Ao chegar em casa, eu estava muito contente. O jantar estava quase pronto, e por incrível que pareça, ao invés de Ryan, estava meu pai no sofá lendo jornal. Ele estava tão atento que mal percebeu minha chegada e deu apenas um aceno rápido com um sorriso carinhoso.

Fui direto para a cozinha. Me surpreendi ainda mais ao ver Tommy, mamãe e meu irmão juntos rindo e fazendo a comida.

_ Que milagre é esse! – exclamei ao me aproximar – Vocês dois na cozinha? Só do Ryan ter largado a televisão já é um milagre!

_ Ou talvez nem tanto... – Tommy riu com uma expressão descontraída.

Seus cabelos castanhos estavam mais bagunçados que os de Sean, mas este era o charme dele. Ficava mais legal no meu primo. Talvez por serem igualmente lindos e encantadores. Thomas era um pouco inverso de Sean, talvez por causa dos olhos escuros. Em comum eles tinham a cor da pele clara e o sorriso divertido no rosto. Mas meu primo carregava consigo algo mais provocativo e charmoso, tentando ser sexy e chamar a atenção. Ele conseguia isso facilmente por seu belo porte físico e sua postura sofisticada, e até a sua altura. Parecia aqueles modelos de capa de revista.

_ Qual foi o preço? – perguntei provocativa.

_ Eu não sou assim tá legal? – Ryan disse mexendo a colher de madeira no brigadeiro.

_ Espera aí! – me aproximei desconfiada – Isso aqui não é janta! Brigadeiro? E o que têm no forno? – perguntei encarando minha mãe.

_ Pizza. – ela respondeu com a face calma. Ela estava feliz – Thomas quem fez. – ela apontou para ele.

_ Sou um pizzaiolo de primeira! – ele anunciou alto.

_ Então Ryan está ajudando por isso? – insisti descrente.

_ Claire, por que você tem que me amar demais? – ele me encarou com aquela cara sapeca de irmão mais novo.

_ Ele vai sair com uma garota. – Thomas apontou piscando para ele. Estava sem dúvida segurando um riso.

_ Quê? – perguntei não conseguindo conter um enorme sorriso no meu rosto – Conta isso direito! – pedi me sentando numa cadeira virada para eles.

_ Pois é, seu irmão está tomando jeito! – meu pai gritou da sala entrando na brincadeira.

_ Vamos ver se agora alguém consegue pôr ele no lugar. – minha mãe brincou o expulsando do fogão para que ela terminasse o brigadeiro.

_ Eu não preciso que uma garota me ponha no lugar. – ele retrucou impaciente.

_ Ui, acho que vou contar pra ela algumas coisinha Ryan... – falei maliciosa deixando a desejar.

_ Você não... – ele começou, mas não teve tempo de terminar.

_ Quem sabe se nós trouxéssemos ela aqui pra conhecer a sua mãe? – Tommy disse provocando – Mães sempre tem histórias de bebês legais que nos envergonham. – ele terminou piscando para mim.

_ Na verdade, esse foi o preço. – minha falou fingindo falsamente estar chateada – Sem histórias de bebê ou crianças. Uma pena, eu me lembro bem da primeira vez que Ryan começou a rebolar como uma garotinha ao som de Britney Spears!

_ Mãe! – ele protestou incrédulo.

Eu e Thomas caímos na gargalhada. Até meu pai riu, ele já estava até vindo para a cozinha. Tinha largado o jornal no sofá.

_ Sem dúvidas... – ele começou se recostando em minha mãe e a abraçando por trás – Isso é mais interessante do que qualquer notícia!

_ Ei mãe! – chamei – Você se lembra da experiência dele com garotinhas? – lembrei com expectativa.

_ Ah, mas é claro! Meu garotinho tinha mais medo de garotas do que do bicho papão! E isso com quatro anos... – ela começou.

_ Chega! Chega! – ele pediu balançando os braços.

E aquela foi uma noite muito especial. Com podres da vida do Ryan e muita diversão. Nós rimos a noite inteira, e olha que não parou por aí...