P.O.V. Chris

Estava observando-a, percebi que ela estava segurando as lágrimas, mas não entendia o porquê. Minutos antes ela tinha dito alguma coisa que eu não entendi, mas pela forma como ela disse não era nada bom.

Ainda ontem Lindsey me mandou a ficha de matrícula de Amy, juntamente com a lista dos horários dela. Fiz questão de chegar mais cedo no colégio pra mudar alguns dos meus horários, pra ficar na mesma sala que ela. Não mudei todos, claro. Ela poderia desconfiar. Mas mudei o suficiente pra ter no mínimo três aulas por dia com ela. Isso já seria o bastante pra conquista-la e até mesmo aproveitar um pouco.

O professor de história estava falando alguma coisa a respeito das primeiras formas de socialização entre os indivíduos. Amy estava muito focada no que ele dizia, às vezes fazia algumas perguntas ou anotações, ou simplesmente o escutava. Acho que ela era a única. Olhando em volta pude perceber que praticamente todas as duplas estavam conversando, as que não estavam, ou estavam escutando música ou desenhando no caderno. Já eu prestava atenção nela.

Logo no primeiro horário tratei de terminar qualquer coisa que Lindsey achava que nós tínhamos. Ela tentou argumentar, até disse que se fosse por causa do ciúme dela, ela iria mudar, só não queria terminar comigo. Disse inclusive que me amava, confesso que tive que me segurar muito pra não rir e dizer que eu não me importava se ela me amava ou não, eu só quis ficar com ela porque ela era gostosa, assim como qualquer outra menina que já peguei. Se tinha uma coisa que eu aprendi, e muito bem, com a vida, é que não vale a pena amar. A partir disso, a única coisa que eu tinha certeza era que o amor é uma farsa. Principalmente o dela.

Eu entendia o peso das palavras "eu te amo", por isso nunca as proferia em voz alta, a menos que realmente fosse verdade.

Fui trazido de volta dos meus devaneios quando escutei Amy me chamando.

– Chris? Morreu? - ela perguntou balançando a mão na frente do meu rosto e sorrindo de canto. Cara, que sorriso lindo!

– Oi. To aqui. O que foi? - perguntei sorrindo também, ela tinha um sorriso contagiante.

– Têm uns 5 minutos que estou te chamando, o professor mandou responder o 3° capítulo do módulo. - ela disse e eu assenti pegando o meu. - Porque você estava me encarando? Ou melhor, porque me encarou a aula toda?

– Por que você é bonita, eu gosto de observar pessoas bonitas. - respondi simplesmente olhando diretamente nos seus olhos azuis celestes, percebi que ela ficou envergonhada, porque corou. Eu sorri e ela desviou o olhar para o módulo. - Por exemplo, agora que você está corada fica mais bonita do que já é. Como você quer que eu me concentre na atividade? - perguntei provocativo e vi que ela corou mais ainda.

– Você poderia não olhar. - argumentou

– Só tenho a ganhar te observando. - contra argumentei

– Você quem sabe. - ela disse e baixou a cabeça, olhando para o módulo e respondendo a primeira questão.

– Senhor Christopher, suponho que já tenha terminado sua atividade, já que não para de olhar pra sua parceira, senhorita Emily. - escutei o professor falando, e todos da sala se viraram para observar. Amy estava vermelha, me contive pra não rir com a situação.

– Só estávamos combinando o nosso encontro de mais tarde. - respondi brincalhão, ela me olhou incrédula. - Sabe, precisamos estudar e fazer o trabalho de uma outra matéria. - deixei a frase no ar

Pelo olhar dela percebi que estava indignada, ela estava muito vermelha, e parecia que só aumentava enquanto os outros iram. Pisquei o olho pra ela e sorri de canto, em resposta só obtive seu silêncio. Ela voltou a fazer sua atividade, enquanto o professor restaurava a ordem da sala.

A aula acabou sem mais confusões, Amy não falou mais comigo e seguiu direto para sua aula de francês, eu fui para a de espanhol, já que queria ter pelo menos uma base da língua dela.

A aula passou que nem percebi, embora eu não entendesse nada daquilo, não parecia muito complicado. Ashley e meu irmão também estavam na turma, provavelmente pelos mesmos motivos que os meus. A aula de química também passou rápido, fiquei a maior parte do tempo conversando com Erick. Já no intervalo fiquei conversando com ele e Damen, e tentando fugir de Lindsey. Ela não queria aceitar que tínhamos terminado, e isso estava me irritando. O sinal bateu e subi para a aula de Geografia, Amy teria aula de química com Damen agora, e depois teríamos mais uma aula juntos. Essa eu nem precisei mudar, já que Alec, nosso professor de inglês disse que seriam as mesmas duplas da aula dele. Puro golpe de sorte.

O professor de geografia me dava sono, resolvi ficar escutando música e mexendo no celular até a aula acabar, e assim que o sinal bateu fui um dos primeiros a sair da sala.

Enquanto estava me deslocando vi Amy e Damen conversando tranquilamente. Uma raiva subiu pelas minhas veias, aquilo estava parecendo que eu teria concorrente. Ele estava tentando, de alguma forma, fazer com que eu perdesse a aposta. Resolvi espera-la na sala, depois eu iria conversar com Damen sobre esse interesse suspeito justamente nela. Ela entrou na sala logo quando o segundo toque soou.

– Está mais calma? - perguntei com a voz tranquila

– E porque não estaria? Acabei de ter duas aulas sem você! - ela disse sarcástica se sentando ao meu lado. O professor entrou na sala.

– Bom saber que você me procurou na sala. - comentei sorrindo, a vi ficar vermelha.

– Nem precisei, seu amigo Damen fez questão de me fazer companhia durante a aula. - ela comentou provocando enquanto anotava o que o professor colocava no quadro. - Sabia que ele é bem mais gentil que você? - revirei os olhos, ela só estava me provocando. E ele com certeza estava tentando ser um obstáculo na aposta.

– Ele comentou alguma coisa da festa que ele vai dar nesse fim de semana? - perguntei assim que me lembrei, essa festa seria uma boa oportunidade pra avançar com ela.

– Comentou sim, e me chamou pra ir.

– Você vai?

– Provavelmente não.

– E porque não? - agora eu teria que convencê-la a ir. Ótimo, pensei sarcástico.

– Não gosto de festas.

– Não gosta ou nunca foi a uma? Normalmente as pessoas que vão a uma festa por aqui adoram. - comentei dando de ombros

– Nunca fui a uma festa daqui, e nunca gostei muito de festas. Então acho que não vou. - ela disse como se quisesse colocar um ponto final no assunto.

– E se Ashley for? Você vai deixá-la sozinha? - era um bom argumento. Ela suspirou e quando ia responder o professor se pronunciou.

– Boa tarde alunos. Vou pular toda aquela introdução chata sobre o trabalho que com certeza Alec já deve ter dito pra vocês. Meu nome é Rick e bom, minha parte nesse trabalho é bem simples. Como vamos começar estudando os fatores que levam as pessoas a fazerem sexo acho que as duplas que ele escolheu foram de propósito. - olhei em volta, todas as duplas eram casais.

Essa aula com certeza ia dar o que falar, e ia me ajudar muito! Sorri, e acho que Amy pesou alguma coisa que não gostou, porque suspirou e baixou a cabeça na mesa.

– Como eu acho que vocês não se conhecem direito, vou liberar 10 minutos dessa aula pra conhecerem pelo menos o básico de suas duplas. Alec me informou que passou um trabalho parecido a vocês, aproveitem pra começar se quiserem. Quando o tempo acabar começaremos com uma introdução ao assunto. - dito isso ele se sentou e começou a marcar o tempo.

A sala parecia uma feira, todos estavam conversando e gritando ao mesmo tempo. Resolvi me concentrar em minha dupla, quando voltei a olhar pra ela percebi que me observava.

– Quem está observando quem agora? - perguntei sorrindo de lado e levantando a sobrancelha esquerda. Ela corou.

– Como você faz isso? - ela perguntou, percebi que ela não estava irritada ou se esforçando pra falar comigo. Gostei disso, era um bom primeiro passo.

– Isso o que? - perguntei sem saber ao certo ao que ela se referia.

– Levantar a sobrancelha. Como consegue? - eu ri com a cara curiosa que ela fez.

– Não sabe fazer isso? - levantei sobrancelha novamente. Ela revirou os olhos e eu ri. - Não sei como eu faço, só consigo fazer. - sorri de canto, ela corou muito levemente e desviou os olhos.

– Vamos fazer logo o que o professor mandou. - ela decidiu. - O que ele considera ser o básico? Ou melhor, o que ele quer que eu fale sobre mim?

– O que você julga necessário? - perguntei

– Pra você? - ela perguntou arqueando as sobrancelhas. Assenti. - Só o fato de você saber meu nome e quem são meus pais já é o suficiente pra mim. - respondeu dando de ombros. Revirei os olhos e bufei.

– Sério? Só isso? - ela assentiu. - Tá, eu decido as perguntas então. Vejamos... - pensei um pouco, o que eu poderia perguntar? Nada que fique muito na cara minhas intenções. - Quais seus hobbies?

– Bom, aqui é ler e tocar piano. E os seus? - ignorei a pergunta dela

– O que você quis dizer com aqui?

– Você não me respondeu. Mas bom, tecnicamente é porque não conheço praticamente nada dessa cidade. Lá no Brasil eu costumava montar a cavalo e até caminhar ou patinar na praça. - respondeu dando de ombros. Eu sinceramente me impressionei com a resposta, podia jurar que ela ia dizer que gostava de ir ao shopping, fazer compras ou viver no salão como as meninas daqui. - Responde minha pergunta agora.

– Gosto de praticar qualquer tipo de esporte e às vezes vou ao hipódromo, tenho um cavalo lá. - resolvi não dizer muita coisa, como minha paixão pela leitura ou a de ficar com várias mulheres, já que só quem conhecia os dois lados era meu irmão. Nunca gostei de deixar as pessoas me conhecerem tão a fundo.

– Aqui tem um hipódromo? - ela perguntou animada, podia ver seus olhos azuis brilhando.

– Porque não teria? - perguntei dando de ombros. Ela revirou os olhos, mas ainda dava pra perceber como ela estava animada em saber isso. - Se quiser te levo lá um dias desses, parece que você gosta de cavalos. - comentei, aproveitando a oportunidade pra marcar um possível encontro.

– Eu amo cavalos! - ela disse animada, mas logo sua fisionomia muda e ela fecha a cara. - Er... Não, muito obrigada, não precisa me levar ao hipódromo. - ela hesitou um pouco, percebi que ela estava em uma batalha interna, preferi deixar esse assunto pra depois.

– Como é mudar de país assim? Quero dizer, depois de ter crescido, feito amigos, conhecer várias pessoas... - fiz uma pausa, ela me observava atentamente. Percebi seu lábio inferior tremer. - Como é deixar tudo pra trás?

– Sinceramente? - ela perguntou e desviou o olhar. - Muito difícil. - ela simplesmente disse. Sem piadas ou gracinhas. Percebi que esse assunto era delicado pra ela.

Antes que eu pudesse falar qualquer coisa o professor informou que o tempo tinha acabado e começou a aula. Dando uma introdução geral sobre biologia.

Assim que a aula acabou, vi que Ashley e meu irmão estavam na porta da sala, provavelmente esperando Amy. Quando ela os via abriu um sorriso encantador, arrumou suas coisas e saiu falando apenas um "tchau" rápido. Acho que ela não sabia que a educação física eram todos juntos.

Estava pensando no sorriso dela de segundos atrás quando percebi que Erick estava balançando a mão na minha frente e me chamando.

– Chris? - ele falou segurando o riso

– O que foi? - perguntei pegando minhas coisas e saindo da sala

– Você tava em outro mundo. O papo foi bom, hein? Eu observava às vezes, ela parece que logo, logo vai ceder.

– Acho que não vai ser tão fácil. Aquela ali é dura na queda. E parece que Damen quer entrar também. - disse alto o suficiente para que Damen escutasse, ele estava passando perto na hora e virou-se sorrindo.

– Os outros meninos estão intimidados, não teria graça se você não tivesse concorrência. - ele comentou dando de ombros e sorrindo. Revirei os olhos. - Não vou pagar 500 pratas por uma aposta fácil de ganhar.

– Você vai pagar de qualquer forma, antes do prazo que vocês me deram vou ficar com ela. - eu disse confiante, enquanto guardava minhas coisas no armário.

– E quanto a Lindsey? - Erick perguntou

– Ela é passado, assim como todas as outras. Meu presente agora é aquela brasileirinha gostosa. - respondi com um sorriso triunfante no rosto. Damen e Erick riram.

Assim que chegamos à quadra fomos para o vestuário, colocar a roupa para a aula de ginástica. Vesti minha bermuda branca e vermelha e uma camiseta branca. Era a farda do colégio, diferentemente das meninas, os homens tinham farda para as aulas de ginástica. Para as de natação ambos tínhamos uma roupa de banho com cores padrões, sempre baseadas no vermelho, branco e preto, as cores símbolo do colégio. Além, é claro, da farda do time de futebol, de vôlei e das líderes de torcida, esses só tinham quem participava.

Assim que guardei minhas coisas no meu armário do vestuário voltei para a quadra. Alguns meninos já estavam lá, mas nenhuma menina. Elas e suas manias de demorar se arrumando. Revirei os olhos, não via necessidade em toda essa produção, no final sempre acabavam na cama sem roupa alguma mesmo.

Sentei na arquibancada junto com os rapazes do time. A professora entrou na quadra e disse que iria esperar as meninas terminarem pra iniciar a aula. As primeiras que saíram foram as "nerds", com seus shorts, que mais pareciam bermudas, e blusas folgadas. Seguidas pelas líderes de torcida, com Lindsey desfilando logo na frente. Elas usavam um mini short e uma blusa sem mangas coladas ao corpo e que mal cobriam seus seios. Por mais que eu não quisesse nada com a Lindsey eu tinha que admitir, ela e suas amigas eram, definitivamente, muito gostosas! Por último saíram Amy e Ashley, conversando e caminhando calmamente até a arquibancada. Ashley estava com uma bermuda preta e uma blusa branca folgada. Enquanto Amy estava com uma calça vermelha de malha e uma camiseta branca ajustada ao seu corpo. Mesmo seu busto não estando exposto como o de Lindsey estava, dava pra perceber como seus seios eram grandes. Senti alguém me cutucar no braço.

– Tá parecendo que você quer atacar ela aqui e agora. - comentou Erick rindo com Damen, desviei o olhar de Amy. - Fecha a boca e cuidado pra não babar.

– Essa aposta vai me deixar louco. - comentei baixo. - Cara, ela é muito gostosa! - falei alto, demonstrando minha agitação apenas para meus amigos. Eles começaram a rir.

A professora mandou todos calarem a boca, principalmente os meninos que ficaram “animadinhos” com a chegada das meninas, e começou a explicar como seriam as aulas. Três vezes na semana, cada dia em um lugar diferente. Hoje seria na quadra e faríamos alguns exercícios e em outros dias poderia variar para algum esporte. Amanhã seria na piscina, ou seja, hidroginástica. E na sexta seria no campo, aula livre. Só eram obrigados a praticar os jogadores do time de futebol e as líderes de torcida, o restante da sala poderia ficar de bobeira até a aula acabar. Ela disse ainda que as inscrições pro time feminino de vôlei e pras líderes de torcida durariam até semana que vem, começando a partir de hoje. Mesma coisa pro time masculino de futebol e de natação.

Ela começou mandando todos alongar, logo depois as meninas variavam em 4 sequências de 50 polichinelo e 50 abdominais, enquanto nós meninos dávamos 15 voltas correndo na quadra, depois trocamos de exercício.

Quando acabei e fazer o último abdominal deitei no chão. Estava com a respiração um pouco pesada, sentia meu corpo queimando por causa do calor, o chão estava muito convidativo, já que estava bem gelado.

– Quem disse que a aula acabou? - escutei a professora gritar, sentei-me a tempo de ver que quase todos da sala estavam na mesma situação que eu. - Último ano não é pra ficar com preguiça. Vamos, quero todos de pé. E quem não ficar quando eu terminar de contar até 3 vai pagar mais 50 polichinelos. 1. - ela fez uma pausa, fiquei de pé e observei algumas pessoas se levantando. - 2. - todos já estavam de pé, Sharon sorriu. - Bom saber que vocês funcionam bem sob pressão. Só temos mais 5 minutos de aula, quero que aqueles interessados em alguma das coisas que falei no início da aula venham falar comigo agora, inclusive os rapazes do time de futebol. - ela olhou pra mim. - O restante está dispensado.

Deitei no chão de novo. Vi a professora ir até uma prancheta nas arquibancadas e sentar lá. A primeira que chegou até a professora, como todo ano, foi Lindsey. Como no time de futebol, todo ano um novo líder era escolhido, para qualquer modalidade. Aquele que fosse o melhor liderava. Não sei se escolhido justamente, até porque as eliminatórias das líderes de torcida não são abertas aos alunos, mas todos os anos ela liderava, mesmo que tivesse alguém melhor que ela no time.

– Não vai dar seu nome a professora, senhor jogador? - escutei a voz de Amy próxima a mim, virei-me e encontrei-a sentada ao meu lado. Um pouco distante demais pro meu gosto. Fiz uma careta.

– Senhor jogador? - perguntei franzindo as sobrancelhas e me levantando. Ela deu de ombros. - Vou sim, estou esperando o alvoroço terminar. - apontei pro enorme grupo de meninas e meninos em volta da professora. - Suponho que você também esteja fazendo isso, já que não foi ao vestiário. - ergui uma sobrancelha

– Pois é... Costumo cumprir as minhas promessas.

– Deixe-me adivinhar, você prometeu a sua amiga brasileira que iria se inscrever pro time das líderes de torcida. - soou mais como uma pergunta.

– Por aí... - ela desviou os olhos para a arquibancada, onde a professora estava.

– Amy! Vem logo se inscrever! - virei e vi Ashley chamando-a, quando voltei a olhar pra ela vi que me observava.

– Bom, estou indo. - ela disse se levantando. Levantei-me também, segurei o braço dela antes dela ir.

– Eu estava falando sério na aula de história. - disse, e ela pareceu confusa. - Sobre marcarmos um encontro pra fazer a atividade de inglês. - ela parecia indecisa em aceitar. - Você não vai querer perder ponto só porque não quer se encontrar comigo, né? - argumentei, vi-a revirar os olhos. – Eu não mordo. – sorri com a careta que ela fez.

– Fazemos por telefone, não precisamos nos encontrar pra isso. - ela argumentou e saiu antes que eu dissesse qualquer coisa.

Estava começando a achar essa menina bipolar. Uma hora estava gentil e em outra irônica ou má humorada. Observei-a se aproximar da professora e dizer alguma coisa, não entendi o que por causa da distância. Revirei os olhos e me levantei. Ela foi com Ashley para o vestuário e eu fui até a professora, me inscrevi no time de futebol.

– Não vai querer tentar nada novo esse ano, Chris? - Sharon perguntou enquanto assinava meu nome na prancheta

– Por enquanto não, quem sabe não mudo de ideia depois. - falei sorrindo pra professora

– Você nada bem, com certo treino e esforço pode ser um campeão.

– Vou pensar, depois vemos isso. - disse apenas e fui para o vestiário.

Tomei um banho e vesti uma camisa polo branca e uma calça jeans preta, coloquei minha farda de hoje no cesto de roupa suja que seria levado à lavanderia, peguei a chave do meu carro e meu celular no meu armário e saí de lá. Encontrei Amy no portão da escola, estava sozinha. E muito linda e sexy com aquele vestido preto e branco. Aproximei-me devagar.

– Não foi com meu irmão? - perguntei com a voz baixa em seu ouvido, ela pulou de susto e se virou. Sorri. Cara! Que boca provocante ela tinha! Ainda mais com aquele batom vermelho contrastando com sua pele alva. Batom vermelho era meu ponto fraco.

– Tá querendo me matar do coração? - ela colocou a mão sobre o peito, estava ofegante. Sorri ainda mais, ela me olhou irritada. - Seu irmão saiu com Ashley, e eu tenho um compromisso agora com outra pessoa. - ela se virou novamente para frente.

– Com quem? Eu conheço?

– Como vou saber? Cheguei ao país esse ano, caso tenha se esquecido. - ela disse revirando os olhos. - Provavelmente sim, ele disse que estudava aqui. - Ele? Como assim ele? Pelo visto eu já tinha outro concorrente.

– Qual o nome dele? Vai que eu conheço. - nesse momento uma Mercedes CLS 63 AMG preta para na nossa frente.

– Ele chegou, se você não conhece pode conhecê-lo agora. - ela deu de ombros e vi a última pessoa que eu esperava ver sair do carro. Fechei a cara automaticamente.

– Oi Amy, vamos? - ele disse sorrindo amigavelmente, ela sorriu também. Revirei os olhos.

– Hã... Will, Chris estava perguntando sobre você, vocês se conhecem? - Amy perguntou abrindo a porta do carro, me segurei para não tira-la de lá.

– Já nos conhecemos. - disse sério. Eu não podia tirá-la de perto dele sem motivo aparente. Fitei meus olhos nos dele, ele sabia o que eu achava dele. Pude ver com o canto do olho Amy alternando o olhe entre eu e Will.

– Er... Acho melhor irmos logo, não é Will? - ela hesitou um pouco. Ele piscou e olhou pra ela.

– Também acho, temos muito que conhecer. - ele disse amigavelmente e olhou pra mim. - Bom te ver Chris. – disse frio e entrou no carro.

– Digo o mesmo. Até amanhã Amy. - eu disse e fui para o meu carro. Apenas o escutei saindo dali.

Minhas intrigas com Will eram de muito tempo, e foram apenas acumulando.