Alguns meses depois...

Tudo caminhava com divina perfeição na família Bracho.
Paulina acabara de voltar para a Cidade do México e tudo parecia andar nos trilhos da felicidade.
      Manuela que agora estava de férias, preparava suas coisas para ir ao México também ajudar sua melhor amiga com os preparativos do casamento.
        Sim, O casamento de Paulina e Carlos Daniel ia realmente se realizar.
        No fim das contas, Paulina cedeu sua parte da agência para Manuela e agora juntamente com as ideias de Paulina, a agência fazia toda a publicidade e propaganda da Fábrica Bracho.
        A Família estava em festa. A pequena Lupe tornou-se uma bebê esperta, ativa é muito parecida com o pai. Os cabelos claros da mãe se faziam presentes... Mas cada sorriso da pequena mostrava ainda mais os traços de Carlos Daniel.
      Faltavam apenas quinze dias para o casamento. A ansiedade consumia todos.
Paulina acabara de despertar nos braços de seu amado quando percebeu que ele já estava acordado e acariciava seus cabelos .
       

 -Bom Dia... -murmura sonolenta.

—Todos os dias são ótimos quando desperto contigo assim, nos meus braços... -diz ele puxando-a mais para si. -Quando você está assim, completamente nua é melhor ainda.

Paulina não pode deixar de sorrir. Acariciando os braços do amado, moveu-se para beijar-lhe e então levantou-se da cama.

—Tens mesmo que ir agora? Questiona Carlos Daniel tentando a companhia de sua amada por mais um tempo.

—Sim, meu amor... Preciso ir. Tenho que buscar Manu no aeroporto, depois irei provar o vestido de noiva... Afinal, você quem me pediu em casamento outra vez.
Paulina sorri para ele e caminha até o banheiro, preparando-se para iniciar seu dia.

A família se junta para o café da manhã como sempre foi realizado durante todos os anos. Paulina se encanta ao ver Carlos Daniel dando papinha de frutas para sua filha menor.

—Bom Dia a todos.... -Diz Paulina sentando-se a mesa.

O café transcorre sem anormalidades. Paulina beija os filhos e então quando ela se despede, Carlos Daniel a puxa para um canto do corredor.

—O que é isso Carlos Daniel! -diz ela com um sorriso quando ele a empurrar contra a parede.

—Sobre o que você disse lá em cima... Te pediria em casamento mais mil vezes... Quantas fossem necessárias para acordar nos teus braços como hoje de manhã.

—Você está muito romântico, o que aconteceu? -pergunta ela sorrindo, beijando-o brevemente.

—Digamos que estou um tanto ansioso com tudo isso, parece quase inacreditável depois de tudo... Inexplicável o quanto te amo.

Paulina não encontra palavras para mais... Apenas o puxa para si e deixa que ele a prenda contra a parede, beijando-a calorosamente.

—Vocês não vão parar com isso nunca? -questiona Lizete mirando-os com certo sarcasmo.

Paulina se afasta de Carlos Daniel com certa vergonha e limpando a garganta apenas diz.

—Seu pai quem começou. -murmura limpando os lábios.

—Assumo a culpa... -diz ele sorrindo, puxando-a para si.

—Deus me livre ser como vocês, hein... -gargalha Lizete passando por eles. -Procurem pelo quarto de vocês... Lá em cima, de preferência.

Paulina e Carlos Daniel não podem deixar de rir e de trocar mais um beijo acalorado.

—Eu amo você. -Diz ela separando-se dele.

—E eu a ti.

Paulina sai para buscar Manu no aeroporto. Quando a encontra, a felicidade de rever a amiga depois de tantos meses transborda por seus olhos.
       O assunto entre as duas é praticamente interminável. No carro de Paulina, as duas seguem para o ateliê onde seu vestido de noiva a espera.

Manuela não deixa de rir a gargalhadas quando a amiga põe o vestido.

—É Sério isso? Pergunta Manu mirando-a com olhos brilhantes.

—Seríssimo -diz Paulina mirando-se no espelho. -Não pretendo casar de branco outra vez... E por qual motivo não fazer de minha cor favorita?

As duas se olham e começam a rir.
Paulina escolheu o tecido do vestido em um tom de rosa bem claro. Cravejado de pedras no busto, como se elas se perdessem ao longo da saia rodada.

—Você está divina, amiga.

Paulina sorri para ela.

—Nem acredito que vou casar novamente... E o melhor de tudo... Com o mesmo homem, o amor dá minha vida.

Os olhos dela marejam ao imaginar como será daqui a diante e ao relembrar o quanto está feliz desde que ela e Carlos Daniel reataram.

—Sabe Manu, as vezes não consigo imaginar como seria se ele não tivesse descoberto a gravidez... Ou melhor, como seria se Lizete não tivesse contado a ele. Não sei como seria minha vida com a Lupe, sem ele e tudo mais... Acredito que não teria aguentado o parto dela sem ele comigo. 

Manu não consegue não se emocionar. Foram tempos difíceis e angustiantes. Mas felizmente, tudo estava bem agora. Todos estavam felizes, saudáveis e nada seria capaz de estragar tamanha plenitude.

Elas saem do ateliê passada as 11 da manhã. Decidem então, tomar um café próximo dali para conversarem melhor sobre tudo que mudou nesses meses, já que logo iriam para a casa Bracho e lá já não teriam sossego.

Rindo e brincando o tempo todo, quando elas chegam frente a cafeteria, Manu apenas trava quando Paulina é puxada aos gritos para dentro de um carro, deixando cair a bolsa e o celular que ela levava nas mãos ao chão.
Manuela grita desesperada mas já não há mais tempo. O carro simplesmente desaparece pelas ruas e ela fica ali sem saber o que fazer desesperada e temerosa.