A Filha da Morte escrita por Ruan


Capítulo 4
Capítulo IV - Correndo de uma Galinha Voadora


Notas iniciais do capítulo

Gente, resolvi dar mais uma chance a essa história, depois de tantos pedidos. Espero que gostem hehe

BOA LEITURA, COMO SEMPRE! :)



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A queda durou pouco menos de dez segundos.

Ao tomar conta de si, Bella notou que seus pés estavam novamente postos no chão. Parecia que um pesadelo obteve domínio de sua mente. O céu carregado de nuvens escuras não ajudava em nada a situação, tampouco os prédios que a cercavam, os quais insistiam em girar diante de sua visão periférica. Seu estômago embrulhou e uma queimação incomoda manifestou-se em sua garganta.

O estranho estava perto demais, com um dos braços apoiados no ombro dela. A chuva despencava sem piedade do céu.

Tornou-se preciso respirar várias e várias vezes, em uma tentativa frustrada de fazer com que seus pulmões não lhe dessem a sensação de estarem se afogando dentro do peito, assim como o coração que praticamente saltava a tal ponto de fazer suas costelas doerem.

— Argh. – Bella gemeu. – Eu acho que não estou bem. – Ela odiou ter que admitir tal fato para si.

— Não temos tempo para isso! – Edward advertiu, praticamente gritando. – A Harpia irá nos alcançar. – Frisou, encarando os olhos assustados da garota em sua frente. – Precisamos CORRER.

Em um momento de fraqueza, Bella pousou as mãos em volta dos ombros de Edward, apoiando, assim, todo o peso do seu corpo no dele. Sua cabeça parecia que ia explodir com a quantidade de informações que estava absorvendo em uma quantidade pequena e limitada de tempo. Minha mãe está lá no apartamento e vai ficar louca quando se der conta que eu não estou no meu quarto. Pensou, preocupada. E meu padrasto... Ah, ele que se dane. Por um momento, cogitou na ideia de oferecê-lo ao bicho que a estava perseguindo.

O barulho bastante semelhante a um pio soou em cima da cabeça dos dois jovens. Em um movimento muito rápido para que a garota pudesse acompanhar, Edward simplesmente se colocou na frente dela e a jogou nas costas dele. Momentaneamente e a contragosto, ela passou os braços pelo pescoço dele, com medo que pudesse cair. Antes que pudesse piscar, eles estavam correndo pelas ruas escuras e escorregadias.  

Graças aos céus, as lojas estavam fechadas e não havia ninguém caminhando pelas ruelas. Bella apenas conseguiu distinguir alguns mendigos dormindo em abrigos personalizados por eles mesmos, com papelões e caixas velhas, além de sacos plásticos. Ao olhar por de trás de seus ombros, em meio a chuva impiedosa, distinguiu a figura de um pássaro furioso voando em sua direção.

— Eu estou ferrada. – Reclamou, apavorada. – Vou ser morta por uma galinha e se isso não acontecer, minha mãe fará o trabalho desse bicho.

Ao se dar conta, percebeu que Edward virou a direita após atravessar uma esquina. Não faltou muito para que ambos estivessem localizados em uma ruazinha estreita, com alguns latões de lixo espalhados e várias janelas circundando as paredes de pedra. Eles estavam diante de um beco.

Edward correu mais um pouco e parou na metade do caminho, soltando a garota de seus ombros logo em seguida. Bella tremia da cabeça aos pés. Mesmo que não tivesse feito o esforço de correr, a chuva tornava tudo mais dificultoso e o ar gélido rasgavam suas entranhas. Para piorar, o garoto havia parado. Será que desistiu da ideia de tentar salvá-los?

— O-o-o que você est-t-t-tá faz-z-zendo? – Ela perguntou, bastante tonta e com muito frio. Só podia ser um pesadelo. Se talvez alguém a beliscasse, poderia acordá-la.

— Vamos ter que enfrentar a Harpia. – Edward a surpreendeu com aquelas palavras.

Imediatamente, ele se colocou na frente de Bella e estendeu os braços, ficando de frente para ela, como se estivesse usando seu corpo para formar uma barreira. Não demorou ao menos um minuto para que a galinha voadora aparecesse na entrada do pequeno beco, avançando em direção de suas vitimas assim que seus olhos caíram sobre elas. As assas roçavam nas paredes estreitas.

Com um movimento muito ágil das mãos, Edward cortou o ar com os dedos e lançou uma rajada de vento para a frente, a qual avançou em direção aos baldes de lixo que por sua vez, atingiram a Harpia. O animal soltou o que pareceu um grito de dor quando foi atingida e caiu no chão, com um baque.

Bella ficou petrificada no lugar. Tentou assimilar tudo o que estava acontecendo, cogitando seriamente na hipótese de estar ficando louca. Ou talvez sempre fosse e seu cérebro resolveu libertar as crises de insanidade.

Os acontecimentos recentes pareciam fazer parte de um filme de ação: Primeiro, um cara que apareceu do nada no seu quarto. Segundo, uma galinha voadora que fazia parte da mitologia grega. Quarto, uma queda livre da sua janela que não a matou. Para finalizar, Edward havia controlado o ar duas vezes, usando-o ao seu favor, como naquelas histórias de bruxos que tinham poderes relacionados aos elementos do universo.

Se não era um pesadelo, com toda a certeza Bella estava fazendo parte de algum reality show muito bem feito que iria ao ar e faria muito sucesso. Ainda mais com a cara de trouxa que Bella vinha fazendo desde o inicio da madrugada. Com toda a certeza, a garota seria motivo de risadas.

Por alguma razão, ela não conseguia odiar o homem que estava posicionado a sua frente. Afinal, tudo o que ele estava fazendo era para protegê-la daquele bicho horrível, portanto, se quisesse fazer qualquer mal, já o teria feito há muito tempo.

E foi por estar perdida em pensamentos, que não conseguiu acompanhar o filme de ação que sua vida se tornou.

Seus olhos caíram na Harpia que estava caída, que por sua vez, levantou-se do chão com uma rapidez imensa, transformando-se num borrão enquanto avançava na direção de suas prezas. Rapidamente, Edward ergueu a sua mão para o alto e quase que imediatamente um raio atingiu em cheio o trajeto que o pássaro estava tomando para alcançá-los. Entretanto, não foi rápido o bastante para pegá-la. Apenas atingiu uma poça de água, fazendo com que as gotas saltassem para todos os lados.

Inesperadamente, a Harpia conseguia fazer a volta por Edward, atingindo-o com um gole de suas asas, jogando-o para longe a tal ponto que seu corpo foi de encontro às latas de lixo.

Por fim, o animal conseguiu pegar Bella, agarrando-a no ar.

Quando a garota percebeu, estava presa conta a parede e o ar simplesmente não adentrava para os seus pulmões. Ao olhar um pouco para baixo, percebeu que as garras daquele animal estavam ao redor do seu peito, forçando as suas costelas com tamanha força que a fez gritar. Seus pés estavam muito distantes do chão. Ela começou a sacudir todo o corpo, em uma tentativa de se livrar das garras de sua agressora.

O rosto que a encarava pertencia a uma mulher, com olhos azuis de um tom muito claro. Entretanto, aparentava que já havia alcançado a velhice, devido as rugas e o nariz pontudo. As orelhas eram muito maiores do que o de uma pessoa normal. O animal mitológico transmitia uma beleza assombrosa e mortal.

De repente, o sentimento de raiva cresceu dentro do peito de Bella quando sentiu que estava muito perto de sua morte, pois o mundo a sua volta estava virando um borrão e somente o que restava diante de seus olhos era a expressão satisfeita daquele animal repugnante. O sorriso com os dentes podres era nada mais do que horripilante.

Varias vozes simplesmente se materializaram na mente da garota e em um gesto automático, que não parecia lhe pertencer, Bella tocou o rosto da Harpia com a mão livre.

Instantaneamente, um formigamento tomou conta de seus dedos e uma luz vermelha se apoderou do rosto da Harpia. Por conseguinte, um grito de pura agonia escapou da garganta do animal. Momentaneamente, o seu corpo simplesmente pegou fogo e explodiu ali mesmo. As partes da anatomia da criatura voaram para todos os lados, transformando-se em pó que logo se misturou com a chuva.

Bella imediatamente caiu no chão e sentiu uma dor muito forte no alto da cabeça. Em seguida, sua visão foi preenchida por uma nuvem negra que estava cobrindo tudo ao seu redor, como um manto.

— Princesa! Princesa! – Escutou os gritos de Edward muito, mas muito distante.

Seu mundo finalmente escureceu.


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Notas finais do capítulo

Então, o que vocês acharam? Continuo? Paro? Posto mais um capítulo imediatamente?
Não sei por quê, mas hoje resolvi escrever e acabou saindo. Vai ver é porque estou de férias da minha universidade, assim, tenho tempo.
Enfim, comentem pessoal, assim vou saber o que estão achando, pode ser? :P
Já estou pensando em tudo, e acho que vai sair algo muito legal hehe.
COMENTEM, NÃO ESQUEÇAM DE DEIXAR A SUAS OPINIÕES QUE VALEM OURO ♥
ABRAÇOS, e até a próxima!!!