The Deal escrita por Effy


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, sei que faz um tempo que eu não atualizo a fic, mas em minha defesa, vocês não estão comentando muito. Que tal mudar isso aí hein?!
Espero que gostem, e comentem pelamor!



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– O Austin fez o quê?! – Charlie perguntava à Carrie pela décima vez

– Chamou a Mary Anne de resto na cara dela – a loira respondeu com um revirar de olhos, cansara de responder a mesma coisa milhares de vezes à amiga ruiva

– Não acredito! – A ruiva não conseguia processar a informação. Não era do feitio do namorado fazer tal coisa

– Pois acredite, seu príncipe encantado é só um mané enrolado num papel alumínio – Comentou a loira, que nunca foi muito fã do irlandês

A ruiva rolou os olhos e fez a sábia decisão de acabar a conversa ali mesmo, não era saudável discutir com Carrie.

– Vou atrás do Austin – comentou ao deixar a amiga reclamando sozinha para os armários cinza

Como não sabia aonde o namorado se encontrava, decidiu voltar ao pátio das mesas. Ao chegar lá, mal pode acreditar no alvoroço que estava acontecendo. Não conseguia distinguir muita coisa, havia mesas espalhadas, materiais caídos no chão, um aglomerado de pessoas gritando “BRIGA! BRIGA!” Depois de forçar seu cérebro a decodificar a bagunça, pode ver com certa nitidez que o aglomerado de pessoas era por causa de Austin e Kyle rolando entre tapas e socos no chão.

Uma onda de raiva irrompeu no interior de Charlie, ela não suportava brigas. Ainda mais partindo do namorado, que já é adepto à violência física. Caminhou sem paciência para a rodinha de alunos, empurrou alguns para ter uma visão mais clara.

– Austin! – Gritou para obter a atenção do irlandês

– Ih, a patroa já veio buscar o cachorrinho? – Algum garoto aleatório fez o seguinte comentário, que irou Austin ao extremo

– Porque você não vai cuidar da sua vida ridícula? – indagou o irlandês, que tinha um corte no supercílio e no lábio inferior. A ruiva apenas revirou os olhos e se virou para Austin

– Já terminou seu showzinho? – perguntou, e não fez questão de controlar o tom de voz.

Austin, para lá de irritado, bufou e socou Kyle no maxilar – Depois a gente se fala, Charlie. Tô ocupado

A fotógrafa não acreditava no que acabara de ouvir.

– Não, Austin, você vem comigo. Agora. – Com a paciência não muito em alta, a ruiva perdeu a linha

– Acho que você não me escutou, Charlotte. Depois a gente se encontra – Repetiu no mesmo tom irritadiço da namorada – Não preciso de você me dizendo o que fazer, agora já pode sair!

A bailarina pensou em uma resposta, mas decidiu se armar de um rolar de olhos e xingamentos inaudíveis. Virou as costas e deixou que a briga rolasse solta, caminhou com raiva até os armários, onde Carrie não se encontrava mais lá, pegou suas coisas e decidiu que iria matar as três ultimas aulas e ir para casa. Marchou com o barulho do sapato ecoando no piso recentemente lustrado para fora do prédio, onde avistou Ian.

– Charlie! – O nerd de óculos verde gritou, depois de perceber a carranca evidente que a fotógrafa não tentava esconder, corrigiu-se – Charlotte!

– Ian, seja lá o que for, não estou no perfeito humor para nada – Rebateu enquanto procurava o celular dentro da bolsa, precisava ligar para mãe vir buscá-la, uma vez que veio para escola com Austin, não dava pra voltar caminhando

– Acho que é do seu interesse – Disse enquanto balançava um pen drive azul no dedo indicador

Charlie arqueou sua sobrancelha e sorriu de leve

– Pode me dar uma carona até em casa? Dá pra conversar sem chamar atenção – Foi sutil, mas sabia que Ian jamais recusaria.

– Claro! – respondeu sorridente, como uma criança ao ganhar doce.

Caminhou até seu carro e a fotógrafa foi seguindo-o. Ele abriu a porta para ela entrar e em seguida a fechou

– Não tem problema né? Digo, o Austin não vai querer me matar se souber que eu te deixei em casa, certo? – Perguntou com cautela e medo, todos da Hempshire sabem da fama de brigão do irlandês.

– No momento, o último dos meus pensamentos é sobre o Irwin. – Respondeu sem olhar para o garoto – Sabe o que me interessa: o pen drive. Achou algo útil?

– Sim – disse olhando para o objeto, mas hesitou quando a ruiva tocou em sua mão – Antes de te entregar, quero que me prometa que se isso vazar, eu não fiz nada. Não vi pen drive nenhum, não tenho nada a ver com isso. Você não conseguiu essas informações através de mim. Combinado? – Parou o carro no semáforo que indicava a luz vermelha e encarou a fotógrafa

– Já disse que não tem com o que se preocupar, está combinado – Respondeu firme e pegou o objeto, em seguida o guardando em sua bolsa

O restante do trajeto até a casa da ruiva foi em completo silêncio. Ao estacionar na frente da grande casa branca dos Sullivan, Charlie se sentiu no dever de falar

– Obrigada, por tudo. – tentou sorrir, mas seu humor não ajudava – E não se preocupe com Austin, se ele perguntar eu digo que peguei um táxi

Não esperou por respostas vindo do Ian, apenas desceu do carro e caminhou em passos precisos até a porta. Todo seu corpo estava tenso. Ao abrir a porta da frente, se deparou com a cena de sua mãe encarando os troféus de balé, a fotógrafa não pode deixar de rolar seus olhos em desaprovação

– Charlie! Você não deveria estar na escola? – Perguntou Amélia, absorta

– Fui liberada mais cedo – comentou seca, sem dar mais informações. Amélia não pressionou, sabia que a filha não falaria mais.

A bailarina deixou a chave da porta em cima da mesinha de centro e se encaminhou para as escadas, onde se trancaria em seu quarto para averiguar o que continha no pen drive. Ao começar a subir as escadas, sua mãe começa a falar

– Filha, quando seu pai chegar, nós três precisaremos conversar. Tudo bem?

– Claro, depois me chama – respondeu sem olhar para mãe, apenas focando seu olhar para a escada.

Nada no dia de Charlotte estava ao seu favor. Trancou-se no quarto e ligou o notebook, a ruiva não queria nem saber se o jogador não estava presente para ver o que continha no aparelho, estava deveras irada com o mesmo para se importar de sua existência. Introduziu o pen drive no notebook e sentiu-se ansiosa, o que não era típico para a ruiva. Ao abrir a pasta, respirou fundo antes de clicar no botão de “Abrir o Arquivo”, não se sentia confiante o suficiente para fazer isso sozinha, mas só de lembrar-se do modo rude e pré-histórico de como Austin a tratou, toda a sua ira foi transformada em combustível de coragem.

Quando estava prestes a abrir o arquivo, sua mãe bate em sua porta, a ruiva fechou o notebook com brutalidade

– Seu pai chegou, podemos conversar? – Amélia perguntou na defensiva, andava apreensiva em relação à filha, tinha medo de precipitar o humor da ruiva

– Tem que ser agora? Estou no meio de uma pesquisa importante – A fotógrafa esquivou-se do olhar da mãe, encarou a janela ao lado da cama

– Sim, seu pai não quer mais adiar essa conversa – Amélia respirou fundo e voltou a olhar para Charlie – Pra ontem, Charlotte

Ser chamada de “Charlotte” pela mãe, não era um bom sinal. A conversa iria ser séria. Calçou as pantufas de panda e saiu do quarto seguindo a mãe. Desceu as escadas sentindo cada borboleta dentro de seu estômago, suas palmas suavam, sua respiração vacilava e ao ver o pai de terno e gravata sento à cabeceira da mesa de jantar, levou fortes arrepios por toda a extensão do corpo da bailarina.

– Acho bom você se sentar, a conversa vai ser longe – Theo disse ríspido, olhando diretamente para as orbes esverdeadas da filha

A fotógrafa não hesitou, apenas puxou a cadeira e sentou-se com um olhar convicto para Theo. Ela não tinha medo algum de desafiar o pai, na verdade, Charlotte achava interessante o modo como conseguia intimidar as pessoas através de sua personalidade forte.

– Não vou fazer rodeios, Charlotte – Theo parecia estar falando com um empresário como ele, o pai jamais usara tal tom de voz com a filha. – Você sabe que só nos mudamos para cá por conta do seu balé, você veio nos enrolando por um ano. Mas agora eu não aguento mais. Ou você volta para a Academia ou nós voltamos para Nova Orleans.

As palavras de Theo atingiram a ruiva como a bomba de Hiroshima. Seu corpo, que já estava trêmulo, tornou-se rígido. Mas não de confiança, e sim de ódio.

– Não vamos voltar para Nova Orleans! – bradou a fotógrafa autoritariamente, nem cogitou a hipótese de controlar o tom de voz, tal situação requeria gritos e esperneio – E eu definitivamente não vou voltar para o balé! Porque vocês não podem simplesmente se gabar das minhas fotografias?

– Charlotte! – A voz grossa e profunda de Theo inundou a cozinha. – Isso está fora de discussão! Ou volta pra o balé ou voltamos para Nova Orleans! Não tente seus joguinhos comigo, eles funcionam com a sua mãe que é emotiva, mas não comigo! Eu mando nessa droga de casa!

A fotógrafa precisou respirar fundo duas vezes antes que mandasse o pai para um lugar não agradável.

– Vocês não estão me entendendo! Isso não é sobre vocês! Não é sobre o quanto vocês vão poder se gabar em seus ciclos de amizades. Isso é sobre a minha vida! Não sou um troféu para ser colocado na prateleira, tampouco um dos dados da sua empresa para ser calculado! – Tentava lutar conta as lágrimas. O único assunto que trazia lágrimas aos olhos da menina era exatamente quando seus pais a tratavam como status.

– Não! A questão é: Você mora debaixo do meu teto, então deverá obedecer as minhas regras. E se eu digo que é ou o balé ou voltar para Nova Orleans, então é isso que será! E eu não quero mais outro tipo de opção! Você não manda em nós, mocinha, tem que aprender a respeitar os outros. Não me importa que tipo de ícone você é em Hempshire, debaixo desse teto, deverá responder às minhas ordens! – Theo não deu espaço para Charlie quebrar seu discurso, o que deixou a ruiva mais irritada – Você tem até amanhã de manhã para me dar uma resposta. Já entrei em contato com a Academia, eles te aceitam.

Theodore levantou-se da mesa e jogou a gravata preta sob a bancada de mármore.

– Filha… - Amélia começou chorosa

– Não! Isso é tudo culpa sua! – Apontou o dedo indicador para mãe, pensou em mais palavras ofensivas, mas só de saber que a mãe se martirizaria pela infelicidade da filha, pareceu um castigo justo.

Levantou-se para retornar ao quarto, mas a, tão nada boa, conversa com os pais, desmotivou a ruiva de continuar com a leitura dos arquivos. Escancarou a porta do quarto com o pensamento de que se, por ventura, tivesse nascido em uma família diferente, onde estaria. Tais pensamentos foram interrompidos pelo celular que vibrava na mesa.

Segurou o aparelho em mãos, mas não o atendeu ao ver a foto de Austin com seu costumeiro gorro cinza aparecer na tela. Chega de notícias ruins por hoje, preciso de paz. Pensou a ruiva. Retornou o celular para a bancada e prostrou-se na cama, desejando nunca ter vivido o dia de hoje. Fechou os olhos e buscou pensamentos positivos, mas não os encontrava. O barulho do aparelho celular a tocar na mesa começou novamente. A ruiva revirou os olhos e levantou-se com a ira de destruir todo um vilarejo.

Ao olhar no visor do aparelho, leu a seguinte mensagem:

Venha coletar os restos do teu namorado irlandês, ele ainda está no pátio. Traga uma caixa de primeiros socorros.

O número era bloqueado, não teria como saber quem mandou. A fotógrafa não precisou ler a mensagem duas vezes, puxou o casaco preto de dentro do closet, apanhou as chaves do carro e desceu apressadamente. Nem ao menos prestou atenção no que estava usando: calça preta, blusa azul claro e pantufas de panda.


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Notas finais do capítulo

Se não comentar vai parar na listinha de malcriados do papai noel! Vejo vocês nos comentários
XX da Effy



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