The Deal escrita por Effy


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Olá Terráqueos!
Bão?! Então, queria agradecer pelos comentários que estão melhorando :D
E que continue assim,
Boa leitura :D



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Era o primeiro dia do plano do casal, e o passo inicial seria intimidar Mary Anne. Mas o dia não começou como Charlotte esperava, o céu estava cinza e nublado, e a chuva não parava de cair. A ruiva praguejou algo inaudível ao levantar da cama e colocou sua calça jeans preta, suéter listrado azul e preto com seu Vans preto.

Ficou pronta mais rápida do que o usual, não teve a exata paciência para maquiagens e bijuterias, apenas seu colar dourado com pingente de sapatilhas, que ganhara no tempo que dançara na Rússia junto com a Academia, e a aliança do suposto namoro com Austin. Prendeu as madeixas ruivas num rabo de cavalo mal feito e desceu para tomar café com os pais. Jogou sua bolsa no sofá vinho e caminhou em direção a cozinha. Sentou-se na cadeira de frente para a mãe e ao lado do pai.

– Bom dia! – Seu pai, Theo, sorria

– Bom dia – respondeu a ruiva sem animação

– Credo, filha, já de manhã cedo tá nessa tristeza toda? – Amélia sempre tentava animar a filha, mas quase nunca obtêm sucesso

– Mãe, eu tive que acordar da minha aconchegante cama nesse clima de dormir, tirar meus pijamas para colocar esse jeans apertado e ir para um lugar com pessoas tão deprimidas quanto eu, então acho que tenho alguns motivos para não estar animada. – A fotógrafa explicava enquanto enchia a xícara com café, ela não comia pela manhã, mas nunca conseguiu desvencilhar-se do bom e puro café. – Acordei e ainda não consegui achar uma única vantagem, a não ser que eu possa ficar em casa hibernando até o inverno acabar, deixe-me em minha caverna de tristeza.

– Ainda acho que você deveria estar mais animada – Theo ignorou o discurso deprimente da filha – Tendo em vista do grande dia que está se aproximando

– Pai – Charlotte disse em alerta – já discutimos isso algumas mil vezes, mas vou repetir porque sei que a sua idade é avançada e seu historio de Alzheimer na família é intenso. – Arqueou sua sobrancelha fina em desafio ao pai. - Não vou fazer parte do festival de inverno da sua empresa. – disse pausadamente

– Mas minha filha, todos os patrocinadores estarão lá só para te ver! – Theo tentava argumentar, mas Charlie era mais cabeça dura do que o pai

– Faz quase um ano que eu parei com o balé e no dia que eu guardei minhas sapatilhas, deixei extremamente claro que não pretendo voltar a dançar! – a ruiva começou a perder a paciência – Vocês vão ter que procurar outro meio de se gabar, porque eu não danço mais, entendeu?!

– Mas você ainda usa o pingente! – Amélia tentou controlar as lágrimas – Você sabe o quanto significa usar esse pingente, ainda mais porque o ganhou na Academia Internacional de Balé!

Com tamanha brutalidade e impaciência a fotógrafa arrancou o colar, o fazendo arrebentar e o jogou em cima da mesa.

– Pronto, sem pingente! – disse irritada e levantou-se da mesa

– Charlotte, volte aqui! – Theo gritava bravo

– Pro inferno você e seus investidores. Não sou sua bailarina! – respondeu sem educação, pegou a bolsa e marchou até a porta.

Desceu os degraus para sentar-se na calçada e esperar Austin lá mesmo. Mas mal acabou de cruzar o gramado e viu o conversível do namorado parar à margem do meio fio.

– Charlie! – o loiro desceu do carro com seu jeans, blusa cinza escuro, gorro preto cobrindo todo o cabelo loiro, deixando apenas poucos fios loiros de fora. – Aconteceu alguma coisa? Você nunca está aqui quando eu chego, demorei demais?

A moça aproximou-se do carro e abraçou com força o irlandês, que de cara estranhou o comportamento da namorada. A fotógrafa não era o tipo de garota que demonstra afeto, ainda mais quando não tem público.

– Ei, tá tudo bem. – O loiro foi doce e apertou a namorada contra si, depositando um beijinho na testa dela – Quer me contar o que aconteceu ou vou precisar de uma bola de cristal como todos os dias? – comentou baixo ao abrir a porta do carro para ela entrar

– Meus pais não entendem que não quero mais dançar – respondeu quase inaudível – Mas deixa para lá, você não vai se interessar em ouvir esse drama. Vamos focar no nosso dia e em nosso plano – terminou com um breve sorriso

Mas é claro que me interessa, sua cabeça dura. Foi o que Austin pensou, mas o que ele realmente disse foi o básico “Ok”. Combinaram que ao final da manhã de aulas, iriam começar com as fotos.

A rotina era a mesma, Austin estacionava seu carro na terceira vaga da primeira fileira, descia primeiro para abrir a porta para Charlie e entravam na escola abraçados. Acompanhava a namorada até seu respectivo armário e quando não tinham aula juntos, a deixava na sala e só depois iria para sua. Depois das três aulas sentavam-se na mesa redonda do pátio para o intervalo, a fotógrafa quase nunca conversava, uma vez que o time sentava com eles. E após as ultimas aulas do dia, o irlandês deixava a garota em casa e normalmente encontrava Thomas ao voltar para sua casa, passavam a tarde jogando vídeo game ou treinando. Eram assim, todos os dias.

Nesse dia não foi diferente, deixou Charlie na porta de sua sala e seguiu para a aula de Cálculo. Durante a interminável aula de Geografia, a fotógrafa encurralou Ian na porta, após todos saírem.

– Preciso de sua ajuda – comentou apenas para ele ouvir

– Que tipo de ajuda Charlotte Sullivan precisa que vem de mim? – perguntou ajeitando o óculos verde sob seu fino nariz

– O tipo de ajuda que envolve seus dotes tecnológicos

– E se eu me recusar? – disse em tom cínico, Charlie apenas sorriu

– Sei que foi você quem hackeou o computador da secretaria para alterar as notas do simulado, então se eu fosse você, apenas me ajudaria. Porque além de contar para o diretor Wilson, tenho outros métodos de te persuadir – a garota não gostava de brincadeiras, e estava mais do que comprometida com o plano, iria a fundo.

– Vai mandar Austin me dar uma surra no intervalo? – perguntou como se não tivesse medo se ela respondesse que sim

– Não revelo meus métodos. Vai me ajudar ou não? – insistiu

– Depende, diga-me exatamente o que você quer que eu faça.

– Encontre-me na escada de incêndio na hora do intervalo, preciso ir para a aula de química agora – avisou e fitou os olhos castanhos do garoto – Faça a escolha inteligente e me ajude.

Saiu da sala ouvindo o ecoar de seu tênis no piso polido do corredor. Entrou com pressa na sala e sentou-se ao lado de Carrie, sua melhor amiga, que conhecera na Academia de Balé. As duas eram o oposto da outra em praticamente tudo. Carrie não gostava de futebol e passava longe do time, ainda mais de Thomas que era não tão secretamente apaixonado por ela, gostava de ser popular e conseguir tudo o que quer, amava dançar balé do mesmo jeito que ama respirar. Era mais baixa que Charlotte, loira dos olhos azuis e amante de um par de saltos.

– Perdi alguma coisa? – Charlie perguntou ao abrir o caderno e cutucar a amiga

– Só o bom gosto, tava fazendo o que conversando com o nerd de óculos verde? – Em certos aspectos, Carrie lembrava Austin, os dois tinham essa dificuldade de lembrar o nome das pessoas

– O Ian? Eu precisava de um favor – a fotógrafa não queria contar do plano para Carrie, não que a amiga gostasse das gêmeas ou de Mary Anne, mas a loira era escandalosa e barraqueira.

A amizade da fotógrafa com a amiga bailarina era a de pura confiança, Charlie contava tudo à amiga. Até mesmo de seu falso relacionamento com Austin.

– Que tipo de favor? Se for pra conseguir a senha da wi-fi, não precisa porque eu já tenho – Comentou e tirou o celular do estojo

– Não, Carrie – respondeu com um riso fraco – não é isso. É outra coisa, depois te conto

– Tem a ver com Austin né? Você tá só de segredinho com ele, não to gostando disso

A fotógrafa revirou os olhos.

[…]

Depois das três primeiras aulas, Charlie foi encontrar o loiro na mesa junto com o time. Sentou-se entre o namorado e Thomas.

– Oi, amor – o irlandês disse feliz e passou o braço sob o ombro da fotografa

– Nós não fazemos isso, Irwin – comentou no ouvido do namorado

– Isso o que? – respondeu no mesmo tom para ninguém ouvir

– Isso de chamar o outro de “amor”, não fazemos apelidinhos de casal – disse fria e terminou com um sorriso, uma vez que o loiro não respondeu

O irlandês retirou o braço do ombro da bailarina e virou-se para falar com Thomas

– Thommy! – chamou o amigo moreno

– Fala, duende – Thomas sempre chamou o loiro de “duende”, devido a sua origem irlandesa

– Sabia que Carrie já voltou da Rússia? Eu a vi esta manhã

A namorada olhou para ele como se perguntasse pelo olhar “Que tipo de problema que você tem?!”

– Já te disse para esquecer a Carrie, Thomas – comentou, tirando os olhos da tela do celular – Seja esperto e me escute

– Não dá, Charlie – o moreno respondeu – Sou louco por ela faz tanto tempo!

A ruiva revirou os olhos e digitou uma mensagem para Carrie: Não venha para a mesa, Thomas sabe que você voltou.

Poucos segundos depois a amiga respondeu: Não acredito! Como ele sabe?!

A ruiva sorriu, o namorado tentou ver do que ela estava rindo, mas ela virou a tela do celular para responder Carrie: Austin.

A loira revirou os olhos e respondeu: Não dava pra você arrumar um falso namorado que não fosse tão fofoqueiro?!

A fotógrafa não respondeu, mas lembrou-se de seu encontro com Ian nas escadas de incêndio. Virou-se para Austin e sussurrou em seu ouvido

– Preciso falar com Ian, me encontre na frente do meu armário em quinze minutos – finalizou com um beijo na bochecha e levantou-se com pressa.

Como o combinado, Ian estava lá. A ruiva apressou-se.

– Preciso que você hackeie um computador e consiga algumas informações.

– Quem? – perguntou baixo, certos assuntos precisam ser falados em voz mínima, uma vez que as paredes têm ouvido

– Das gêmeas – sussurrou

– Não, não mesmo. Se elas souberem que eu fiz, estou morto! Elas são malignas! – Ian ficou assustado, mas ele tinha razão, todo mundo da Hempshire sabia que só havia dois grupos com quem não deveriam procurar confusão: as gêmeas e o time de futebol

– Ei, não se preocupe – Charlie tentou apaziguar o medo do rapaz – Você tem o suporte do time, nada vai te acontecer. O time tá do meu lado, e te garanto que Austin te da cobertura – a fotógrafa sabia que no mundo da popularidade o que conta são as suas amizades, seus contatos. E ela tinha o melhor reforço: o time de futebol

– Não sei não, Charlotte. – Ian ainda estava indeciso – É arriscado

– Ian, preciso de sua ajuda. Se alguma coisa acontecer, fale que eu o forcei, diga que eu até te ameacei. Pode colocar toda a culpa em mim, apenas preciso de algumas informações do computador das gêmeas – A ruiva começou a achar que Ian não iria ajudar

Depois de alguns minutos, Ian se pronunciou

– Tá, mas se alguma coisa acontecer, é tudo culpa sua. – disse contrariado – Vou fazer o que eu posso o mais rápido que eu conseguir, talvez na sexta eu já tenha alguma coisa

– Muito obrigada, Ian. Qualquer coisa que precisar, não hesite ao falar comigo – disse em sorriso e caminhou para longe do rapaz

Encontrou-se com Austin no armário e ela sabia que tinha de se desculpar pelo modo rude que tratou o namorado

– Desculpa, viu – comentou ao abraçá-lo, em seguida o beijou – Não deveria ter sido tão rude contigo

– Tudo bem, sei que você não faz por mal – respondeu e abraçou a ruiva – Olha só o que eu consegui – tirou um papel do bolso – São os horários que Mary Anne está em casa, e para nossa sorte, podemos começar as fotos hoje mesmo – sorriu, mas não o sorriso puro e inocente que ele sempre teve, foi um sorriso mais ardiloso.

Charlotte se perguntou se esse plano acabaria modificando os dois. Ela sabia a resposta, mas temia que fosse verdade.

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Notas finais do capítulo

Então?! O que acharam?!
Vejo vocês nos comentários
XX da Effy