A Lenda da Lua escrita por Paola_B_B


Capítulo 28
VI. Sangue e Fogo


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Como foram de final de ano? Trago hoje o capítulo novo cheio de revelações e referencias a personagens que serão de grande importância no futuro da saga, então espero que gostem ;)



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Sangue e Fogo

Observava seu próprio reflexo através do grande espelho oval que ocupava quase toda a extensão da parede de seu aposento. Os dentes brancos brilharam confiantes enquanto fixava sua visão em seus próprios olhos vermelhos. Automaticamente levou a língua às suas presas alongadas e se deleitou do pequeno prazer.

Seus planos estavam em andamento, lentamente, é verdade, mas a cada dia chegava mais perto de seu objetivo. Sua ansiedade era grande, todavia controlava-se. A paciência vinha sendo sua maior virtude e não era a toda sua longevidade.

Pensou em seu irmão gêmeo. Sadoc fora ingênuo e ansioso e acabou morto pela maldita elementar do equilíbrio. O alertara tantas vezes para que fosse mais cauteloso, que recuasse, que tivesse mais calma em seus ataques, mas ele não lhe deu ouvidos o chamando de covarde e tirando-o do comando de uma das tropas.

Concordava que não era o melhor dos guerreiros, estava bem longe de o ser, mas não era um covarde. Definitivamente não. Apenas lutava da melhor maneira que sabia usando sua inteligência e astúcia. Para que sujar suas mãos com assassinatos quando podia manipular idiotas para que eles o fizessem?

Fora assim ao se vingar da assassina de seu irmão. Teve grande paciência, rastejou-se na obscuridade do planeta envenenando mentes e plantando a inveja, a raiva e a ira. E quando o momento certo apareceu manipulou a criança a matar o amado filho da elementar.

Eles sequer viram o que os atingiu. Sorriu para si mesmo. O orgulho praticamente exalava de seus poros. E agora tão próximo de seu objetivo mal podia se conter.

Antes que seus pensamentos se perdessem uma sombra lhe chamou a atenção. Algo estava em seu quarto. Hesitante franziu o cenho e buscou o movimento estranho pelo reflexo do espelho. Engoliu em seco quando conseguiu distinguir a sombra do homem.

Sabia que não era nenhum humano, nenhum dos animais falantes tinha coragem de invadir sua moradia. Também não podia ser nenhum de seus seguidores, afinal eles o respeitavam demais para aparecer na espreita. Talvez um traidor...

Foi então que a sombra aproximou-se e tomou forma. Shu prendeu a respiração sem acreditar no que via. Todavia a surpresa logo deu lugar para a raiva e o rosnado saiu entre seus dentes.

– Como ousa invadir meus aposentos? – rugiu diretamente para o espelho.

As dúvidas multiplicavam-se em sua cabeça, mas não ousou que o sentimento transparecesse em seu semblante. Tinha certeza que ele fora morto no passado, havia deleitado aquele momento pessoalmente. Então como ele voltara? Ou melhor, porque ele voltara? Apenas por ser um maldito elementar?

Louis apenas ergueu uma de suas sobrancelhas ao constatar que o narcisista estava realmente se admirando no espelho. Torceu os lábios tentando pensar na melhor solução para aquela situação. Talvez uma rápida decapitação fosse a solução perfeita.

– Como ousa subjugar a humanidade? – rebateu o elementar sem muita paciência.

Já lidara com tantos arrogantes como ele que não tinha mais paciência com papo furado. Puxou sua espada lentamente prestando atenção a reação do tal faraó.

Shu arregalou seus olhos não conseguindo esconder o medo de um confronto. Ele tinha plena consciência de sua deficiência na arte da luta. Se tivesse coragem suficiente para enfrentá-lo seria facilmente massacrado. Então com cautela virou-se com um sorriso fácil nos lábios e os braços erguidos em rendição.

– Não é necessário violência.

Louis ergueu uma de suas sobrancelhas.

– Deveria avisar seus comandados sobre isso.

– Ora, não me olhe como se eu estivesse cometendo um crime. Esta civilização já escravizava seus iguais antes mesmo de eu aparecer.

O homem tratou de usar o que tinha de melhor, sua lábia. Podia notar a jovialidade em Louis, talvez ele não soubesse quem ele foi no passado.

– Eu descendo dos justos Shu, não tente me engabelar. Não estou com paciência para conversas, apenas me dê um bom motivo para recolher minha espada ou molhá-la, de uma vez por todas, com o seu sangue.

Shu engoliu em seco e deu um sorriso sem graça. Começava a sentir o suor molhar suas costas. Conhecia muito bem os elementares para saber que não deixariam nenhum olho vermelho escapar da morte. Apesar de que aquele era Louis o guerreiro que se apaixonou por Caos. Talvez ele tivesse uma chance. Teria que criar uma prioridade maior para o jovem e porque não dizer a verdade.

– Longe de mim querer enganá-lo jovem justiceiro. – sorriu condescendente. – Eu apenas acho que você preocupa-se demais com essa raça de pouco valor quando deveria se preocupar com seus próprios semelhantes.

O justiceiro apenas o fitou sem que sua expressão tomasse qualquer distinção. Shu limpou a garganta tentando espantar o nervosismo.

– O atual rei anda fazendo o povo na Lua sofrer. Soube que as vilas estão com pouca comida devido aos altos impostos da realeza. Os moradores da cidade têm toque de recolher. A guarda real está em peso nas ruas para que a lei seja cumprida. Não demorará muito para que ele bloqueie novamente o portal.

Louis conseguia enxergar o veneno nos olhos vermelhos, porém o chamado urgente de Isaac fazia o jovem guerreiro desconfiar que Shu estivesse dizendo a verdade. E mesmo que não gostasse de admitir ele tinha razão, sua preocupação maior deveria ser destina aos seus semelhantes.

– Sua preocupação com o povo do qual se alimenta é quase comovente Shu. – ironizou dando um passo perigoso em direção aos olhos vermelhos. – Não se preocupe, irei para a Lua investigar suas acusações. – o sorriso dançou nos lábios de Shu com mais uma manipulação bem sucedida. - Mas antes minha missão é com você.

Imediatamente o sorriso desmanchou e Shu correu desviando da lâmina da espada de Louis.

O justiceiro estava incrédulo com a covardia do olhos vermelhos. Geralmente eles tinham uma tendência ao suicídio tentando revidar os ataques.

Shu correu para a porta e virou no corredor mais próximo. Louis ia em seu encalço. Após muitos rosnados e voltas naquele grande labirinto o jovem justiceiro perdeu-se nas armadilhas da pirâmide. Seu olfato irritou-se com a poeira e sua visão ficou prejudicada pelo mesmo motivo.

Irritado por tê-lo perdido Louis abriu um grande buraco na lateral da pirâmide e conseguiu sair para a fria noite. À suas costas a grande estrutura se desmanchava. Já Shu abria suas asas e voava sobre o longo deserto sem olhar para trás. Em seus lábios um grande sorriso se abria.

***

O Sol ainda não havia nascido quando Isaac, seu sobrinho e Aurora chegaram ao posto de comando localizado a sudeste do castelo. Ali estava apenas uma equipe composta por seis guerreiros da guarda real e três defensores da vida, os nove ansiosos para o dia amanhecer, quando outros guerreiros e defensores tomariam seus lugares, e pudessem voltar para suas casas ter o devido descanso.

Mathias era quem determinava a quantidade de guerreiros e defensores necessários trabalhando de dia e de noite, rei Argos possuía plena confiança no primo para mandar e desmandar na guarda real. O sábio não apressava suas decisões e equilibrava as necessidades tanto da do descanso quanto a da proteção e atenção. Na madrugada em questão achou melhor reforçar as equipes em cada torre de proteção à volta da cidade e manter apenas uma equipe no Posto de Comando. Em relação aos defensores não teve maiores preocupações mantendo na madrugada o mesmo número de sempre, já que a estação climática em que estavam não costumava trazer grandes tormentas.

Os conhecidos como Defensores da Vida apesar de pertencerem à guarda real não eram guerreiros. Eram pessoas de bem que trabalhavam exclusivamente ajudando o povo a superar perdas devido a ações climáticas e ações de guerra. Então os defensores agem quando os ventos muito fortes derrubam árvores antigas sobre casas, quando o Rio Claro enfrenta uma grande cheia e assola as casas mais próximas e até mesmo amenizam o pânico quando pequenos terremotos são sentidos abaixo de seus pés. São também responsáveis por restaurar a ordem após alguma batalha devastadora.

Aurora olhava fascinada a estrutura do Posto de Comando, lembrava-se com perfeição que ajudará aos primeiros reis a instaurar aquele local, todavia não quis continuar com o antigo cargo. Preferiu apoiar seu companheiro na recente perda e levar uma vida calma e sem maiores responsabilidades.

– Foi rebaixado novamente meu velho? – perguntou Yuri, um jovem guerreiro de humor sagaz e caráter duvidoso.

Isaac ignorou o tom provocativo e lhe respondeu em tom ameno.

– Não meu caro, apenas tirei o dia de folga para acompanhar meu sobrinho e sua companheira em um tour pela cidade. Eles passaram algum tempo no planeta e perderam os últimos progressos.

Max olhava o jovem mal educado de maneira perigosa e manteve-se em silêncio apenas observando aquela situação. Já Aurora olhava distraidamente as diferentes espadas penduradas na parede, logo na entrada do Posto. Seus dedos passaram lentamente pelas lâminas dos punhais admirando o belo trabalho feito na fundição do ferro.

– Tenha cuidado querida ou pode se cortar. – avisou Yuri com malícia.

Isaac segurou o pulso de seu sobrinho ao vê-lo com os olhos enraivecidos pelo ciúme. Porém Max nada precisou fazer, em um piscar de olhos Aurora com um dos punhais em mãos estava em frente ao insolente e lhe passava uma rasteira. Rapidamente com seu poder elementar envolveu os pulsos de Yuri em uma algema de ar e com sua mão esquerda capturou a língua do guerreiro a trazendo para fora da boca.

– Quando eu era Chefe da Guarda Elementar faladores perdiam a língua. – Aurora tinha o olhar divertido perante o assombro de sua platéia e do próprio falador. – Mas creio que pelo desrespeito deveria perder outra parte do corpo. – olhou diretamente para o meio das pernas de Yuri que se afastou bruscamente quando a elementar libertou-o.

– Me perdoe, não sabia quem era a senhora. – gaguejou o guerreiro que mesmo ainda ajoelhado tinha quase a altura da curandeira.

– O desrespeito não compete ao meu antigo cargo ou ao meu sangue, compete a mim que não lhe dei liberdades para me destinar palavras carinhosas ou apelidos desrespeitosos, a meu amigo Isaac pela sua grande experiência e ao meu companheiro que é o único a ter permissão a me chamar de querida. Espero que eu tenha sido clara.

– Como o rio, senhora. Como o rio. – respondeu Yuri envergonhado. – Posso me levantar?

Aurora quase riu com a pergunta, mas permitiu o pobre homem. Lembrava-se como seus meninos eram levados e precisavam de um puxão de orelha de vez em quando. Ao que parece Mathias não estava os repreendendo com a devida severidade.

– O que está acontecendo aqui? – o Chefe da Guarda Real chegava ao primeiro raio de Sol junto aos guerreiros que assumiriam o posto durante boa parte do dia.

Mathias estranhou o silêncio atípico no local. Geralmente quando chegava ao trabalho tinha que mandar que todos calassem suas bocas já que a algazarra era ouvida a vários metros de distância.

– Ora meu amigo sábio, ao que parece sua aura cautelosa e pacífica está permitindo meninos mal criados. Creio que necessite de um pulso firme de vez em quando.

A curandeira expressava pura diversão. O chefe da guarda sorriu ao ver a velha amiga.

– Que eu me lembre das histórias contadas pelos meus avos sua mãe era a pessoa mais doce e pacífica em todo o mundo.

– Aurora também é doce e pacífica. – Maximiliano passou seus braços ao redor de sua companheira beijando-lhe a têmpora. – Ao seu modo. – completou com diversão e logo pulou se distanciando da elementar para fugir da cotovelada.

A pequena interação entre o casal fez Mathias gargalhar enquanto guerreiros e defensores assumiam seus postos e iniciavam suas tarefas.

– Mas o que fazem por aqui?

– Soubemos dos problemas que o reino vem enfrentando. Talvez nossa ajuda seja necessária.

– E não acharam que a ajuda de vocês seria necessária em todos os milênios passados em que o reino esteve em constante guerra? – Mathias contrariado torceu seus lábios. Pelos céus! Ele descendia dos sábios, como eles ousavam o tratar como um tolo?

– É diferente agora. – pontuou Max incomodado com o tom acusatório do elementar.

A curandeira não se deixou abater e fixou seus olhos nos do acusador.

– Você não sente?

– Não sinto o que?

– O prelúdio de um grande evento.

– Do que está falando?

– Do sentimento angustiante que se apodera de seu peito quando está prestes a cair em sono profundo, o mesmo sentimento que o sufoca quando analisa, em sua grande sabedoria, os próximos passos a serem tomados pela Guarda Real. A aflição que o atormenta sempre que se aproxima do castelo.

A cor foi fugindo do rosto de Mathias à medida que Aurora falava. Um arrepio subiu pelas espinhas de Isaac e Max.

– Você sente, não sente? – ele apenas assentiu temeroso. – É por isso que estamos aqui. Ajudaremos no grande evento. Não interferiremos nas guerras a não ser que seja estritamente necessário.

– O que será este grande evento?

– Ainda não tenho certeza. – deu de ombros.

O elementar não pode continuar suas perguntas já que a princesa chegava juntamente de seu segurança interino Daniel. Mathias cumprimentou a princesa e tomou o rumo de suas atividades diárias, mesmo que seus pensamentos estivessem focados no mistério que a curandeira trouxera.

Daniel observava com curiosidade a interação entre os anciões. Então voltou seu olhar para a princesa que parecia tímida com os sorrisos a ela direcionados. O segurança que quando fora convocado para aquele trabalho não gostara nem um pouco tinha hoje sentimentos completamente diferentes, principalmente em relação à Anna. Que criatura mais doce e tristonha era a menina.

O homem nascera em uma pequena comunidade aos arredores da Vila do Norte. Fora educado de maneira primordial com os princípios dos elementares puros. Seus pais e avós eram pessoas muito sérias, recatadas e com um grande medo escuso em seus olhos. Lembrava-se de como era uma criança um tanto quanto fechada e amedrontada. Os mais velhos não o educavam empregando o respeito, mas sim o medo. Desta forma ele não cuidava da fauna e da flora pela consciência de que os necessitava para sobreviver, cuidava por medo de que a Lua se revoltasse com seus moradores assim como o planeta se revoltou no passado longínquo.

Mas o medo foi substituído pela fascinação quando o elementar Nicholas visitou o vilarejo. O bom humor do ancião e a sensibilidade ao notar o quanto aquelas famílias abdicavam de suas próprias vidas por medo mudou completamente a vida de Daniel. Nick cumprimentou os fundadores do local pelo primoroso respeito mútuo entre os moradores e pela deferência a natureza. Todavia os achou tristes de mais e resolveu lhes trazer alegria.

Juntando as crianças ensinou-lhes brincadeiras. Aos adultos os duelos camaradas. E desta forma observando tal interação Daniel resolveu que queria ser um guerreiro como o elementar. O Senhor Que Tudo Sentia construiu um carinho especial pela criança, notou a descendência em seu sangue e por um momento desejou que aquela descendência fosse de seu sangue e aquele garotinho fosse seu filho. Entristeceu-se, pois ainda era o único elementar a caminhar sozinho pela Lua e para não acabar transportando seus sentimentos para toda aquela vila que começava a ganhar a real vida decidiu partir sem saber da semente de esperança que plantara no coração da criança.

Daniel chegou à cidade com a grande vontade de se tornar um Guerreiro da Guarda Real. Já possuía a honra incutida em suas entranhas devido à educação que recebera e não foi difícil alcançar seu objetivo. Dentro da guarda seu alvo tornou-se outro, queria crescer profissionalmente e quem sabe um dia se tornaria o chefe da guarda. Seus planos mudaram com a convocação para a segurança da princesa. Não queria ser uma babá, mas não tinha outra escolha. Todavia conforme a convivência aumentava seu orgulho machista ia caindo e acabou criando um grande carinho por Anna. Agora a proteção que destinava a ela não se devia apenas pelo seu cargo, mas pela honesta vontade de vê-la segura.

– Anna, querida, já treinou com espadas antes? – perguntou Aurora com a doçura de sua mãe.

A princesa sorriu animada contrastando com o sentimento de seus protetores.

– Não acho uma boa idéia... – murmurou Daniel preocupado.

– Não se preocupe Dan, Aurora não me machucará. E papai não vai brigar com você novamente.

O segurança fez uma careta com a menção da bronca que recebeu no dia em que o Senhor do Destino esteve no castelo. Anna havia lhe pedido que trouxesse um copo d’água já que seu pesadelo ainda lhe importunava a mente. Preocupado com a perturbação tão clara no rosto da protegida foi até a cozinha. Só não esperava se encantar completamente pela camponesa que trabalhava nos pomares do castelo e naquele momento trazia para a cozinheira algumas maçãs. Acabou demorando mais do que o necessário e ganhando em recompensa uma belíssima reprimida. Rei Argos estava uma fera naquele dia.

– Ainda não gosto da idéia princesa.

– Não há maiores problemas, hoje não haverá treinamento da guarda, então temos todos os campos para brincar.

Os olhos brilhantes e repletos de inocência quebraram Daniel que se resignou e se juntou ao grupo de anciões em direção aos Campos de Treinamento.

***

Os três lunares entraram no prédio naturalmente. Seria um ato corajoso e ousado atacar tão simbólico lugar em plena luz do dia. Fingiram vir de um vilarejo ao leste e caminharam tranquilamente até uma das mesas de atendimento. O líder do grupo sorriu para a jovem de longos cabelos loiros platinados e olhos azuis chamada Nilce.

– Em que posso ajudá-los? – inquiriu de maneira doce indicando as cadeiras a sua frente.

Ela estava acostumada com forasteiros, principalmente os forasteiros mal-humorados que lhe destinavam grosserias devido à insatisfação com algo em sua vila. Trabalhava a quase 50 anos no Posto de Mensagens de modo que já estava habituada com aquele tipo de comportamento.

O Posto de Mensagens consistia em um grande prédio de dois andares construído inteiramente com grossos troncos de árvores. Por dentro era dividido em cinco ambientes, cada um destinado a cada grande vila sendo um deles destinado a cidade. Dentro de cada ambiente ainda existia duas subdivisões, uma para mensagens pessoais e outra para requerimentos e reclamações ao rei.

O local servia como ligação entre o povo da Lua e seus governantes. As mensagens que chegavam de outras vilas eram diretamente entregues aos seus destinatários pelos mensageiros ou velocistas assim como ocorria com o envio de mensagens. Já os requerimentos e reclamações eram lidos pelos trabalhadores e separados por igualdades, ou seja, se em determinada vila vários moradores mandaram reclamações a respeito do mau uso dos rios elas eram postas todas juntas para que quando fossem enviadas ao rei ele não precisasse ler a mesma mensagens repetidamente. O rei e a rainha ponderavam os pedidos e as reclamações, em casos graves mandavam uma equipe da Guarda para investigar e quando a denuncia era gravíssima um dos dois governantes ia pessoalmente ao local para tomar as medidas cabíveis imediatamente.

Para os rebeldes o local era o maior símbolo da hipocrisia do rei. Afinal de nada adiantava suas reclamações, pois eram ignoradas e desprezadas por Argos. Então o local não tinha propósito de existir.

– Pode ajudar evacuando o local, querida... – sorriu o líder do pequeno grupo sentado despreocupadamente.

Nilce arregalou seus olhos e paralisou ao notar os dois acompanhantes acenderem fósforos e atearem fogo na boca dos cantis de barro repletos de vinho. Gritou por socorro quando os homens os jogaram nas mesas e nas paredes ateando fogo no local.

Apavorada correu para as outras alas mandando todos saírem e pedindo desesperadamente que chamassem os Defensores e a Guarda, pois o Posto estava sob ataque.


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo virá na primeira semana de fevereiro :*



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