Falling in Love escrita por Susannah Grey


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Boa noite amoores!!
Demorei menos que da ultima vez, olha pelo lado bom... Kkkkkkkkk Agradeçam a Senhorita anônima que me mandou um MP me pedindo pra postar logo... As vezes preciso de um puxãozinho de orelha pra ir mais rápido.. Kkkkkkkkk
Gentee, hoje/ontem foi meu aniversário!!! E cá estou eu postando um capítulo como presente pra vocês ^^
Espero que gostem, nos vemos lá embaixo!
Boa leitura!!!



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P.O.V. Amy

Depois do que aconteceu na escola eu fiquei pensando no que teria acontecido entre Will e Chris. Pensei até em perguntar ao próprio Will o porquê deles terem se tratados com tanta frieza, mas mudei de ideia assim que o vi entrando no carro muito tenso e segurando a direção com uma força desnecessária. Seja o que for que tenha acontecido foi algo muito grave para ambos terem ficado como ficaram. Foi a primeira vez que vi Chris sério, sem um ar brincalhão e galanteador que ele tinha frequentemente na escola.

Resolvi deixar esse assunto de lado e comecei a prestar atenção no caminho que estávamos seguindo. Will relaxou conforme nos afastávamos do colégio, e se tornou meu guia pela cidade.

– Charlotte foi fundada em 20 de maio de 1775, ela é conhecida como Cidade Rainha em homenagem ao povo alemão através da Princesa Carlota ou Charlotte de Mecklenburg, ela foi rainha da Grã-Bretanha depois que se casou com Jorge III do Reino Unido. - escutei Will falando, me tirando de meus devaneios

– Ou Ninho de Vespas, já que acredita-se que ficavam aqui a maior quantidade de revoltosos que iam a favor da Guerra da Revolução Americana. Foi o comandante da Grã-Bretanha quem colocou esse apelido. - completei, ele olhou surpreso pra mim. Sorri de lado. - Você acha que eu ia mudar de cidade e não leria nada a respeito da minha nova casa? - perguntei sorrindo

– É justo. Você acaba de me fazer um favor. Posso pular a parte histórica, eu odeio história mesmo. - ele disse sorrindo, o que me fez quase gargalhar. - Deixe-me adivinhar, você também pesquisou os pontos turísticos da cidade e viu algumas fotos? - ele perguntou e eu assenti. - Então vamos conhecer esses lugares primeiro, não vamos conseguir conhecer tudo só hoje. Podemos vir mais dias se você quiser. - ele disse dando de ombros

Começamos a entrar na área comercial da cidade, comecei a ver algumas lojas e pessoas caminhando na rua. Essa cidade era quase que completamente arborizada, para todo lado que olhava via pelo menos três árvores.

Ficamos conversando durante todo o caminho, vez ou outra ele falava alguma curiosidade sobre a cidade, mas a maior parte da nossa conversa era sobre o que gostávamos ou fazíamos.

Nós visitamos a Birkdale Village, uma parte da cidade que parecia uma aldeia. As casas eram todas de madeira branca, arrumadas e alinhadas e tinha uma grande praça logo em frente com várias fontes espalhadas. Não paramos, ele disse que tinha outros lugares para vermos e que no final do dia poderíamos fazer uma pausa. Apenas dei de ombros, eu queria aprender a andar na cidade, com o tempo eu a conheceria melhor.

Todo lugar que íamos eu via algumas praças bem arborizadas, com crianças brincando, pessoas correndo com seus cachorros ou simplesmente sentadas conversando. Aquela cidade transmitia um ar de paz e tranquilidade incrível.

Por volta das 17:30 Will parou na entrada de um lugar chamado Freedom Park. Eu reconhecia a entrada por algumas fotos que eu tinha visto na internet. Era um parque com cerca de 100 hectares, era como se fosse o "Central Park" de Charlotte.

– Vamos? - ele perguntou desligando o carro e tirando a chave da ignição.

Apenas assenti e saí do carro. Não tinha palavras pra descrever o quão bonito era aquele parque.

Andamos lado a lado por um caminho que tinha por entre as árvores e a grama bem aparada. Às vezes ele falava uma coisa ou outra, mas eu estava muito impressionada com o local que mal dei ouvidos ao que ele dizia. Senti que ele segurava minha mão depois de um tempo, não me importei, já que eu também andava assim com Liam, e nós éramos apenas amigos.

Sentamos em um banco em frente a um lago e ficamos calados por um tempo, até que eu quebrei o silêncio.

– Que lindo! - falei num suspiro admirado.

– Sabia que você iria gostar. - ele sorriu meio tímido. O silêncio começava a ficar um pouco incômodo quando ele se pronunciou novamente. - As pessoas costumam vir pra cá pra caminhar ou patinar, certo dia ouvi sua mãe comentar que você gostava de fazer isso. Então pensei nesse lugar, já que ele não é tão longe de casa. Fica a uns 10 minutos de carro.

– Fazia muito isso no Brasil, acho que seria ótimo fazer aqui também. - falei, meu celular começou a tocar. - Só um minuto. Desculpe. - falei pra Will que sorriu amigavelmente, peguei meu celular e me levantei pra falar com um pouco de privacidade. Por mais que o achasse legal eu ainda sentia certos calafrios por estar tão perto dele.

Olhei pra tela do celular, número desconhecido. Atendi.

– Alô? - perguntei ao atender

– Emily Johansson. Não é que sua voz é mais bonita ao telefone? - escutei a voz brincalhona e sedutora de Chris do outro lado. Me arrepiei.

– O que você quer? - perguntei irritada, tentando disfarçar o arrepio que a voz dele tinha me causado. Me lembrei de outra coisa, eu não tinha dado meu telefone a ele. - Como conseguiu meu número?

– Não é que fica mais bonita irritada? - escutei-o rindo, bufei. - Tenho meus contatos, acho difícil não conseguir algo que preciso. Mas voltando ao porquê da ligação, vamos fazer logo o trabalho de inglês?

– Não posso agora, nem cheguei em casa ainda. - respondi simplesmente

– A tá. - percebi a voz dele oscilando, provavelmente supondo que eu ainda estava com Will. - Quando você chegar me ligue então. Não quero atrapalhar seu encontro. - ele disse frio, me arrepiei de novo.

– Não é um encontro! - retruquei, mas ele já tinha desligado.

Bufei de novo. Esse menino sempre me tirava do sério. Olhei a hora no celular, já era 18:10, só então percebi que já estava escurecendo. Tinha que voltar pra casa, Isabelle ia me matar!

Voltei pra onde Will estava, ele mandava uma mensagem pra alguém. Quando percebeu que eu me aproximava bloqueou o celular e se levantou.

– Algum problema? - ele perguntou, provavelmente preocupado por causa da minha cara, que provavelmente estava séria. Me esforcei pra sorrir.

– Nenhum, só um colega me ligou pra fazer um trabalho que faremos juntos. - dei de ombros, não precisava mencionar que esse colega era Chris, já que com certeza ele iria ficar irritado também. - Podemos ir pra casa? Ainda tenho que falar com Isabelle pelo Skype, e lá no Brasil já são 21:10, logo ela vai dormir.

– Tudo bem. Vamos.

Na volta ele não segurou minha mão, preferi não comentar nada. Ele recebeu uma mensagem no celular, e assim que a leu percebi seus músculos se contraindo. Depois disso quase não nos falamos.

Saímos do parque e fomos para casa, cada um em seu próprio pensamento. Assim que chegamos ele fez menção em parar na entrada de casa, mas eu disse que poderia me levar à garagem, eu o acompanharia até lá, já que a casa era ligada a garagem não via diferença em ser deixada na porta ou na garagem.

Ele apenas deu de ombros e continuou o caminho. O silêncio estava sufocante, quando eu fiz menção em quebra-lo ele se pronunciou.

– Chegamos. - ele falou e abriu a garagem. Pelo tom de voz dele achava melhor não falar nada, mas também achava que ele pudesse estar precisando de algum conselho ou apoio.

– Will, aconteceu alguma coisa? - perguntei verdadeiramente preocupada com ele. Ele apenas olhou para frente. - Quer conversar?

– Está tudo bem. Não tem com o que você se preocupar. - ele disse sorrindo para mim, qualquer um que conseguisse ler os sentimentos em seus olhos poderia ver o quão estampado sua angústia estava.

– Se você precisar é só falar. Somos amigos, esqueceu? - sorri amigavelmente, se ele não queria falar não iria força-lo. Ele sorriu também e saiu do carro, fiz o mesmo.

– Seus pais já devem ter chegado, é melhor você entrar. - percebi suas mãos tremendo. Mordi meu lábio inferior, uma mania minha, fazia isso quando estava nervosa ou preocupada. - To indo pra casa, esqueci de avisar ao meu pai que chegaria mais tarde. Ele deve tá preocupado.

– Tudo bem, vou subir também. - ele assentiu. Se virou para sair, mas antes de passar pela porta hesitou. Esperei ele falar alguma coisa, mas ele simplesmente balançou a cabeça e saiu.

Alguma coisa o tinha chateado, talvez até mais do que o encontro com Chris. Fui arrancada dos meus pensamentos pelo toque do meu celular. Procurei-o na bolsa enquanto entrava em casa. Era Isabelle, só então vi que tinha 138 mensagens no WhatsApp. Suspirei e rejeitei a chamada pra ela saber que já iria ligar. Recebi outra mensagem dela.

Eu entrei em casa pela cozinha, as luzes estavam ligadas e a comida estava no fogo, mas não tinha ninguém lá. Subi direto para meu quarto, sem encontrar ninguém no caminho. Tinha 17 mensagens de Isabelle, 5 de Liam, 3 de Ashley, 2 de Chris e o restante dos grupos que eu participava. Todas as de Belle eram referente a hora que eu iria ligar pra ela, as de Liam era perguntando onde eu estava e que Belle estava pirando. Ashley disse que queria falar comigo, mas a que chamou minha atenção foi a de Chris.

"Quando chegar em casa avisa, quero fazer logo a atividade." Acompanhado por um emoticon de tédio. Revirei os olhos só de imaginar que o que ele queria mesmo não era fazer a atividade, e sim me ver longe de Will. Sinto muito Chris, ele praticamente mora na mesma casa que eu, pensei.

Entrei no quarto e fechei a porta. Precisava de um banho bem relaxante. Fui até o banheiro e coloquei a banheira pra encher, precisava esvaziar a mente. Assim que a banheira encheu, tirei minha roupa e entrei. Permitindo que meus músculos relaxassem. Meu celular tocou me despertando, tinha esquecido que Chris e Belle esperavam uma ligação. Deixei a ligação cair na caixa postal e peguei o celular. Primeiro ligaria pra Belle e só depois para Chris, ele que tinha acabado de me ligar.

Disquei o número da minha amiga, ela não esperou chamar nem duas vezes e já tinha atendido.

– Emily Johansson Neeson! Onde a senhorita estava que não me deu notícias desde o almoço?! - percebi que ela estava irritada, segurei o riso pela forma que ela disse meu nome.

– Eu tava na rua. Cheguei tem pouco tempo. - respondi simplesmente. Estava com saudade de falar em português. A melhor forma de acalma-la era deixando-a curiosa, foi o que fiz ao não dar mais informações.

– Você? Na rua? - ela perguntou sarcástica, segurei o riso novamente. - Tá, o que aconteceu? Tá doente? - dessa vez ri alto

– Não, só saí pra conhecer um pouco a cidade.

– Quem? - ela perguntou, senti a curiosidade brotando.

– Quem o que? - me fiz de desentendida

– Quem te levou pra conhecer a cidade criatura? - ponto pra mim, ela estava muito curiosa, ou seja, eu estava perdoada por não ter ligado pra ela antes. - Ah não! - ela exclamou antes que eu pudesse responder. - Você saiu com o Christopher?! - ela gritou do outro lado

– Não seja idiota! Claro que não foi com ele. Já disse que não quero nada com aquele energúmeno. - respondi emburrada

– Quem foi então criatura?! Me diz logo!

– Will. - seguiu-se um silêncio que deixaria qualquer um desconfortável, mas eu apenas ri. Podia imaginar Isabelle pensando e chocada ao mesmo tempo. Logo quando eles voltaram pro Brasil eu mal conversava com ele.

– Pera. Will, Will? Aquele Will? O estranho que não falava com você? - ela perguntou duvidando. Eu gargalhei.

– Ele mesmo. - falei me recompondo e contei como foi meu dia a ela, desde o momento em que Will perguntou se eu queria conhecer a cidade até o momento em que voltamos, incluindo a forma estranho como ele é Chris agiram quando se viram. - Tem algum palpite do porquê que eles agiram assim? - perguntei. Eu já tinha terminado meu banho e colocado um pijama. Peguei meu notebook e sentei na cama.

– Pelo perfil de Chris eu diria que foi por causa de alguma garota, sinto lhe dizer isso amiga. Sei o quanto você gosta dele, mas acho que a única coisa que atinge aquele garoto é não ter alguma menina que ele quer. - Belle respondeu, até imaginei ela dando de ombros. Suspirei, aquilo já tinha passado pela minha cabeça. - Agora esse não parece ser o perfil do Will, então não tenho a mínima ideia do porquê. - ela fez uma pausa, parecia pensar em algo. - Já pensou em perguntar a Samantha? Ela é amiga de Will, pode ser que saiba.

– Boa ideia, vou fazer isso assim que a encontrar longe dele. Não quero relembrar desse assunto perto dele.

– Tudo bem. Só não se esqueça de mim ouviu mocinha? Quase entro em desespero quando você não me deu notícias. - percebi que ela estava rindo e sorri. - Tenho que desligar, já vai dar meia noite aqui, preciso dormir e a senhorita também, você tem aula amanhã.

– Ainda são nove horas aqui. - protestei.

– Você já falou com seus pais depois que chegou? Não. Então vá falar com eles porque esse é o único momento que você pode vê-los. - ela falou sem me deixar responder.

– Tá. - revirei os olhos. - Boa noite amiga. Fica com Deus e tenha bons sonhos.

– Você também. Me liga amanhã, ok? E se tiver alguma mudança de planos e não voltar pra casa depois da aula, - sua voz estava carregada de sarcasmo. - existe uma coisa chamada WhatsApp que manda mensagens bem rápidas. Acho que você poderia me avisar.

– Tá, mamãe! - falei rindo e ela riu também.

– Te amo injúria! Vê se não vai dormir muito tarde.

– Também te amo, chata. - eu disse e ela desligou.

Deixei meu celular em cima da cama e fui falar com meus pais, mas não os encontrei em lugar algum. Quando fui pra cozinha fiquei sabendo por Maggie que eles ainda não tinham chegado. Disse a ela que não iria jantar e que mandasse um beijo pra eles, mas eu já estava indo dormir. Desejei boa noite e voltei para meu quarto.

Meu celular indicava que tinha chegado uma mensagem, mas ignorei totalmente quando vi de quem tinha sido. Chris ainda esperava minha ligação, mas eu não estava muito afim de ligar pra ele. Decidi tocar um pouco pra esquecer os acontecimentos de hoje. Subi ao meu estúdio pessoal, só que ao invés de tocar piano, peguei o violão e sentei perto da pequena janela que tinha ali e comecei a dedilhar algumas notas.

Sempre pensei melhor enquanto tocava, mas nesse momento não conseguia parar de pensar nas palavras de Belle: a única coisa que atinge aquele garoto é não ter alguma menina que ele quer. Será que foi isso mesmo que aconteceu? Se sim, quem tinha sido essa garota?

Estava tão imersa em meus pensamentos que nem notei quando comecei a murmurar uma melodia junto com o dedilhado. Assim que percebi parei de tocar. Eu estava compondo de novo. E era a mesma música que eu tocava no piano quando pensava nele. Peguei uma partitura que tinha ali e comecei a rascunhar os acordes e notas que eu tocava. Com a mesma facilidade que as notas vieram elas se foram e eu não consegui transcrever todas elas ao papel. Decidi que seria melhor ir dormir. E foi o que fiz.

Acordei mais tarde que o normal, já eram 7:05. Levantei correndo da cama, tomei um banho rápido e peguei a primeira roupa que encontrei no closet. Acabei colocando uma camisa social branca de manga comprida e uma calça jeans vermelha. Calcei uma bota de cano curto bege e com um salto pequeno, fiz um coque desarrumado, peguei minha bolsa, meu celular e uma muda de roupa extra por causa da educação física, e saí do quarto quase correndo, já eram 7:35. Não daria tempo de comer nada.

– Bom dia. - disse assim que cheguei na cozinha, não me atrevi a entrar. Maggie já não estava mais lá, apenas Sam, que terminava de comer, e Will, que mexia no celular.

– Bom dia dorminhoca. - falou Sam rindo, só então Will levantou os olhos do celular.

– Vamos? – perguntei

– Não vai comer nada? - ele perguntou se levantando

– Não, estou sem fome.

Ele deu de ombros e saiu por uma porta, que agora eu sabia que dava na garagem. Me despedi de Sam e o segui. Em pouco tempo já estávamos a caminho da escola, eu encontrara um brilho labial dentro da minha bolsa, e aproveitei pra passa-lo, já que não tinha passado nenhum tipo de maquiagem antes de sair de casa.

Durante todo o caminho ficamos jogando conversa fora, falando sobre nossa infância e o que mais gostávamos de fazer. Cheguei na escola decidida a ignorar qualquer tipo de gracinha, sermão ou até mesmo possíveis cantadas de Chris. Só falaria o essencial com ele. Pelo menos até eu ter certeza do porquê que ele não queria que eu andasse com Will.

Minha primeira aula era de história, estava na mesma sala que Ashley, agradeci mentalmente por isso, era nossa primeira aula juntas. Só nós duas. Sempre que o professor liberava conversa nós conversávamos, ela me contou mais sobre quando descobriu que estava gostando de Phillipe e que as vezes achava que ele sentia o mesmo, mas ele mudava sempre que ela desconfiando. Decidi que iria descobrir pra ela, e que se esse amor fosse recíproco iria ajudá-los a ficar juntos.

Não tive nenhum sinal de Chris até o intervalo, que foi quando o vi sentado junto com sua turminha de populares e fiéis seguidores invejosos. Ah, e é claro, as tão cobiçadas líderes de torcida. Com Lindsey logo na frente, liderando. Simplesmente fiz o que me convenci a fazer assim que cheguei na escola e ignorei-o completamente. Me sentei com Lipe e Ash e ficamos conversando durante todo o almoço. Se eu consegui escapar de Chris durante toda a manhã, meus planos falharam na aula de geometria, já que ele fez questão de se sentar ao meu lado.

Parecia que ele também tentava me ignorar, ele estava com cara de poucos amigos. Me concentrei em copiar o que o professor escrevia no quadro. Depois de uns 10 minutos de silêncio ele resolveu quebra-lo.

– Por que não me ligou? - ele perguntou, ou melhor exigiu uma resposta. Olhei pra ele.

– Logo quando cheguei fui falar com Isabelle, não que você saiba quem é, mas não importa. Quando desliguei já estava tarde e você já poderia estar dormindo, resolvi não incomodar. - respondi dando de ombros e voltando a copiar. Ouvi-o respirar fundo.

– Vamos fazer o trabalho lá em casa então. Você já sabe onde é, então não preciso passar o endereço. - ele falou simplesmente. Olhei-o incrédula.

– Espera. Como assim vamos fazer o trabalho na SUA casa? - perguntei enfatizando o sua e me controlando pra não elevar a voz. - Eu não vou. Te ligo hoje a noite pra fazermos o trabalho.

– Quem garante que você vai ligar? - ele me olhou nos olhos. Sustentei seu olhar por um tempo, senti todo o meu corpo se arrepiar, então desviei o olhar com medo de não conseguir mais parar de olha-lo. - Foi o que pensei. Amanhã a tarde, depois da aula. Tá bom pra você? - eu não respondi. Ainda tentava fazer com que meu coração voltasse a bater normalmente. Ele entendeu meu silêncio como um sim. - Ótimo, se você quiser vamos juntos da escola mesmo, e depois te deixo em casa.

– Tanto faz. - murmurei um pouco desnorteada.

Com isso nossa conversa chegou ao fim. Ele voltou a prestar atenção na aula e eu a fingir que entendia o que o professor falava. Não que o assunto fosse difícil, mas eu ainda não conseguia tirar a intensidade daquele olhar da minha mente. Não falei mais com ele durante as outras aulas, só não teria como escapar da educação física.

Ao trocar de sala, da de geometria para a de história, Lindsey me chamou para conversar, suas sombras estavam com ela, como sempre. Vi Chris observando de longe. Ignorei e tentei pensar no porquê ela queria falar comigo. Logo supus que seria sobre a apresentação de arte.

– Só aquela professora idiota mesmo pra me fazer conversar com a ralé. - escutei-a reclamando. Revirei os olhos, se antes já não gostava dela, agora que não a suporto mesmo. - Escuta aqui, você é minha dupla da matéria inútil de arte. Vamos cantar Counting Stars, você se acha capaz de canta-la? - ela perguntou, mas não me deixou responder. - Ótimo. Vá lá pra minha casa hoje as 4:30 da tarde pra separarmos as partes de cada uma. Por mim você só entraria no refrão com essa sua vozinha forçada e fraca, mas a professora mandou separar justamente se não iria zerar minha nota. Imprestável. - ela resmungou novamente. - Antes dessa aula acabar mando alguém lhe informar meu endereço. Não se atrase, não tolero pessoas sem compromisso.

Ela saiu antes mesmo que eu pudesse falar qualquer coisa. Revirei os olhos e entrei na sala. Logo depois Chris entrou e se sentou ao meu lado, mas não disse nem uma única palavra. Faltando 5 minutos pra aula acabar, uma folha de caderno caiu dobrada em cima da minha mesa, quando abri vi que era um endereço, provavelmente o de Lindsey. Suspirei e guardei a folha na minha bolsa. Podia sentir o olhar questionador de Chris ao meu lado. Ignorei-o como fizera antes.

Saí da aula de História acompanhada por Ashley e Phillipe, que estavam me esperando na porta, e deixei Chris pra trás. Resolvi arriscar e perguntar se eles sabiam de alguma coisa sobre essa disputa entre Chris e Will.

– Ei, vocês conheceram alguém chamado Will que estudou aqui ano passado? - perguntei fingindo não dar muita importância ao assunto.

– O ex da Lindsey? - Ash perguntou, dei de ombros. Não fazia ideia de ele tinha namorado com ela! - Acho que todos por aqui o conhecem. Ele vivia competindo com Chris em tudo, só que na maioria das vezes perdia. - ela disse dando de ombros também.

– Como assim?

– Meu irmão sempre foi o mais rápido na natação, o melhor no time de futebol, sempre ficou com as garotas mais bonitas, ou melhor, sempre ficou com todas as garotas e sempre tirou notas boas. - respondeu Lipe por Ashley

– Então por que essa disputa?

– Acho que ninguém sabe direito o porquê. Há quem diga que é porque Will conseguiu algo que Chris não conseguiu, ou que ele fez algo que Chris não gostou. - Ashley continuou, ainda sem dar importância ao assunto. - Cada um tem sua versão da história. Acho que só eles podem dizer o que realmente aconteceu.

Assenti. Entendi essa última fala como uma deixa para esquecer o assunto, mas eu não conseguiria esquecer tão fácil.

Quando chegamos ao vestiário feminino, a professora estava lá. Ela nos avisou que cada uma havia recebido um maiô padrão para as aulas na piscina, e que só poderia participar quem os estivesse usando, nenhum outro era permitido. Avisou também que cada aluno receberia uma touca e óculos próprios para nadar ao chegar a piscina.

Fui a uma cabine e vesti meu maiô, ele ficou muito justo no meu corpo. Não de uma forma vulgar, só que mostrava mais do que qualquer outra roupa que eu já tenha usado por aqui. Ele tinha um decote na frente e atrás, deixando meu busto parcialmente, e minhas costas totalmente, descobertas.

Se antes os meninos falavam alguma coisa sobre meu corpo, agora eles iriam fazer a festa. Pensei antes de sair do banheiro, já devidamente vestida para a aula e enrolada em uma toalha.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Iai, alguma ideia do porquê que Chris e Will não se dão bem? Quero saber a opinião de vocês ^^ Fantasminhas apareçam, eu não mordo, juro! Bom, alguém quer me dar um presente também? Até comentário to aceitando