Dragões: os guardiões da terra (livro 1) escrita por SpyroForever


Capítulo 10
O dia chegou.




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Um mês e duas semanas depois de eu convidar Thomas para morar na minha casa, eu acordei numa manhã de sábado com a própria Esmeralda me cutucando com o focinho.

"Willian. Acorde Willian. Hoje é o dia! Anda logo. Você precisa se apressar." Dizia ele, carinhosa como sempre.

"Esmeralda? Bom dia." Eu disse olhando nos gigantes olhos dela, na minha frente.

"Bom dia querido." Ela me lambeu, me assustando, pois nunca havia feito aquilo antes. Mas foi bom.

Eu me levantei e percebi que Scarux estava acordando Thomas. Scarux não era tão carinhoso quanto Esmeralda, mas também era carinhoso com Thomas.

Eu olhei para minha cama e lá estava Draco. Ele já era um adolescente. Esta magnífico. Do meu tamanho, quase me jogava da cama quando íamos dormir. Mas continua sendo muito carinhoso comigo. Eu o amo tanto, mas tanto. Daria minha vida por meu querido filho.

"Dracooo... acorde." Eu disse balançando ele. "Esmeralda está aqui! Hoje é o dia, lembra?"

Ele levanta como se nem estivesse dormindo. "Hoje é o dia?! Oba! Finalmente! Olá Esmeralda!" Ele ainda não sabia que ela era sua mãe.

"Bom dia, Draco!" Diz ela.

Eu vi que ela olhou para Scarux e Scarux acenou.

'Chegou a hora.' Pensei. “Draco, preciso te contar uma coisa.”

“Uh? O que é?”

“Bem... primeiramente saiba que eu fui obrigado a esconder isso de vc. Se eu falasse para você antes eu iria te perder.”

“Tudo bem... mas agora eu estou curioso.” Draco desce da cama e fica olhando para mim.

Eu olho para Esmeralda e para Draco novamente. “Esmeralda é a sua mãe, Draco.”

Draco ficou paralisado com aquilo. Ele olhou para Esmeralda. “Mãe?”

Esmeralda sorri para Draco e assente.

“Mãe.” Draco corre para Esmeralda e a abraça.

Esmeralda retribui o abraço tão carinhosamente quanto. “Meu filho. Quanto tempo eu esperei por isso.”

Thomas e Hadaliel estavam olhando para Draco e Esmeralda se abraçando. Thomas olha para Hadaliel. “Você também, filho.”

“Oque?” Hadaliel exclama.

“Você e Draco são irmãos. Vocês são filhos de Esmeralda e Scarux.”

Hadaliel ficou ainda mais chocado. Ele olhou para Draco, depois para Esmeralda e então para Scarux. “Eu tenho uma família. Eu tenho uma família!” Ele corre e abraça Esmeralda ao lado de Draco.

Scarux olha para eles e os abraça também. Ele olha para mim e para Thomas. “Somos todos uma família.”

Nós dois sorrimos.

Depois de algum tempo Eu, Thomas, Draco e Hadaliel descemos para tomar café da manhã antes de começar a viajem. Esmeralda e Scarux também comeram, só que vacas que eles tinham caçado.

Quando eu estava fazendo as malas, eu ouço minha mãe chegar em casa. Eu tinha mesmo que falar com ela sobre a minha viagem... e possível morte. “Draco, continue arrumando as malas, por favor.”

“Claro pai.” Draco joga o cachecol para trás, por cima do ombro, habito que ele havia adquirido assim que tropeçou no cachecol quando estava treinando e acabou queimando sua pata.

Eu desci as escadas e vi minha mãe. “Oi mãe.”

Ela olhou para mim. “Oi. O que houve para aqueles dois dragões estarem lá fora? Eles disseram que estavam te esperando.”

“Então... É que, como você sabe, eu sou um escolhido. Eu preciso ajuda-los a defender nosso mundo, mas para isso preciso treinar com todos os outros guardiões... em Nevada.”

Minha mãe ficou quieta por um tempo. “Nevada? É muito longe não é não?”

“Mãe, eles são dragões!” Eu dou uma risadinha.

“Eu não sei se você pode.”

“Mãe, não é questão de poder ou não, eu DEVO ir lá. É minha obrigação. Por favor mãe, aceite isso!”

“Onde está seu dragão?”

“Lá em cima, por que?”

“Quero falar com ele antes de vocês irem.”

Eu não entendi porquê ela falou aquilo. “Tudo bem... E tem outra coisa... é possível que eu não volte para casa tão rápido quanto você acha... ou talvez nunca.” Eu gelei falando aquilo.

Minha mãe olhou para mim com um olhar estranho. Eu percebi que já estava começando a demorar muito.

“Tenho que ir mãe.” Quando eu me virei para subir as escadas eu senti a mão da minha mão no meu ombro.

Me virei e, de surpresa, ela me envolveu em seus braços em um abraço. “Tome cuidado, filho!”

Eu não esperava aquilo dela, mas retribuí. “Vou tomar, mãe.”

Ela então me soltou e eu pude ir para cima para acabar de arrumar as malas. Chegando lá eu agradeci Draco e falei que minha mãe queria falar com ele.

“Que? Comigo? O que ela quer?”

“Eu não sei. Ela só disse que queria falar com você antes de sair.”

“Está bem.” Draco sai do meu quarto e desce.

Eu continuo no quarto, ajudando Thomas e Hadaliel a arrumar as malas. As malas eram gigantes, já que poderíamos ficar anos lá.

Enfim, depois de meia hora, terminamos de arrumar as malas e descemos. Quando descemos vi Draco sentado na frente da minha mãe, afirmando alguma coisa. Minha mãe olhou para mim fazendo Draco olhar também. Draco então se levantou e se direcionou para mim. Quando ele começou a andar eu vi a mão da minha mãe acariciar a cabeça de Draco e dizer alguma coisa parecida com obrigada. Draco sorriu e assentiu para ela. Então veio até mim.

“O que ela te falou?” Perguntei.

Draco passou por mim sem dizer uma palavra, indo para Esmeralda. Eu olhei para ele indignado. Draco olhou para mim novamente. "Vamos? Já está tudo pronto?"

Eu fiquei ainda mais indignado. Ele agiu como se eu nem tivesse perguntando. Pensei que ele estivesse bravo comigo por algo, então me aproximei. Mas logo percebi que ele estava normal, pois sorriu para mim e raspou a cabeça no meu peito. Eu acariciei a cabeça dele ainda sem entender nada.

“Vocês podem amarrar as malas nos nossos dorsos.” Diz Esmeralda aproximando seu focinho de mim e Draco.

Eu olhei para as malas e Thomas já estava começando a carregá-las para Scarux. Eu comecei a carregar as minhas para Esmeralda também. Draco me ajudou a amarrar as malas, firme o suficiente para não caírem.

Quando terminamos de amarrar, sem aviso nenhum, Esmeralda me pegou com a boa e me colocou nas costas dela. Foi assustador, pois metade do meu corpo ficou dentro da boca dela, mas, ao mesmo tempo, eu senti que ela me pegou com muito carinho, como se ela tivesse pegando seu filho. Eu fiquei todo molhado de saliva quando ela me largou nas suas costas.

“Mas o que... Que nojo!” Eu disse.

Eu olhei para Scarux. Thomas estava subindo em Scarux que estava deitado. Thomas colocou um pé na pata de Scarux e escalou seu pescoço até chegar às costas.

“Por que você não fez igual à Scarux, Esmeralda?”

“Gosto de sentir o gosto de humano.” Ela sorri para mim.

Eu gelei um pouco ao ouvir aquilo. “O que?”

“Desde que engoli aquele garoto eu não consigo mais parar de pensar nesse gosto. É delicioso.”

“E... esmeralda.”

“Calma! Nunca farei mal a ninguém... que não mereça.”

Aquilo me aliviou um pouco. Nunca pensei em Esmeralda daquela maneira... comendo humanos... Mas, sendo criminosos, que mal irá fazer?

Eu quase caí de Esmeralda quando ela se levantou do chão. Percebi que Scarux também tinha se levantado. Eu sentia as deliciosas escamas de Esmeralda nas minhas mãos. Sempre amei escamas. Envolvi meus braços envolta do maciço pescoço de Esmeralda.

Eu pude ouvir um pequeno riso vindo dela. “Estás com medo? Não fiques. Nunca machucares-te.”

Eu me senti seguro com aquelas palavras. Encostei minha cabeça no pescoço dela e acariciei seu pescoço. “Você é minha segunda mãe, Esmeralda.”

Ela deu uma risadinha. “Se você não estivesse nas minhas costas eu te lamberia agora.”

Eu ri. “Claro que sim.”

Então finalmente eu senti os músculos de Esmeralda se enrijecerem para dar o salto e começar a voar. Ela saltou, bateu as asas uma vez e já estávamos a mais de 25 metros! Dragões são incríveis. Com apenas uma batida de asa ela já quase alcançava as nuvens!

“Que demais! Isso é excepcional!” Eu disse sentindo o vento.

“E não é?” Draco estava voando ao lado de Esmeralda. “Mãe, quanto tempo vai demorar para chegarmos?”

“Acho que dois dias, pois eu não consigo voar muito tempo sem parar para descansar.”

“Onde iremos dormir?” Pergunto.

“Ao estilo dragão.” Scarux aparece do outro lado de Esmeralda, olhando para mim. “Em cavernas ou montanhas.”

Eu fiquei com um pouco de medo, e Esmeralda percebeu. “Está com medo? Do que? Iremos proteger de tudo neste mundo!”

Novamente eu me senti protegido. Eu gosto tanto de Esmeralda. Não, eu a amo, como uma mãe.

Ficamos voando por muitas horas. Eu conseguia ver que Esmeralda estava exausta. Scarux também estava muito cansado. Draco e Hadaliel já haviam parado de voar e estavam nas costas de seus pais. O sol já estava se pondo.

“Esmeralda. Vamos parar! Você está muito cansada.” Eu disse afagando seu pescoço.

Ela hesita um pouco, mas depois concorda. “Você... tem razão. Já não aguento mais. Deve haver alguma caverna nessas montanhas. Você sabe onde estamos Willian?”

“Não. Onde?”

“Oriente médio.” Ela responde.

Fiquei surpreso por saber que tínhamos viajado tanto e tão pouco tempo... Eu afaguei seu pescoço novamente. “Agora vamos descer. Você deve estar exausta, não quero seu mal.”

Ela riu um pouco. “Não me subestime, querido. Mas você tem razão. Onde é que...”

“Ali. Me segue.” Scarux faz uma curva em direção de uma caverna em um montanha.

Quando pousamos eu pude sentir o maldito frio de lá. Eu sou australiano, odeio frio. Eu me abracei para me aquecer um pouco depois que eu desci de Esmeralda. Draco desceu e soprou um pouco de ar quente em mim. Eu senti aquele ar me envolvendo.

“Obrigado, filho!”

“Não precisa agradecer!” Ele diz.

Scarux tinha entrado na caverna para saber se algum animal estava dormindo lá, então ele nos chama novamente. “Está tudo bem! Esta caverna é perfeita.”

Esmeralda entra e nós quatro a seguimos. A caverna era muito escura. Mas Scarux havia ascendido uma fogueira.

Esmeralda logo se deitou e começou a morder suas asas, com dor. Scarux se ofereceu para massageá-la, e ela aceitou. Era uma visão tão bonita. Um casal de dragão. Nunca pensei que viveria para ver isso.

Depois de um tempo nós todos fomos dormir. Esmeralda e Scarux se enrolaram em volta de nós, nos aquecendo. Draco se deitou ao meu lado, colocando sua cabeça em meu colo.

Eu olhei para ele, o acariciando. “Filho, o que foi que Minha mãe falou para você?”

Ele olhou para mim. “Ela falou para mim te proteger. Queria ver você pelo menos mais uma vez antes de poder descansar.”

Eu fiquei muito feliz de ouvir aquilo. Não pude conter... comecei a chorar. Draco sorriu para mim e lambeu meus olhos, limpando as lágrimas. Eu sorri para ele e o abracei. “Nunca me abandone, meu filho.”

“Nunca irei. NUNCA!” Ele estava exausto, e eu não o culpava. Ele deitou sua cabeça em mim novamente e adormeceu, assim como todos.

Eu fiquei um pouco mais acordado mas depois me rendi ao sono.


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