The Deal escrita por Effy


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!
Viram que estamos de capa nova! Mil salvas de palmas para a Drama Queen do Kat Fanfics que fez essa capa divíssima!
Então, espero que gostem desse capítulo e me contem o que acharam.



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De todas as hipóteses que cogitou ao longo do percurso até a escola, tendo em vista que eram sete horas da noite, encontrar um certo irlandês prostrado sobre a mesa de metal no pátio central não era o esperado. Ao se deparar com tal cena, Charlotte não deu mais um passo, apenas fitou a figura pálida de Austin tossir e cuspir o restinho de sangue fresco que tinha em sua boca.

Seu suspiro foi tal alto que o loiro virou, com certa dificuldade, seu rosto para a namorada.

– Você deveria ter visto o outro cara. – Comentou em um sussurro doloroso de ser pronunciado, seu piercing preto no lado direito do lábio inferior chegava a ser obsceno, a ruiva mal podia olhá-lo

– Eu deveria te largar aqui – Retrucou, acompanhado de um revirar de olhos

– Te conheço, Charlie, você não faria isso com seu pobre namorado – respondeu com seu sotaque ríspido e rouco, que causava fortes reações hormonais na namorada

Chocada com o comportamento do jogador, a ruiva apenas deu meia volta e caminhou pelo mesmo trajeto até o estacionamento, bem lentamente

– Charlie! – Ele tentou gritar com o resquício da voz que lhe restava – Desculpa, sou um idiota. Ajuda-me, por favor. – A última parte saiu baixo suficiente para a ruiva ouvir de leve

Ela respirou fundo, fechou os olhos e controlou todos os tipos de pensamentos que cruzavam a sua mente.

– Você se comporta como um idiota. – Começou, antes de se virar para olhar nos olhos dele – Desperdiça tudo o que você tem de bom, você sabe do que eu estou falando – parou em sua frente – Você tem tudo o que precisa, é inteligente, mas não to tipo que é malandro, é sabido de natureza, é forte, astuto e sagaz, mas prefere desperdiçar seus dons com brigas e nicotina.

Austin engoliu a seco e desviou o olhar, fitou a parede

– Você diz isso porque tem tudo o que precisa em casa – respondeu o loiro – Sua mãe não vive na farra com as amigas e seu irmão não é um drogado sem futuro. Mas quem liga pra família desestabilizada quando tudo que se vê é o capitão loiro dos olhos cinza do time de futebol? É, Charlie, me comporto como um idiota porque eu quero. – foi irônico, e doeu na ruiva.

Ninguém disse mais nada. Charlie amparou o namorado até colocá-lo no carro, iria levá-lo até a casa dele. Ao estacionar de frente a grande casa dos Irwin, a ruiva se pegou pensando no que o namorado dissera, ainda não tinha conseguido digerir tais informações.

Ajudou-o a entrar na casa e sentar-se no sofá, foi até a cozinha e pegou a caixa de primeiros socorros. Colocou uma das cadeiras de madeira de frente para ele, para poder fazer os curativos. Primeiro, analisou o estado de seu rosto, supercílio cortado, assim como o lábio superior na direção oposta de seu piercing no lábio inferior. Não teve o mínimo de cuidado para reparar os curativos.

– Não reclame – Bradou Charlie, que não tinha paciência nenhuma para as brincadeiras de Austin

– Não disse uma palavra – tentou não mexer os lábios de maneira brusca, mas não deixou de soar obsceno a Charlie, que prendeu seu total foco no piercing preto alojado no canto direito do lábio inferior.

O diálogo não evoluiu, depois de dar seu melhor nos ferimentos do namorado, a ruiva o ajudou a chegar ao seu quarto, Austin precisava de um banho e de descanso. Na verdade, a própria fotógrafa poderia usar um pouco de descanso e despreocupações. Foi difícil locomover um rapaz de dezoito anos, 1.90m de altura, jogador de futebol pelos dois lances de escadas e um longo corredor.

– Desculpe pelo trabalho – comentou quando Charlie abria a porta do banheiro da suíte e começava a encher a banheira com água morna

– Não banque o coitadinho, Irwin, não combina contigo. – replicou com seu ácido tom e indiferença

– Estou tentando começar um diálogo saudável e me desculpar por ser um idiota, poderia cooperar? – Seu sotaque irlandês quase quebrantou o coração desconjuntado da fotógrafa, mas a mesma manteve-se firme, não por ela, mas pelo acordo.

– Sinceramente, Austin? Não tenho cabeça nenhuma pra lidar com seus dramas, sua briguinha idiota e principalmente com o seu humor oscilante, então apenas fique calado e deixe-me fazer o que tenho de fazer.

O jogador engoliu à seco. Ele não sabia o que estava acontecendo com Charlie, mas apenas sabia que ela não falaria, mesmo que ele insistisse exageradamente. A ruiva pegou a toalha verde-musgo do irlandês que estava pendurada atrás da porta e o ajudou a andar até o banheiro.

– Vou arrumar a cama enquanto você toma banho, tente não piorar seus ferimentos lá dentro – não tinha pensado, exatamente, como a parte do banho funcionaria, mas julgou o namorado como são o suficiente para fazê-lo sozinho

– Ok. Obrigado, Charlotte – o loiro manteve seu tom de voz estável, não queria arrumar uma discussão com a ruiva, não no momento

Assim que o irlandês fechou a porta do banheiro a sensação que dominou a fotógrafa foi a de chorar. Sentia-se pressionada e sufocada, sentou-se na cadeira giratória verde perto da escrivaninha, apoiou a cabeça na palma da mão e tentou respirar fundo, mas seu peito chiava de dor. Perdeu a noção do tempo que ficou parada, de olhos fechados e respirando fundo. Ouviu barulho de água sendo desligada dentro do banheiro, rapidamente levantou-se para tirar as roupas espalhadas de cima da cama do namorado.

Na pressa, apenas tirou com cuidado os vidros de perfume e computador, mas as roupas e casacos apenas jogou no chão, até que ouviu barulho de objeto atingir o carpete, abaixou-se para ver. Pensou ser o cabo do carregador que estivesse, por ventura, no meio das roupas. Mas ao segurar o que tinha caído, viu que era um pote amarelo de tampa branca. Alucinógenos.

A porta do banheiro se abriu revelando um Austin com a toalha enrolada, deixando à mostra seu tronco definido. Visão que levaria Charlotte ao delírio, mas não depois de achar drogas nas coisas do namorado. Rapidamente colocou o pote com os comprimidos dentro do bolso do casaco que ainda não tirara

– Nossa, eu tava precisando mesmo desse banho! – exclamou enquanto fechava a porta, percebeu o olhar assustado e absorto da namorada – Charlie? Tá tudo bem? Ah, desculpa, mas é que você não me entregou roupa, daí tive que improvisar com a toalha – coçou a nuca, casualmente

– Sem problemas – tentou manter-se firme, mas estava se corroendo para confrontar Austin quanto aos comprimidos – Vou à cozinha pegar alguma coisa pra você comer, vista alguma coisa e descanse – tentou colocar ordem nas palavras, para que as mesmas não saíssem de forma desleixada.

Desceu as escadas como se elas estivessem pegando fogo, retirou abruptamente o frasco do bolso e encarou-o por alguns segundos, tentou relembrar como Austin se comportou durante a semana, para ver se conseguia perceber algo estranho que justificasse o uso de drogas. Não conseguiu pensar em nada. Sentou-se na banqueta para não cair de cara no chão, posicionou o frasco de frente para si, tentava respirar, mas sentia-se sufocada.

– Charlie? – ouviu a voz de Austin, parece que ele estava descendo as escadas – Demorou pra subir, achei que alguma coisa estava acontecendo

“E está” ela pensou, daria tempo o suficiente para guardar o frasco e dar uma boa desculpa, Austin estava andando muito devagar, e ela estava de costas para ele. Mas fingir que nada tinha acontecido implicaria em mentir, e a ruiva não aguentava mais todo esse fingimento, não aguentava viver de aparências. Não se moveu

– Charlie? – a voz rouca sobrecarregada do sotaque irlandês do jogador inebriou a mente da fotógrafa, agora ele estava atrás dela, e a vista do frasco em sua mão tomou conta de seu campo de visão – O que você está fazendo com isso?! Onde arranjou isso?! – perguntou alterado

– Na sua cama. – não precisou pensar em uma desculpa, exatamente porque não daria uma

– E o que você estava fazendo?! Mexendo nas minhas coisas – puxou com força o frasco de suas mãos – Isso não é da sua conta

– Se você está envolvido, então sim, é da minha conta – não bradou como o usual, saiu como um sussurro sustentado pela dor.

– Não, não é! – perdeu a linha da sanidade

– Uma coisa é cigarros, Irwin, outra é alucinógenos! – virou-se para olhar nos olhos dele, mas ele não correspondeu o olhar

– Vai embora! – gritou, como nunca gritara antes

Não discutiu, apenas levantou-se da banqueta, pegou a bolsa que repousava sob o sofá e saiu pela porta da frente. Dormente. Dirigiu sem prestar atenção, passou por dois sinais vermelhos e não se importou. Estacionou o carro de qualquer jeito na calçada em frente sua casa, abriu a porta e caminhou lentamente para seu quarto, deitou na cama sem fechar a porta ou trocar de roupa.

[…]

Na manhã seguinte, Austin não sabia se era frustração ou raiva, apenas sabia que não queria ver a cara de Charlotte tão cedo. Cogitou a hipótese de não aparecer na escola naquela manhã, achou a ideia agradável e válida, trocou o band-aid e voltou para cama.

O dia da fotógrafa começou não como o melhor dia, não tinha conseguido dormir a noite toda, apenas ficou a encarar o teto do quarto. Não conseguia se mover. Desceu da cama e não sentiu vontade alguma de trocar de roupa, apenas substituiu as pantufas por Vans pretos. Caminhou até a cozinha, onde sua mãe estava a fazer waffles e seu pai, como sempre, lendo o jornal daquela manhã.

– Onde você foi à noite passada? Olhei pela janela e não vi seu carro estacionado na rua – Theodore perguntou, sem o sorriso matinal

– Não vou voltar para o balé – respondeu ainda atônita, não tinha processado as palavras, apenas as disse

– Então pode arrumar seus trapos, porque voltaremos para Nova Orleans. – Gritou Theo, decididamente. Levantou-se da mesa e jogou o jornal no chão.

**

Austin:


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Notas finais do capítulo

Então gente, eu precisava compartilhar com vocês essa foto, porque ele é lindo/divo/casacomigo. Esse aí é o Austin, ele é exatamente desse jeito que eu imagino quando escrevo, e que visão hein?!
Um cheiro, té mais!
XX da Effy



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