A Lenda da Lua escrita por Paola_B_B


Capítulo 27
V. As Artimanhas de Shu


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Último capítulo do ano online :D Como já havia dito em AHBS estou entrando de férias e só retorno ano que vem, então postagens novas apenas no final de janeiro/começo de fevereiro. Talvez venha com algumas novidades, então se quiserem acompanhar é só entrar no grupo do face.

Desejo a vocês boas festas! Aproveitem o restinho de ano para iniciar o próximo com tudo ;)

Quanto o capítulo... Neste capítulo ficará um pouco mais claro o porque do nome da segunda fase é A Lenda da Lua - A Revolução. Teremos as motivações dos grupos revoltosos e o aparecimento de um velho conhecido (como vocês devem ter notado no título). Sim, senhora e senhores, o mesmo Shu que instigou Aline a matar Louis na primeira temporada está de volta. Neste capítulo também teremos o encontro entre Max, Aurora e Anna... Então acho melhor eu parar de falar e deixar vocês lerem.



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As artimanhas de Shu

Controlou a própria respiração sem qualquer pressa. Fechou os olhos concentrando-se ao apurar seus sentidos. Sentiu o Sol do início da tarde arder em sua pele, mas não se deleitou ou se incomodou com aquilo. Precisava controlar seus próprios pensamentos e sentimentos. Deixou que seus ouvidos captassem todo o som a sua volta. O vento, os pássaros, os esquilos e outros diversos animais que habitavam a floresta, as conversas dos guerreiros nos outros campos e o martelar do coração de cada criatura viva num raio de mil metros não tiraram seu foco.

Tio Isaac!

É bom vê-lo Max!

O tom aliviado de seu amigo foi o que chamou-lhe a atenção, entretanto após repreender a si mesma conteve a vontade de se virar e finalmente conhecer o sobrinho de Isaac, afinal eram poucos aqueles que podiam dizer que tinham irmãos ou sobrinhos. O nascimento de gêmeos era tão raro quanto lunares velhos o suficiente para terem tido a oportunidade de viver com uma grande família. Era triste que as mulheres não pudessem mais dar a luz a mais de uma criança como acontecia nos tempos de vida no planeta, todavia compreendia que aquele era sem dúvidas o melhor caminho para controlar a população. Muitos acreditavam que era um castigo, outros que era um efeito da Lua... A princesa apenas aceitava sem maiores pensamentos sobre isso.

Respirando fundo controlou seu turbilhão de pensamentos curiosos e focou sua mente no tato da ponta de coro em seus dedos e na postura de sua coluna. Seus braços mantiveram-se firmes quando finalmente abriu seus olhos, focou no alvo e soltou a flecha.

Não conteve o sorriso quando notou o tiro perfeito. Com a juventude exalando de seus poros virou-se para o amigo e sorrindo largo perguntou.

– Você viu isso Isaac?!

– É claro princesa! – sorriu borbulhando orgulho.

Anna voltou-se rapidamente para os alvos e começou a ajeitar uma nova flecha. O esporte acalmava seu coração e a fazia controlar sua mente. Depois que começou a praticar seus pensamentos tornaram-se mais suaves, pelo menos nas horas em que treinava.

– Princesa?! – silvou Maximiliano com os olhos arregalados. Sua voz não passou de um sussurro de modo que não chamou a atenção indevida.

Aurora estava tão pasma quanto o companheiro.

– Eu tenho muito que falar, mas não aqui. – suspirou o ancião.

– Ela não faz ideia? – perguntou Aurora pesarosa, se Anna estivesse passando pelo mesmo que Louis ela demonstraria alguma reação perante eles.

– Esse é o problema... – Isaac torceu os lábios em preocupação. – Ela começa a fazer.

– Isso é uma coisa bo...

As palavras da curandeira foram cortadas pela alta gargalhada de Maximiliano.

– Vejo que retomou o bom humor. – observou ela.

Max balançou seus cabelos loiros de um lado para o outro como um menino que escondia um segredo.

– Eu apenas começo a apreciar as ironias do destino.

– Isso soa como um romance ruim ou alguma profetizarão do senhor Thalles. – caçoou Isaac.

O mais novo apenas deu de ombros sem dar importância às palavras do tio.

– Princesa!Já passa da hora! Seus pais não ficarão felizes com o atraso para o almoço. – avisou Isaac e com um pequeno resmungo Anna guardou seus equipamentos e dirigiu-se ao amigo.

Observou o casal junto ao segurança com extrema curiosidade e felicidade. Não fazia ideia porque toda a felicidade, mas definitivamente era isso que sentia. Ao observar o rosto maduro de Maximiliano uma pequena visão apareceu em sua mente. Ao lado dos olhos âmbar do sobrinho de Isaac estava o par de olhos acinzentados que tanto habitavam seus pensamentos. Por um segundo perdeu a respiração, contudo recuperou-se quando chegou ao pequeno grupo.

Não esperava que seu corpo fosse abraçado pelo homem. Arregalou seus olhos não apenas pela surpresa, mas também pelo sentimento que se instaurou em seu peito. Soube que poderia confiar sua vida àquele estranho.

– Perdoe meu companheiro princesa, ele apenas não pode conter a emoção em conhecê-la... – o tom apesar de soar como um aviso também era divertido.

Anna piscou seus olhos ainda assustada conforme o homem afastava-se de seu corpo, mas ainda segurando-lhe pelos braços de maneira amigável.

– Eu sou Maximiliano. – apresentou-se com um grande sorriso.

– Eu sou Anna. – respondeu com um sorriso nervoso.

– Eu sei!

– Tudo bem garoto, acho que está na hora de soltá-la. – avisou Isaac irritado.

O tom aborrecido não pareceu incomodar o mais novo que apenas passou um braço sobre os ombros da princesa com extrema felicidade. Isaac bufou incrédulo.

Anna olhou rapidamente para os dois homens e em seguida para a mulher. Ela não parecia incomodada que seu companheiro estivesse a abraçando e quando seus olhos encontraram-se com os dela a princesa não pode evitar a gargalhada.

Aurora também ria divertida com a situação.

– Eu sou Aurora, é um prazer conhecê-la princesa. – curvou-se em um respeitoso cumprimento.

– Igualmente Aurora. – sorriu Anna.

– Aurora é sua tia-avó o algo assim. – comentou Max sorrindo. – Posso notar algumas semelhanças.

A curandeira ergueu uma de suas sobrancelhas para o companheiro sem perder o sorriso divertido de seus lábios, pois obviamente Anna arregalou seus olhos com a novidade.

– Sou filha da curandeira, você é descendente de meu irmão mais novo Julios, pai de Lykos.

– Oh! – exclamou a princesa, ela sabia quem era Likos, pois havia uma grande pintura dele num dos corredores do castelo. Ela ficava ao lado das pinturas dos outros reis. – Devo chamá-la de tia? Ou avó?

Max sorriu com a doçura da menina e riu do constrangimento de sua amada.

– Não é necessário.

– Vocês terão tempo para se conhecerem, agora está realmente na hora de voltarmos para o castelo. O clima está tenso na cidade, seu pai não apreciará um atraso.

– Ele não anda apreciando muita coisa ultimamente. – resmungou Anna.

Não demorou para os quatro seguirem para o castelo. A princesa não se importou de ter o braço de Max ao seu redor. Sentia-se tão frágil nos últimos dias que o calor protetor emanando do homem lhe revigorava o animo e a confiança, sem contar, é claro, com o divertimento ao escutar as provocações entre tio e sobrinho.

O clima divertido acabou, pelo menos para a princesa, assim que ultrapassaram o portão e chegaram à porta do castelo. Seu pai estava parado lá com seus braços cruzados no peito. Seu rosto não tinha nenhuma expressão e ela sabia que aquilo significava uma bela bronca por vir. Por um momento pensou em sair debaixo do braço de Maximiliano, entretanto encolheu-se ainda mais contra ele.

– É nossa culpa o atraso da princesa majestade. – Aurora fez sua reverência junto a Isaac.

Máx apenas abaixou sua cabeça em respeito para em seguida olhar diretamente para Argos.

– Sua semelhança com o primeiro rei nunca deixa de me assombrar.

Aurora deu uma cotovelada em seu companheiro para repreendê-lo, mas ele simplesmente não compreendeu o motivo da bronca.

– Perdoe meu sobrinho meu rei, a língua de Maximiliano tem vida própria.

– Louis costumava me dizer isso todos os dias. – murmurou sorrindo.

– Quem é Louis?

Seu companheiro. O guerreiro das lendas. O futuro rei.

– Meu irmão de consideração. – sua língua não era tão descontrolada afinal.

Isaac e Aurora que seguravam a respiração assim que ouviram a pergunta da princesa relaxaram imediatamente. Maximiliano apenas sorriu um pouco magoado com a reação de sua família.

– Vamos para dentro Anita, sua mãe está segurando seu apetite devido a sua demora. – chamou Argos com o olhar ainda incrédulo para os visitantes.

Aquele homem estava realmente abraçando sua filha sem qualquer constrangimento? Argos não podia acreditar. Não interessava que eles fossem anciões, aquela intimidade era demais até para as peculiaridades dos nascidos do planeta! Controlando o ciúme apenas olhou severamente para a filha que rapidamente desvencilhou-se de Máx e seguiu para a porta.

– Hey Anita!

Argos passou a língua pelas suas presas. Um rosnado começava a crescer em seu peito. Relevou a anterior atitude inerente, mas não relevaria a falta de respeito ao chamar sua filha pelo apelido. Ela era sua princesa e ele lhe devia respeito!

Anna que parou seu caminho e olhava com olhos arregalados para o novo amigo engoliu em seco. Não ligava para formalidades, entretanto seu pai sim. Segurou a mão do rei com um pedido silencioso de calma.

Max inerte ao perigo sorriu docemente.

– Esqueci-me de elogiar sua impressionante habilidade com o arco e flecha. Já tentou fazê-lo com fogo? Aposto que será impressionante.

As bochechas de Anna esquentaram antes de assentir e correr para dentro do castelo. Argos olhou incrédulo antes que um frio passasse por sua barriga. Ele sabia. O estranho Maximiliano sabia quem era sua filha. Assim como a mulher ao seu lado e Isaac. Torceu seus lábios.

Não havia contado a Isaac que o Senhor do Destino havia lhe elucidado sobre o passado de sua filha. Apenas chamou o ancião de volta para o antigo trabalho. Argos ainda estava irritado por Isaac recusar-lhe a contar o que sabia, então devolvia o ato com a mesma moeda.

– Creio que Daniel voltará ao dever de proteger minha filha. Pelo menos até amanhã.

– Sim meu rei, fico grato. Tenho que passar algum tempo com meu sobrinho talvez assim ele aprenda a controlar sua língua.

– Faça isso. E ensine-o também sobre boas maneiras.

Argos deus as costas e seguiu para dentro do castelo. Imediatamente Isaac soltou um rosnado dando um soco no ombro do sobrinho.

– Pelos céus garoto!

– Você precisa pensar antes de falar querido, ela é nossa princesa agora. – lembrou Aurora ao entrelaçar seus dedos ao do companheiro.

Só então Max percebeu o que havia feito. Encolheu seus ombros timidamente.

– Eu apenas não consigo olhá-la e ver a princesa da Lua. Mesmo que ela tenha os olhos de Aurora...

– Ela não tem meus olhos, ela tem os olhos de rei Argos.

– Bem, talvez eles não sejam lindamente puxadinhos como os seus, mas definitivamente têm a mesma cor. – a elementar revirou seus olhos. - Eu apenas a vejo como a companheira do meu melhor amigo.

– Vamos para casa. Vocês não têm ideia de tudo o que está acontecendo por aqui.

***

A mesa redonda de madeira quebrou-se ao meio com a batida irada de um homem. Todos os outros três que estavam sentados à volta levantaram-se rosnando irritados.

– Qual é o seu problema?! – rugiu a comandante do leste com as presas expostas prestes a pular sobre o descontrolado e arrancar-lhe os braços.

– O meu problema?! Eu é que pergunto, qual é o problema de vocês?! Estamos vivendo essa maldição porque vocês se recusam a tomar medidas mais enérgicas!

– Medidas enérgicas? Seu comandante quer massacrar toda a cidade apenas para derrubar o rei! Podemos derrubá-lo sem encharcar a terra com sangue inocente.

– Não há sangue inocente! Eles estão a favor do rei! Eles também são nossos inimigos!

– Você está tomado pela loucura rapaz! Se seus olhos não estivessem perfeitamente verdes diria que anda tomando sangue semelhante. – observou o comandante do sul.

Irritado com a teimosia dos outros três arcaicos bagunçou seus cabelos tentando acalmar-se. Seu comandante havia o mandando para a reunião, pois estava resolvendo questões no planeta. Então teria que controlar seus nervos e provar que era digno da segunda posição no comando do grupo revolucionário.

Aguentavam as medidas absurdas do déspota por tempo demais. Tinham que tirá-lo do poder de qualquer jeito e de preferência acabar com a garota para que finalmente um poder descente fosse instaurado. Ao contrário dos outros três comandantes ele não queria apenas tirar o rei do poder, queria tirar aquela família do poder. A descendência elementar era supervalorizada pelo povo de pensamentos antigos. Foram mais de 10 mil anos vivendo em um lugar do qual não pertenciam. Aceitava os primeiros cinco milênios, mas não podia aceitar que tudo continuasse da mesma forma quando o portal abriu-se para um planeta ainda melhor do que era antes. E o povo continuava na Lua apenas porque elementares queriam! Chegou o tempo da queda elementar.

– Estou em minhas perfeitas condições mentais. – respondeu com calma, porém sem conseguir esconder o nojo em sua voz.

Também acreditava que todo aquele papo sobre sangue semelhante era uma mentira. Tudo para que qualquer outro não pudesse ultrapassar o poder elementar. A maior prova era seu comandante Shu que tinha os olhos tão vermelhos quanto o próprio sangue que tomava e mesmo assim continuava o homem mais sensato que conhecia. Entretanto ele não poderia dizer-lhes isso. Os três tinham o medo muito forte em relação ao sangue e qualquer apreço por isso os afastaria. E infelizmente eles seriam de grande serventia quando os convencesse a atacar a cidade.

– Eu apenas quero que tenham em mente seus reais objetivos. Se realmente querem alcançá-los terão que sujar suas mãos. – pontuou olhando para cada um de maneira séria.

– Sujando nossas mãos nos tornamos o que queremos eliminar. – retrucou o comandante do norte.

– Talvez nossa liberdade tenha um preço meu caro e caso não tenha consciência disso é melhor que se retire desta guerra antes de acabar perdendo um braço ou dois.

O homem estreitou seus olhos em um rosnado baixo.

– Tenho meus objetivos muito claros em minha mente. Talvez os seus objetivos e de seu comandante estejam meio escusos para o resto de nós.

Ele quase sorriu com a provocação, mas preferiu usar sua dissimulação.

– O povo do oeste quer o mesmo que todos vocês. Assim como o povo do norte queremos viver no planeta novamente, como o povo sul queremos que os humanos parem de poluir nosso lar e assim povo do leste queremos que nossas mulheres voltem a engravidar de quantas crianças quiserem. Todavia nós temos consciência que para conseguir todos esses objetivos devemos ser... Enfáticos. Nosso rei não cederá as nossas reivindicações.

– Ele acabou com as guerras do passado, permitiu que viajássemos para o planeta... – argumentou a mulher, ela sentia-se tão infeliz com batalhas quanto o próprio rei.

– É claro que permitiu! Sob todas as suas absurdas regras! Estamos mais aferrolhados do que antes. Prestem atenção no que digo, não demorará muito para que ele comece a encher-nos de regras e logo, logo nos proibirá até mesmo de sair de nossas casas na hora em que queremos, assim como ele já faz na cidade.

Era o que os outros comandantes temiam, mas havia linhas invisíveis que não podiam simplesmente ultrapassar. Isso não importava para Bryce ou seu comandante e mentor Shu, quando fosse necessário ele ultrapassaria aquela linha.

***

Com a camisa amarrada na cintura e o suor escorrendo pelo seu corpo Louis carregava as pedras de um lado para o outro. Sua expressão estava fechada em irritação e cada vez que escutava um pobre coitado ser açoitado seus sentimentos se tornavam ainda mais sombrios. Estava cada vez mais difícil não interferir na sociedade humana. Por diversas vezes controlou seu extinto de soltar todos os escravos e amarrar seus agressores, depois iria atrás do mandante de toda aquela palhaçada.

O quão grande era o ego do homem que se considerava um Deus? Seu amor por si era tão amplo ao ponto de escravizar sua própria espécie para construir um santuário para ele mesmo! O justiceiro não podia aceitar descabida ideia. Porém o que podia fazer? Seu dever era controlar os lunares e não os humanos.

Torceu seus lábios com o rumo de seus pensamentos. Via a injustiça e tinha que interferir. Eram humanos, é verdade, mas seus extintos estavam reagindo a eles, mais do que isso, eles estavam em polvorosa. A irritação do elementar era tamanha ao ponto de seus dedos estarem prestes a pegar fogo.

Por um instante imaginou-se jogando a pedra que carregava sobre os ombros em cima de um dos algozes e em seguida lançando chamas na construção quase terminada. Mas então chegou a conclusão que os humanos provavelmente se curvariam em sua frente imaginando que ele era algum tipo de Deus.

Louis estagnou no local. Era isso! Seus extintos estavam daquele jeito não apenas por causa da escravidão, mas porque algum lunar estava por trás daquele absurdo. O tal faraó só podia ser um lunar. Era capaz de apostar suas asas nesta suposição.

O estalo alto e a coceira nas omoplatas tiraram-lhe de seus pensamentos.

– Volte ao trabalho! – ordenou o mesmo homem que o trouxe como escravo.

O humano franziu o cenho ao notar que seu chicote não fizera nenhum efeito nas costas do estrangeiro. Irritado bateu novamente, desta vez com mais força. Nada aconteceu.

Louis virou-se lentamente. Seus olhos indo para a sua própria espada na cinta do humano. Ela fora apreendida quando se ofereceu como escravo. Ergueu seus olhos para o rosto assustado e deixou que um leve rosnado saísse pelos seus lábios.

– Onde está seu faraó?! Quero falar com ele. – não era bem falar que o justiceiro queria.

– Coloque-se em seu lugar escravo! O grande faraó tem coisas mais importantes a fazer do que escutar lamentações!

Coisas importantes como admirar-se no espelho? Pensou Louis. Com a irritação ainda maior deixou suas presas crescerem e as arreganhou para o humano.

– Onde está seu faraó?! – rugiu.

Os olhos do homem viraram dois grandes pratos e ele deu um passo para trás completamente aterrorizado.

Os escravos e os outros guardas também pararam seus afazeres ao escutar a confusão.

– O faraó é muito ocupado! – exclamou trêmulo. – Nem mesmo eu tenho acesso a ele, somente os sacerdotes!

Apontou para um homem de baixa estatura e com uma grande faixa de gordura na cintura. Ele usava roupas pomposas e adornos exuberantes. Louis caminhou perigosamente até ele e inquiriu.

– Onde está seu faraó?!

– Ele fica no templo, posso levá-lo até lá!Quem é você, meu senhor?

Se havia alguma dúvida, agora não havia mais. O sacerdote não teve medo das presas de Louis, ou melhor, não reagiu de maneira apavorada como se fosse a primeira vez a ver um par de dentes pontudos. Sem falar no excesso de cuidado com as palavras e o respeito exacerbado. A reverência não o agradou.

– Sou descendente dos justos! – bradou. – Me leve até seu faraó!

– Eu o levarei meu senhor, mas o grande faraó só fala após o adormecer do Sol. Se formos agora sofreremos a ira de Shu!

– Se não formos agora você sofrerá a ira de Louis! – rugiu imponente abrindo suas asas.

O sacerdote arregalou seus olhos e quase caiu em seus joelhos. Louis olhou para o seu agressor e esticou seu braço direito.

– Essa espada é minha.

Imediatamente a espada flutuou até as mãos do elementar. Ele a prendeu na cintura e segurou o sacerdote pelas roupas em seguida iniciou o voo deixando os humanos boquiabertos no solo enquanto o que voava gritava como uma garotinha.

Louis bufou resignado, o humano não tinha culpa por ser subjugado.

– Acalme-se! Não vou lhe fazer mal. Apenas indique onde fica o templo e o colocarei no chão.

E assim o fez antes de seguir até a maior pirâmide do deserto. Revirou os olhos para si mesmo, deveria ter imaginado.


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Notas finais do capítulo

Como disse lá em cima, capítulo novo só ano que vem. Garanto que ele estará fervendo com o encontro entre Louis e o responsável pela sua morte na vida passada. Então espero que tenham gostado deste capítulo!

Beijos e até 2015 ;*



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