fogo, verdade. Quem te deu?”

“Meu pai. O pai dele deu para ele e ele deu para mim. Por isso eu gosto tanto desse cachecol.” Eu seguro a ponta do cachecol e sorriu. “Tem um sentido emocional para mim, entende?”

“Sei sim! Não sei se você viu, mas esse anel aqui...” Ele estende a pata direita para mim e eu vejo um anel magnífico, de ouro com pedrinhas de ametista. “...Foi meu pai que me deu. Era dele, ele amava esse anel. Eu... Pai...” Ele olha para baixo e eu levanto seu rosto com a minha asa.

“Não fica assim! Se ele te deu é porque você é especial! E devo falar: É magnífico! Meu Deus. Deve ter sido caro.”

“He... Sim... deve ter sido. Quando é que vocês vão ir?”

“Não sei ao certo. Acho que daqui a pouco. Não vai demorar muito.”

“Queria ir com vocês. Vou ficar sozinho de novo.”

“E seu pai?”

“Ele não quer mais saber de mim. Está muito triste. Ele gostava muito do meu pai.”

“Isso não pode ser verdade! Quem é ele? Onde ele está? Vou falar com ele.”

“Que? Falar com ele? Obrigado. O nome dele é Fear. Ele é bem conhecido, só perguntar para sua mãe, ela deve conhecer.”

“Você vai vim também seu bobo!”

“Não! Não vou mesmo! Da última vez.....”

Aquilo me deixou com medo. “O que foi?”

“O elemento dele é medo! Ele... fez... eu imaginar coisas. Eu... Não quero ir!”

Eu nunca ouvi falar desse elemento antes, mas já tive ideia do que seria. “Você precisa. Eu vou estar com você, Draco.”

“Draco... E... está bem...”

“Ótimo!” Vou até meu pai. “Pai, eu vou ir falar com o pai de Argus, está bem?”

Meu pai olhou para mim e sorriu. “Sim, mas volte em 1 hora! Irei arrumar suas coisas.”

“Obrigado pai.” Então saí correndo para a barraca de Oliver, seguido por Argus.

Visão de Argus

E... Eu estava muito nervoso. Meu pai era severo demais, e estava triste comigo. O elemento medo é um dos mais perigosos! Ele é um dos únicos elementos que mexe com o psicológico dos seres. Meu pai usou isso em mim. Meu elemento é sombras, geralmente não sinto medo de nada na vida, mas aquele dia...

Visão de Draco

Era bem difícil voar lá, pois várias e várias bandeiras nos atrapalhavam, por isso era preferível correr. Quando cheguei na cabana vi que minha mãe estava deitada ao lado da poltrona em que Oliver estava, com a cabeça em cima do colo de Oliver, que estava a acariciando e falando com ela. Nunca pensei em minha mãe daquela maneira tão... calma e meiga. Ela geralmente era forte, rígida e imponente.

“Com licença.” Eu disse.

A cabeça da minha mãe vira para a entrada. “Filho? O que faz aqui tão cedo? E quem é seu amigo?”

“Este é Argus.” Começo a entrar. Argus entra logo atrás de mim.

Percebi que Argus estava nervoso. “L... Lady Esmeralda. Lord Oliver!”

“Você é Argus?” Oliver diz. “Nova Zelândia, certo?”

Argus assente.

“O que matou o pai. Ouvi falar de você. Sei sua história, não se preocupe. Mas... o que desejam aqui”

“Eu quero falar com o pai, de verdade, de Argus. Fear.”

Esmeralda arregala os olhos. “Não mesmo! Filho meu não vai chegar perto dele!” Ela se levanta e balança a cauda.

Naquele instante eu percebi que a coisa era séria. “Nossa! Acho que o que Argus falou está certo então... Mas, mãe, eu preciso! Por favor!”

“Filho, ele não aceita que outros dragões dão sermão, ainda mais tão jovens quanto vocês!”

“Mãe, eu vou me cuidar. Apenas fale onde ele está! Oliver, por favor.”

“Não posso falar nada!” Oliver diz. “Ela é sua mãe!”

“E sua filha...” Resmungo.

Minha mãe pensa um pouco. “Está bem... Mas eu vou com você!”

“Não mãe! Não precisa não! Sei me virar. E acho que você estava em um momento de lazer com Oliver. Eu vi ele te acariciando.”

Minha mãe sorri para mim. “Está bem. Ele está na cabana mestra, da Nova Zelândia. Ele é um dos nossos guardas, assim como seu pai.”

Cabana mestra é onde os guardas de cada país ficam. Como Argus era da Nova Zelândia, eu achei que ele sabia onde era a cabana mestra. “Obrigado mãe!” E saiu correndo da cabana de Oliver, seguido por Argus, indo para a área da Nova Zelândia.

Visão de Esmeralda

Ai, meu filho. Sinto tanto orgulho do meu pequeninho. Mas também tenho medo disso. Ele ama ajudar os outros, e isso me preocupa, pois ele pode se arriscar com isso. Um exemplo? Huhu... Fear é o dragão mais duro que eu já vi! Ele dá medo até mesmo em Scarux.

Depois que eles saíram eu voltei a deitar ao lado de Oliver e coloquei minha cabeça em seu colo. “Acha que eu fiz certo, pai?”

“Olha filha.” Ele começa a me acariciar entre os chifres. “Fear é... bem... Ele... Não consigo descrever.”

“Eu entendi.” Fecho meus olhos, curtindo a carícia. “Tomara que ele fique bem.”

“Ele vai ficar! Ele é seu filho minha garotona!” Ele abraça minha cabeça.

Eu ronrono e sorriu. “Pai. Huhuhu. Eu te amo muito!” Eu lambo o rosto de Oliver, carinhosamente.

“Ei ei! Você quer me dar um banho? Hahaha!”

“Ai pai... Estou tão preocupada com meu filho.”

“Não se preocupe com isso filha. Se isso lhe acalmar, se ele fizer alguma coisa com aqueles dois, eu vou...”

“Não faça isso. Deixe EU lidar com ele.”

“Hu... Está bem então!” Ele beijou o topo da minha cabeça.

Visão de Draco

Enfim chegamos na cabana mestra. Percebi que Argus estava suando frio, então eu coloquei minha asa em cima do ombro dele. “Ei. Se acalma Argus! Quer ter um infarto?”

“Eu preferia.”

Aquilo me surpreendeu. Eu fiquei sem fala. Engoli em seco e chamei. “Fear? Você está aí?”

Argus ficou inquieto.

Então, finalmente, Fear abriu a cortina da tenda e olhou para nós. Eu congelei no lugar. Ele dava muito medo mesmo! Era vinho escuro com os chifres e o inferior da barriga roxo.

“O... Oi, Fear.”

Fear olhou para Argus e virou os olhos para mim, menosprezando-o. “O que você quer aqui?” Sua voz era incrivelmente grave, como um trovão. Ele falou apenas VOCÊ, como se Argus não estivesse lá.

Argus abaixa a cabeça e eu olho para ele.

“Responda logo! Não tenho o dia todo!” Fear chama minha atenção, me fazendo agachar de medo.

“E... Eu p... preciso falar com você.” Eu disse, não conseguia olhar para ele.

“Entre então!” Ele some para dentro de sua tenda.

Quando eu comecei a entrar eu senti Argus morder minha cauda e me puxar. “Não vai não, Draco. Não quero te ver sofrer a mesma coisa que eu sofri!”

Eu sorri para ele. “Cara, eu estou fazendo isso porque eu quero. Eu vou ir sim, mas se você vai vim comigo, então daí você decide!”

Argus lambe onde tinha mordido na minha cauda e olha para mim. “D... Draco. Você é um bom amigo! Eu... Eu vou entrar com você sim.”

Eu sorri. “Você não precisava ter lambido minha cauda. Sua mordida não foi nada. Mas obrigado. E... então vamos.”

Começo a entrar na tenda novamente, com Argus ao meu lado. Dentro da tenda era normal, como qualquer outra tenda mestra. Porém, Fear me fuzilava com um olhar que eu nunca vi antes. “Fala logo moleque! Tenho mais o que fazer, você não vê?” Fear estava se referindo a uma papelada que estava em cima da mesa central.

“Eu.. err... Por favor, Fear. Olha. Errr... Por que é que você... Não gosta do seu...”

“Calado seu dragãozinho metido de uma figa! Acho melhor você sair dessa tenda agora antes que eu pinte o chão do deserto com o seu sangue!” Fear olha para mim com fúria em seus olhos.

“Draco...” Argus me cutuca.

Eu fiquei muito tenso com aquela ameaça, mas queria ajudar meu amigo. “F... Fear. Por favor, ouça! Argus está sofrendo. Ele te ama e...”

Nesse momento meu pai entra na tenda. “Filho?”

Olho para ele. “Pai?”

Nesse momento eu olhei para Fear, e ele olhou para mim.

“Não! FEAR NÃO!” Já era tarde.

Fear pulou por cima de mim e pegou meu pai com a boca, fazendo-o gritar.

“NÃO! SOLTE ELE! Por favor, não! Não faça...” Eu comecei a chorar.

Fear deu um sorriso, com meu pai em sua boca, e o mordeu, fazendo muito sangue espalhar pela areia rochosa. Meu pai gritou forte quando sentiu os dentes e depois silencia.

Eu entrei em choque. “Não! Pai.! PAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAI!!!” Berrei em plenos pulmões. Vi o corpo, fatiado, de meu pai cair no chão.

Senti algo me chacoalhar, mas estava em choque. “Draco, olhe para mim!” Dizia uma voz longe em minha mente. Eu olhei para o lado e vi o rosto de Argus.

Eu estava chorando rios de lágrimas, pois vi meu pai ser morto na minha frente. Mas Argus me sacodiu. “Draco...” Só conseguia ouvir isso dele, mas tão baixo em minha mente.

Eu olhei para os olhos de Fear, que estava olhando para mim com a boca cheia de sangue, que pingava no chão onde estava o corpo de meu pai. Cai no chão, ainda olhando para ele. “Por que? Eu só queria ajudar, seu monstro!” Então olho para baixo e me derramo em lágrimas de pura dor.

Nesse momento eu ouvi a voz de Argus me chamar novamente. E de novo. E de novo. Cada vez mais alto, até eu conseguir ouvir a frase inteira. “Draco! Se acalme! Isto é uma ilusão do meu pai! Respire fundo e se lembre, nada de mal irá acontecer!”

Quando ouvi aquelas palavras eu abri meus olhos. O chão já não estava mais cheio de sangue. Olhei para frente e Fear não estava na frente da entrada da tenda, e sim, atrás de mim. Olhei para Argus, que estava encostando em mim. “Argus?”

“Você conseguiu! Escapou das ilusões!” Argus sorri para mim.

Eu estava bastante confuso. Para mim, tudo aquilo havia sido real. Minhas lágrimas continuavam a correr pelos meus olhos.

Quando olhei para Fear, vi que ele estava com cara de choque. “Do que você me chamou?”

Eu demorei alguns segundos para compreender o que ele perguntou. Eu estava completamente encostado no chão, onde tinha uma pequena poça de lágrimas. “Monstro. E não retiro o que disse.”

Pela primeira vez Fear olhou para Argus. Eu não entendia muito bem o que estava acontecendo, mas Argus me explicou. “Acho que ele está lembrando do dia que... aconteceu. Ele me chamou dessa mesma palavra depois que usou o medo em mim. Monstro.”

“Monstro?” Fear olha para baixo.

“Claro! Você está rejeitando seu FILHO! Você usou seu elemento nele! Fez ele sofrer. Fez ele ficar completamente sozinho apenas por uma coisa que foi um acidente! Você acha que ele queria matar o pai dele? Acha mesmo?”

Fear olha para mim, com o olhar um pouco melhor. Então olha para Argus e aperta as sobrancelhas ao ver que Argus estava olhando para baixo, chorando. “Argus.”

Argus olha para Fear. “Pai?”

“Me desculpe, filho! Eu... fui um idiota. Agi como um idiota. Sei que você não queria mata-lo, e te deixei ainda pior. Consegue me perdoar?”

Eu sorri ouvindo aquilo. Argus sorriu também, chorando, e saltou no pescoço de Fear, o abraçando. “Pai! Eu te desculpo sim!” Argus estava chorando e soluçando demais.

Fear o abraça com as asas. “Meu filho! Por que eu falei tanto mal de você? Você não merecia tudo isso!” Fear beija a cabeça de Argus, fazendo-o olhar para seus olhos.

Argus olhou para os olhos de Fear e deu um risinho. “Eu tinha medo dos seus olhos.”

“Medo? Meu Deus. Eu fiz meu filho ter medo de mim! Eu sou um monstro!”

“Não pai! Você apenas errou, como eu!” Argus lambe o rosto de Fear, fazendo sorrir bastante. Argus vira seu pescoço para mim. “Obrigado Draco! Você é um amigo de verdade!”

“Ah... que isso?” Eu sorriu e fecho os olhos.

“Me desculpe por entrar na sua mente.” Fear se desculpa olhando para mim.

“Não se preocupe com isso. Pelo menos consegui fazer o que queria, que era juntar vocês dois. Aproposito, seus olhos são muito bonitos, Fear.”

“É com ele que eu uso meu elemento. São com meus olhos que eu entro na mente dos seres e crio as ilusões. Mas obrigado assim mesmo! Os seus também são.”

Eu sorri. “Obrigado! Desculpem, mas agora tenho que ir. Vou partir para a Rússia daqui a pouco. Tchau.”

“Tchau, e obrigado novamente meu amigo!” Argus pula no chão novamente, olhando para mim enquanto eu saia da tenda mestra da Nova Zelândia.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! :)



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