O impala seguia rápido em direção ao endereço que Ted e Ruby entregaram aos três caçadores. Abela apoiava a cabeça da irmã em seu colo, no banco de trás do carro enquanto que os rapazes estavam na frente. Dean preferia ser devorado por um Wendingo do que procurar ajuda de demônios e aquilo estava visível em sua cara carrancuda.

Aquilo ia de encontro a tudo que aprendeu com seu pai ou com a vida. Ele sabia que Abela e Sam estavam cometendo um erro gravíssimo em deixar aqueles demônios tendo a chance de dar opiniões importantes em suas vidas. Será que eles não conseguiam enxergar que aquilo era errado de todas as formas possíveis?

Dean entendia que Ruby havia feito coisas que realmente valia a pena confiar nela, como o fato de salvar o Sam e ele não só uma vez, mas ainda assim ficava com o pé atrás. Já o Ted, ele não confiava de jeito nenhum, não iria dar crédito a alguém que já havia dormido com sua namorada e pior ainda quando ela nem ao menos piscava, quando o assunto era ele.

– Chegamos. – Dean desligou o carro e olhou para o irmão. – Eu acho que isso é uma tremenda burrice, porque... – antes que ele pudesse continuar, Abela deixou o carro. Não queria ouvir as lorotas de Dean. -... Eu odeio quando ela faz isso.

– O que você esperava, Dean? É a irmã dela. – Sam também abriu a sua porta e saiu. Abaixou-se na janela e encarou o loiro. – E eu estou com ela. Vou fazer de tudo para que Annie fique boa, nem que tenhamos que pedir ajuda ao inferno inteiro.

Os dois seguiram para a entrada da casa onde Ted e Ruby já estavam.

– Então... – perguntou a caçadora.

– Ela está chegando. – respondeu Ruby. – Eu devo orientar vocês e dizer que essa demônio é bastante poderosa e com isso, conhece bem quem são as irmãs McAllen e os irmãos Winchesters. Não garantiremos nada, apenas tentaremos convencê-la.

– Entenda que qualquer demônio que lhe entregar, Abela, será aclamado para sempre. – Ted descruzou os braços e se aproximou da caçadora.

– Então temos que fazer com que esse demônio nos ajude e não nos traia? Mas como? – perguntou Sam.

– Ela me deve algo e eu vou cobrar hoje, mas as coisas têm que acontecer do meu jeito. – continuou Ted. – Abela você vem comigo e os rapazes ficam aqui com a Ruby.

– Porque? – perguntou Ruby para o outro demônio e Ted a encarou.

– Porque eu preciso de uma das filhas de Azazel para fazer uma armadilha.

– Qual a armadilha, Ted?

– Eu preciso do exorcismo que ela sabe.

– Isso não faz mais efeito com os demônios. – respondeu a caçadora.

– Fazer faz, mas alguns descobriram como suportar e permanecer no corpo. Eu e você vamos descobrir isso e vocês ficam aqui para conversar com Nahemah.

– E como isso vai nos ajudar? – perguntou a demônio.

– Confie em mim, Ruby. – Ted piscou para a mulher e segurou na mão de Abela. – Nos vemos em meia hora. – Assim que se calou, os dois desapareceram no ar. Dean se aproximou rapidamente.

– O que aconteceu? – falou ele.

– Abela e Ted foram resolver uma forma de fazer com que o exorcismo volte a funcionar.

– E você deixou? – gritou o loiro. – É brincadeira.

– Calma Dean, o Ted é confiável.

– Ele é um demônio, Sam.

– Por mais que eu prefira ser torturada a dizer isso, Dean tem razão. – falou Ruby e o loiro ergueu a sobrancelha. – Ted está diferente. Principalmente depois que ele desapareceu.

– Você está querendo dizer que...- começou Sam a falar, mas foi interrompido.

– Eu não estou querendo dizer nada. – a loira encarou os dois homens. – Claro que o Ted sempre foi apaixonado pela Abela e isso eu digo com um sorriso no rosto, só para ver sua cara, Dean. Por isso eu acho que ele ainda está do lado de vocês, por causa dela, mas acho que ele não é mais o mesmo.

– Obrigado, Ruby. Além de me deixar mais nervoso, eu acabei de perceber que você não é tão diferente dele. Ainda te odeio.

– Eu também te amo, Dean. – a mulher sorriu, mas logo em seguida ficou séria quando o carro preto parou em frente aquela casa e uma mulher desceu. Usava um vestido tubinho preto e um sapato de salto alto na cor dourado. Os cabelos ruivos chegavam a passar da cintura e tinha um corpo de colocar inveja a qualquer mulher. – Meninos, essa é a Nahemah.

– Sam e Dean Winchester, a que devo a honra? – falou a mulher ao se aproximar dos dois. Três demônios vieram rapidamente para cima dos três que aguardavam na porta. Sam puxou a arma e Dean apenas se preparou para o combate corpo a corpo. Ruby segurou a faca com força e também se preparou. Estava do lado dos meninos.

– Poderia dizer para seus cães que a gente quer conversar, sem problemas?

– Parem. – falou ela e os três vieram para trás da demônia. – Ruby, Ruby... eu sempre achei que você era fraca, mas ao ponto de se aliar aos Winchesters? Estou desapontada.

– Nós precisamos de sua ajuda. – falou a loira colocando a faca nas costas outra vez, fazendo com que os rapazes também deixassem a posição de alerta.

– Minha ajuda?

– Eu preciso do antidoto para a poção da bela adormecida.

– Já experimentaram chupar o lugar? – Ela sorriu ao dar uma olhada para o mais velho dos rapazes. O loiro ergueu uma das sobrancelhas e sorriu.

– Está nela, correndo em seu corpo. – Ruby deu um passo na direção da mulher e um dos demônios rosnou.

– Calminha, garotão. – Dean ironizou o homem que o encarou. O ódio estava nele.

– Um demônio aplicou isso nela.

– Quem foi?

– Não faço a mínima ideia. – respondeu a loira. – Precisamos da sua ajuda. Anita não vai durar muito tempo.

– Anita? Anita McAllen? – perguntou ela e sorriu. – Porque não me disseram logo que era para uma das filha de Azazel?

– O que? Vai nos ajudar só porque é para uma das meninas? – perguntou Sam.

– É exatamente por isso que eu vou ajuda-los. Embora tenham sido vocês a matarem Azazel, ainda devo uma a ele. – ela sorriu. – Acreditem ou não, mas nós somos muito gratos quando um de nós nos ajuda.

– Isso quer dizer que vai nos dar o antidoto? – Dean pareceu surpreso com a ruiva.

– Eu vou fazer para vocês, mas não tenho todos os ingredientes aqui. Preciso que vocês busquem três ingredientes essenciais para o preparo da poção.

– É só falar o que é, que traremos imediatamente. – Sam respirou fundo.

– O primeiro ingrediente é simples. Eu preciso do dedo de um bebe nascido morto.

– Essa é fácil. – falou Ruby.

– Nascido antes de Cristo. – completou a mulher.

– Isso deixa a coisa mais emocionante. – respirou Dean. – E os outros dois?

– Eu digo quando retornarem. – ela sorriu. – Boa sorte!