A Lenda da Lua escrita por Paola_B_B


Capítulo 33
XI. Planos e Segredos


Notas iniciais do capítulo

Olá! Bem, agora que o encontro entre nossos personagens principais finalmente aconteceu a fic entra em uma nova fase em que a revolução lunar tomará mais destaque. Estamos quase na metade desta temporada e ainda tenho muitos planos em mente. Então comentem o que estão achando da história, o que está faltando, o que não está claro. É desanimador escrever uma história que já se tornou parte de mim e ter tão pouco retorno. Tenho 51 pessoas acompanhando e apenas três ou quatro comentando por capítulo enquanto em minha fanfiction com um pouco mais de leitores chega a ter 14/15 comentários por capítulo. Muitos leitores em minhas fanfictions me dizem que se minhas histórias fossem publicadas eles comprariam meus livros, mas se o retorno em minha original é tão pequeno será que vale a pena ir atrás de uma editora? Com a falta de comentários eu chego há algumas conclusões: Ou vocês não acham a história tudo aquilo e é apenas mais uma em suas listas de leitura, ou eu devo parar de publicar e manter elas apenas para mim, o que é realmente desanimador. Entendam que não estou pedindo comentários gigantescos ou coisa do tipo, quero apenas um retorno do tipo " O capítulo foi bom" ou " O capítulo foi ruim", "Não estou gostando do rumo da história", "Você poderia melhorar em tal parte".... O escritor depende do retorno de seus leitores é o que dá forças para separar um pouco do seu tempo entre trabalho, faculdade e outras atividades para escrever. Bem, foi apenas um desabafo, agora vou deixar vocês lerem o capítulo.



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Planos e Segredos

Os olhos verdes de Bryce brilhavam fascinados enquanto contava os últimos acontecimentos na Lua para seu comandante. Não sabia como ele tinha ultrapassado a barreira no Portal, mas o fato de seu mestre estar de volta o deixava ainda mais confiante nos próximos passos a tomar para retirar o tirano do poder.

– Espere um minuto! Você disse que a princesa usou um arco e flecha de fogo azul?! – interrompeu Shu devolvendo a xícara de chá ao pires sobre a mesa.

– Não comandante, ela transformou seu poder de fogo em um arco e flecha. Logo após seus olhos ficarem azuis.

A mente de Shu trabalhava rapidamente e não demorou a perceber o que estava acontecendo. Afinal parte da profecia do vidente aconteceu.

– O que há de errado senhor? – indagou Bryce angustiado, sua devoção ao ancião chegava a obcessão.

– Errado? Muitas coisas Bryce, mas podemos virar todas elas a nosso favor.

– Então essa é a hora senhor, vamos logo atacar o castelo! Tenho certeza que até o povo do leste vai aceitar derrubar o rei após essa ordem de restrição ao Portal.

– Tenha paciência rapaz, essa ainda não é a hora. Talvez nem precisemos nos meter nisso.

– O que?

– A profecia está para se cumprir Bryce, mas temos que dar uma forcinha.

– Profecia? Refere-se à profecia de que seremos levados de volta para o planeta.

Shu quase sorriu. Era por isso que gostava daquele garoto, ele acompanhava seu raciocínio.

– Exatamente meu caro. Não se pergunta como eu consegui passar pela Guarda Real?

– Estava apenas esperando o momento propício para perguntar-lhe.

– Pois bem, meu caminho cruzou-se com a reencarnação do jovem guerreiro, o filho dos justos.

Os olhos verdes de Bryce arregalaram-se como dois pratos.

– Isso é possível?

– Ao que parece, sim, meu caro. – sorriu Shu. – E pelo que me contou sobre a festa da princesa, ela é a reencarnação de Caos.

Por um momento o jovem revolucionário perdeu o ar, então um sorriso cresceu em seus lábios.

– Isso é perfeito! Vamos espalhar a notícia! Com toda a certeza conseguiremos derrubar o poder!

– Tenha calma Bryce. – o ancião levou novamente a xícara de chá aos lábios dando um pequeno gole na bebida. – Deixe-me terminar minha história.

– Claro.

– O justiceiro não estava muito feliz com as atitudes do rei então ele veio para a Lua furioso. Observei-o derrubar todos os guerreiros da Guarda Real sem grandes problemas, aproveitei a confusão e consegui passar pelo Portal. Antes de vir para cá ainda pude vê-lo voar em direção ao castelo.

– Mas se ele derrubar o rei e a princesa for mesmo Caos ainda teremos um rei elementar. Nada mudará.

– Aí é que se engana. A Guarda está fraca, o povo está revoltado pelo fechamento do Portal... Como foi o ataque ao Posto de Mensagens?

– Saiu como o planejado.

– Então temos ordens de serviço atrasadas nos vilarejos e mensagens importantes extraviadas. O momento é perfeito para um ataque. O governo está enfraquecido. Esta é a hora.

– Mas se o justiceiro é tão poderoso para conseguir derrubar a Guarda Real sozinho ele não será capaz de nos impedir?

– Bem, é por isso que digo para termos paciência. Temos que atacar logo, mas com planejamento.

A conversa foi interrompida por um de seus soldados que trazia notícias sobre o ataque ao castelo.

– O rei já saiu de dentro? – perguntou Shu.

– Ainda não senhor.

– Volte para a praça e avise sobre qualquer novidade.

– Sim senhor.

Shu torceu os lábios com ansiedade. Seu coração estava carregado de ódio e sua boca estava seca querendo vingança. Louis deveria ter permanecido morto! Michaella deveria estar chorando até hoje a morte trágica do filho! Sadoc tinha direito a Vendeta!

Acalmou seu coração quando pensou na falecida Aline. Fora tão fácil manipular aquela criança. A irmã mais velha não deveria ser tão difícil.

–A informação sobre Caos veio no tempo perfeito. Teremos que trazê-la para o nosso lado.

– E como faremos isso?

– Lembrando-a de quem ela realmente é.

***

Mathias caminhava em direção ao Posto de Comando com as mãos cruzadas atrás de das costas e o rosto contorcido em desaprovação. Não concordava com a atitude de seu rei em perdoar tão facilmente aquele garoto insolente. Compreendia que Louis não tinha nenhuma relação com os revoltosos, como tinha imaginado anteriormente, porém o jovem havia desrespeitado Argos em frente a Guarda Real. Desafios e insultos! Aquilo era inadmissível mesmo para o companheiro da princesa.

Sua descendência sábia grunhiu em seus pensamentos que rei Argos estava certo em perdoar o genro que fora movido apenas pelo extinto de proteção a sua companheira. Se fosse ele no lugar de Louis também teria retirado tudo e todos de seu caminho, não importando o como faria. Então porque sentia o gosto amargo em sua boca cada vez que se lembrava das palavras de Louis e Maximiliano “Não será sábio da sua parte me enfrentar!”, “Que me lembre tio Davi não é dos melhores guerreiros.” , “Não é sábio deferir uma sentença antes de conhecer todos os lados da história. Acredite meu amigo, um dia se ajoelhará diante dos justos.” ?

O rosnado foi involuntário e acabou assustando Aurora, Max e Daniel que tentavam alcançar o Chefe da Guarda Real. Mathias estava tão distraído que sequer notou a aproximação dos três.

– Calma, somos apenas nós. – alertou Aurora com uma pequena ruga em sua testa.

Conhecia bem a expressão do velho amigo. Conheceu Mathias quando ele era ainda um adolescente. Fora visitar seu tio Davi em busca de conselhos para alguns problemas envolvendo Malaki, pai de Max, que após alguns milênios começou a recuperar a memória de quando fora torturado. Seu sogro estava agindo de maneira violenta levando Maximiliano decidir ficar com seus pais enquanto ela buscava ajuda. E Mathias vivia junto com seus pais perto da casa de seus avós.

Na época o Chefe da Guarda Real era apenas um garoto frustrado por ter perdido um duelo com um de seus primos mais velhos. Aurora foi quem o treinou enquanto aguardava as soluções provindas de Davi. E agora Mathias tinha a exata mesma expressão em seu rosto, agora, mais velho.

– Preciso contar uma coisa que talvez mude essa sua expressão de quem teve o ego gravemente ferido. – Aurora não pode evitar o tom provocativo.

Mathias rosnou irritado, mas a curandeira apenas sorriu.

– Ego? – Maximiliano piscou seus olhos rapidamente como se tentasse compreender o que estava acontecendo. – Não está chateado pelo o que disse não é? Sobre você se ajoelhar aos justos? Só disse aquilo, pois sabia que Louis era companheiro de nossa princesa.

– Como pode saber que eles eram companheiros se sequer se conheciam? A princesa nunca perambulou pela cidade e só foi ao planeta uma vez quando ainda era uma menina. Entendo que o garoto deva ter sentido que sua companheira estava em perigo, mas não há como eles terem se conhecido antes. – retrucou Mathias ainda irritado, mas desta vez com os dois anciões por manterem segredos demais.

– Na verdade há. – retrucou Aurora desta vez com o tom sério. – E é por isso que viemos atrás de você junto com Daniel. Vocês foram os únicos jovens que estiveram junto ao rei enquanto ele discutia com Louis e nesta discussão algumas palavras ditas podem tê-los deixado com curiosidade. Então antes que conversem com qualquer um sobre isso vamos esclarecê-las e pedir que mantenham segredo.

As mentes de Daniel e de Mathias trabalharam rápido em busca de suas memórias. Mas foi o sábio quem proferiu o que pensava.

– Louis falou como se tivesse vivido a última batalha no planeta. Ele não fala como alguém que estudou a história, mas como alguém que a viveu, mas sua óbvia juventude contradiz tudo isso.

– Agora está deixando que a descendência dos sábios fale mais alta que seu orgulho. – sorriu Aurora.

Antes que ele pudesse retrucar desgostoso Daniel repetiu as palavras em sua memória.

– Caos não foi a única a renascer.

– Esse era o ponto que temíamos que discutisse com outras pessoas. – afirma Max.

– A profecia! – Daniel arregalou seus olhos enquanto as palavras saíam de sua boca, não reparou na pequena surpresa nos rostos de Aurora e Mathias pela demonstração de rápido raciocínio.

– Exatamente. – continuou Maximiliano. – Nossa princesa é a reencarnação de Caos e Louis do jovem guerreiro das lendas.

Ninguém nunca contestou as profecias de Thalles, todavia elas não deixavam de assombrar quando se realizavam.

– Esse é o evento! – acusou Mathias.

– Não se sinta excluído primo. Nós realmente não sabemos se a profecia vai se concretizar em breve, se demorará ou se realmente um dia acontecerá. O evento ao qual sentimos o prelúdio foi esse encontro entre essas duas almas que transcenderam até mesmo a morte. E nós ficamos aqui para garantir que esse encontro acontecesse da melhor maneira possível.

Aurora não pode evitar a careta ao final de seu discurso, afinal as coisas haviam saído completamente do controle.

– Os dois lembram-se do passado. Louis já tinha suas memórias há algum tempo enquanto a princesa a recuperou completamente nesta manhã. É por isso que ele fala como se tivesse vivido a história, porque ele realmente a viveu. E Anna teve tantos pesadelos por toda a sua infância, pois ela lembrava-se pouco a pouco de um passado de sofrimento.

Daniel sentiu um frio em sua barriga. Lembrava-se perfeitamente dos gritos de sua princesa e o quanto se preocupou com sua saúde. Não podia imaginar as coisas terríveis pelas quais ela passou. Seus sentimentos estavam confusos. Ao mesmo tempo em que sentia medo daquelas revelações, que pareciam grandiosas demais para ele suportar, sentia-se importante por elas lhe serem confiadas.

– Mas se a profecia pode se concretizar, porque manter tudo em segredo? Acho que o povo ficaria feliz em saber que eles voltaram.

– Talvez parte do povo Daniel. Estamos em constante conflito. Tudo o que os rebeldes querem é voltar para o planeta. Não creio que a princesa saiba como completar a profecia. – pontuou Aurora.

– Até porque não creio que ela seja realmente capaz disso.

– Ela já não o fez antes senhor Maximiliano?

– Não do jeito que imaginam Daniel. Eu não tenho certeza se todos perceberam o que eu percebi naquele dia. Tanto quando Louis estava fazendo a cerimônia quanto quando Anna a completou. Naquele momento os dois não pareciam eles, os dois foram como instrumentos. Não creio que o poder tenha vindo deles, mas sim passado por eles.

– Então se o povo souber farão pressão para que a princesa nos mande de volta ao planeta... Quando na verdade ela é apenas um instrumento. – Mathias coçava o queixo pensativo, sua vaidade posta de lado enquanto analisava a situação.

– Exatamente. – a curandeira suspirou. – Não há problema se contarem as suas companheiras, mas peço que tomem cuidado aonde contarão para que ninguém mais escute. Não podemos arriscar que os rebeldes saibam sobre isso.

– Existem histórias terríveis sobre o Caos, não acredito na veracidade delas, mas muitas pessoas acreditam. Este é mais um problema caso a verdade venha a tona. Os grupos rebeldes podem aumentar. – ponderou Daniel.

Os quatro concordaram após tantas considerações e seguiram seus caminhos. Aurora seguiu para o Posto de Saúde enquanto os três homens seguiram para o Posto de Comando.

Mathias foi direto falar com o Chefe dos Defensores, Samuel. Com a defasagem de Guerreiros precisaria de ajuda para pelo menos as rondas.

***

Tinham tanto a contar um ao outro, mas nada disseram nas últimas horas. Após devorarem os quitutes da bandeja preparada com tanto afinco por Asuka, Louis e Anna deitaram-se na cama, um de frente para o outro, e ficaram apenas se observando no mais profundo dos silêncios.

A princesa o olhava com fascínio decorando cada traço jovem de seu rosto. Louis ainda era muito parecido com Augusto, porém havia mais em seu rosto, características físicas vindas de pessoas que ela não conhecia que o tornavam ainda mais belo aos seus olhos. Levou seus dedos até a bochecha de seu companheiro e o deslizou delicadamente.

– Você está diferente. – sussurrou sorrindo. – Gosto das maças do seu rosto deste jeito, elas deixam seus olhos sempre sorrindo. Seu rosto era mais austero no passado.

– Os traços de meus pais suavizaram a expressão severa que tinha puxado de vovô Augusto.

– Ele é seu avô agora? – Anna arregalou seus olhos com curiosidade.

– Sim, logo que chegaram a Lua ele e vovó Michaella descobriram que esperavam outro filho. Era uma menina, minha mãe Marcela.

– Eles o reconheceram?

Louis assentiu puxando Anna pela cintura para que ficassem mais próximos.

– Mas não me falaram nada. Amaram-me como amariam um neto. É estranho como isso soa, mas meu coração não se sente confuso.

– Sei sobre o que está falando. Lembro-me dos meus pais do passado, do amor que sentia, ainda sinto, por eles. E agora o amor que sinto pelos meus pais. Não há como medir. Não há como dizer quem amo mais ou a diferença do amor.

– Não há porque colocá-los em um pódio. Você os ama e ponto, classificá-los é besteira.

– Sim, tem razão.

Anna aconchegou-se nos braços de seu companheiro e desceu os carinhos que fazia em seu rosto para o seu peito despido. Lá encontrou a marca de nascença de Louis. Um pequeno risco escuro bem no meio de seu peito. Estremeceu com a lembrança daquele momento e dos gritos de Michaella ao perder o filho.

O jovem guerreiro observou a mudança de emoção nos olhos de sua companheira e imediatamente a beijou a apertando contra seu corpo.

O que começou lento tornou-se rápido e desesperado. Mãos puxavam, apertavam e acariciavam. Suas bocas brincavam uma com a outra como velhas conhecidas. Não demorou para Louis ter sua amada embaixo de seu corpo o recebendo sem ressalvas. Queriam consumar o amor, consumar a saudade, consumar a alegria por estarem juntos, finalmente. Porém a tarde já estava para acabar e alguém batia a porta do quarto chamando o justiceiro para cumprir a promessa que fizera aos soberanos do planeta.

Não se preocupou em largá-la rapidamente. Ainda com a mão na nuca de Anita trouxe-a para mais perto e beijou-lhe com lentidão a fim de acalmar os ânimos entre os dois. A princesa lamuriou quando o efeito foi justamente o contrário.

Mais uma vez as batidas na porta soaram.

Os dois suspiraram desanimados e levantaram-se da cama. Anna ajeitou como pode suas roupas amassadas.

– Trocarei de roupa e irei com vocês.

– Tudo bem, nos encontramos na saída do castelo. – concordou Louis colocando sua camisa.

Anna tratou de fechar os botões enquanto lhe sorria. Mais uma vez bateram a porta. Fazendo os jovens revirarem seus olhos.

Louis abriu a porta e bufou ao ver o velho amigo com um grande sorriso prestes a bater na porta novamente.

– Você não tem mais nada para fazer não?

– Várias coisas, mas achei que fosse melhor eu a chamá-los a rei Argos.

– Papai não bateria na porta.

– É ai que mora o perigo. – Max ergueu as sobrancelhas divertido.

Anna riu discretamente enquanto Louis dava um leve soco no ombro do amigo.

– Vamos logo, tenho desculpas a pedir.

– Espero que tenha preparado um belo discurso, os guerreiros estão com mais ferimentos no ego do que no corpo.

– Bem... Eles terão que lidar com isso.

Maximiliano gargalhou já imaginando os resmungos dos guerreiros. Eles teriam que se acostumar, afinal Louis acaba de se tornar o futuro rei da Lua.


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Notas finais do capítulo

No próximo capítulo vocês conhecerão um pouco mais sobre as atividades na Lua e teremos um pouco de ação ;)



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