– O que diabos vocês pensam que estão fazendo? – falou Dean se levantando da cama.

– Calminha cabeça quente, você ainda não está cem por cento, para se levantar assim. – falou Abela se levantando da cama. Sam levantou logo depois.

– Bela tem razão. – falou o moreno. – Dá para você se sentar?

– O que vocês estavam fazendo ali?

– Eu já pedi desculpas. – falou a morena. – Você estava dormindo e acabou que a gente aproveitou a deixa para namorar um pouquinho.

– Namorar um pouquinho? – perguntou o loiro. – por quanto tempo eu dormi?

– Umas quatro horas. – respondeu Sam. – Você está bem?

– É claro que eu não estou bem. Você melhor do que ninguém no mundo sabe que eu não estou.

– Dean, tudo bem. – falou o moreno. – Eu sei que só faltam seis meses, mas eu vou encontrar um jeito de impedir.

– Eu não estou falando da droga do inferno, Sam. – gritou Dean, passou a mão no rosto e olhou o quarto. – Onde está Annie? O que ela diz sobre esse Ménage à trois?

– Quem?

– Annie, sua namorada. – respondeu Dean e Abela encarou Sam.

– Sua namorada? – perguntou a morena e deu um tapa no braço do moreno. – Quem é Annie?

– Eu não conheço nenhuma Annie. – respondeu Sam. – Pare de ser idiota, Dean. Está criando intriga entre mim e a minha esposa agora?

– Esposa? Quem?

– Eu, Dean. – falou Abela seriamente e ergueu a mão com a aliança. – Eu e o Sam nos casamos no mês passado, quando passamos por Vegas, não lembra?

– Onde está a Annie?

– E lá vem essa Annie outra vez. – Abela cruzou os braços e olhou para o moreno que fez cara de quem não estava entendendo absolutamente nada. O loiro pegou o celular e discou o numero da médica, mas dizia que esse telefone não existia. Então, ele puxou da memória o numero de telefone dela, ainda quando se conheceram e discou, no segundo toque uma mulher atendeu.

– Annie?

– Sim, como quem eu falo? – falou a mulher.

– Annie, sou eu, Dean.

– Dean Brown?

– Não, Dean Winchester. O que está acontecendo com vocês três?

– Me desculpe, eu não conheço nenhum Dean Winchester. Deve ter ligado errado, adeus. – falou a loira e desligou o telefone.

– Ela bateu o telefone na minha cara.

– Gordon bateu nele com força? – perguntou Abela.

– Precisava estar lá.

– Isso, o Gordon. – falou o loiro como se tivesse tido uma idéia genial. – Se lembra que estávamos caçando alguns vampiros e ele apareceu, enquanto as meninas foram até Corona para ajeitar as demissões e a venda da casa?

– Que meninas, Dean? – perguntou Sam.

– Abela e a irmã dela.

– Eu não tenho irmã. – falou a mulher.

– Annie é a sua irmã gêmea, só que ela é loira.

– Essa história está começando a ficar chata. – falou a mulher. – Eu estava em Minessota com o Bobby caçando um metamorfo, enquanto vocês lutavam contra o Gordon. Eu não estava em Corona e muito menos com uma irmã que eu nem conheço.

– Oh droga. – gritou Dean. – Quais as chances de ter dois casos em uma mesma cidade?

– Acha que está acontecendo alguma coisa por aqui? – perguntou Sam.

– Isso é obvio. – respondeu Dean e pegou o casaco.

– Para onde vai? – perguntou Abela.

– Trabalhar. – gritou ele e bateu a porta do quarto.

[...]

Dean deixou o quarto e respirou fundo ainda na varanda do motel. Pegou a chave do carro e o celular, discou o numero do velho caçador, Bobby Singer. No segundo toque ele atendeu.

– Bobby, é o Dean.

– Algum problema garoto? – perguntou o homem do outro lado da linha.

– Me responde uma coisa: Onde você estava há dois dias?

– Está querendo entrar na minha semana?

– Só responda, por favor.

– Em Minessota, caçando um metamorfo. Por quê?

– Abela estava com você? – perguntou o loiro e implorou a Deus para que o homem negasse e foi o que ele fez.

– Não, eu não vejo a Isabela já faz um bom tempo. – respondeu ele e Dean respirou aliviado. – Porque está perguntando isso?

– Alguma coisa pegou os outros. Abela e Sam pensam que ainda são namorados e advinha? Estão casados.

– Isso deve ser difícil, filho. – falou Bobby se referindo aos sentimentos de Dean para com Isabela. Ele foi o primeiro a perceber que ele a amava, ainda quando Isa era namorada de Sam.

– O negocio é que eu não sei onde está Annie e acho que ela vai pirar ao ver a Bel. – ele respirou fundo. – Que tipo de criatura mexe com a mente das pessoas assim?

– Existem várias que podem fazer isso, mas eu posso tentar descobrir qual e ver como podemos reverter essa situação.

– Eu agradeceria, Bobby. – respondeu o loiro e olhou para o lado, bem a tempo de ver Annie sair de um dos quartos. – Eu te ligo depois, achei a Annie. - O homem desligou o telefone e correu até a médica. – Annie, diz que você se lembra de mim, por favor.

– Me desculpe senhor. – falou ela e deu alguns passo para trás. – Com licença.

– Annie, eu sou o Dean.

– Você está me perseguindo? – falou ela e puxou um spray de pimenta de dentro da bolsa. – Eu vou gritar e vou chamar a policia. Fica longe.

– Desculpa Annie. – falou o loiro e bateu na mão da mulher, fazendo o spray cair longe.

– Socorro! – gritou ela e então, Dean lhe apertou um ponto no pescoço e ela desmaiou no braços do caçador.

– Eu sei que acabei de ser um belo filho da puta, mas quando você se lembrar, vai me agradecer. É uma promessa. – falou ele segurando a loira desmaiada em seus braços.

[...]

P.O.V. Dean Winchester:

Carreguei Annie para dentro do quarto onde eu havia deixado meu irmão e Abela. Empurrei a porta com o pé e a coloquei deitada na cama onde eu, há algumas horas, dormia.

Eu estava pirando com aquilo. Eu dormi com os três no quarto, como deveria ser e acordei com Abela e Sam aos beijos e com Annie querendo jogar pimenta em meus olhos. Eu, naquele momento, jurei que mataria a “coisa”, com gosto, quando eu pusesse as mãos nela, o que eu esperava ser logo, já que Bobby estava a frente da pesquisa. Se tinha alguém que pudesse me ajudar naquela hora, era ele.

Mas a pior coisa, daquele momento, foi ver a Abela e o Sam juntos como um casal de verdade. Sabe quando você se esforça tanto para superar algo e quando você finalmente pensa que aquilo está morto e enterrado em seu passado, ele volta com tudo e lhe prova que está bem vivo? Foi o que eu senti naquele momento.

Todas as lembranças dos quatro anos que o Sam e a Bel estiveram juntos, caíram sobre mim com se pesassem umas mil toneladas, me esmagou ou melhor, me limitou ao nada. Em minha mente passou o dia em que Sam foi embora para Stanford, que a Bel ficou no sofá, chateada com o papai. Ela só conseguiu dormir quando eu me sentei e apoiei a cabeça dela em minha perna, acariciei os seus cabelos até o sono dela chegar. Dormimos os dois ali, cada um compartilhando a dor do outro. Eu havia perdido um irmão e ela o seu primeiro amor.

Aquilo começou a me corroer e não era um bom sinal. Eu tinha que manter minha mente no caso, se eu quisesse resolvê-lo, mas antes eu tinha que convencer o Sam e a Abela a me ajudarem.

– Aqui está. – falei quando coloquei a outra gêmea na cama. – Essa é a Annie que eu falei.

Abela e Sam se olharam e depois encararam a mulher desmaiada na cama. Seria uma noite longa de explicações e mais explicações.