A Filha da Morte escrita por Ruan


Capítulo 5
Capítulo V - Meu Mundo de Cabeça para Baixo


Notas iniciais do capítulo

- TCHARAM!!!!! Adivinha quem apareceu? Vocês pediram, e eu postei o mais rápido que pude.

— Boa leitura :)



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“Liberte-me.”

A voz simplesmente se manifestou no consciente da garota. Era masculina e emanava certa autoridade. Inicialmente, Isabella considerou a possibilidade de estar vivenciando um sonho. Contudo, nenhuma forma ganhou vida ao seu redor. Na verdade, tudo passava da completa escuridão, um tanto assustadora e intimidadora. O manto negro que cegará seus olhos anteriormente, agora revestia se mundo das fantasias.

‘Liberte-me. Agora!”

Dessa vez, a ordem soou mais alta na sua cabeça, como se o dono estivesse começando a ficar nervoso com a falta de ação por parte dela Libertar? Do quê? Da onde? Nada fazia sentido. A garota conseguia sentir as batidas lentas do seu coração. Entretanto, era a única parte do seu corpo que era possível de acesso.

O que estava acontecendo?

“Você terá que fazê-lo. É seu destino.”

De repente, ela conseguiu sentir sua respiração, enquanto seus pulmões recebiam rajadas furiosas de ar. Instantaneamente, o mundo tomou cor e forma diante dos seus olhos, mesmo que sua visão estivesse um pouco embaraçada e não fosse possível distinguir o cenário em sua frente. Por isso, Bella deixou que os minutos passassem para assimilar os objetos em sua volta. Enquanto o tempo corria, os fatos pareciam despencar sobre a sua cabeça, como um balde de água fria. Não demorou muito para sentir o peso dos problemas caindo nos seus ombros. Os acontecimentos tomavam vida como flashes: Edward a resgatando. A queda do andar de seu apartamento. O animal que parecia uma galinha que a estava perseguindo. Ah, e teve aquele momento que a garota foi capaz de colocar fogo no bicho demoníaco assim que sentiu a sua vida deixando-lhe para trás.

A garota colocou a mão atrás da cabeça assim que identificou uma serie de pontadas, as quais lhe causaram uma dor incomoda. Lentamente, foi capaz de se sentar e imediatamente seus ossos imitiram um estralar estranho, como se estivessem enferrujados pela falta de movimentação. Teve que tirar alguns fios rebeldes da frente do rosto para poder vislumbrar o lugar a sua volta.

Primeiro, notou que estava cercada de várias rochas escuras e um pouco sujas, bem como úmidas, sendo que havia alguns desenhos expostos nas paredes. O lugar era muito baixo e estreito para ser uma cabana ou algo do gênero. Devido a esse fato, não precisou somar dois mais dois para perceber que estava em uma caverna. Por alguns segundos, apreciou as formas rochosas e pontiagudas em cima da sua cabeça, que pareciam longos pingos de chuvas congelados no ar. Ela olhou para baixo e se encontrou vestida apenas com um moletom escuro, que lhe descia até as coxas, sendo que um colchão com alguns lençóis e travesseiros velhos sustentava o peso do seu corpo. A única luz que existia no local tinha origem de um pequeno lampião posicionado ao seu lado.

— Bom dia.

Ao ouvir a voz masculina, mesmo que familiar, a garota soltou um berro e rastejou para o mais longe possível da presença inesperada. Suas costas bateram contra as paredes duras. Não demorou muito para que seus olhos caíssem sobre o garoto, que lhe lançava um olhar caloroso e um riso debochado, expondo os dentes perfeitamente retos e brancos. Ele estava sentado e em sua mão, havia um canivete que ele rodopiava habilidosamente com os dedos.

— Onde eu estou? – Ela perguntou quase que imediatamente, encarando os olhos cor de âmbar de Edward.

— Em um lugar seguro. Alice está montando vigia, então estou aqui cuidando de você. – A voz dele era rouca e chamativa.

Bella sentiu que o coração estava começando a disparar dentro do peito. Não era capaz de assimilar os acontecimentos recentes e ficar calma. Nada fazia sentido e quanto mais as horas passavam e o planeta girava, mais coisas ruins aconteciam a ela. A garota imediatamente cobriu o rosto com as mãos, desejando que tudo fosse um sonho e em breve, estaria acordada. Cogitou seriamente em beliscar-se, ou talvez sair correndo.

A minha mãe vai me matar. Pensou amargamente. Se nenhum animal diabólico fizer isso antes por ela.

— Eu sei que é muita coisa para você lidar, mas nem eu fui capaz de prever que eles viriam atrás de você antes que fizesse aniversário e completasse a maior idade. – Ele disse, cauteloso.

A garota quis deitar em posição fetal e esperar que o mundo decidisse algo por ela. Ao invés disso, tentou ser forte e respirou fundo, tentando ignorar os batimentos cardíacos acelerados. Era uma mania que seu corpo lhe avisava quando estava apavorada: Um eminente ataque cardíaco. Engolindo o choro que estava por vir, ela ergueu a cabeça e jogou os cabelos para trás, cujas madeixas onduladas revestiam-se de sujeira. Bella encarou seu salvador, cuja estatura alta quase o fazia tocar a cabeça no teto da pequena caverna. A cena era meio cômica.

— Eu tenho várias perguntas para fazer. – Ela confessou. Suas emoções tamborilavam no peito.

— Tudo bem. – Edward cruzou os braços, ficando em uma posição bastante descontraída.

Fácil demais. A garota ficou um pouco surpresa, mas nem por isso se deixou paralisar.

— Quem me vestiu esse moletom? – Soltou a primeira pergunta, não obtendo sucesso em manter a curiosidade afastada.

— Você está preocupada com isso, nessa altura do campeonato?

Ela corou e o ignorou. Não queria pensar na possibilidade de alguém tirando suas roupas sem a sua permissão. Ao invés de discutir com ele, apenas revirou os olhos e partiu para o que realmente interessava:

— Há quanto tempo você vem me seguindo?

— Três meses.

Três meses? Ela teve vontade de gritar. Isso era muito tempo. Como não havia percebido? Será que sua distração era tamanha que não lhe era capaz de captar um seguidor indesejável? Caramba. Bem, pelo menos o havia visto uma vez, quando saia do restaurante do qual o seu amigo trabalhava. Bem, teria que ser Edward no meio da rua a encarando no dia em que ela deveria estar no seu curso de idioma. Ao invés disso, a garota estava com o seu amigo durante o expediente de trabalho. Ah, Jake. A saudade a fez querer chorar novamente. O menino era o seu melhor amigo e o suporte que lhe salvava de vários problemas. Talvez a sua presença ali amenizasse o seu desespero.

— Minha mãe continua no apartamento. – Afirmou, preocupada. – O quê me garante que algum ser mitológico não vá até lá e a enfrente?

Edward admirou a preocupação da garota com sua família, sendo que mal sabia do perigo que a vida dela se encontrava.

— Emmett está montando vigia na sua casa. Ele não irá permitir que nada de errado aconteça aos seus familiares, ou aos seus amigos. – Edward transmitia tanta firmeza e segurança na voz que era impossível cogitar na ideia de que ele estaria mentindo para ela. – E também tem a Rose que está cuidando do seu amiguinho. Todas as pessoas próximas de você estão em segurança.

Bella não conhecia nenhum dos nomes que Edward havia citado, mas pode concluir que com toda a certeza, elas possuíam habilidades especiais, assim como o garoto em sua frente. Emmett e Rose. Ela teria que agradecer mais tarde. Entretanto, não sabia se deveria ficar apavorada ou aliviada com o quanto o garoto na sua frente sabia sobre a vida dela.

— Você tinha dito que não esperava que as criaturas viessem atrás da minha pessoa antes do meu aniversário. – Relembrou a garota. – Por quê?

Edward ergueu uma das sobrancelhas.

— Porque é quando os seus poderes se manifestam e estão absolutamente fora do controle. – Disse, calmamente. - Significa que você não saberá como controlá-los e será mais fácil te matar, exatamente por esta razão: não ter domínio deles.

Meus poderes?! Então a garota também era dona daquelas habilidades especiais e super anormais, como estava acostumada a ver em filmes de ficção? Será que ela tinham o dom de controlar o ar, feito o garoto que a estava protegendo? Imediatamente, se lembrou do que foi capaz de fazer com a Harpia. A última coisa que se recordava era do grito de dor do animal e o seu corpo pegando fogo e se transformando, por fim, em cinzas. 

Também se lembrava dos gritos de Edward e do que a havia chamado.

— Quando cai no chão, você me chamou de princesa. Certo ou errado? – Ficou curiosa, apenas esperando pela resposta.

Ao longe, foi capaz de ouvir o barulho das gotas de água caindo sobre as poças. Bella deu de ombros ao se dar conta do frio que fazia ali.

— Certo.

Ela não esperava por aquelas palavras. Não se sentia capaz de nem ao menos fritar ovos, quem dirá ser destinada para um cargo hierárquico que provavelmente iria exigir muito dela.

— Como assim? O que eu sou? – O seu cérebro parecia que estava queimando dentro do crânio. – O que você é? – Apontou o dedo para o garoto.

Ao invés de responder, Edward simplesmente se levantou e estendeu uma das mãos para Isabella, que, por sua vez, notou o cabelo do garoto, o qual possuía um tom de dourado muito bonito. A luz que vinha do lampião parecia fundir-se com os fios.

— Venha comigo e eu vou te explicar tudo.

— Promete que não vai ter nenhum bicho lá fora? – Bella indagou, fuzilando-o. Olhou por de trás dos ombros dele e encontrou ao fundo, um ponto único de luz.

— Para uma princesa, você é meio medrosa. – Edward provocou, com um ar divertido no rosto.

Bella não gostou de sua insinuação. Em um gesto petulante, ela se levantou e passou pelo garoto, esbarrando em sua mão estendida, enquanto a deixa suspensa no ar.

— E para um salvador, você está meio enferrujado.  – Ela retribuiu. – Já que lidei com a Harpia sozinha.

Ele soltou um riso alto e a seguiu.


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Notas finais do capítulo

Então, vocês estão gostando? Deixem sua opinião nos comentários. Afinal, quanto mais vocês realizarem os seus reviews, mais rápido irei postar.
Provavelmente, o próximo capítulo sairá entre sexta-feira à domingo. Então, fiquem de olho, ein.
Não esqueçam de deixar a sua sugestão, é sempre bem vinda!
Grande abraçooo :)
—R