Ia me retirar de seus aposentos, mas ele puxou meu braço e ficamos a centímetros de distância.
– fique e beba vinho comigo. - ele disse.
– Majestade, sinto muito. - tentei me virar, mas ele segurava com força e me puxou de volta. Ficamos ainda mais próximos. -
– como vai seu casamento?- ele perguntou.
– Muito bem, majestade, nós nos amamos. -
– mesmo? - ele sorriu com o canto da boca. - Então porque ele a tirou da corte? -
– ele temia por minha segurança, majestade. A melhor alternativa foi me tirar da corte. -
– Já pensou que talvez ele não queira ter mais privacidade? -
– o que quer dizer? - tentei me afastar.
– Lembro-me bem, dele mencionar uma princesa local, Ilona. -
– Não ouse. -
– eu a vi, muito bonita ela. Vi também como Vlad olhava para ela. -
– será isso verdade? - me sentei na beirada da cama. - ele não faria. -
– Homens são capazes de tudo. -
– Mas eu o amo! - disse a mim mesma.
– Anne, eu te amo. - Henry se aproximou. - Não se lembra de nossos momentos? - ele se aproximou e segurou meu rosto.
– sim, claro que sim. - tentei virar meu rosto mas não consegui.
– e o que sentia por mim, não era amor? -
– Majestade, por favor, não faça isso. -
– consegue dizer que o ama, olhando em meus olhos? -
– sabes que não. - comecei a chorar, por que parecia tudo tão errado? Não sei mais o que sinto.
– Anne. Eu posso lhe fazer feliz, eu nunca a deixaria. - ele me abraçou por trás entrelaçando seus braços nos meus. Fez carícias em minha cintura e beijou meus ombros.
– Vamos beber! - eu disse enxugando as lágrimas e me afastando um pouco.
Creio que nunca havia bebido tanto vinho em minha vida. Já estavamos "alegres", para não dizer que estávamos bêbados. Quanta lástimas.
Gastamos o saldo de pecados naquela noite. Entregamos-nos àquele prazer infâme. Sei que em sã consciência não teria deixado aquilo acontecer, mas o que o alcoól consegue fazer com o cérebro é totalmente insano.
No dia seguinte....
Já era tarde da manhã, e o vento gélido balançava as cortinas deixando os raios fortes do sol penetrarem o quarto.
Acordei com a pior dor de cabeça que já senti. Um cansaço horrível e o pior de minha consciência me relembrando de meus pecados.
Levantei-me da cama e procurei entre os lençóis minha camisola, não conseguia achá-la. Não sabia o que fazer, estava sem roupas! Onde está Henry? Que tipo de brincadeira é essa?
Peguei um dos lençóis e enrolei em meu corpo, e pela fresta da porta pedi que chamassem minha criada e que ela trouxesse um vestido.
Fiquei esse tempo esperando sentada na cama, tentei lembrar do que havia acontecido na noite anterior, mas somente flashes voltavam, nada claro.
Em poucos minutos, minha criada chegou e olhou-me pasma.
–Eu estranhei o porque de me pedir um vestido, mas agora entendo. - ela riu.
– não faça graça. - disse irritada. - vamos! me ajude a me vestir.
– desculpe. - ela disse tentando conter o riso.
– Onde está Henry? -
–caçando, milady. -
– certo. -
– o que sabes Catherine? -
– Aquilo que escutei com meus próprios ouvidos milady. Mal consegui dormir. - ela riu.
–Ah céus! que vergonha! - cobri meu rosto.
– Brincadeira majestade, não ouvi nada, nem eu, nem ninguém. -
– que alívio. - disse. - Mas alguém sabe disso? -
– não, não milady. Todos os criados são dispensados senão os da rainha, durante a noite. -
– certo. -