The Deal escrita por Effy


Capítulo 10
Capítulo 10




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"Por que fez isso?" Ele perguntou intrigado, ainda segurando o comprimido

"É o meu jeito de demonstrar que eu confio em você, afinal no meio dessa loucura toda você ainda permaneceu ao meu lado." Ela disse com a voz ainda rouca, levantou a cabeça para encarar os olhos cinza do jogador "A recíproca é verdadeira."

Austin apenas sorriu e tomou o comprimido, de todos os cenários esse era o que ele não havia imaginado. Charlotte sempre fora contra qualquer tipo de entorpecente, mas aparentemente a ruiva também mudara seu ponto de vista. O jogador inclinou-se para beijar sua namorada, e por uma fração de segundos, ambos esqueceram de que tudo era uma farsa. Uma vez que os dois sentiam algo, não seria desnecessário o acordo?

[...]

"Austin! Não!" A fotógrafa disse entre risadas causadas pelos longos e hábeis dedos do irlandês que cutucavam suas costelas.

"Amo vê-la sorrir, mas você pouco o faz, então não me deixa muitas escolhas!" Disse tomando fôlego antes de mais uma sessão de cócegas. Eles ainda estavam no carro, mas agora o cenário era outro. Austin dirigira até a ponte onde perderiam o resto do dia a observar o céu.

"Não consigo mais sorrir!" Ela disse quase sem fôlego. Eram raros os momentos descontraídos e realmente genuínos.

"Ta, vou fazer uma pausa só porque sou bonzinho" ele disse relaxando os ombros "O que tinha no pen drive que Ian te entregou?" Mudou de assunto bruscamente.

"Nem cheguei a ver os arquivos" ela disse enquanto se recompunha da série de cócegas "Estava para analisar quando meu pai chegou para conversarmos" seus olhos fitaram as pernas, por um segundo.

"Charlie?" Austin perguntou ao tocar em seu ombro

"Oi"

"Ainda vale a pena? Digo, claro que Mary não deve se safar, mas na nossa corrente situação seria sábio continuar?" Quando os olhos da ruiva cruzaram com as orbes cinza, o jogador desviou o olhar. Talvez por medo.

"Não sei te responder, de verdade" a fotógrafa virou-se de lado no banco do passageiro para ficar de frente para o namorado "Sei que todos os dias ver Mike com o sorriso no rosto, como se ele tivesse vencido a batalha, está me matando."

"Ei" ele disse suavemente e tocou o queixo da garota para olhar em seus olhos "Ele não ganhou a batalha, muito pelo contrário, ele te perdeu" ele disse com tom doce e em seguida deu o sorriso mais brilhante que a ruiva já vira "Em termos de ganhos e perdas, quem ganhou fui eu."

"Agora me pergunto se eu sou um prêmio que vale a pena de ser ganho" foi mais um pensamento alto do que realmente uma indagação para ele.

"Claro que é!" Sua voz subiu levemente. Austin a trouxe para perto de si, agora a ruiva estava a centímetros de encostar no nariz simétrico do jogador "Você sempre vai valer a pena. Não digo por ser teu namorado, mas você é simplesmente fantástica"

"Eu diria louca" ela comentou e corou

"Loucura que encaixa perfeitamente na minha" ele respondeu praticamente de imediato "Como diria nosso poeta favorito, Christopher Poindexter: 'Eu a amava não pelo jeito que ela dançava com meus anjos, mas sim pelo modo como seu nome podia silenciar meus demônios.' É você pra mim" ele disse por final

Por uma fração de centésimos, a fotógrafa acreditou que fosse se debulhar em lágrimas, mas não tinha mais água para jorrar dos olhos. O que lhe restou foi encarar Austin com um sorriso bobo e percorrer seu maxilar com o indicador.

"Nosso poeta? Até onde eu me recordo, tive de ler suas poesias incansáveis vezes até que você começasse a gostar dele." Seu tom era brincalhão, não sabia se Austin falara sério sobre o poema, uma vez que sugeria que ele a amava.

"Em minha defesa, a primeira vez que você mostrou a poesia, eu estava bêbado no jardim do Thomas" ele sorriu e bagunçou os cabelos. Não quis voltar no assunto do qual ele praticamente se declarou e ela ignorou.

"Eu lembro daquele dia!" Ela disse e arregalou os olhos "A gente foi discutindo no caminho por que eu não queria te deixar beber e você insistia que eu dirigisse na volta" a ruiva sorria com a lembrança

"Parando pra pensar em todos os lugares em que fomos juntos, cada situação que passamos, parece uma vida" o jogador encarava a ponte enquanto o sol começava a se por.

Eles passaram o dia todo lá, jogando conversa fora. Charlotte esquecera dos problemas em casa, das muitas brigas que tinha de vir a travar para que conseguisse permanecer na Califórnia. Como se fosse cortar o clima, o celular da ruiva vibra em sinal de que chegou mensagem.

A mesma pegou o celular do painel do carro e o destravou. A mensagem era de sua mãe pedindo para que voltasse para casa, a conversa definitiva estava próxima. Um arrepio elétrico e gelado percorreu o corpo da moça, só de pensar que se nada der certo ela não veria mais Austin por um bom tempo, isso a assustou. Mais do que não ver Carrie todos os dias, de não vir à ponte sempre quando podia, de matar aula na praia apenas para ouvir o mar, até mesmo de tirar fotos aleatórias durante os passeios no carro do namorado, mais do que tudo o que listou mentalmente que sentiria falta, nada se comparava com não ver o irlandês todos os dias, de não poder ligar para ele pedindo para que lhe visitasse altas horas da noite, dos encontros no carro de madrugada, de apenas apreciar o silêncio confortante entre os dois. Austin era a parte que ela jamais esperou que estivesse tão inserida em si, não conseguiria dizer adeus.

"É minha mãe, ela quer conversar" disse em voz rouca.

[...]

Em poucos minutos o casal chegou à mansão dos Sullivan. Como se levasse um soco no estômago, a dor de se despedir do namorado foi intensa.

"Assim que vocês acabarem de conversar me liga" ele disse olhando em seus olhos, suas mãos tomaram o rosto da ruiva "Não importa a hora, eu venho aqui" ele sorriu docemente, a fotógrafa assentiu "Estou aqui pra você, Charlie" finalmente ameaçou a garota e com um beijo lhe desejou boa sorte.

"Austin" ela disse assim que fechou a porta do carro.

"Fala"

Charlotte fitou a porta de casa e depois voltou seus olhos para o conversível e o namorado.

"Obrigada, por tudo" sorriu genuinamente e entrou em casa.

Cruzou o longo corredor até a cozinha onde já podia ver o paletó do pai sobre a bancada. Sentou-se à mesa com os pais e o silêncio reinou por alguns minutos.

"Repensou sobre sua escolha, Charlotte?" o pai perguntou firme

Pensou sobre a possibilidade de voltar ao balé apenas para assegurar sua estadia na Califórnia. Talvez, pensou ela, poderia envolver-se com drogas e deixar a Academia descobrir, assim seria expulsa. Era um bom plano. Arriscado, mas ainda um bom plano. "Sim, repensei" respondeu com segurança.


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Notas finais do capítulo

Vejo vocês nos comentários, xx



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